𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.

By akastylessgirl

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Uma noite. Foi tudo o que precisou. Agora eles tem um acordo. • •... More

antes de ler / teaser
01 [ca•su•al]
02 [ten•são]
03 [pro•pos•ta]
04 [ex•ce•ção] (!)
05 [ca•pri•cho]
06 [a•cor•do]
07 [ris•pi•dez] (!)
08 [de•cep•ção]
09 [re•gra]
10 [em•pá•fi•a]
11 [pro•i•bi•do] (!)
12 [hos•ti•li•da•de]
13 [ge•ne•ro•si•da•de] (!)
14 [con•se•quên•ci•a] (!)
15 [hu•mil•da•de]
16 [in•si•di•o•so]
17 [do•mi•na•ção] (!)
18 [con•des•cen•den•te]
19 [a•fron•ta]
20 [ex•clu•si•vo] (!)
21 [a•lu•ci•nó•ge•no] (!)
22 [a•me•a•ça]
23 [dra•ma•ti•za•ção] (!)
24 [ir•re•ve•rên•ci•a]
25 [vul•ne•rá•vel]
26 [con•fi•an•ça] (!)
27 [con•for•tá•vel]
28 [em•bri•a•guez] (!)
29 [con•fli•to]
30 [dis•so•lu•ção]
31 [ci•ú•mes]
32 [re•ca•í•da] (!)
33 [pe•ri•pé•ci•a]
34 [sau•da•de]
35 [ins•pi•ra•ção]
[in•ter•lú•di•o]
36 [va•ri•a•ção]
37 [or•gu•lho]
38 [re•pa•ra•ção]
39 [con•ci•li•a•ção]
40 [a•mi•za•de]
41 [con•jec•tu•ra]
42 [ten•ta•ção]
43 [i•ne•bri•an•te]
44 [êx•ta•se] (!)
45 [su•a•ve]
46 [sub•ter•fú•gi•o] (!)
47 [in•ti•mis•ta] (!)
48 [me•lí•flu•o]
50 [fe•ti•che]
bônus [texting]

49 [in•ver•são] (!)

821 43 42
By akastylessgirl

[ato de trocar a ordem em que se acham quaisquer elementos.]

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CHARLOTTE

Em noites como essa eu agradeço e muito por residir num prédio com porteiro, pois chegar carregando sacolas, um tanto alcoolizada, para então ter de achar minhas chaves na bolsa, enquanto minha cabeça gira e minhas pernas cambaleiam...

Hoje finalmente se deu a despedida de solteira da Naomi, no apartamento dela, e reunimos todas as meninas para comemorar que a data do casamento está se aproximando. Ainda está um pouco longe, mas para que pudéssemos juntar todo mundo, tivemos que fazer com antecedência, já que algumas delas não moram aqui na cidade e outras estariam ocupadas em outras datas.

Como dama de honra, organizei a nossa festinha de bom grado. Com o consentimento da noiva, deixei minha mente lasciva e criativa me levarem a ideias das mais diversas e o resultado foi muito melhor do que esperei, pois todo o entretenimento programado divertiu ao extremo a todo mundo, principalmente a minha melhor amiga, o que me deixou demasiadamente feliz.

Preparei os drinks eu mesma, pink lemonades alcóolicas e mimosas a torto e a direito. Para não ter tanto trabalho, encomendei aperitivos salgados e ao se tratar de doces, fiz uma encomenda à parte de caráter ousado que deixou a noiva bem corada, mas risonha.

Ainda atrapalhada, decido tocar a campainha do meu apartamento para entrar. Harry está ficando aqui à alguns dias, desde que resolveu ouvir aos meus pedidos e sair do hotel onde estava hospedado. Já que estamos oficialmente num relacionamento agora, não vi sentido nele continuar lá e a coisa toda se desenrolou bem facilmente.

Não demora até que a porta seja aberta e logo vejo o semblante desconfiado do meu namorado, que assim que me reconhece, suaviza a expressão e abre a porta largamente para que eu passe.

"Pensei que fosse um vizinho ou um entregador que se confundiu." Esclarece. "Você esqueceu as chaves?"

"Não, estão na bolsa." Passo por ele cambaleante, já arrancando meu sapatos, me apoiando com o ombro numa parede qualquer.

"A festa foi boa." Percebo o tom provocador na voz dele e o olho de esguelha, mas minha cabeça gira quando faço isso, então entrego as sacolas pra ele e vou me sentar no sofá da sala. "Você está bem, Char?"

"Uhum. Só me deu uma tonturinha."

Ele se senta ao meu lado e coloca as sacolas sobre a mesa de centro, se virando pra mim. Só então percebo que está usando uma touca de banho na cabeça, acho que não olhei pra ele direito antes.

"Que isso?" Rio, apontando pra touca.

"Já que me você me abandonou sozinho, resolvi fazer uma noite relaxante só pra mim. Fiz as unhas do pé, máscara facial no rosto e agora uma hidratação no cabelo." Conta, sem esconder a antipatia por eu ter ido a despedida sem ele.

Falamos sobre isso hoje cedo, Harry revelou que gostaria de participar já que estava imaginando o quão legal seria, mas por ser um evento só para mulheres, ele foi impedido de ir.

Sei que em partes está só brincando com esse comentário, mas também sei que ele não protestaria nem um pouco se tivesse sido realmente convidado.

"Está chateado de verdade?" Pergunto ao levar a mão ao rosto dele, o acariciando. A pele está mais macia que o normal, ele andou mesmo usando as minhas coisas.

"E se eu estiver?" Escrutina os olhos, me testando. Uma notícia nada nova: Harry Styles pode ser um manhoso quando quer.

"Abra as sacolas, talvez te faça sentir melhor."

Harry me observa calado, mas decide por ceder. Se estica até as sacolas e as abre, vasculhando cada uma delas. O sorriso travesso em seu rosto não tarda em aparecer.

"Me trouxe comida com formato de pênis!"

"São doces com formato de pênis." O corrijo, soluçando por fim.

"Charlotte." Diz meu nome com certa incredulidade, mas divertimento ao mesmo tempo. Ele puxa um dos doces que estão em palitos e o leva ao nariz com cautela, o avaliando. "Onde você conseguiu essas coisas?"

"Por que pergunta? Quer que eu encomende para o seu aniversário?" Brinco e ganho um olhar rígido vindo dele.

"Eu só nunca vi algo assim antes. Achei curioso."

Num impulso um tanto rápido demais para a minha mente embriagada, me inclino na direção dele e mordo o doce que segura. A cobertura de chocolate suja os cantos dos meus lábios, mas não me importo. Harry fica me encarando com um ar de riso. Com o olhar, eu o incentivo a fazer a mesma coisa que eu. Sem mais protestos, ele morde o alfajor, um fio de doce de leite sujando seu queixo.

"Gostoso?" Indago e ele apenas aquiesce, sua boca ainda cheia.

"Um bom pau." Diz e por si só cai na risada, suas bochechas corando ao esconder o rosto com a mão.

"Tem mais coisas aí. Bolinhos, pirulitos, uma variedade de coisas que mal sei o nome... Todas deliciosas."

"O que a Naomi disse sobre isso?" Questiona de boca cheia, enfiando a mão na sacola para pegar mais comida.

"Deu um grito agudo quando eu abri a caixa do bolo principal. Eu achei que ela ia desmaiar e depois que acordasse, me xingar de todos os nomes. Mas ela adorou e as outras meninas também." Conto ao recolher minhas pernas para o estofado do sofá. "Fizemos ela comer a parte da cabeça primeiro."

Harry gargalha ao ouvir isso. Eu mostraria os vídeos que fiz do momento pra ele se minha melhor amiga não tivesse me feito prometer que não mostraria pra ninguém, temendo que a notícia chegasse aos país dela e aos sogros. O Joshua sabe o que rolou, mas os pais deles não são tão mente aberta quanto nós.

"Você se divertiu?" Meu namorado me pergunta ao se encostar no sofá ao meu lado, passando o braço ao meu redor. Aproveito para deitar em seu ombro.

Conto a ele o que aconteceu na festa, contudo sem dar tantos detalhes para não estragar a magia do momento das garotas. Fofocamos um pouco sobre coisas que não irão ferir ninguém e por fim, falo sobre como de fato foi tudo muito divertido.

"E como foi a sua noite aqui sem mim?" Indago ao erguer a cabeça para encará-lo. "Está mesmo bravo comigo?"

"Claro que não, Char. Estava apenas brincando com você." Sorri bondosamente, puxando os fios de cabelo bagunçados da frente do meu rosto. "Correu tudo bem. Eu assisti um filme e cuidei de mim mesmo."

"Você pensou em mim?"

"Pensei." Responde ao deitar a testa na minha, seu braço dobrado amparando minha cabeça.

"Quantas vezes?"

"Muitas vezes. O tempo todo." Ri, tocando meus lábios com os dele num beijo preguiçoso. "E você pensou em mim quando estava lá?"

"Uhum." Confirmo, passando a mão no peito dele, enfiando meu rosto em seu pescoço.

"É por isso que está usando esse véu?"

Meu cenho se franze contra a pele dele imediatamente e eu me afasto como se ele tivesse revelado algo chocante, meus movimentos sendo acentuados pelo álcool no meu sistema.

"Que véu?"

Harry, achando graça, estica a mão até a minha cabeça e mexe em algo entremeado no meu cabelo; algo que eu esqueci completamente que está onde está.

"Isso é algum tipo de indireta?" Provoca, apertando a ponta do meu nariz. Eu bato na mão dele com um tapa e ele ri.

"Isso foi de uma das brincadeiras. Esqueci que ainda estava usando." Esclareço e finalmente tiro o véu barato da cabeça, o atirando em qualquer lugar.

"Achei que só a noiva usasse um desses nesses eventos." Comenta de braços cruzados, me encarando de olhos estreitos.

"E está certo. O da Naomi era muito mais bonito. Esse aí só serviu pra que ela indicasse quem ela acha que vai ser a próxima entre nós a se casar." Ao ver os olhos de Harry se arregalando, percebo que talvez não deveria ter lhe contado isso. Levo as mãos a boca, sentindo meu rosto esquentar, e numa onda de pânico bêbado, começo a rir.

Em pernadas confusas, me agacho diante das sacolas de guloseimas e começo a abocanhar um alfajor. Se eu fingir que não disse nada, talvez ele esqueça esse assunto.

"Você mal comeu. Tem tanta coisa gostosa aqui, não quer experimentar?" Ofereço por cima do ombro e sinto Harry inclinando o tronco atrás de mim pra ficar mais próximo, suas mãos agora nos meus braços, subindo e descendo.

"Não precisa ficar com vergonha. Eu sei que foi só uma brincadeira, não precisa se preocupar." Sussurra no meu ouvido, me beijando na bochecha.

Meu raciocínio lento não gera nenhuma boa resposta pra isso, então eu apenas inclino a cabeça pra trás e faço um beicinho pidão, que é logo coberto pela boca dele.

"Agora me dê um pedaço desse pau." Pede e ambos rimos com imaturidade.

Deixo ele se empanturrar à vontade enquanto me hidrato, na esperança de amenizar um pouco a embriaguez. Piadas de duplo sentido vem e vão entre nós dois nesse meio tempo, exatamente como eu imaginei que aconteceria assim que resolvi trazer esses doces pra ele.

"Esse aqui parece o seu." Aponto ao levantar um pirulito fálico de cereja, o analisando com certo critério.

"Não parece nada." Harry nega prontamente, uma carranca no rosto.

"Parece sim. Olha bem pra ele." Estico o pirulito bem próximo ao seu rosto, talvez próximo demais, ocasionando um recuar do meu namorado ainda emburrado.

"Charlotte, eu não sou cego."

"Tem certeza? Por que não consegue ver a semelhança, então?"

"Porque não existe semelhança alguma!"

Agora sou eu quem está emburrada, mas minha cara fechada não o abala em nada. Levo o pirulito a boca e cruzo os braços, travando uma batalha silenciosa com ele, que certamente quer rir de mim.

"Seu cabelo vai cair se não tirar logo isso da cabeça." Zombo, mirando a touca de banho que ele ainda está usando.

"Pelo contrário, só vai ficar ainda mais sedoso." Rebate em afronta, se erguendo do sofá e se afastando.

"Onde vai?"

"Lavar a cabeça. Mas não porque você falou." Faz questão de frisar, me dando a língua antes de sumir no banheiro.

Quando ele volta, tem uma toalha nas mãos, que usa pra esfregar e secar o cabelo. Retoma o lugar ao meu lado no sofá, mas dessa vez me puxa pra si e me faz sentar em seu colo. Sem pedir licença, Harry tira o pirulito da minha boca e coloca na dele.

"Ficou curioso pra provar de si mesmo?"

"Para." Aperta minha cintura. "Tá com fome?"

"Não muda de assunto."

"Eu tô cuidando de você." Faz outra carranca.

"Não precisa, eu me sinto bem. Apenas cansada." Deito minha cabeça na lateral da dele e Harry leva os dedos ao meu cabelo.

"Quer ir pra cama?"

"Quero. Me leva no colo?" Peço com minha melhor cara de súplica, o que o faz rir.

"Tudo bem. Mas só porquê me pediu com jeitinho."

Harry se levanta e quando se vira pra me pegar, meus neurônios bêbados me inspiram a subir nas costas dele ao invés. Ele tenta protestar de início, mas minha meninice o contagia e o que era pra ser um gesto romântico, se torna um ato cômico.

"Mais rápido, mais rápido." Exijo, pulando nas costas dele.

"Charlotte, você vai me fazer te derrubar no chão." Repreende, apertando minhas pernas ao seu redor numa tentativa de me manter no lugar.

"Se me derrubar, eu te puxo junto." Ameaço bem séria, ganhando um tapa na bunda nada sério em réplica.

Ao chegarmos no quarto, sou colocada na cama. O ambiente me anima e eu puxo Harry também para o colchão, retirando o pirulito de sua boca para beijá-lo.

"Amor, não." Balbucia contra os meus lábios, tentando em vão lutar contra os meus beijos.

"Só mais um pouquinho." Sussurro, mordiscando o lábio inferior dele.

Nossas línguas se acariciam, os lábios dele molhados e macios entre os meus, o nariz dele cutucando minha bochecha, mas ao perceber que estava se deixando levar além da conta, se ergue do meu corpo e se afasta.

"Não, chega. Você bebeu e tem que dormir. Chega." Não sei se está dizendo isso pra mim ou pra si mesmo. Talvez os dois.

O pirulito é recuperado e devolvido a boca dele. Com isso eu respiro fundo, lastimando o fato de que terei de me levantar pra escovar os dentes antes de realmente me permitir cair no sono. Agora que estou na cama, sinto minhas pernas doendo e amaldiçoo a mim mesma por ter escolhido salto alto para o dia de hoje, já que dancei e trabalhei tanto.

Num repente, Harry emite um som de susto, seus olhos se arregalando. Ele leva a mão ao palito do doce e quando abre a boca na maior cautela, vejo creme branco em sua língua - o recheio do pirulito. Sem que eu tenha controle algum a respeito, um certo pensamento me atinge com uma força descomunal. Não consigo tirar os olhos da imagem diante de mim.

O formato fálico ainda está conservado. O recheio branco faz um rastro na língua dele e quando puxa o doce pra fora, uma gota obscena suja seu lábio. Harry está embaraçado, em partes se divertindo, mas o que me faz estremecer de verdade é o olhar que desfere pra mim.

Sinto um arrepio que não sei explicar. Fecho meus olhos e me viro de lado, meu coração acelerado. Não sei exatamente no que estou pensando e se faz algum sentido, mas a cena não sai da minha mente, nem mesmo quando me levanto pra ir ao banheiro ou quando me forço a tomar um banho frio, muito menos quando cuido da minha pele.

Vamos pra cama num silêncio esquisito. Harry apaga as luzes depois de tanto me perguntar se estou mesmo bem, minha resposta sendo sempre a mesma. Ele me dá boa noite e eu só consigo responder segundos depois. Quando me abraça, eu me obrigo a focar no sono que senti antes e que me fugiu completamente.



• • •



Acabo tendo sonhos eróticos durante a noite que me fazem acordar cheia de culpa, principalmente por não me sentir envergonhada de verdade por eles. Uma sessão de imagens que me fizeram suar frio.

Não iria conseguir ficar na cama por muito mais tempo, com o corpo da estrela das minhas fantasias tão colado junto ao meu, que estava febril e agitado. Me levantei devagar e tomei uma chuveirada fria.

Ainda me sentia um tanto mal, um tanto confusa, então ocupei minha mente fazendo algo de bom para o meu namorado ainda adormecido: um café da manhã para ser servido na cama.

Abro a porta do quarto com cautela. Harry ainda deitado na mesma posição, ainda na terra dos sonhos, mas sua mão que me abraçava já começa a perceber a minha falta. Ele aperta os dedos ao redor dos lençóis, não era o que ele queria, portanto seu cenho se franze, seus músculos despertando.

"Char." Murmura roucamente, os lábios formando um beiço sonolento.

Caminho até a cama e me abaixo ao lado da mesma, deixando a bandeja do café da manhã no chão. Me sento na ponta do colchão e o peso do meu corpo é percebido por ele, que se vira ainda de olhos fechados na minha direção. Prendo meu cabelo num coque qualquer, só para não me atrapalhar, e me inclino sobre o rosto dele, o beijando em todos os cantos.

"Char..." Ele encontra o meu quadril, então a base da minha coluna, até subir os dedos pelas minhas costas e repousá-los na minha nuca. "Charlie."

"Estou aqui." Sussurro, achando graça da quantidade de vezes que está dizendo meu nome. "Estou aqui, com você."

"Por que não está na cama?" Questiona aborrecido, mesmo que ainda estique os lábios para me beijar.

"Mas eu estou." Esfrego a ponto do meu nariz no nariz dele.

"Não, assim não." Balança a cabeça.

"Perdi o sono." Omito o motivo do meu despertar, ainda incerta sobre a procedência daqueles sonhos. Não quero assustá-lo ou pior, ofendê-lo.

"Sinto cheiro de café."

"Abra os olhos e veja de onde o cheiro vem."

Preguiçosamente, Harry pisca seu sono pra longe, mostrando o verde claro dos olhos estreitos pela luz da manhã. Ele sorri quando me vê e pede outro beijo - ou exige - ao puxar minha nuca. Ao separar nossas bocas, olha para a bandeja no chão e seus olhos brilham.

"Bom dia." Digo, não contendo meu próprio sorriso.

"Isso é pra mim?" Pergunta ao roçar o polegar pelos meus lábios.

"Todo seu."

Animada, me sento ereta para acomodar a bandeja no meu colo, pronta para exibir tudo que há nela, preparada pensado nele. Harry se empolga também e agarra os outros travesseiros para apoiar as costas, erguendo o corpo no colchão. Não há camiseta em seu tronco e os lençóis cobrem o único pedaço de tecido que tapa seu centro.

"Café sem açúcar, suco de laranja, torradas, geleia, pedaços de manga e melancia e uma fatia do bolo da Naomi." Introduzo o cardápio que consegui reunir no improviso e pelo semblante iluminado dele, imagino que tenha gostado.

"Acho que você me conhece o suficiente." Brinca, esticando a mão para tocar no meu joelho dobrado. "Muito obrigado, meu bem. Eu adorei."

"De verdade?"

Harry, não deixando a bandeja o impedir, se aproxima de mim e me puxa para mais um beijo. Sou eu quem recuo dessa vez, temendo derramar alguma coisa.

"Isso responde?" Indaga e só o que me resta é balançar a cabeça, boba demais para falar.

A bandeja passa para o colo dele, que não tarda em começar a comer com a boca mais deliciosa e satisfeita do mundo, sorrindo pra mim como uma criança que encontra o Papai Noel pela primeira vez.

Ao descobrir que eu ainda não tomei meu próprio café, Harry insiste em me dar as frutas na boca, assim como as torradas. O bolo, no entanto, não é dividido comigo, já que ele alega ter prioridade por não ter comido do mesmo na despedida de solteira da minha amiga ontem.

"Que parte da anatomia do pênis eu estou comendo agora?" Pergunta ao dar uma garfada generosa.

Analiso a parte da cobertura que ainda está inteira, tentando me lembrar da região do bolo que tirei essa fatia na festa ontem.

"A base... eu acho."

"Hum. Pelo menos não são as bolas." Faz um gesto de sobrancelhas, rindo por fim.

Foi apenas uma piada, mas a minha mente viaja até os sonhos que me perturbaram durante a madrugada e meu sorriso se esvai. Sinto culpa outra vez e por um longo instante, perco a compostura.

"Meu amor, você está bem?" A voz preocupada de Harry me desperta do desconforto. Ergo a cabeça e forço um sorriso, acenando positivamente. Obviamente, ele não acredita em mim. "Não parece bem. Me diga o que houve."

"Não foi nada." Desvio o olhar, mexendo no cabelo.

A bandeja do café é colocada no lado vazio da cama e, sem o menor aviso, Harry fica de joelhos no colchão, se jogando sobre mim. Eu caio deitada de costas, seu corpo me dominando.

"Harry." Rio da atitude ousada e repentina, mas ele não acha tão engraçado como eu. "O que está fazendo?"

"Te obrigando a contar o que aconteceu pra te deixar cabisbaixa de uma hora pra outra." Declara, partindo então para um ataque de cócegas.

Eu grito, meus pés batendo no chão. Mando ele parar e me surpreendo quando ele me obedece.

"Vai me contar?"

Pelo tom, sei que se eu me negar ele vai atacar minhas costelas outra vez. Não tenho outra alternativa a não ser me abrir com ele.

"Eu conto, eu conto." Suspiro ofegante e sinto alívio quando as mãos dele se afastam das laterais do meu corpo. Seu olhar expectante, contudo, me deixa tensa mais uma vez.

E se eu estiver sendo extremamente ridícula?

"Sonhei com você." Confesso um terço da verdade, me distraindo com as tatuagens no peitoral dele para não ter de fitar seus olhos.

"Sonhou?" O vejo relaxar um pouco. "Mas foi um sonho bom?"

Foi? No momento havia sido confuso, delicioso, mas confuso. E diferente. Ainda não tenho plena certeza se faz sentido.

"Talvez. Eu ainda não sei."

"Como pode não saber? Não entendo. Como foi o sonho?"

Respirando fundo, tomo coragem para me fazer mais clara.

"Sonhei..." Passo os braços ao redor do pescoço dele e dobro as pernas pra cima, emoldurando seus quadris. "Bom... Sonhei com você. Em alguns momentos assim, em outros momentos eu estava por cima."

O vinco entre as sobrancelhas dele desaparece e então reaparece ao redor dos olhos, com o sorriso malicioso que dá.

"Estou entendendo agora." Responde, se divertindo com a notícia. "Mas espere." Fica sério novamente. "Não sabe se foi bom? Eu... E-Eu brochei?" Gagueja, temeroso, o que me faz rir genuinamente.

"Não." Balanço a cabeça e ele relaxa com um suspiro.

"Então o que houve? Não deixei você gozar? Ou quem sabe tenha te deixado dolorida demais?" Vai chutando, muito mais interessado no assunto do que imaginei que ficaria.

"Você se acha, sabia? Um tremendo presunçoso quando quer." Zombo, passando a mão pelo cabelo dele que está caindo em sua testa.

"Diga logo! Me deixou curioso." Apressa, deitando a testa na minha.

"Bom..." É agora que essa história pode ficar muito estranha ou bem interessante. Meu estômago está frio. "Não sei exatamente como, mas... em um dado momento... era eu penetrando você."

Instantaneamente, com todas as imagens pornográficas do sonho voltando a minha mente, minhas bochechas esquentam e meu baixo ventre se aperta. Não de vergonha.

"Me lembro da sua cabeça entre as minhas pernas... mas não era... não era-" Um arquejo me interrompe, o silêncio cortante de Harry sobre mim me esmagando como seu peso nunca poderia. "Você estava chupando- Não acho que era eu."

"Tinha outra pessoa conosco?" Indaga depressa e quando nosso olhar se encontra, vejo suas pupilas um tanto dilatadas.

"Não." Nego veementemente, franzindo o cenho. "Não. Éramos só nós dois." O abraço pelo pescoço com um pouco mais de firmeza.

"Então-"

"Sei que é estranho." O interrompo para me explicar. "Eu também não entendi muito bem. Só sei o que vi e mesmo assim... não me recordo com a clareza que gostaria."

"Sonhos normalmente são assim." Comenta baixo, ainda me encarando intensamente. Sei que seus pensamentos estão longe e eu não o culpo, não há outra reação para o que acabo de lhe contar.

Faz-se silêncio entre nós e eu fico esperando ele dizer alguma coisa ou, na melhor das hipóteses, mudar de assunto.

"Você está nervosa. Por que?"

Por algum motivo, a questão me deixa aborrecida.

"Acabei de contar ao meu namorado que eu sonhei que eu tinha um pau. Como acha que eu devo me sentir? Já não basta ter de lidar com a ideia que você vai fazer de mim, se é que já não tinha alguma. Depois disso, com certeza passarei de vadia pra uma completa pervertida sexual." Desabafo minhas frustrações, em partes me sentindo mais leve.

Com uma carranca nada amigável, Harry segura meus pulsos e os prende acima da minha cabeça, capturando minha plena atenção.

"É isso que você acha que passa pela minha cabeça? Que eu considero a minha namorada uma vadia, uma pervertida sexual?"

"Foi só maneira de dizer." Reviro os olhos.

"Pois ache outro." Ele solta os meus pulsos devagar, descendo as mãos pelos meus braços. "Não gosto quando fala assim de si mesma. Não faz jus ao que eu penso, ao que você é."

Num impulso, pego as mãos dele e entrelaço os nossos dedos sobre a minha cabeça. Minhas coxas roçam os quadris dele com mais firmeza.

"O que pensa de mim? O que eu sou?"

"A mulher mais bonita, mais divertida, inteligente e sensual que eu já conheci." Responde sem pestanejar. "A mais desejável, teimosa e espirituosa também. Gentil e boa, amorosa e determinada." Seus lábios se abrem para acrescentar mais alguma coisa, porém, de repente, ele desiste e passa a apenas olhar para mim de forma apaixonada.

Sinto algo na ponta língua, uma coceira. São palavras, eu noto, mas sinto medo delas.

"Me desculpa se foi ofensivo pra você ouvir isso." Digo sobre meu sonho esquisito, ainda acanhada. "Acho que todas aquelas piadas de pau antes de dormir poluíram a minha mente."

"Não estou ofendido e sim, curioso. Muito curioso." Admite e o tom de sua voz se assemelha muito ao de quando está excitado. "Como exatamente funcionou esse nosso momento exótico? Estava usando um brinquedo ou o pau era seu?"

"Não me lembro bem." Minha respiração se descompassa com o tópico do assunto.

"Não me esconda nada agora, Char. Já aguçou minha imaginação." Ele impulsiona os quadris contra o meu centro, apertando minhas mãos agarradas as suas. Está duro.

"Você não pode ter gostado disso." Suspiro desacreditada e, sim, excitada.

"O quão forte você me fodeu com ele?"

"Harry!"

"Por favor, pare de reprimir isso. Eu sei que você gostou, porque estava gaguejando como uma garotinha virgem ao me contar." Suplica ao fechar os olhos.

"Do que me chamou?!" Me ofendo, mas ele não deixa isso o parar agora.

"Te deixou com tesão? Só me diga isso."

"Sim!" Exclamo, meu peito subindo e descendo pesadamente abaixo dele. "Sim, me deixou com tesão e eu não... Eu não sei se faz sentido."

Harry investe bons instantes me fitando, suas pupilas ainda maiores.

"Se faz sentido ou não, só há um jeito de descobrir." Diz e faz uma pausa que me convida a concluir o raciocínio.

"Como? O que está pensando?" Indago um tanto desesperada.

Como que para me torturar, se desvencilha de mim aos poucos antes de me responder. Ele se senta na cama e me encara sobre seu ombro largo. Antes mesmo que abra a boca, já sei o que vai dizer e só então quando diz, estremeço.

"Vamos ter que testar na prática."



• • •



Dois dias depois e mesmo assim a ficha demorou a cair pra mim. Mesmo quando ouvi o consenso saindo da boca dele. Até mesmo depois de ter ido pessoalmente comprar tudo o que iremos usar. Apenas percebi que meu sonho iria se concretizar quando ouvi a batida na porta do meu closet, seguida de um pedido do meu namorado para que eu o maquiasse.

Aperto meu roupão para esconder a lingerie que escolhi pra nossa aventura de hoje - quero fazer surpresa - e só então o permito entrar. Há bobs no meu cabelo e minha própria maquiagem não está finalizada, mas eu não poderia negar um pedido desses, por mais atônita que esteja.

Peço pra ele se sentar numa cadeira acolchoada de frente pra mim. A penteadeira está logo ao nosso lado, todos os meus produtos a disposição, é o ambiente perfeito. Harry entra acanhado no quarto, olhando para as minhas coisas como se as estivesse vendo pela primeira vez. Quando se senta onde instruo, vejo suas mãos inquietas. Ele está tão nervoso quanto eu para o que faremos.

"Me explique isso direito. Quer se maquiar?" Pergunto, demorando a acreditar.

"Quero. Na verdade quero que você me maquie. Eu não sei como." Esclarece timidamente, seus olhos fugindo dos meus.

"Posso perguntar o motivo? De onde tirou essa ideia?"

Ele suspira, seus dedos apertados no colo.

"Quero ficar bonito pra você. Como você faz pra mim todas as vezes. Você vai..." Ele não conclui a frase. "Hoje, é como se fossemos trocar os papéis. Quero mostrar o quão interessado eu estou nisso tudo."

Meu coração palpita no meu peito e por segundos posso jurar que lágrimas ameaçam cair.

Não tinha visto essa nossa aventura sexual como uma troca de papéis antes, quando fantasiei a respeito, mas agora que ele citou consigo ver acontecendo bem desse modo. Meu estômago borbulha de antecipação, a ideia me animando além do esperado.

"Se é o que você quer, então fico feliz em ajudar." Declaro e ele sorri pra mim com gratidão, seus ombros relaxando. "Agora me diga o que você quer que eu faça no seu rostinho bonito."

Harry olha para toda a minha maquiagem espalhada na penteadeira e se perde, me fazendo rir.

"Eu só conheço batom, rímel, blush... Era tudo o que a minha irmã usava quando morávamos juntos, em casa." Compartilha, dando de ombros.

"Tudo bem. Você tem ao menos uma ideia de como quer o resultado final? Que tipo de look?"

Harry olha pra si mesmo no espelho envolto de luzes brancas diante de nós e reflete. Fico esperando ele se decidir com uma empolgação gostosa e leve. É a primeira vez que falo sobre maquiagem com um namorado e está sendo melhor do que jamais poderia imaginar.

Pelo visto, hoje é um dia para experimentações.

"Não quero nada elaborado ou pesado. Basta algo que realce os olhos e... talvez um pouco de brilho- O que é aquela coisa que você passa no alto das bochechas e na ponta do nariz?"

"Quer dizer, o iluminador?" Mostro pra ele uma embalagem redonda de pó compacto champanhe, me admirando em saber como seus olhos atentos captam certos detalhes de forma imperceptível.

"Sim, isso. Iluminador. Fica muito bonito em você. Acha que vai ficar bem em mim?"

"Se vai ficar bem!" Arqueio as sobrancelhas com a inocência na questão. "Pois já sei exatamente o que fazer com você. Confie e verá como vai ficar muito bem."

Harry não diz mais nada sobre isso, permanece sentado e me deixa comandar o embelezamento. Sua timidez some no ar e a cada produto que pego, segue a indagação dele para saber do que se trata.

Sua curiosidade nos dá abertura pra conversar diversas, que deixam o ambiente mais alegre e caloroso. Os minutos vão passando sem nos darmos conta e o nosso nervosismo para o ato carnal da noite vai se amenizando, ficando esquecido.

"Já fez isso outras vezes?" Eu pergunto enquanto espalho a sombra cremosa nas pálpebras dele. Possui o mais ínfimo e transparente dos glitters, perfeito para ele nesse momento.

"O que? Me maquiar? Não, é a minha primeira vez. Oh, espera. Acredito que tenham usado um pouco de maquiagem em mim no ensaio para as fotos do álbum. Mas aquilo não foi nada, nada desse tipo."

"Tem razão, já que vai sair daqui como uma dragqueen." Brinco e ele morde o lábio para conter a risada. "Mas... não era bem sobre isso que perguntei." Informo devagar, mudando o assunto para um de cunho mais pessoal.

Ele abre os olhos quando não me sente mais tocando suas pálpebras e aquele verde intenso me fita de perto. Não preciso esclarecer nada, vejo que me entendeu.

"Não é a minha primeira vez fazendo anal, não."

Umedeço meus lábios antes de dizer mais alguma coisa, me dando um certo tempo pra pensar.

"Quando fez pela primeira vez?"

"Eu tinha 19 anos."

Condeno a mim mesma pelo olhar de expectativa que deixo transparecer tão sem sutileza. A bem da verdade é que sempre quis ter essa conversa com ele, desde quando descobri que ele possivelmente se interessa por homens também, mas nunca surgiu uma oportunidade onde esse tópico soaria casual.

Harry ri num suspiro ao ver minha expressão de por favor, continue falando e por sorte não se mostra ofendido. Ele se ajusta na cadeira, chegando mais perto de mim, suas mãos encontrando meus joelhos abaixo do roupão atoalhado para repousar.

"Eu tinha 19 anos e ele tinha 25. Nos conhecemos num bar escuro e meio sujo em Manchester, enquanto eu estava na fila do banheiro."

"Romântico." Comento e ele ri um pouco mais, porém, aos poucos, vai ficando mais sério e um tanto entristecido.

"Não gosto muito dessa história." Sussurra, olhando para o chão.

"Você não precisa me contar nada. Esqueça que eu perguntei." Me apresso em dizer, largando os produtos que tinha na mão para tocar o rosto dele livremente. "Me desculpa, tá bom? Não vou mais tocar no assunto."

"Não precisa pedir desculpas, é só- Eu só não gosto de me lembrar de certo erros."

"Como assim?" A pergunta escapa antes que eu possa impedir.

Harry ergue a cabeça e olha pra mim. Ele sobe a mão até a minha nuca e faz menção em me beijar, contudo desiste no último segundo e permanece me encarando com a mente agitada.

"Eu namorava quando o conheci. Minha primeira namorada. Estávamos juntos desde os 16 anos e não era mais a mesma coisa. Eu era jovem e estúpido, fui facilmente manipulado por ele, e com as minhas dúvidas sobre o motivo dele mexer tanto comigo, um homem, acabei cedendo. Foi um erro enorme, não só porque traí alguém que me amava, mas porque ele nunca gostou de mim de verdade. E eu pensei que estava apaixonado..." Ri com escárnio. "Mas estava apenas deslumbrado. Ele era descolado, um pouco mais velho, mais experiente. Realmente achei que fosse a melhor coisa que tinha me acontecido na época. E parecia mesmo, até ele sumir sem me dar notícia alguma um dia após a confissão dos meus sentimentos."

Minha respiração estava presa durante toda a história dele sem que me desse conta. Cada frase me surpreendeu mais que a anterior. Definitivamente não esperava por algo assim.

"Harry-"

"Eu sei." Ele acaricia meu rosto, passando o polegar pelos meus lábios, antes de me soltar e reunir as mãos em seu colo. "Mas eu precisava te contar, porque... Porque, como seu namorado, eu te devo honestidade."

"Você não me deve nada." Balanço a cabeça.

"Essa pode não ser a palavra, mas ainda assim... Eu precisava contar." Esclarece. "Eu também gosto de garotos, Charlotte. Às vezes, quando eles não são... péssimos. Mas eu gosto deles."

Me inclino para ele, tomando suas mãos nas minhas. Pelo tom de sua voz e a expressão em seu rosto, essa confissão não está sendo tão fácil pra ele, mas me emociona de um modo ou de outro por ele estar confiando em mim.

"Sei exatamente o que quer dizer. Garotos podem ser... terríveis!" Franzo o nariz, balançando a cabeça para elucidar minhas palavras. "Não só terríveis, eles podem ser-"

"Babacas." Harry completa por mim.

"Egoístas." Acrescento.

"Verdadeiros filhos da puta." Com isso, nós rimos.

"Minha mãe e minha irmã sabem. E agora você. Talvez eu conte para o Mitch, mas... Eu me sinto bobo." Ri de nervoso, levando os dedos aos olhos, mas ao se lembrar da maquiagem, interrompe o movimento.

"Por que? É só quem você é." Tranquilizo com um sorriso.

"Esse é o problema, eu não sei exatamente o que eu sou. Eu gosto de garotas e, as vezes, gosto de garotos também, mas... Eu não me sinto confortável em me encaixar num rótulo." Explica, comprimindo os ombros. "Acredito que seja por isso que demorei tanto tempo pra contar pras pessoas. Eu não saberia o que contar."

É quase palpável a incerteza dele, está exalando de seu corpo tenso.

"Poderia contar da mesma forma que contou pra mim. Mas, falando a verdade, você não precisa esclarecer nada pra ninguém. A sua sexualidade é apenas um assunto seu." Digo, resoluta, afim de passar confiança a ele. "Bom, e meu também. Sabe, já que sou eu quem vai estar na cama com você."

Ele acha graça, sua energia se tornando mais leve outra vez.

"Não há pressa em definir nada disso. Você não precisa se definir se não quiser. Pra mim vai continuar sendo esse homem lindo," Beijo sua testa "atencioso," Beijo a ponta de seu nariz "amável," Seguro sua bochechas e beijo ambas "extremamente sexy e divertido." O sorriso no rosto dele é enorme. "Você sempre vai ser esse Harry pra mim."

"Obrigado, meu amor." Aceita o restante dos meus beijos de bom grado. "Agora, por gentileza, se afaste ou vai estragar a minha make." Brinca, recuando o corpo do meu para se virar de frente para o espelho. Apesar da travessura, noto que há lágrimas em seus olhos, que ele logo trata de fazer desaparecer.

Sinto uma onda súbita de orgulho, não só dele, mas de nós, como um casal. Foi um dos momentos mais bonitos que tivemos e eu quero me lembrar disso pra sempre.

Dito isso, termino ambas as nossas maquiagens ainda sob muito papo trivial. Demarco o olhar dele com um esfumado de preto e marrom e faço o mesmo em mim, só que de forma muito mais dramática e sensual. Harry mesmo escolhe o blush que quer usar e sou eu quem tenho de socorrê-lo quando suas bochechas ficam vermelhas demais.

Tiramos uma miríade de fotos juntos, a maioria fazendo palhaçada, até que uma sai decente o suficiente para ser levada a sério.

Depois disso, nos separamos novamente para finalizar nossos trajes antes de começarmos de fato a aventura noturna. Harry disse que separou algo especial pra mim e eu termino de me arrumar numa ansiedade tremenda para colocar as mãos e os olhos no meu namorado.

Meu celular vibra sob a minha penteadeira com uma mensagem dele, informando que já está pronto, sendo assim deixo meu closet e ando até o quarto. Estou com um frio na barriga, mas não deixo isso me impedir de estufar o peito e pisar firme sobre os meus saltos altos.

A porta do quarto está entreaberta e do corredor já posso ver a meia-luz que clareia o ambiente de forma romântica. Bato na porta três vezes e a voz dele me convidando pra entrar é ouvida sem demora. Empurro a mesma devagar e a cena que me aguarda me faz paralisar por instantes de admiração.

Há velas espalhadas pelo chão do quarto, um tanto longe da cama por medida de segurança - imagino. O colchão está forrado com um lençol de seda preto, muito bonito por sinal, mas o que me chama mesmo a atenção é o corpo deitado sensualmente por cima do mesmo.

Pernas longas e torneadas envoltas em uma meia-calça arrastão preta, um peitoral tatuado e músculo completamente nu. Vestido com praticamente nada, Harry me aguarda sob a cama deitado de lado, a curva do quadril fazendo sua cintura ganhar outra; um dos braços sustentando sua cabeça para cima enquanto o outro apenas enfeita sua lateral.

Termino de comê-lo com os olhos e fito seu rosto, o sorriso provocador e lisonjeado já me esperando, o olhar marcado e ainda mais verde por conta da maquiagem me hipnotizando.

"Finalmente. Estava ficando impaciente." Ele provoca cinicamente.

Sem palavras, deixo a bolsa com os instrumentos de hoje no chão e caminho até ele. Harry checa minha aparência sem nenhuma vergonha, consumindo a cinta liga presa a meia-calça que cobre as minhas pernas e o espartilho de renda que delineia meu tronco - tudo preto, porque não haveria de ser em outra cor.

"Absolutamente linda, meu amor." Elogia. "Mais atraente que nunca."

Me ajoelho no colchão e engatinho até ele, me posicionando aos poucos sobre seu corpo. Ele muda de posição, se deitando de costas para me deixar mais à vontade.

"O que é tudo isso?" Eu pergunto ao deslizar a mão pela coxa dele acima, sentindo os fios da meia-calça arrastão na minha palma, sua pele delgada logo abaixo.

"É pra você." Responde, a medida que eu agora afago sua cintura incrivelmente fina para um homem. Me inclino sobre seu rosto e Harry se deita completamente no colchão. "Gostou?"

Roço meus lábios nos dele, que abre os seus pra mim esperando pelo beijo que eu adio em dar, apenas saboreando a disposição dele ao meu bel prazer.

"Se eu gostei?" Lambo o vão de sua boca e Harry arfa. Cegamente, pego uma de suas mãos e a levo até a minha calcinha fina, introduzindo seus dedos no tule para que ele me sinta e obtenha sua resposta. Meu clitóris está inchado de excitação, minha entrada se umedecendo e tudo pela simples visão dele, vestido assim, me esperando na minha cama. "O que você acha? Eu gostei?"

Ele hesita em responder, olhando dos meus lábios para os meus olhos como se tivesse dificuldade com o que se concentrar.

"Acho... que sim." Diz enfim, engolindo em seco logo depois.

Suas palavras não me satisfazem, portanto agarro ambos os seus pulsos e os prendo aos lados de sua cabeça, o sobressaltando. Meus joelhos me sustentam cada um de um lado de seus quadris, os meus estendidos no ar. Meu cabelo acaba caindo nos nossos rostos, então eu o jogo para o lado com um movimento de cabeça, Harry abaixo de mim boquiaberto.

"Se acha, então não me fiz muito clara. Permita-me, meu amor." Declaro antes de atacar seus lábios com um beijo de tirar o fôlego.

As mãos dele lutam para se soltar do meu aperto, doido para me tocar, mas a brincadeira ainda está começando. As ergo até o alto de sua cabeça e desço meus beijos para seu pescoço, arrancando gemidos e arquejos de sua boca. Mordisco com gosto o ponto mais sensível de seu pescoço e as costas dele arqueiam, seu corpo inquieto pelas ondas de prazer.

"Char." Sussurra roucamente.

"O que você quer que eu faça primeiro? Me diga e eu faço."

"Eu... Eu não sei. Qualquer coisa." Confessa.

Sorrio pra ele e solto suas mãos, descendo as minhas para suas costelas.

"Posso fazer o que eu quiser, sendo assim?"

Ele concorda sem pestanejar, me fazendo rir baixinho. Lhe dou mais um beijo na boca e logo levo minha atenção aos seus mamilos, já que ele gosta desse tipo de toque tanto quanto eu.

Harry leva os dedos ao meu cabelo, acariciando minha cabeça enquanto eu lhe aprecio abdômen abaixo. Sua respiração está mais acelerada, mas mesmo assim ele espera pacientemente até que eu me contente com o destino de cada beijo, cada toque.

Me ajoelho entre suas pernas para melhor despi-lo e, agarrando o cós de sua meia-calça, a deslizo para baixo sem pressa.

"É uma pena não poder deixá-lo com ela, mas eu adorei a surpresa, querido. Adorei mesmo." Isso tira um sorriso satisfeito do meu namorado, que ergue os quadris do colchão para me ajudar a livrá-lo da peça.

Quando suas pernas ficam desnudas, mudo minha atenção a peça íntima que ele veste - uma espécie de cueca mais cavada, quase como uma calcinha. Me pergunto onde ele conseguiu essas coisas, mas no momento estou mais interessada em outra coisa. De toda forma, não o dispo inteiramente ainda, brinco com a rigidez de seu membro ainda coberto até fazê-lo implorar para que eu o toque de verdade. E consigo o que eu quero, Harry fica tão instigado com minha provocação que ele mesmo tenta se livrar da cueca, me olhando com súplica.

"Continue sendo bonzinho." Repreendo e ele imediatamente abaixa as mãos, agarrando os lençóis para não cair em tentação. "Isso, muito bem. Merece a minha boca. Você a quer?"

"Quero, por favor." Murmura submisso.

"Tão educado." Rio, mordendo o elástico da cueca e o puxando levemente pra baixo. "Merece também gozar mais de uma vez."

Cumprindo minhas promessas, o livro da peça íntima e, depois de massageá-lo, coloco Harry na boca da forma mais delicada que consigo. Ele está sensível pela excitação, então o menor toque dos meus lábios em sua ponta o faz gemer e revirar os olhos. Começo devagar, com carinho, para só então sugá-lo com mais vontade, girando minha língua ao redor de seu comprimento, o fazendo tocar o fundo da minha garganta vez ou outra.

Faço o que ele faz comigo quando está me chupando e coloco suas pernas por cima do meu ombro. Ele ri com isso e responde o gesto com um cafuné na minha cabeça. Me desvencilho de seu pau por alguns segundos, só para tomar ar, mas deixo marcas amorosas na parte interna de suas coxas nesse ínterim. Quero que ele se lembre desse momento mesmo quando acabar.

Ao colocá-lo na boca outra vez, me dedico a ir mais fundo até que meu nariz toque sua base. Aperto suas bolas e ouço ele grunhir alto. Recuo segundos depois deslizando meus lábios por toda a sua extensão. Chupo sua ponta com certa firmeza e não demora pra ele gozar, seu líquido quente pintando a minha língua.

"Porra-" Ele estremece, meu cabelo sendo apertado em seus dedos, já que eu ainda estou o chupando. Ergo meu olhar para conferir sua reação e vejo Harry de mandíbulas tensas, os olhos cerrados. Ele reúne forças e se ergue sob os cotovelos para me encarar de volta, seus lábios partidos com os arquejos incontroláveis.

"Muito sensível?" Pergunto cinicamente, lambendo sua ponta.

"Uhum." É tudo o que consegue fazer.

Lhe dou uma última chupada e paro o oral, me colocando de joelho de novo para arrumar meu cabelo. Ele cai de costas no colchão, sua respiração descompassada. Será melhor lhe dar uns minutos pra se recuperar.

"Desculpa, eu me empolguei." Digo e ele sorri cansado, fazendo um gesto de deixa pra desleixado antes de deixar a mão cair no colchão de novo.

Aproveito esse momento para pegar a bolsa com os brinquedos sexuais e selecionar o que eu vou precisar para o ato principal. Descarto meu saltos altos pra ficar mais confortável, reservo os brinquedos no canto da cama e me deito de bruços ao lado do meu namorado.

"Meu boquete arrasa, não é?" Me gabo e Harry ri, mas por fim concorda.

"É explosivo!" Virando de lado, ele passa o braço pela minha cintura e repousa a mão na minha bunda quase completamente exposta. "Minha Cherry Bomb."

O novo apelido me faz sorrir orgulhosa e eu reclamo um beijo de seus lábios macios.

Pensei que ficaríamos só em carícias leves até que ele se recuperasse do primeiro orgasmo, mas Harry fez questão de enfiar os dedos na minha calcinha outra vez e fazer mais do que me sentir excitada. Isso serviu não só para me dar prazer, mas também para ajudá-lo a ficar duro de novo.

Sou eu quem tem o pescoço contemplado quando ele decide se colocar por cima, puxando as amarras do espartilho pra afrouxar meu decote e acessar um pouco mais os meus seios, a medida que eu gemo e me contorço com a influência de seus dedos.

"Quero foder você. Agora." Sussurro contra os lábios dele, apertando suas nádegas para me fazer entendida.

"Me deixe te fazer gozar primeiro." Negocia, sem me convencer.

"Eu disse agora, Harry. Quero você agora." Digo com mais firmeza, ganhando um olhar avaliador dele, que aos pouco vai se dando por vencido.

Devagar, ele retira os dois dedos que enfiou em mim e, revestidos na minha excitação, ele os leva a boca e me beija para que eu sinta o gosto. Inverto as nossas posições e me estico para pegar o lubrificante anal e a cinta peniana. Harry me ajuda a prender essa última na frente da minha virilha e o resultado final faz ambos sorrirem com malícia.

"O que você achou?"

Harry se deita de lado novamente e suspira ao fitar o pênis falso na cinta, certamente formando um julgamento sobre o mesmo. Me sinto estranhamente nervosa sobre isso.

"É um pau, sem dúvida." Dá de ombros.

"Só tem isso a dizer?" Sua resposta insatisfatória não me agrada.

"Meu bem, o que você quer que eu diga?" Ele está se divertindo com isso.

"Se você gostou ou não, se achou... suficiente." Digo meio sem jeito para achar as palavras certas.

"Suficiente?" Harry não consegue conter o risinho, mas ao ver meu desgosto, limpa a garganta e finge que nada aconteceu. "Meu amor, você tem um pau muito, muito suficiente." Elogia, acariciando o meu quadril com a sua mão livre.

O sorriso que me dá é verdadeiro e bondoso. Sinto o peso da insegurança me deixando aos poucos. Comprei essa cinta sem mostrar antes a ele e meio que contei com a sorte para que fosse a certa e que o agradasse.

"Está falando sério?" Me sento de lado na frente dele, desejando proximidade com seu calor. "Você gostou mesmo? Acha que vai fazer um bom trabalho?"

"Querida..." Harry suspira e se senta também, segurando meu rosto com ambas as mãos para olhar no fundo dos meus olhos. "Você vai fazer um ótimo trabalho, eu tenho certeza disso." Ganho um beijo na ponta do nariz e outros dois nos meus lábios, que me fazem sorrir de novo.

De repente, algo muda em seu olhar e o breve instante fofo que tivemos estoura como uma bolha de sabão.

"Quanto a ter gostado ou não..." Sua voz fica mais rouca, aveludada, e eu sei que algo delicioso me espera. Harry se ajoelha no colchão e então, passa uma das pernas sobre as minhas, se posicionando para se sentar no meu colo. Eu me ajeito na cama assim que percebo sua intenção, para acomodar o peso de seu corpo, e em segundos sinto o contraste extasiante de suas nádegas contra as minhas coxas. Harry envolve meu pescoço com seus braços e eu cegamente rodeio a cintura dele com os meus, ocupada demais admirando a feição safada em seu rosto. "Vou mostrar se gostei ou não."

Sem saber o que dizer, opto por beijá-lo. Essa é uma posição que nós fazemos com frequência, mas nunca é ele sentado sobre mim e a inversão de papéis está me deixando desnorteada da melhor forma possível.

Exploro seu corpo em todos os pontos que posso alcançar, apertando, arranhando, fazendo carinho. Harry brinca com a cinta peniana só pra me provocar, masturbando a mesma num ritmo torturante de tão devagar e eu gemo só para representar o papel e me enturmar em suas ideias promíscuas.

"Não é tão grande, é médio, mas até que tem uma cabeça bem notável." Comento sobre o pênis falso a medida que ele continua o acariciando.

"E as veias, não se esqueça das veias." Ressalta, me fazendo rir. "Eu quero senti-las dentro de mim, Char. Vai me fazer senti-las?"

Um arrepio percorre a minha espinha com esse pedido, minha boca ficando seca.

"Vou fazer você sentir muito mais do que elas." Prometo e, sem mais delongas, agarro a embalagem do lubrificante para preparar as coisas pra ele e não machucá-lo na penetração. Não vou suportar esperar mais e tenho certeza que ele também não irá.

Cheio de fome, Harry toma o lubrificante das minhas mãos e reclama para si o trabalho, usando todos os dedos de suas mãos para umedecer cada centímetro do 'meu' pau para o próprio uso consciente. Quando se dá por satisfeito, captura os meus lábios com vigor e luxúria. Eu o massageio para que seu corpo relaxe, entre no clima, e a penetrando fique mais fácil. Sinto pré-gozo na minha palma e tomo isso como um sinal. Harry ergue os quadris e eu posiciono o pênis da cinta no local certo. Agora uma linha tênue nos separa de explorar esse território juntos.

"Me diga se doer. Me mande parar." Peço. "Você confia em mim, certo?"

"Claro que confio, Char. Eu-" Abruptamente, ele se corta, suas bochechas ganhando um tom rosado que não é de tesão.

"O que? O que foi?" Me preocupo com sua hesitação.

"Eu quero isso mais do que tudo. Por favor, continue." Conclui por fim e apesar de ter a sensação de que não era bem isso que ele queria dizer, faço o que pediu.

Com cautela, incentivo os quadris dele a descerem sobre mim e então permito que Harry tome o controle nessa parte, já que é dentro dele que tudo está acontecendo. Testemunho em primeira mão como o feito arrasa com ele e o tira de compostura de forma tão esmagadora. Me baseando no dia de nossa oficialização do namoro, quando enfiei meus dedos nele, sei que é apertado e sinto uma inveja lancinante do pedaço de borracha que está atrelado a cinta, mesmo sendo inanimado.

"Deus- Porra!" Ele treme quando finalmente tem toda a cinta dentro de si, sua testa caindo contra o meu ombro. "Queria que você pudesse sentir." Confessa, se agarrando a mim como se temesse me ver fugindo. "Queria que fosse tão bom pra você quanto é pra mim." Há certo pesar em sua voz e eu não gosto nada disso.

"Não seja tolo. Isso é tão prazeroso pra mim quanto é pra você, não importa que eu não esteja sentindo na pele. Eu sinto aqui." Coloco a mão sobre o coração e vejo as pupilas dele se alargando, tanto quanto eu acredito que estejam as minhas. "Ter você se sentindo tão bem é o que me faz bem." Murmuro antes de beijar o pescoço dele, sugando suavemente sua pulsação até ouvi-lo arfar.

"Você me faz bem, tão bem." Ele geme ao começar a se mover no meu colo, seus quadris indo pra frente e pra trás num esfregar que descompassa sua respiração e me deixa de boca aberta.

Apoio as mãos em sua bunda, não resistindo em senti-lo nessa situação tão nova. De tudo que pensei que faríamos juntos, ter Harry rebolando em cima de mim nunca havia passado pela minha mente e desconfio que se aquele incidente do pirulito não tivesse acontecido, nunca teria passado - o que seria uma grande pena, já que a transa mal começou e já está sendo uma das experiências mais incríveis pra mim.

O ritmo de suas investidas se intensifica e ele geme na minha boca, seu rosto colado no meu. Nos abraçamos como se nossas vidas dependessem disso e eu envolvo seus ouvidos com doces palavras sujas, como ele normalmente faz comigo.

"Tá gostoso?" Pergunto ao morder a ponta de seu queixo. Ele não consegue responder, apenas balança a cabeça, seus olhos fechados, sua boca aberta. Deixo um beijo em seu coração.

Em um dado momento, percebo que ele vai se cansando e entendo isso como uma deixa para mudarmos de posição. Peço pra ele ficar de costas, deitado de bruços pra ser mais confortável, mas Harry decide ser mais audacioso: ele se coloca de quatro.

Dou o que ele quer e me posiciono atrás do mesmo, o penetrando outra vez e não tardando em começar a estocar. Fico boba com o quão bem ele consegue arquear as costas e me contagio no momento, segurando o cabelo dele num punho e o quadril dele em outro.

Como já estávamos nos divertindo antes, Harry não leva muito tempo pra gozar pela segunda vez. Ele treme ainda mais fortemente, seu corpo suado, suas pernas fracas, gemendo melodicamente o meu nome e alguns praguejos antes de desmoronar na cama, fatigado e satisfeito.

Posso não ter sido fodida dessa vez, mas estou igualmente suada e me deito ao lado dele para recuperar o fôlego, afrouxando o espartilho para conseguir ficar mais à vontade.

"Ser sexy... dá trabalho." Harry ofega depois de uns minutos, fazendo nós dois rirmos com frase tão verdadeira. "Minhas costas estão doendo e as minhas pernas também. O rímel está fazendo os meus olhos coçarem."

"Pelo menos você não está usando isso." Abro o espartilho de vez numa única puxada e me livro dele enfim, o jogando no chão do quarto.

Sorrindo, Harry se arrasta na cama até mim e enfia o rosto entre os meus seios, descansando como ele gosta de fazer.

"Você estava de tirar o fôlego com essa lingerie. Me desculpa não ter elogiado o suficiente, eu estava ansioso."

"Eu também estava, não se preocupe. Você estava maravilhoso naquela meia-calça, quero que use pra mim outra vez."

"De verdade? Temi ficar ridículo." Admite, acariciando a circunferência do meu seio direito.

"Eu nunca mentiria sobre isso pra você."

"Então eu uso outra vez." Ergue a cabeça para declarar. "Em uma outra ocasião, me arrumo ainda melhor só pra você."

"Mal posso esperar." Sorrio largamente e ele sela nossos lábios num beijo suado e preguiçoso.

"Você gostou do que a gente fez? Seu sonho fez mais sentido?" Pergunta ao se lembrar do que conversamos a dois dias atrás.

"Sim, gostei muito e, bom, acredito que isso signifique que fez sentido. Você gostou?"

"Mmm, sei lá..." Finge ter dificuldade em responder, me fazendo lhe dar um tapinha no ombro. "Claro que eu gostei, minha Char. Teve o seu toque."

Uma risada borbulha na minha garganta, minhas bochechas se aquecendo de alegria.

"Agora, eu lhe imploro..." Se deita de costas no colchão caótico pós-sexo e me puxa pela cintura, querendo que eu suba sobre si. "Por favor, por favor goze. Me use como quiser, eu não me importo de ajudar, só ache um jeito de gozar ou eu vou me sentir muito mal."

"Harry." Acho graça da ênfase que ele coloca no pedido, principalmente por estar tão cansado como eu sei que está. "Eu posso cuidar de mim mesma depois."

"Não! Eu quero que cuide agora, Charlotte. Agora." Exige, sua voz escalando alguns oitavos ao fazer um beicinho mandão muito lindo.

Suspiro, revirando os olhos. Sei que não vou conseguir fazê-lo mudar de ideia e, pra ser sincera, não vou me importar em aplacar a frustração entre as minhas pernas. Além do mais, fiz um belo trabalho com ele hoje e mereço ser recompensada.

"Se insiste tanto..." Mordendo meu lábio, monto no colo dele com uma ideia ou duas na cabeça.

N/A: Começando 2023 com putaria, graças a Deus.

Espero que tenham gostado do capítulo
xx

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