𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.

By akastylessgirl

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Uma noite. Foi tudo o que precisou. Agora eles tem um acordo. • •... More

antes de ler / teaser
01 [ca•su•al]
02 [ten•são]
03 [pro•pos•ta]
04 [ex•ce•ção] (!)
05 [ca•pri•cho]
06 [a•cor•do]
07 [ris•pi•dez] (!)
08 [de•cep•ção]
09 [re•gra]
10 [em•pá•fi•a]
11 [pro•i•bi•do] (!)
12 [hos•ti•li•da•de]
13 [ge•ne•ro•si•da•de] (!)
14 [con•se•quên•ci•a] (!)
15 [hu•mil•da•de]
16 [in•si•di•o•so]
17 [do•mi•na•ção] (!)
18 [con•des•cen•den•te]
19 [a•fron•ta]
20 [ex•clu•si•vo] (!)
21 [a•lu•ci•nó•ge•no] (!)
22 [a•me•a•ça]
23 [dra•ma•ti•za•ção] (!)
24 [ir•re•ve•rên•ci•a]
25 [vul•ne•rá•vel]
26 [con•fi•an•ça] (!)
27 [con•for•tá•vel]
28 [em•bri•a•guez] (!)
29 [con•fli•to]
30 [dis•so•lu•ção]
31 [ci•ú•mes]
32 [re•ca•í•da] (!)
33 [pe•ri•pé•ci•a]
34 [sau•da•de]
35 [ins•pi•ra•ção]
[in•ter•lú•di•o]
36 [va•ri•a•ção]
37 [or•gu•lho]
38 [re•pa•ra•ção]
39 [con•ci•li•a•ção]
40 [a•mi•za•de]
41 [con•jec•tu•ra]
42 [ten•ta•ção]
43 [i•ne•bri•an•te]
45 [su•a•ve]
46 [sub•ter•fú•gi•o] (!)
47 [in•ti•mis•ta] (!)
48 [me•lí•flu•o]
49 [in•ver•são] (!)
50 [fe•ti•che]
bônus [texting]

44 [êx•ta•se] (!)

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By akastylessgirl

[condição daquele que está emocionalmente fora de si ou tomado por sensações adversas, intensas e contundentes; prazer vivíssimo, gozo íntimo, causado por uma grande admiração, enlevo ou pasmo.]

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HARRY

Estudos apontam que, após o primeiro uso de determinada substância, não há como ter a mesma experiência uma segunda vez. Embora trate-se da mesma substância, nosso corpo e mente sempre fará um registro diferente do que foi consumido, dando-se aí um dos fatores que fazem as pessoas repetirem a dose outras vezes, ou até mesmo aumentá-la. Sempre a procura daquela sensação que nunca se repetirá.

Aprendi isso na escola, muitos anos atrás, e me lembro de poder comprovar essa teoria por várias vezes ao longo da adolescência e vida adulta, com o consumo de algumas... coisinhas interessantes.

Contudo, após vinte e seis anos neste mundo, posso finalmente dizer que a ciência não está sempre correta. (Não que eu sempre tivesse ambição de dizer isso, mas acho que dá pra entender).

Vinte e seis anos e eu nunca estive mais em dúvida antes. Simplesmente não consigo me decidir. Passei boa parte da noite com a cabeça no travesseiro pensando sobre isso, tentando refletir, mas não consigo chegar num resultado.

Estou empacado entre tê-la cavalgando a minha boca, com a cabeça jogada para trás e os seios amassados pelos próprios dedos; vê-la se contorcendo com o rosto de lado no travesseiro, a bunda pra cima, ao passo que eu a penetro com os dedos por trás; ouvi-la sussurrando elogios sujos e gemendo, ao mesmo tempo que seguro suas coxas ao redor dos meus quadris em movimento; ou admirá-la e beijá-la sobre mim, os quadris dela rebolando num passo enlouquecedor.

Como escolher entre pizza e hambúrguer, filme ou livro, minha Char por baixo ou por cima?

Resposta: Não dá! É impossível!

Pelo menos pra mim é, de qualquer forma.

Nossa noite de reconciliação foi a melhor noite de reconciliação que eu poderia imaginar. Achei que nada superaria nosso ótimo jantar no apartamento dela, na noite em que tivemos nossa primeira interação amigável, em que eu pensei que esse fosse o rumo certo para nós dois. Me recordo de ter saído do apartamento dela satisfeito, feliz, realmente interessado em vê-la outra vez e tê-la na minha vida, mesmo que sem segundas intenções. Pra mim, naquela noite e nos poucos dias que se seguiram, nossa amizade me bastava. Bastava mesmo.

Mas não mais.

Não depois do que fizemos ontem.

Não foi como a nossa primeira vez, à dois anos e alguns meses atrás. Foi melhor.

Melhor, porque dois anos e alguns meses se passaram. Melhor, porque nesse meio tempo, ambos aperfeiçoamos nossas habilidades na cama - e na parede, e no chão, e sobre os móveis. Melhor, porque ela não teve medo de se entregar, assim como eu. Melhor, porque ainda nos conhecemos.

Minha pele não aquece com ninguém da mesma forma que aquece com a dela. A boca de nenhum outro alguém tem o mesmo gosto que a dela, que se enriquece em sabor quando prova o meu próprio sabor. A conexão dos olhares, dos centros e das mentes, nada se compara a Charlotte e Harry.

E, Deus, estou sendo brega, mas é porque ela me dá o poder necessário pra ser se eu quiser. E isso significa muito a respeito de um sentimento.

Sim, sentimento. Chupa essa, Harry de Alguns Dias Atrás.

Foi uma daquelas noites que você sabe que não vai ser a única. Daquelas que pede sequência, uma trilogia, uma série completa de nove temporadas com vinte e cinco episódios de cinquenta minutos.

"Porra. Você é a única coisa que eu quero pelo resto da vida." Eu murmurei quando finalmente acabamos, deitado de costas no chão, próximos ao caos que fizemos na cama dela, suado dos pés a cabeça. Havia um sorriso impresso no meu rosto, minhas bochechas doíam por conta disso, mas eu não me importei.

"Uhum." Foi o único som que Charlotte emitiu, igualmente fatigada e suada, deitada ao meu lado.

"Seja fofa, eu deixo." Provoquei, cutucando a costela dela.

"Eu não confio em nada que saia da boca de um homem antes, durante e/ou depois de gozar." Declarou sabiamente, sorrindo frouxo pra mim.

Me virei para ela e, delicadamente, tirei os fios molhados de cabelos do seu rosto, acariciando sua bochecha corada e com sardinhas - já que o sol está deixando as pintas dela mais escuras e atraentes.

"Então eu acho que terei de dizer isso novamente amanhã."

Depois de trocar os lençóis e tomarmos um banho individualmente, Charlotte indo primeiro e eu logo depois, voltei para o quarto e a vi já adormecida na cama. Admito que as lembranças do passado me fizeram questionar se não seria melhor ir para a minha suíte e deixá-la sozinha até a manhã, mas então a confissão de peso dela, a confissão que nos levou a fazer o que fizemos, me deteve.

Me deitei com ela, lhe dando um certo espaço, e fiquei aguardando algum protesto. A adrenalina no meu sistema me fez ficar acordado por um tempo, então não foi tão complicado esperar que ela simplesmente me mandasse embora ou dizer qualquer coisa sobre minha presença ali.

Graças a essa mesma adrenalina, pude testemunhar o exato momento em que Charlie se mexeu em seu sono e começou a tatear a cama em busca de algo. Havia um vinco entre suas sobrancelhas enquanto não achava o que queria. Até que ela alcançou o meu braço.

Seus dedos se arrastaram devagar pelo meu braço acima, então pelo meu peito desnudo e ela sorriu ao chegar perto de mim, colocando a perna sobre as minhas e me abraçando de lado ao enfiar o rosto na curva do meu pescoço e ombro.

Ela me queria ali, não restou dúvidas. A abracei de volta, beijei seu cabelo e só então fechei os olhos.

Naquele momento, o peso da insegurança saiu do meu peito, agoniante e destrutivo, para dar espaço a leve e acolhedora certeza de ser desejado.

Era tudo o que eu queria depois de me entregar. Resultando em algo ou não no futuro, não importava naquele instante, mas sim entender que foi tudo real.

Tudo estava perfeito.

E quando acordamos e ela percebeu que eu ainda estava ali, deslizando a mão para dentro da minha boxer, apertando o meu traseiro, sussurrando: Bom dia, coisa sexy, as coisas continuaram perfeitas.

Nos atrasamos para o café da manhã, porque sexo matinal preguiçoso demanda um delicioso tempo e nem eu, nem ela tínhamos a pretensão de acelerar o ritmo dos meus quadris ou dos meus dedos. Nem eu, nem ela queríamos que o cafuné dela no meu cabelo acabasse, a medida que meus lábios sussurravam doces obscenidades em seu ouvido.

Amém a conchinha.

Sair da nossa bolha e enfrentar os meus amigos depois disso tudo foi cômico e sensualmente prazeroso. Charlotte me pedia pra aumentar o volume da música, indicava filmes e me oferecia suco na mesa. Eu comentava sobre viagens que a banda e eu fizemos juntos, contava piadas e perguntava o nome de determinado drink com tequila. Superficialmente, tudo estava como antes, mas apenas eu conseguia identificar quando seu dedo sujo de geleia demorava tempo demais dentro de sua boca e só ela sabia que minha coxa não roçava na sua por acaso.

Era o nosso segredo e por mais desnecessário que fosse, afinal não havia ninguém ali contra nossa união, ainda assim era satisfatório de manter isso só entre nós.

"O que aconteceria se eles descobrissem?" Charlotte me perguntou na praia, enquanto eu passava protetor solar em suas costas, o pessoal afastado de nós perto do mar.

"Eles provavelmente nos provocariam, como bons amigos fazem." Ambos rimos disso.

"O que acha de, por enquanto..."

"Manter isso entre nós?" Concluí por ela e Charlie acenou. "Como você está se sentindo com o fato deles não saberem ainda?" Naquele ponto, minhas mãos não estavam mais acariciando as costas dela por conta do protetor solar.

"Não me leva a mal, mas..." Ela riu, mordendo o lábio ao me olhar sobre seu ombro. "É excitante."

Desci minhas mãos até suas nádegas e, sutilmente, as apertei. Sua pele arrepiou, mas ela manteve a compostura. Teve de manter.

"Eu sei, amor." Corri o indicador pelo fio da calcinha do biquíni, me arriscando na virilha dela quando notei que ninguém estava olhando pra nós. Charlotte vacilou e segurou meu pulso, mas estava rindo da minha ousadia. "É realmente excitante." Encostei minha ereção na bunda dela e a ouvi suspirar.

Ela se afastou de mim e eu juro que vi suas coxas roçando umas nas outras de forma incomum ao andar para longe da minha provocação.

"Já molhada sem entrar no mar?" Sorri de canto, ganhando um olhar perigoso vindo dela.

"Você vai pagar por isso, Harry." Ameaçou e me deu as costas. Achei que vê-la rebolando pra longe na verdade fosse uma coisa boa, por isso não dei muita atenção ao claro aviso que recebi, mas sua punição veio não muito depois.

Iniciou-se assim o nosso pequeno e altamente inflamável jogo de provocação, onde um puxava ainda mais forte o limite do outro a cada nova rodada.

Naquela tarde na praia, no dia seguinte ao nosso acerto de contas, percebi que eu havia feito um acordo com o diabo. E o diabo é na verdade uma mulher incrivelmente bela, astuta, gostosa e competitiva.

Round 1: Charlotte bronzeando as costas com a bunda virada na direção de Harry versus Harry tomando uma ducha e dando atenção especial a cada parte do corpo molhado. Ponto para o Harry!

Round 2: Charlotte dançando num vestido de veraneio e flores no cabelo como uma musa dos sonhos adolescentes de Harry versus Harry lendo Feminismo é para todos da Bell Hooks (obrigada Ny Oh pelo empréstimo), enquanto tomava uma deliciosa xícara de chá à janela. Empatado - competidores concordaram com o resultado aos beijos na rede enquanto todos dormiam em suas suítes.

Round 3: Harry surpreendendo Charlotte na cozinha ao sussurrar um cenário erótico em seu ouvido envolvendo um cinto de couro ao redor de seus pulsos, um vibrador e palmadas versus Charlotte se sentando diante de Harry revelando apenas para ele sua falta de roupas íntimas. Ponto para a Charlotte - mesmo que Harry tenha considerado isso trapaça.

As rodadas chegaram até o número 20 e nós acabamos perdendo a contagem de quem marcou mais pontos, ocupados demais em fazer algumas das ameaças e provocações se tornarem realidade.

No quarto dia da viagem, todos fomos almoçar na cidade, pois concordamos em dar uma pausa na praia antes de pegar uma insolação. Adam acabou dormindo sob o sol no dia anterior e agora está ardendo.

Como Char e eu escolhemos manter nosso novo envolvimento em sigilo, nos sentamos afastados na mesa para que ambos não caíssem em tentação com mãos bobas por baixo da mesa ou pernas roçando.

Notei Mitch me avaliando durante a refeição, um olhar julgador, e isso me deixou desconfiado. Talvez ele saiba, talvez só esteja querendo testar meu discurso de dias atrás, quando lhe disse que ela e eu éramos apenas amigos e nada mais. De qualquer forma isso me deixou em alerta e eu percebi que teria de ser mais cuidadoso se quisesse manter a chama da secretividade intacta.

Charlotte também notou o comportamento do meu amigo, não havia como não notar, afinal ele tentou puxar assuntos que envolvessem nós dois várias vezes. Algo certamente rodeava a mente dele.

Em contrapartida, o próprio envolvimento dele com a minha baterista foi igualmente notado por nós, com seus olhares longos, sorrisos tímidos e toques mais demorados. Ele definitivamente estava fazendo progresso com ela, dava pra ver que os dois estavam contentes, mas nada crucial ainda.

Nossa ida a sorveteria nessa mesma tarde foi muito interessante por conta disso. Sarah ria de todas as piadas dele e Mitch simplesmente não conseguia não elogiar tudo sobre ela. Por mais feliz que eu estivesse por eles, não pude deixar de sentir alegria também pelo envolvimento deles estar servindo de distração o suficiente para Char e eu.

Ainda não sei como, mas conseguimos nos desvencilhar do grupo e ir para trás da sorveteria, numa rua vazia, onde nosso flerte nada inocente se tornou uma sessão de pegação quente contra a parede.

Minha casquinha estava derretendo na minha mão e a dela eventualmente acabou caindo no chão, o que a deixou triste, mas prometi lhe comprar outras duas e isso devolveu um enorme sorriso em seu rosto.

Trocamos mais alguns beijos, mas Charlotte serviu como a voz da razão entre nós e me relembrou do fato de estarmos em público. Se alguém me reconhecesse e tirasse uma foto nossa, seria ruim para nós dois.

Voltamos para a sorveteria e eu a surpreendi pedindo sorvete de creme com biscoitos, calda de caramelo e cerejas extra por cima.

"Você se lembra?" Ela me perguntou atônita, mas claramente feliz.

"Como poderia esquecer o especial da Cherry?" Respondi e juro que se não fosse pelas inúmeras testemunhas, ela teria me atacado com afeição ali mesmo. Sei disso pois foi exatamente o que aconteceu assim que conseguimos privacidade na pousada. (Digamos apenas que sorvete não é a única coisa que ela lambe bem).

Para finalizar o dia, o que seria o encontro das garotas se tornou uma noite de jogatina e bebedeira para todos nós. Mais uma vez a Charlotte competitiva apareceu para dar um olá e destruir qualquer um em seu caminho. Monopoly virou zona de guerra em questão de minutos quando Adam começou a ganhar muita grana muito rápido. Ela me acusou de estar ajudando ele a trapacear e conseguiu o apoio argumentativo de Sarah nisso. Eu estava ajudando ele, mas naquele momento neguei até a morte.

Ficamos todos um tanto intoxicados demais para continuar jogando e então uma comédia romântica acompanhou nossa rodada de salgadinhos e pipoca para finalizar a socialização. Sandra Bullock estava ótima em A Aposta e nem mesmo meu eu quase-bêbado podia discordar.

Na hora de dormir, após todos os desejos de boa noite, abraços e tapinhas nos ombros, esperei até que todas as portas se fechassem para ir até ela. Contudo, fui surpreendido quando bateram na minha porta antes que eu pudesse deixar o quarto. Era ela, ansiosa para ficar comigo, com um pedido doce e inegável me aguardando.

"Posso ficar agarradinha com você?"

Definitivamente, essa estava sendo as melhores férias pra mim.

• • •

A silhueta dela delineia na areia a sombra mais atraente aos olhos. Suas pernas formando o monte curvilíneo que eu gostaria de escalar, uma queda livre na descida de seu quadril, onde eu me perderia com prazer nas dobras de sua cintura. Uma depressão nada triste em seu umbigo.

Meu indicador trilha solitário e cauteloso, desbravando cada centímetro de pele em seu alcance. Desliza fácil sobre a película de protetor solar e suor. Atinjo a lateral fina de tecido sobre o osso do quadril dela e a coloco para o lado, onde há uma marca clara mostrando que o sol está dando resultado.

Parto para a barriga, delgada e suave. Delineio o umbigo e ouço um riso. Subo pela costela e então a região misteriosa entre elas, onde eu deixo um beijo.

"Salgada." Declaro e arrasto a boca até o seio coberto direito, que está pendendo levemente por conta da posição dela, beijando a carne proeminente.

Subo para o esterno, a clavícula e então o pescoço. Ela já está olhando de volta pra mim quando mordisco seu queixo.

"O que você esperava? Eu entrei no mar."

Ela está deitada de lado, sua cabeça apoiada na mão. Seu cabelo ainda está molhado, sua pele brilhando e eu não consigo tirar meus olhos de cima dela. Nem as minhas mãos. Ou os lábios.

"Me diga, todas as sereias tem esse gosto?"

Ela ri outra vez, aquela risada que faz meu estômago dar cambalhotas.

"Como eu vou saber disso?" Dá de ombros, esticando sua mão livre para enrolar uma mecha do meu cabelo em seu dedo.

"Você é uma delas, claro." Digo como se fosse óbvio.

"Ah, sou? Eu não sabia que era. Onde está a minha calda encantada?" Brinca ao olhar para as pernas torneadas. Levo minha mão até o quadril dela, alisando a região sem conseguir resistir.

"Agora você está só me fazendo de bobo. Todo mundo sabe que as sereias ganham pernas quando estão fora da água."

"Oh. Todo mundo sabe." Zomba, mordendo o lábio para conter outro riso.

"É. Não precisa esconder isso de mim, Char. Seu segredo está muito bem guardado comigo." Largo o quadril dela para fazer um sinal de paz. "Sou amigo, prometo."

"E o que Jornada nas Estrelas tem a ver com isso?" Ela franze o cenho ao ver o sinal, me deixando confuso.

Olho para minha mão e compreendo. Fiz o típico sinal dos filmes de ficção científica, que não tem relação nenhuma como o que eu estava falando.

Charlotte gargalha e ao jogar sua cabeça para trás, acaba deitando de costas na toalha de praia. Me permito rir de mim mesmo também, afinal eu mereço ser zoado agora.

"O romance me falhou mais uma vez." Lamento dramaticamente, cobrindo o rosto com falsa expressão de tristeza. "E você! Como se atreve a rir de mim?" Aproveito a vulnerabilidade de Charlie e ataco suas costelas com cócegas ofendidas, a fazendo se contorcer e rir mais alto.

"Para! Para!" Grita por salvação, tentando me empurrar, mas na confusão de sentidos, ela acaba me abraçando e só assim eu paro, pois o contato afetivo me ganha todas as vezes.

"Vou te perdoar dessa vez." Murmuro contra a boca dela antes de deixar um selinho molhado ali, ajustando meu corpo para cobrir o dela.

"Audacioso." Não é uma condenação, mas um fato e eu o aceito. "Ai! Você está esmagando o meu rim." Apesar de reclamar do meu peso, ela não desata o nó que dá com os braços ao redor do meu pescoço.

"Me desculpa, rim da Charlotte." Balbucio, ocupado beijando a bochecha dela.

"Ele não te ouviu direito."

Eu sei que ela está zombando de mim de novo, mas mesmo assim eu entro na brincadeira. Saio de cima dela para ficar de joelhos entre suas pernas, onde levo minha boca até a lateral de sua barriga.

"Me desculpa, senhor rim."

"Esse é o meu fígado." Ela pontua, achando graça.

"Por que o seu fígado está no lugar errado?"

"Tolinho adorável." Sorri ao levar o pé até o meu peitoral e me acaricia com seu dedão pintado de azul. Cada uma das unhas dela estão de uma cor diferente, o dedão do outro pé está pintado de rosa.

"Olha só pra isso." Falo ao pegar o tornozelo dela e dar uma boa olhada em seu pé. "Até os seus pés são bonitos."

"Tá com inveja?"

Seu deboche faz meu queixo cair em real ofensa.

"O que quer dizer com isso?"

Charlotte dá de ombros, olhando para as unhas das suas mãos com arrogância.

"Que Harry Styles é lindo da cabeça aos tornozelos."

E meu queixo vai ao chão com ainda mais força.

"Você não disse isso."

"Oh, mas eu disse." Charlotte se ergue da toalha e se senta, ficando cara a cara comigo, nenhum pouco intimidada ou envergonhada. "Quer que eu repita, meu bem?"

Levo isso como a gota d'água. Antes que ela possa fazer algo para me impedir, a pego no colo e corro na direção do oceano.

Como estávamos deitados no sol, nossos corpos quentes, sentimos o choque da água fria assim que caio no mar com nós dois agarrados. Charlie emite um gritinho, seu corpo se retesando contra o meu, mas eu não recuo para a areia. Deixo as ondas nos levarem até onde a maré cobre a cintura dela, sem soltá-la.

Saímos apenas Char e eu hoje para vir a praia, os outros preferiram curtir a piscina. Nós ficamos lá com eles por um tempo, mas quando percebemos que poderíamos usar essa oportunidade para curtir o melhor de Malibu sozinhos, não houve nenhum remorso em criar uma outra mentirinha leve.

Alegamos que Charlotte queria muito vir até a praia tirar algumas fotos e para que ela não viesse sozinha, eu, como um ótimo amigo, me ofereci para vir junto. Ny Oh até tentou se oferecer como fotógrafa outra vez, levando em consideração o mini-ensaio que elas fizeram aqui outro dia desses, mas Charlie a dispensou com educação, dizendo que seria algo rápido.

Caminhamos para longe da pousada e acampamos perto de algumas rochas na areia, que protegem a visão de qualquer um que pudesse nos pegar a oeste. Eu já sabia que não seriamos nada rápidos, principalmente por termos essa privacidade, e apenas me provei correto quando senti a pura felicidade que é estar na presença dela.

Seus músculos, antes tensos, agora derretem contra os meus num enlace que poderia ser eterno. Fecho os olhos e imagino o mar nos levando pra longe. Eu não me sentiria perdido ou assustado, ela me faz sentir como se sua existência fosse a única coisa que eu preciso nesse momento e além. Mesmo nunca tendo experienciado mágica, descreveria o evento como encantado se me perguntassem.

Nada mais importa, nem a temperatura da água ou do sol, nem o passado ou o futuro. Estar com ela, agora, é como estar completo.

"Eu não gostaria de estar em nenhum outro lugar que não fosse aqui, com você." Charlotte confessa num sussurro de alívio ao retirar o rosto da curva do meu pescoço, para olhar no fundo dos meus olhos. Eu estremeço, porque ser correspondido nunca deixará de ser um detalhe indiferente, principalmente com ela.

Há tantas coisas que eu poderia dizer, que adoraria dizer, mas não consigo, não nesse momento tão intenso. Sendo assim, respondo com um sorriso sincero, um beijo caloroso em seus lábios e mais um abraço. Meus dedos se cravam em sua pele, quero que ela sinta irradiar os sentimentos que falhei em expressar com palavras.

"Mas os seus pés ainda são feios." Ressalta por fim, conseguindo me fazer rir mesmo à beira de lágrimas com o turbilhão no meu peito.

"Você ainda gosta de mim, mesmo assim." Me gabo, segurando o rosto dela com as duas mãos ao passo que afago suas bochechas rosadas.

"Sim, eu gosto. Muito."

E o meu ego agradece.

• • •


Quando for questionado sobre o motivo de sua demora, sempre diga que estava caminhando. Funcionou com os meus amigos quando Char e eu voltamos da praia apenas três horas depois e com certeza vai funcionar outras vezes.

Estamos em Malibu, muitas coisas pra ver, afinal.

Minha suíte se tornou nosso novo QG e foi exatamente onde descansamos o marasmo do almoço e do calor. Liguei o ar-condicionado e embalei a sereia cansada nos lençóis, cantarolando uma canção qualquer dos Beatles. Ela dormiu rapidinho.

Mas não eu.

Não consigo tirar uma certa melodia da cabeça desde que voltamos da praia. Passei o almoço pensando nela, tomei banho pensando nela, escovei meus dentes pensando nela. Tentei cochilar ao menos, mas não foi possível.

Relutei em deixar Charlotte sozinha na cama, mas eu precisava pegar o violão e meu caderno de anotações para tentar fazer algo a respeito dessa melodia. Coloquei meu celular para gravar no parapeito da varanda, me sentei na cadeira de balanço e comecei a dedilhar as cordas do instrumento, deixando meu coração e a criatividade me guiarem.

Já estou nessa missão por uns quarenta minutos, com uma página do meu caderno sentada no meu colo cheia de rabiscos e notas. Sinto que essa pode se tornar uma música, uma boa, mas ainda não me encontrei com os versos dela. É emotiva, tenho certeza, mas não descobri ainda em que sentido.

Aproveitei também para escrever outros versos que vieram na minha cabeça, mas que não acredito que vá combinar com essa melodia em particular. Estava pensando na sereia na minha cama quando os escrevi e no que deveria ter expressado pra ela no mar.

Mesmo que eu tenha lançado meu primeiro álbum recentemente, sempre componho quando tenho inspiração. Não importa que eu ainda vá fazer a turnê deste álbum e que seja a era dele, eu prefiro registrar tudo o que posso quando as palavras e notas vem na minha mente. E agora que tenho Charlie na minha vida outra vez, pressinto que essa inspiração surgirá com maior facilidade.

Só espero que ela não se incomode com isso. Ela é uma ótima musa, não posso evitar.

Fico de pé e começo a caminhar pela varanda, ainda tocando o violão, o celular gravando no bolso da minha camisa de manga curta caso eu queira cantar algum verso, ainda persistindo na melodia sem título. Às vezes andar me ajuda a pensar, não importa que seja num espaço limitado.

Ouço um leve ruído de tecido dentro do quarto. Ela acordou e está agora sentada na cama, se esticando como uma gata. Char sorri pra mim ao me notar aqui, mas não se levanta, apenas pega seu celular e se deita outra vez, buscando entretenimento online para continuar curtindo sua preguiça.

O céu está se transformando atrás de mim. Rosa, amarelo, laranja e um azul-arroxeado no fundo, apontando a noite que virá. Logo a luz natural irá acabar e eu não quero ficar aqui fora com a lâmpada acessa, atraindo mosquitos. Tenho de aproveitar o tempo que me resta imerso nessa melodia.

"Cou cou," Ouço de repente de dentro do quarto, "tu dors?"

Me viro e vejo Charlotte de pé perto da cômoda, onde estão as minhas coisas. Está olhando as horas no meu relógio de pulso digital.

"Oh, je suis désolée."

Ela está falando com alguém no telefone e, por alguma razão, está falando em francês. Estou tão surpreso que meus dedos continuam trabalhando no violão, a observando extremamente intrigado.

"Bah non." Seu cenho se franze subitamente, como se ela tivesse ouvido algo que não lhe agradou. "Nan, c'est pas marrant." Não sou o maior expert em francês, mas percebo que ela não está pronunciando o idioma com confiança, assim como uma pessoa que não domina a língua.

Lanço um olhar que diz o que está acontecendo? para ela, mas Char só responde com um gesto que diz depois eu explico.

"Ouais, t'es à la plage et maintenant..." Ela trava, olha para o teto e suspira. "Me desculpa, é até onde eu posso ir." A risada que emite é sem graça, embaraçada. Talvez seu francês tenha acabado.

Charlotte anda até a cama e se senta nela, enrolando uma mecha de seu cabelo nos dedos com um sorriso mais contente no rosto.

"Eu vi as fotos e adorei saber que também está por aqui. Podemos nos encontrar?"

Está marcando um encontro com alguém? Com quem? E por que sorri tanto?

Estou dentro do quarto antes que possa me dar conta, mas ainda tocando, fingindo não estar prestando atenção na conversa.

"Também senti a sua falta. Então podemos no encontrar lá? Parfait, allez. Tchau." Ela desliga a ligação e olha pra mim. "Harry... o que está fazendo?" Quando diz meu nome, as letras são lambuzadas de uma manha dengosa que se combina perfeitamente com a carinha de sono que ela ainda conserva.

Paro de tocar e tiro a alça do violão do ombro, colocando o instrumento sob uma cadeira no canto do quarto de forma segura. O peso do celular no meu bolso me faz lembrar da gravação e eu a interrompo.

"Com quem estava falando em francês? Nem sabia que você falava francês." Odeio como estou soando ciumento, mas não consigo disfarçar a tempo.

Não tenho boas memórias com a Charlotte e ciúmes. A primeira vez que eu fui explicitamente ciumento com ela, nós acabamos brigando feio. Eu tinha razão para estar bravo, mas não muda o fato do ciúmes naquele momento ter sido repudiado por ela.

Não quero estragar o que temos, mesmo que eu não saiba o que seja. Não quero perdê-la de novo.

"Eu não falo, na verdade." Diz hesitante, abaixando o olhar para suas mãos nervosas em seu colo.

"Bom... então estou ficando louco." Brinco, mas por dentro ainda estou morto de curiosidade para saber de quem ela sentiu tanto a falta.

"Quer dizer, eu falo. É que..." Ela grunhe em frustração ao esfregar o rosto. Há algum tópico delicado a frente. Me sento ao seu lado. "Minha mãe queria que eu aprendesse, porque ela dizia que é um idioma elegante. Então ela me obrigava a ter lições de francês com essa professora super velha e rabugenta, que eu odiava e que me odiava. Claro, eu como a garota super rebelde que era, não aprendi nada. Quer dizer, quase nada."

Ela se inclina em mim e deita a cabeça no meu ombro.

"Acho que eu acabei aprendendo o básico de tanto ouvir aquela megera gritando comigo sobre meu comportamento inaceitável para uma dama."

A abraço de lado e afago seu braço, lhe dando um beijo na cabeça. Pedaços da vida dela são sempre uma dádiva, tendo em vista o meu alto interesse nela versus o meu baixo conhecimento sobre a mesma.

"Você falou muito bem." Elogio.

"Não, não falei não. Mas tudo bem, minha prima conseguiu me entender." Ela suspira, se acomodando ainda mais contra mim. Tenho de abraçá-la com os dois braços agora, sem problema.

"Sua prima?" Talvez eu devesse ter vergonha do quão aliviado fico ao ouvir isso. Era só a prima dela, nada demais.

"Sim. Margot. Ela é do Canadá, não nos vemos à anos, mas está aqui em Malibu também. Vamos nos encontrar amanhã num restaurante na cidade."

"Isso é bom, querida. Você conhece o restaurante? Quer que eu te leve?"

"Eu ia te convidar pra comer com a gente, na verdade." Ela anuncia ao se erguer e me olhar nos olhos. De repente, está nervosa e eu imagino o motivo. Acaba de me convidar para conhecer um membro de sua família. Isso não é pouca coisa, é? Tenho permissão para ficar empolgado com o possível significado disso, porque meu coração já está acelerado.

"O que acha, Harry? Quer vir comigo?"

"Sério? Quer dizer..." Pigarro o nó que estava se formando na minha garganta. "Tem certeza? É a sua prima e vocês não se veem a anos. Vão querer ficar sozinhas, conversar... Essas coisas."

"Não seja bobo. Ela não vai se importar nenhum pouquinho." Garante, afagando a lateral do meu rosto. "Pra ser honesta, tenho quase certeza que ela gosta de você. Me lembro de ter visto ela postando algo sobre o seu álbum nos stories." Com isso, ela fica séria, reconsiderando algo. "Espera, isso significa que ela vai começar a gritar e chorar quando te ver, causando uma cena caótica que vai atrair a atenção de centenas de pessoas pra te assediar? Merda, eu não tinha pensado por esse lado."

"Ei, se acalma." Impeço que ela continue pensando em coisas negativas e lhe dou um beijo na ponta do nariz. "Se algo assim acontecer, nós sempre podemos sair correndo e nos esconder em algum lugar."

"Não, eu não quero que você passe por isso." Ela balança a cabeça. "É melhor que eu vá sozinha, mais seguro. Essas são as suas férias para relaxar e não para fugir de fãs malucas."

"Hey! Minhas fãs não são malucas." Defendo e Charlotte revira os olhos. "Okay, talvez só um pouquinho, mas olha só pra mim. Quem não ficaria maluco por tudo isso?" Brinco ao apontar para o meu corpo como um todo.

"Com exceção dos pés, claro."

"Vai se foder." Rebato imediatamente e ela se joga pra trás na cama, rindo.

Me deito de bruços ao lado dela e tiro seu cabelo da frente de seu rosto. Ela está usando uma das minhas camisetas e nunca esteve mais bonita em seu pleno conforto.

"O que você estava fazendo na varanda?" Pergunta enquanto eu a admiro, anotando na mente cada traço que eu adoro de seu rosto.

Sardas, olhos, lábios.

"Tentando compor."

"Conseguiu algo bom?"

Nariz, bochechas, sobrancelhas.

"Eu não sei dizer. Estou tentando descobrir."

Sorriso.

"Você vai descobrir logo, logo. É bom nisso, pelo que pode-se ver no seu álbum."

"Acha mesmo?" Indago ao traçar a linha de seu nariz até a ponta, descendo meu dedo até os lábios dela.

"Uhum. Você é muito talentoso, Harry." Confirma sem pestanejar. "E eu não digo isso só porque quero você dentro de mim agora."

A obscenidade me pega desprevenido e eu acabo rindo como um garoto de treze anos que ouviu a palavra boceta pela primeira vez.

"De onde isso veio?"

"Uma mulher tem suas necessidades." Diz antes de atacar minha boca com a dela.

O beijo rouba o meu ar. Sua língua se enrolando na minha, lascívia se espalhando em mim como um vírus. Charlotte ousa sua mão por dentro da minha camisa, deixando um rastro de arrepios por onde passa ao percorrer cada osso na minha coluna. Sua perna me tenta ao roçar meu quadril, minha mão apertando em cheio a carne de sua coxa macia.

Esse é um caminho fácil de percorrer com ela, sempre foi. Eu nunca preciso pensar muito sobre o que quero, as coisas simplesmente fluem pra nós como um cubo de gelo numa superfície quente.

Ainda assim, este vagaroso pensamento flutua sobre a minha cabeça como um pássaro inquieto e a sensação de que ele não irá embora se assenta devagar dentro de mim.

Eu terei que tocar no assunto.

"Char..." Murmuro entre um beijo e outro, ainda sendo segurado pela fome dela. "Eu preciso dizer."

"Agora não." Sua mão chega até os cabelos na minha nuca, os apertando. "Você está me tratando do jeito certo o dia todo. Eu acho que vou explodir."

Sua perna se prende na base das minhas costas, ela me urge para cima de seu corpo e eu quero muito cobri-la com o meu peso, adorá-la e ganhar o direito de me acomodar dentro de suas pernas... mas se eu fizer isso agora, será adeus ao assunto crucial que uma hora ou outra teremos de endereçar.

"Espera-" Tento protestar, mas ela perde a paciência e inverte nossas posições, me jogando deitado de costas na cama para subir sobre mim. Eu tenho de choramingar baixinho quando ela circula o quadril num único e muito bem calculado movimento sobre a minha inevitável ereção. O olhar de desejo dela deveria ser ilegal de tão malicioso.

"Esperar pra quê? Estou mais do que pronta pra te fazer gemer o meu nome." Anuncia em seu tom de seda mais sedutor, circulando seu centro contra o meu de novo.

Minha intenção ao levar as mãos a bunda dela era pará-la, mas a mensagem oposta é passada com essa atitude. Char começa a roçar em mim devagar ao mesmo tempo que abre cada um dos botões da minha camisa florida num passo torturante e delicioso.

Se ela chegar ao cós dos meus shorts, será fim de jogo.

"Como vai me apresentar amanhã para a sua prima?" A pergunta pula da minha boca como um soluço preso. Os quadris dela congelam sobre o meu.

"Como disse?" Indaga sem compreender o motivo de eu estar trazendo isso num momento como esse.

Por favor, não fique brava.

"Amanhã, no almoço com a sua prima, quando for me apresentar pra ela, o que vai dizer... sobre nós?"

Por favor, não surte.

"Tipo... em referência ao que você representa pra mim?" Busca pelo esclarecimento, seu semblante um tanto neutro demais para como eu esperava que ela reagiria.

"Sim." Assinto.

Ela respira fundo e começa a pensar a respeito.

"Bom..." Charlotte acaricia a pele exposta do meu peito, fitando minhas tatuagens. "O que acha que eu deveria dizer pra ela? Acha que dizer que você é um amigo seria inapropriado? Ou talvez eu não deva dizer nada?"

"Eu sou um amigo pra você? Ou nada? Ou, quem sabe, mais?" Meu corpo todo está irradiando antecipação pela resposta.

Charlie sorri timidamente ao abaixar a cabeça, mas de repente se lembra de algo que a faz assumir uma expressão de pesar, o que me deixa imediatamente preocupado.

"Eu ouvi as garotas conversando sobre a sua turnê." Ela começa dizendo cautelosamente e eu já sei exatamente onde vamos com isso. Meu peito dói. "Vocês vão começar a rodar o país logo mais, não é?"

Engulo em seco, mas afirmo. Ela tem de saber.

"Quando vai começar? Por quanto tempo você vai ficar longe?"

"Mês que vem. Vamos viajar até dezembro e então em março iremos para a Europa. Acredito que tudo durará até junho."

"Junho do ano que vem?" Repete e sua indignação escapa por entre as sílabas. "Você estará em rotina de turnê durante praticamente um ano?"

"Se tudo correr como o planejado." Confirmo e o gosto do significado disso tudo me dá ânsia.

Praticamente um ano longe da San Francisco, longe dela.

"Acho que não precisamos nos importar muito com o que dizer pra minha prima, então, se não há nada pra dizer." Conclui, descendo de cima de mim rapidamente.

"Espera." Seguro sua mão e Charlotte olha pra mim novamente, mas sem o menor resquício do desejo sexual de antes. O clima mudou completamente. "Eu toquei nesse assunto, porque eu realmente quero saber o que exatamente nós estamos fazendo e onde estamos em termos de... títulos. Se é que me entende."

Deus, por que falar sobre isso tem que ser tão complicado? Ou talvez a nossa situação é que esteja complicada. De qualquer forma, está acabando comigo.

"O que vai fazer assim que formos embora de Malibu?" Charlie pergunta com certa rigidez no tom de voz.

"Vou para Londres. Ensaio da turnê e entrevistas pra fazer até voltar pra Los Angeles e colocar o pé na estrada."

Ela sorri sem bom humor algum e eu posso jurar que seus olhos estão úmidos.

"Nós vamos embora depois de amanhã, Harry. Realmente não acredito que deva se preocupar com um título pra nós. Dois dias até o nunca mais."

"Por favor, não diga isso." Imploro, me desesperando.

"Mas é verdade. Quem sabe o que pode acontecer em um ano. Você pode conhecer uma modelo ou outra cantora talentosa e eu posso dar ouvidos a Naomi e me colocar na pista novamente."

A simples ideia de vê-la com outra pessoa que não seja eu me dá um desconforto muito grande. Eu sei, é egoísta pensar assim, mas uma parte de mim nunca sossegou de verdade se tratando da Charlotte. Quero vê-la feliz acima de tudo, mas essa mesma parte de mim deseja imensamente que essa alegria seja compartilhada comigo.

"Eu não quero uma modelo ou uma cantora, quero você. Correndo todos os riscos de quebrar o meu coração outra vez, é com você que eu quero estar nesse momento. Não entende? Ou você simplesmente não sente o mesmo?"

"Não se trata disso, Harry." Chacoalha a cabeça, frustrada. "Você não vai estar aqui pra existir um nós."

A sentença é como um tapa no meu rosto. Estava claro antes, mas quando ela diz assim em voz alta, machuca ainda mais.

Sou deixado na cama sem saber como agir ou o que dizer. Charlotte se levanta e começa a trocar minha camiseta que usou pra dormir, por suas próprias peças de roupa (um camisa de botões rosa chá e um shorts branco cintura alta). Sei que ela vai sair daqui, sei que o assunto parece sem saída, mas eu não consigo aceitar isso, não quando ambos queremos a mesma coisa - ficar juntos.

"Você gostaria de ter um título comigo, se não fosse pela turnê?" Questiono antes que ela possa caminhar até a porta. Me sento na cama e a encaro. "Se não fossem pelos meus compromissos em Londres e os meses separados, você gostaria de ter algo à mais?"

O semblante dela é suave, vulnerável, um sorriso fraco curvando seus lábios.

"Sim, Harry, eu gostaria." Meu peito se enche de alívio, só para arder depois. "Mas a turnê ainda vai acontecer e você ainda terá de ir à Londres. Agora se me der licença..."

Ela deixa o quarto calmamente, levando consigo uma parte de mim.

• • •

O jantar foi estranho com a tensão do assunto inacabado pairando entre Charlotte e eu, mas ambos fizemos um bom trabalho fingindo que não havia nada de errado. Perceberam apenas minha falta de atenção nas conversas, mas eu coloquei a culpa disso na falta de sono após o almoço e deu tudo certo.

Após, todos se reunirem na sala para assistir o novo episódio de RuPaul's Drag Race e por mais divertido que o programa fosse, eu não conseguia focar na televisão, minha mente ia e voltava no assunto discutido com Char na minha suíte.

De um lado está o sonho da minha vida, uma carreira como cantor onde poderei performar - que é uma das coisas que mais amo fazer nesse mundo. Do outro, uma chance com a mulher que incendeia cada centímetro do meu ser. Ambas as opções me fazem feliz, porém me vejo tendo de escolher apenas uma delas.

Com vinte minutos de programa, Charlotte resolve se levantar do sofá e anunciar que irá para o quarto, já que ela tem um livro pra terminar de ler. As meninas tentam convencê-la a terminar de ver as drags nos desafios da semana, mas ela nega educadamente e sobe.

Sei muito bem porque ela realmente decidiu subir e se esconder lá em cima, mas não posso simplesmente sair correndo atrás dela, por mais que eu queira. Aguardo mais dez intermináveis minutos para fazer o mesmo, dando a desculpa de querer terminar de compor a música que estava tentando escrever antes.

"Me mostre o que tem mais tarde, eu posso ajudar. Agora eu quero ver as meninas desfilando." Mitch comenta antes que eu possa rumar escada acima.

Aproveitando que o primeiro andar está vazio e que todos estão distraídos lá embaixo, vou até a porta de Charlotte sem hesitação. A janela da esquerda está aberta e com toda a minha ousadia, eu olho através dela. Encontro a ocupante do quarto sentada na cama com seu exemplar de Watermelon Sugar em mãos, olhando para a capa mas não enxergando a mesma, pois sua mente está a quilômetros de distância.

Bato duas vezes contra a moldura da janela e ela desperta de seus devaneios, virando o rosto na minha direção. Charlotte não demonstra surpresa em me ver e eu me pergunto se ela subiu porque sabia que eu viria atrás.

"É sobre o que?" Pergunto apontando para o livro em suas mãos. Por isso ela se surpreende.

Charlotte pisca rapidamente algumas vezes e olha para a capa outra vez.

"Fala sobre uma distopia surrealista onde todas as coisas são feitas de açúcar de melancia e muita coisa estranha acontece." Resume laconicamente.

"Soa interessante."

Ela só dá de ombros, esmorecida.

"Você tem mesmo que ler agora?"

"Eu tenho, Harry. São apenas duzentas páginas e eu ainda estou no começo." Responde com certa exasperação. "Eu já deveria ter concluído e a culpa é sua que ainda não terminei, se quer saber."

"Minha?" Levo a mão ao peito com a acusação.

"Sim. Você sabe bem como."

Um sorriso de canto curva os meus lábios, mas o olhar de repreensão dela me faz voltar a expressão neutra.

"Venha comigo." Chamo e ela revira os olhos.

"Não está me ouvindo? Eu preciso terminar de ler."

"Eu entendi essa parte. Não quero te atrapalhar, só quero que venha ficar comigo enquanto faz isso. Pode ser?" Esclareço, adequando meu tom ao dela.

Charlotte me analisa de olhos estreitos e então suspira, se erguendo de sua cama.

"Tudo bem, eu vou."

Deposito um beijo na testa dela quando ela se coloca fora do quarto. Fecho a porta pra ela e logo abro a minha, a esperando entrar primeiro.

Charlotte se deita na minha cama - que está exatamente como deixamos - confortavelmente, como se fosse a sua própria. Ligo o ar-condicionado e me deito ao lado dela, a assistindo abrir o livro e se concentrar nos parágrafos.

Richard Brautigan é o nome do autor. Já ouvi falar dele várias vezes, um dos meus autores favoritos gosta muito dele.

"Já leu Haruki Murakami?" Indago, apoiando minha cabeça sobre a minha mão, meu cotovelo me mantendo elevado ao nível dela.

"Já, duas vezes. Por quê?"

"Sério? Eu adoro os livros dele. Meu favorito é Norwegian Wood. Quais você leu?"

"Kafka à Beira Mar e As Crônicas do-"

"Pássaro de corda. Sim, eu também gosto muito desses."

Ela me dá um olhar que diz sim, estou vendo que você adora esse cara, mas pode calar a boca agora? e depois volta a atenção ao Brautigan.

Charlotte é uma mulher bonita, mas segurando um livro me faz perceber que poderíamos ter feito parte de uma história clichê, onde o casal se conhece numa livraria. Eu definitivamente teria me apaixonado por ela no ato.

"Eu tenho uma cópia de Norwegian Wood. Quer emprestado?" Pergunto ao alisar a pela da coxa dela. "Ah, espera. Eu acho que emprestei pra alguém, só não lembro quem agora. Mas eu poderia comprar outra e te dar de presente. O que acha?"

Brinco com a barra do shorts dela, me perdendo na minha cabeça.

"Acha que a Amazon entregaria em dois dias? Seria mais legal te entregar pessoalmente. Quais outros livros você gostaria de ler? Eu poderia aproveitar e-"

"Harry!" Charlotte se aborrece. Ela aponta para o livro em sua mão me dando um olhar enfático, sem precisar dizer muito mais.

"Tá, desculpa. Vou deixar você lendo, já que quer tanto." Agora eu soo como uma criança de oito anos carente de atenção, mas sim, eu quero a atenção dela.

"Finalmente." Debocha, me magoando um pouco.

Entendo que eu esteja falando demais aqui, mas ela também deveria entender que não deveríamos fingir que temos assuntos mais importantes pra resolver agora do que finalizar a discussão sobre nossa situação amorosa. Esse livro não deve ser tão bom assim.

"O enredo é tão legal assim pra que você-"

"Harry, você disse que não ia me atrapalhar, então cumpra sua palavra." Dá a bronca, me calando de vez sobre a questão.

"Posso ao menos abraçar você?" Peço carrancudo.

"Se isso te fizer calar a boca, então sim. Abrace o quanto quiser." Concede indelicadamente e eu não perco tempo em achar meu lugar colado na lateral de seu corpo.

Ela exala o aroma de flor de laranjeira que me deixa hipnotizado, portanto enfio o rosto em seu pescoço para sentir ainda mais forte. Tenho que me lembrar de anotar o nome dessa fragrância, para comprar depois e levar comigo onde quer que eu vá. Sei que irei sentir muito a falta dela e isso me ajudaria a manter sua memória intacta em minha cabeça.

Pensar nisso me deixa triste outra vez. Daqui a dois dias iremos nos separar por um tempo longo demais para jovens amantes. Não sei como vou lidar com isso e toda a correria da turnê ao mesmo tempo, mas terei de achar um jeito.

Eventualmente, eu provavelmente terei de tentar esquecê-la outra vez. O romance de verão está chegando ao fim.

Aperto Charlotte ainda mais contra mim e beijo seu pescoço. Não quero ter que sentir esse aroma num frasco e sim, na pele dela. Sendo assim eu a beijo e beijo até que o perfume esteja impregnado dentro de mim e eu me canse dele.

A ouço gemer baixinho com o toque dos meus lábios e o desejo morno dentro de mim se reaquece.

Me posiciono sobre ela e me dedico mais audaciosamente aos beijos, molhando, sugando e mordiscando sua pele. Charlotte se remexe abaixo de mim, suspirando um pouco mais alto.

"Harry, o que você está fazendo?" Questiona com a voz levemente estremecida pelas sensações que estou proporcionando. "O livro-"

"Continue lendo." Instruo, descendo a boca até seu colo. Abro os botões de sua camisa e ela se remexe outra vez. "Continue lendo, Char. Não dê atenção a mim, continue fazendo o que está fazendo."

Ela não está usando sutiã, então é fácil pra mim acessar seus mamilos já entumecidos. Brinco com eles entre os dedos, fazendo movimentos circulares. Charlotte me encara de lábios partidos, sua expressão de prazer sendo vãmente escondida por aborrecimento.

"Não estou te vendo ler. Você não queria tanto terminá-lo hoje? Então continue, vamos." Incentivo e a vejo lançar um olhar de dúvida ao livro, quase que esperando que o mesmo fosse lhe dar alguma resposta para isso.

Decidindo por entrar no meu jogo, Charlie reposiciona o exemplar de Watermelon Sugar frente a seu rosto, com seus braços esticados no ar.

Acho que meu entretenimento é mais interessante agora, não é mesmo?

Orgulhoso de mim mesmo, levo minha língua até seu mamilo direito e cuido dele do jeito que sei que a faz arquear as costas. Por diversas vezes a vejo fechar os olhos e arreganhar a boca enquanto aperto e mordisco região tão sensível, nenhuma ordem de interrupção soa.

Desvio minha atenção a sua barriga e Charlotte engole em seco, sua mente provavelmente antecipando o que certamente virá a seguir.

"Se não estiver bom pra você, se o livro for melhor, me mande parar." Eu digo ao desabotoar seus shorts brancos, lambendo seu umbigo antes de erguer a cabeça para encará-la. "Tudo bem?"

"Tudo-" Ela quase gagueja e como isso é inaceitável para a Charlotte Fitzgerald, refaz sua resposta. "Tudo bem." Umedecendo seus lábios, ela se força a olhar novamente para as páginas diante de seu rosto.

Tiro seus shorts devagar e os jogo no chão. Agora apenas uma calcinha também branca me separa de seu centro. Por conta da frustração de seu tesão hoje mais cedo, já posso ver que está molhando o tecido que lhe cobre e por mais ansioso que eu esteja pra provar dela, tomo meu tempo beijando e acariciando cada centímetro de suas pernas primeiro.

"Você está mesmo lendo essa coisa?" Pergunto ao vê-la olhando para o mesmo ponto na página por tempo demais.

"Estou sim." Rebate como se tivesse se ofendido com a pergunta.

"Eu não acredito em você. Leia em voz alta." Ordeno antes de mordiscar o interior da coxa dela.

"O que? Não. Eu estou lendo sim." Insiste, seu cenho franzido.

"Leia em voz alta, Charlotte..." Me inclino sobre o centro dela ainda coberto e passo a ponta do nariz pelo tecido, logo beijando o ponto mais sensível que ela tem. As costas dela arqueiam. "...ou eu juro que paro."

"Porra." Choraminga pra si mesma. "Okay, eu leio em voz alta."

"Minha boa garota." Elogio, lhe dando outra beijo lá.

Deito mais confortavelmente na cama e passo meus braços ao redor de seus quadris. As coxas dela roçam as minhas orelhas da forma mais aconchegante, apertando a minha cabeça aqui e ali quando minhas lambidas e chupadas sobre sua calcinha são mais intensas. De trilha sonora, a leitura de Watermelon Sugar entre gemidos e pequenos xingamentos.

"Mais alguém já te chupou sobre a calcinha assim?" Eu pergunto, me divertindo com o ato.

"Não." Ela nega também com a cabeça.

"Eu sou o seu primeiro, então? É gostoso?"

"Uhum. Continua."

"Não me quer sem ela?" A provoco ao enfiar o dedo por dentro do tecido e arrepiar sua virilha.

"Sim, tira." Ela coloca o livro de lado por um segundo para pedir por mais prazer, mas meu olhar a faz perceber que quebrou uma regra. "Continua, por favor."

Faço uma pausa estratégica para vê-la implorando outra vez, mas Charlotte é mais difícil do que isso. Ele pediu uma vez e só vai pedir de novo com o incentivo certo.

Puxo sua calcinha, a deslizando por suas coxas acima da minha cabeça e nem me dou o trabalho de tirar até o final, pois logo em seguida deslizo minha língua por toda a extensão de sua fonte de calor. Charlie estremece, seus quadris circulando o ar a procura da minha boca pra obter mais - sempre mais.

"Não estou ouvindo a leitura." Pressiono. Com tudo que há nela, Charlotte reabre o livro e encara as páginas.

O parágrafo continua sendo parafraseado segundos de tomada de fôlego depois e prossegue também a minha oração entre suas pernas. Novamente, as frases são atrapalhadas por sons de aproveitamento, mas nada que a impeça totalmente.

Portanto eu vou além.

Usando a língua em seu clitóris, passo também a acariciar sua entrada encharcada, ameaçando penetrá-la com os dedos, mas não o fazendo de fato. Minha cabeça é amassada de frustração quando eu chego a colocar a ponta do dedo para dentro, mas o tiro no segundo seguinte.

Sem conseguir se controlar, seus quadris rebolam contra os meus lábios, me ajudando nos movimentos que a deixam louca. Desço a língua para sua entrada e compenso a falta no clitóris com meu dedão, ao passar o braço por sobre sua barriga, que está se contraindo a cada minuto, exatamente como sua boceta.

Em um dado momento ela simplesmente deixa o livro cair no chão e um suspiro assustado deixa seus lábios. Charlotte me lança um olhar suplicante e as palavras que eu queria ouvir ao menos mais uma vez escorrem entre seus dentes como o mel que agora umedece o meu queixo.

"Por favor, Harry, não para. Por favor."

Ela disse mais duas vezes, posso me considerar vitorioso.

"Talvez em outro momento, mas essa noite eu não vou parar, meu amor." Devolvo os arrepios de prazer a ela e, agora que está livre do meu pequeno jogo, agarra os meus cabelos e geme como tem vontade.

Enfim uso meus dedos como ela quer. Faço os movimentos de vai e vem e encontro a região que envia ondas de eletricidade por todo o corpo dela a cada nova estocada. Sinto que ela está cada vez mais perto de gozar assim que o espaço dentro dela começa a se contrair demais, então eu esfrego minha língua com mais rapidez em seu ponto sensível.

Seu ápice vem esmagando os meus dedos e a minha cabeça entre suas coxas. Posso sentir o abdômen dela se apertando abaixo da minha palma, suas costas arqueando e, mesmo que eu não possa ver, tenho certeza que os dedos de seus pés se contorcem. Tenho que apartar as coxas dela pra poder continuar a chupando pelo seu caminho através da ponte do orgasmo, até ela se acalmar ao chegar do outro lado.

"Porra!" É a única coisa inteligível que consegue dizer no momento. Compreensível, ela me deixa em estado semelhante.

"Sabe o que é melhor do que um bom livro? A sua boceta." Comento ofegante ao beijar a barriga dela, subindo ao seu nível de visão para lhe olhar nos olhos.

"A sua boca na minha boceta." Me corrige, resfolegando ainda mais forte que eu. "Eu não absorvi nada do que eu li." Admite e nós dois rimos.

"Sério? Eu achei que te ajudaria na compreensão." Brinco.

"Vai se foder, Harry." Contradizendo a hostilidade da sentença, ela me beija, provando do seu próprio em mim.

"Com o quão duro eu estou agora, eu com certeza irei me foder."

"Não se eu foder primeiro." Num tom desejoso, deixando de lado a fatiga do gozo, Charlotte me beija novamente ao tocar o volume nos meus shorts e provocá-lo com os dedos.

"Deus abençoe o corpo feminino e os múltiplos orgasmos." Murmuro e isso causa outro riso entre nós dois.

E entre um toque e outro, uma piada e um elogio, não consigo ignorar a ardência dentro de mim em apenas relembrar que daqui a dois dias não teremos mais noites como essas, porque eu estarei em outro continente e ela estará aqui, ocupada com sua própria vida.

"Eu vou achar uma maneira." Digo de repente ao segurar seu rosto ternamente, a fitando profundamente para demonstrar o quão importante isso é pra mim. "Eu prometo, vou achar uma maneira desses não serem os nossos últimos dias juntos."

Charlotte fica em silêncio, digerindo as minhas intenções o melhor que pode.

"Nesse exato momento eu posso não saber muito sobre você e você sobre mim, mas eu quero mudar isso, Char. Eu quero fazer como as pessoas fazem: sentar, conversar, dar o próximo passo. Não quero que você pense que isso pra mim foi só uma diversão casual em Malibu. Você significa muito mais pra mim do que apenas isso. Acha que é... ilusório da minha parte ter essa ambição?"

"Se for, então ambos estamos nos enganando, porque eu adoraria sentar, conversar e dar o próximo passo com você." Confessa, reforçando minhas esperanças.

É isso, Harry. Depois de dois anos, vocês finalmente estão na mesma página sobre isso. Agora faça algo a respeito. Faça valer a pena.

"Sendo assim... eu tenho que ligar para o meu agente."

N/A: Demorei, mas o capítulo foi longo.

Quando puderem, deem uma olhada na minha nova fanfic chamada Nightingale.

Espero que tenham gostado do capítulo
xx

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