Amar Vale a Pena Recomeçar

By LuanaBarros3

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O livro será publicado pela Chiado Editora em maio de 2016! Espero que gostem! O livro Amar Vale a Pena - Re... More

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11

Capítulo 2

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By LuanaBarros3


Bom diaaaa!!! É com felicidade imensa que posto hoje o Capítulo 2. Torço para que gostem. Beijo grande!

CAPÍTULO 2

Luiza

Agora quem perde a voz sou eu. Meu estômago se revira. Eu quero vomitar. Não. Não. Não. A mulher que me inferniza à distância agora está aqui! Na porta da minha casa. Veio me infernizar de perto? Meu desespero é tanto que paraliso. O Gu olha pra mim desesperado. É quando volto ao meu corpo e a ouvir a voz da vadia:

– Gustavo. Abre logo. Quero ver a minha filha.

Quando escuto, sobe um frio na minha espinha. Sinto a minha cabeça adormecer de ódio! Só consigo gritar:

- Não tem nenhuma filha sua aqui.

O Gustavo toma o interfone da minha mão. Ele havia se recomposto do susto.

- O que você quer, Natalie? – Ele pergunta nervoso.

- O que essa idiota disse? – Posso ouvir a Natalie gritar. Vaca! Vaca, vadia! Ah que ódio que eu tenho dessa mulher.

- Vou perguntar de novo. Se não responder, eu desligo. – O Gu fala pra ela. Como se os nossos problemas pudessem ser resolvidos desligando um interfone! Meu sonho! – O que você quer?

- Quero ver a minha filha. E você nem ninguém pode me impedir. – Ela grita.

- Quem vê, não pensa que ela abandonou a filha! – Grito do outro lado pra ela ouvir!

O Gustavo abaixa o interfone para que eu não escute mais idiotices da Natalie. Ele tampa o local de falar com as mãos para que ela não ouça a nossa conversa e diz com o semblante preocupado:

- Infelizmente o dia chegou. Eu sempre temi... Nunca falei nada pra você porque não queria que sofresse à toa. Vou defender nossa família. – Ele olha nos meus olhos. - Ficaremos juntos. Mas temos que passar por isso. Ela é a mãe biológica da Malu. – Começo a chorar. Meu "conto de fadas" está acabando. Meu mundo desabando na minha frente e não posso fazer nada. Achei que era "felizes para sempre". Mas parece que o meu "para sempre" não será eterno. Ele me abraça e pede. – Confia em mim. Por favor. Vai dar tudo certo.

Eu saio do abraço dele, olho em seus olhos e falo:

- Eu confio em você. Somos uma família não somos?

- Claro. – Ele diz, beija a minha testa e me abraça novamente.

- Então abre esse portão. Vadia nenhuma vai estragar a nossa felicidade. – Falo abrindo um sorriso pra ele. Ele sorri de volta.

Por causa da demora, a Natalie começa a dar murros no portão, gritando:

- Abre! Quero ver a minha filha!

Cada vez que ela diz isso, sinto uma pontada no meu coração. O Gustavo abre o portão e vai falar com ela na garagem enquanto cuido da Malu que está na cadeirinha distraída com seus brinquedos. Eu já havia dado janta pra ela. Mas ela gosta de tomar um leitinho antes de dormir. Vou para a cozinha esquentar o leite e... Ouvir a conversa deles... Claro!

A Natalie e o Gu conversam na varanda perto do portão de entrada. Percebo que ela está cercada de malas, acho aquilo mais estranho ainda. Ele pergunta nervoso:

- O que você está fazendo aqui?

- Eu voltei. Quero cuidar da minha filha. – A vaca fala de forma séria. É inacreditável. Me faz rir!

- Dois anos depois? – Ele ironiza.

- Nunca é tarde. – Ela retruca.

- Vaca falsa! – Falo baixinho.

- Você não pode fazer isso. Nós criamos a Malu. Eu e a Luiza. Ela tem a Luiza como mãe. – Ele tenta conversar com a maluca.

- Aquela idiota não vai ser a mãe dela. E você colocou esse nome ridículo na minha filha! – Ela diz com muito ódio... O nome da Malu é Maria Luiza. A mãe do Gustavo se chamava Maria Clara... Nós juntamos o primeiro nome dela com o meu! Muito brega, eu sei... Mas acho lindo e estou "cagando" se a vaca achou ruim... Ela não ficou aqui para escolher o nome da filha. Ah eu quero ir lá e arrancar aqueles silicones do peito dela na unha!

- Foi a Luiza quem quis ser mãe da Malu, porque você optou por não ser. - O Gustavo se altera. - Já se esqueceu? – Ele faz uma pausa para respirar, está muito nervoso. – Foi a Luiza quem amamentou a Malu, quem cuidou dela por noites e noites, com febre, diarreia, cólica por causa de dente nascendo... Foi ela quem deu o amor que você deveria ter dado e não quis! – Ele diz apontando o dedo na cara dela. Nem eu sabia que ele sentia tanta raiva da Natalie.

- Como assim? Aquela idiota amamentou a minha filha? – Ela pergunta com desdém.

- Pra você ver o tamanho do amor que a Luiza tem pela "sua filha". – Ele faz as aspas com a mão. Adorei! Acabou com a vadia na alta.

- Sei que errei. Me deixa consertar meu erro. Eu imploro. – A Natalie fala chorando.

- Tudo bem. Você vai lá e vai ver a Malu. – Ele fala em tom de ameaça. - Mas não vai nem fazer menção de ser mãe dela. Ela já tem dois anos. Entende algumas coisas...

- Eu sei! Ela deve estar linda! Minha mãe me mostrou algumas fotos. – Ela para de chorar e sorri.

A mamadeira da Malu já havia esquentado há muito tempo. Volto correndo pra sala de jantar. Eles entram na casa, passam pela "sala de brincar" para chegar até a sala de jantar, onde estou com a Malu. Ela está sentada na sua cadeirinha, tomando o leite. Estou sentada numa cadeira ao seu lado.

Quando a Natalie entra na sala de jantar, dá de cara comigo. O olhar dela pra mim é de tanto ódio que me faz arrepiar. Me vem um pressentimento horrível de que ela me afastaria do Gustavo e da Malu, mas não deixo aquilo tomar conta de mim. Levanto e olho nos seus olhos. Estendo a mão direita para cumprimentá-la:

- Boa noite, Natalie. – Falo com a voz firme.

- Boa noite. – Ela pega na minha mão.

É impressionante o quanto ela ainda é linda! O tempo fez muito bem a ela, está deslumbrante. Pena que só por fora...

- "Note" – A Malu diz.

A Natalie se vira para ver a Malu, ficando de frente pra ela. A Malu estava tomando o leite na mamadeira de forma serena. Estava tudo bem até então... A Natalie se abaixa para ficar mais próxima e diz sorrindo pra Malu:

- Oi, linda!

A Malu fica paralisada, arregala os olhinhos, depois abre um berreiro que nem eu entendo. Ela chora tanto que soluça. Só nas cólicas por causa do nascimento dos dentes que eu a havia visto chorando profundo daquele jeito.

Pego a Malu no colo e começo a fazer carinho nela para que se acalme. A Natalie fica desconcertada de raiva e diz:

- Me deixa pelo menos pegar a minha filha!

- Ela está chorando. Você não está vendo? – Falo gritando e assustando ainda mais a Malu.

- Eu posso fazer a minha filha parar de chorar. – Ela grita comigo.

- Você só pode estar fazendo piada, né? – O Gustavo não se aguenta e a provoca.

A Malu chora mais ainda. Claro! No meio daquela confusão. Eu a levo pra "sala de brincar". Meu coração fica em pedaços por vê-la chorando desesperada daquele jeito. Sento no tapete com ela e começamos a brincar, montando um palhacinho que ela adora. Ela se acalma. O Gustavo e a Natalie chegam devagarzinho para não incomodá-la.

A Natalie se senta num sofá que está de frente pra a Malu. O Gu se senta em outro perto de onde eu e a Malu estamos sentadas. Ele parece um leão defendendo a sua família. Gosto disso. Faz com que me sinta protegida.

Estou gelada por causa dessa situação toda e por causa dos olhos da Natalie em cima de mim. Depois de um tempo nos observando a Natalie diz em voz baixa e embargada pela emoção:

- Ela é linda... – Claro! A Malu é a cara dela! E a vadia é gata pra caralho! Bosta. Xinguei. Ainda bem que é só pensamento e a Malu não pode ouvir pra repetir!

- É mesmo. – Falo num tom amigável.

- Não quero fazer mal a ninguém. Só quero ser mãe da minha filha. – Ela se faz de coitadinha. Quem vê até pensa!

Um frio sobe pela minha espinha novamente. Já estou me acostumando a conviver com ele. Toda hora que a Natalie abre a boca ele vem. O Gu olha pra ela e fala indignado:

- Depois de dois anos você decide ser mãe, volta e acha que está tudo bem?

- Não acho que esteja tudo bem. – Ela o encara. - Mas quero recuperar tudo que perdi.

- Você acha que recupera os primeiros passos dela? E a primeira palavra que ela disse? E o sorriso lindo que ela dava depois que eu a amamentava? – Suspiro e continuo falando sem me alterar. – Não, Natalie. Você não recupera. – Olho pra vadia. - Ela não é uma festa na qual você deixou de ir, mas vai ter a mesma festa no outro fim de semana. Porém, com um DJ diferente e com o mesmo povo fútil! – Olho pra Malu e passo a mão nos seus cabelos. – Ela é muito mais e muito melhor que isso! – Olho pra Natalie e começo a chorar falando. – Ela é o sorriso mais lindo do mundo. Ela tem o melhor cheiro que eu já senti. Ela é a paz, é o amor... Você nunca vai entender o que ela é... –Termino de falar, enxugando as lágrimas que caem dos meus olhos sem que eu perceba. Estou apavorada. Olho para o Gu, ele coloca uma mão no meu ombro, me dando força.

A Natalie fica sem jeito, mas não desiste:

- Sempre há tempo. Mas agora está tarde. – Ela diz se levantando. – Amanhã voltarei. Vim direto do aeroporto, estou muito cansada.

"Se for por falta de tchau", penso. O Gustavo pergunta intrigado:

- Você não avisou a ninguém que voltaria?

- Não. Queria fazer surpresa! – Ela diz de forma irônica! Só pode! Pra mim ela quer fazer desastre!

Ela vem até a Malu e dá um beijo frio e estranho nela. A Malu nem sente. Ela não sabe se aproximar de uma criança! É gelada a forma como a Natalie olha pra Malu...

O Gu chama um táxi pra ela e a acompanha até a porta. O táxi chega. Ela e as malas dela saem da nossa casa e posso voltar a respirar.

Quando o Gu entra de volta em casa, estou no mesmo lugar da "sala de brincar" com a Malu. Ele olha pra mim e pergunta:

- Ainda quer jantar?

Balanço a cabeça para os lados, enquanto olho para o chão e começo a chorar. Chorar muito. Igual a uma criança. Desespero define bem meus sentimentos. "Não é possível que isso esteja acontecendo.", penso. Eu choro até soluçar. O Gu senta no chão junto comigo e me abraça. Olha pra mim, chorando também, mas de uma forma menos "mexicana" que a minha:

- Calma. Vai ficar tudo bem.

- Mamãe. – A Malu me abraça.

Aí que eu choro mesmo! Incorporo a Maria do Bairro junto com a Maria Mercedes e mais um monte de mexicanas dramáticas que devem existir. Não consigo imaginar viver sem o cheirinho dela, sem aquele abraço apertado que é o melhor lugar do mundo...

A Carol chega no meio da "novela" e quase morre de susto, coitada! Acha que morreu alguém:

- O que houve? – Ela pergunta sentando no tapete perto da gente.

Olho pra Carol. Acho que ela sente o meu desespero e afirma:

- A Natalie voltou.

- Vo-cê sa-bia? – Pergunto soluçando.

O Gu olha pra ela espantado também.

- Claro que não. – Ela diz passando a mão nos meus cabelos. – Desconfiei por ela dificultar o processo de adoção... Por isso pensei que voltaria a qualquer momento.

- Eu não sei o que fazer. – Falo um pouco mais calma.

O Gu olha pra mim e diz:

- Eu vou ligar para os advogados que trataram do caso. Eles precisam fazer o processo correr rápido. A gente tem como provar que ela ficou esse tempo todo fora!

- Não é uma questão judicial. A Natalie é a mãe biológica da Malu. Não podemos negar isso. E algo me diz que ela não está brincando. – Me arrepio ao falar isso.

- Não vamos sofrer por antecipação. – O Gustavo diz me olhando. Quem ele acha que engana? Eu sei que ele está no "cagaço" que nem eu!

- Vai ficar tudo bem. – A Carol diz olhando com compaixão pra mim.

Quase respondo: "Desde o livro passado vocês estão falando isso, mas eu só venho me fodendo!".

- Vou colocar a Malu para dormir. – Falo me levantando.

- Eu vou com você. – O Gu se levanta também.

- Tem janta, Carol. Come um pouco... – O Gu diz olhando pra ela.

- Estou sem fome. – Ela fala pra ele.

- O que houve com você? Sempre que chega de boteco ataca a geladeira! – Ele a interroga.

- Só não quero comer, maninho. – Ela diz, dando um beijo no rosto dele e piscando pra mim.

- Tudo bem... – Ele se dá por vencido e a gente vai para o quarto da Malu.

Coloco a Malu na cama dela. Deito ao seu lado e o Gu se senta no chão. Ele começa a ler o livro de história "Branca de Neve e os Sete Anões". A Malu dorme antes da Branca de Neve conhecer os anões. Bem faz ela... Perder a parte da bruxa malvada, que na minha novela mexicana se chama Natalie.

Depois que ela adormece. Ficamos olhando um pouco pra ela. Seguro pra não chorar. Ele olha pra mim com ternura, passa os dedos acariciando meu rosto. Depois passa a mão nos cabelos da Malu e dá um beijo no rosto dela:

- Vamos dormir? – O Gu fala me olhando.

- Vou dormir aqui hoje. – Falo baixinho.

- Não vai não. – Ele diz estendendo uma das mãos para eu apoiar e levantar. – Vamos! Levante! Pare com esse medo bobo. A Malu sempre estará conosco.

Fico paralisada pelo pensamento horrível que vem à minha cabeça: "Será que quem não estará aqui serei eu? Será que foi isso que a Natalie veio fazer?".

Sou acordada do meu devaneio com o Gu falando sem paciência já:

- Vamos Lu!

- Tudo bem. Estou indo. – Falo dando um sorrisinho amarelo e me apoiando na mão dele.

Enquanto estamos caminhando para o nosso quarto, paro e comento olhando para o Gu:

- Você viu como a Natalie foi fria com a Malu?

- Vi. Não entendi ela voltar por causa da Malu... A Natalie não consegue ficar perto dela! – Ele também está confuso.

- Também não entendo... – Falo com o ar de preocupação.

- Seja lá o que ela queira, só terá se permitirmos. Vamos dormir. – Ele encerra a conversa dando um beijo na minha testa.

Nos deitamos na nossa cama. Peço para o Gu me abraçar forte. Ele passa o braço pela minha cintura. Durmo agarrada a ele. Com o rosto em seu peito. Nem consigo respirar direito, mas foi o jeito que encontrei de me sentir segura.

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PARECE QUE A FELICIDADE DO CASAL ACABOU!


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