CINZAS - Saga Inevitável: Seg...

By MillenaAgliardi

171K 17K 5.6K

» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Vo... More

PREFÁCIO:
PRÓLOGO.
1. Todo Mundo Menos Você.
2. Por Supuesto.
3. Sound Of Silence.
4. O Conto Dos Dois Mundos.
5. João De Barro.
6. Melhor Sozinha.
7. Losing Your Memory.
8. Say Something.
9. Ciumeira.
10. River.
11. Arcade.
12. Lendas e Mistérios.
13. Question.
14. Summertime Sadness.
15. You Broke Me First.
16. Broken Wings.
17. Leave All The Rest.
18. Love And Honor.
19. Beggin'
20. DYNASTY.
21. abcdefu.
22. A Meta É Ficar Bem.
23. Insônia.
24. Penhasco.
25. Blood // Water.
26. Monster.
27. Radioactive.
28. Skyfall.
29. Believer.
30. Chasing Cars.
31. I See Red.
32. Cedo Ou Tarde.
33. Traitor.
34. Enquanto Houver Razões.
35. Dusk Till Dawn.
36. Play With Fire.
37. Evidências.
38. No Pares.
39. Santo.
40. Ingenua.
41. Angels Like You.
42. Who You Are.
43. Queda.
44. Mad World.
45. Mercy.
46. Bird Set Fire.
47. Couting Stars.
48. In The End.
49. Decode.
50. The Power Of Love.
51. Way Down We Go.
52. River.
53. Blood/Water.
55. Monster.
56. Unconditionally.
57. As Long You Love Me.
LIVRO NOVO!

54. Losing Your Memory.

2.3K 269 86
By MillenaAgliardi

LORENZO.

“You're losing your memory now...
Call all your friends
And tell them you're never coming back.
'Cause this is the end,
Pretend that you want it
Don't react.”


— Eu nunca disse isso! — Papai rosnou quando Luca terminou sua história. — Eu nunca disse que as mataria! 

— Você vai mentir? Mesmo?! Você disse com todas as letras, no iate, eu estava lá também, Nico! — Luca rosnou, apertando ainda mais a arma contra a cabeça de Jhenifer. Eu estava prestar a surtar. Meu corpo todo em alerta, meus ombros doendo pela tensão constante. Jhenifer olhou para mim, os olhos de oceano brilhando em medo desesperado. A mulher da minha vida, grávida do meu filho, estava sob a mira de uma arma e eu não estava fazendo nada para ajudar. 

— Eu não disse! — Papai gritou dessa vez. 

— Você… 

— Se ele disse, ele não se lembra, porque ele passou o nosso último cruzeiro inteiro drogado. — Nino disse calmamente. — Drogado e em crise. 

Luca soltou uma respiração dura ao passo que meu pai estremeceu por completo. 

— Se você tivesse simplesmente falado com Nico outra vez, nada disso teria sido necessário, nada disso teria acontecido. Ainda seríamos uma família, Carisma estaria viva, nós todos morando na propriedade, você e eu compartilhando o cargo de Consigliere. — Nino soltou uma risada amarga, ainda se colocando na frente de Alessa, protegendo-a com seu próprio corpo. — Nós ainda seríamos uma família. Mas agora? Dois irmãos estão num galpão, apontando armas para as pessoas que deveriam amar e proteger. 

— Você não entende! — Luca gritou fazendo Jhenifer dar um pulo e eu um passo para frente. Seus olhos caíram sobre mim, mas não havia toda a fúria descontrolada de antes, havia pesar. E então ele voltou a olhar para o meu pai. — Ninguém nunca vai entender o quanto eu me senti traído e machucado quando você disse para eu matar Love e o bebê em sua barriga. 

— Eu sequer me lembro disso. — A raiva de papai também sumiu, sendo substituída por uma tristeza aterradora. Ele parecia quebrado. — Ainda assim, não justifica. Você tentou uma vez e simplesmente desistiu da sua família, armou sua própria morte e matou Carisma. 

— Você parecia ter esquecido ou estar se recusando a tocar no assunto quando voltamos. Então, eu não quis te lembrar. Porque da forma que você falou comigo, eu sabia que se eu te lembrasse, você a mataria. — Luca soltou um suspiro cortante. 

Meus olhos estavam em Jhenifer que chorava copiosamente, seus lábios tremendo, assim como seu corpo. Ela tinha os braços protetores ao redor da barriga. Eu não sentia nada pelo neném dentro dela, nunca tinha o visto, não sabia como ele era. Era só um ser protegido por pele, que ele nunca saberia como seria se algo acontecesse a Jhenifer. Mas ele não se importava em nunca conhecer a criança porque se algo acontecesse com Jhenifer, ele não teria nada mais. Sua vida estaria acabada. 

— Você fez o que fez para proteger sua mulher e o bebê que estava na barriga dela. Você se sentiu tão desesperado, com tanto medo de perde-los, que forjou sua própria morte. — Recapitulei, os olhos fixos nos de Luca. — E agora você está fazendo o mesmo comigo. Você está apontando uma arma para a cabeça da minha mulher, ameaçando a vida dela e a do meu filho. Você passou por isso, Luca. Você sabe como eu me sinto. Você sabe o desespero que eu estou sentindo. E eu estou tão desesperado que posso fazer qualquer coisa, inclusive algo que eu nunca fiz antes, implorar. Eu estou implorando, Luca. Solte Jhenifer. 

— Eu sei. — Luca disse com uma expressão de dor. — Mas ela é meu passe livre. Ela é o que está impedindo Nico de atirar na cabeça da minha filha. 

— Então a troque por mim. — Pedi. Não, melhor, implorei. Implorei como se eu fosse um qualquer, um fraco. — Eu valho mais. Sou o próximo Capo da Camorra, meu pai me ama. Ele vai fazer qualquer coisa por mim. Me troque por ela. 

— CALE A BOCA, PRAGA! — Papai gritou atrás de mim, mas tudo que eu via era Jhenifer de olhos arregalados, pedindo silenciosamente para eu não fazer isso. Dei um passo para frente. — Se qualquer filho da puta se aproximar do meu filho, eu explodo a cabeça dessa garota! E você sabe bem que eu falo sério, Luca. Você é pai. Se você tocar num fio de cabelo de Lorenzo, eu não tenho motivo algum para não jogar todos nós para a morte! 

— Chega com essa porra! — Nino gritou. Era a primeira vez que eu o via gritar abertamente, era a primeira vez que eu o via perder o controle. — Chega! Isso não vai dar em nada! Essa discussão ridícula não vai dar em nada porque Nico não vai matar Sadie e você não vai matar Jhenifer. Eu conheço você, Luca. Você nunca mataria uma mulher grávida, você nunca faria isso. Então, chega, porra. Nico, liberte Sadie. Deixe-a ir com Luca. 

— Você… — Papai se virou para Nino querendo mata-lo com um único olhar. 

— Nós nos encontraremos novamente. Sem duas garotas inocentes na mira de armas. E então, nós resolveremos isso tudo. — Nino abriu um sorriso sombrio em direção a Luca. — Quando minhas sobrinhas não estiverem mais na mira de armas, nós iremos conversar. De homem para homem. 

— Se ele concordar, eu concordo. — Luca disse sem hesitar. 

— Mas antes… — Nino trocou um olhar com meu pai. Os dois pareceram se comunicar silenciosamente. E então meu pai olhou para mim e indicou o homem armado ao meu lado. 

Luca sequer teve tempo de gritar um aviso antes que eu me virasse já tirando a arma do coldre e atirasse no homem a minha esquerda; papai e Nino fizeram o mesmo. Tia Alessa gritou, Jhenifer gritou, até Sadie que estava tentando parecer corajosa gritou. Eu não senti nada ao olhar para os cadáveres no chão. Ao longo dos anos, a culpa diminuiu até sobrar apenas uma felicidade cruel.

— Você realmente acha que eu vou acreditar que sairei daqui vivo depois disso? — Luca rosnou. Tio Nino continuou mantendo Alessa atrás de si, mas se virou para acalma-la. 

— Não vou deixar nenhuma testemunha viva para contar que eu te deixei ir embora depois de ameaçar minha família e a Camorra. — Papai respondeu na mesma voz irritada. 

E então para minha total surpresa, abaixou a arma que tinha contra a cabeça de Sadie. 

— Eu, Nico Matteo Parisi, juro por minha honra, que te deixarei sair daqui vivo com sua filha. — Papai jurou solenemente, mas então abriu um sorriso perigoso. — Mas corra para bem longe, Luca, porque eu vou dar tudo para te encontrar. E você sabe quem eu sou. Você sabe que o meu tudo é um exército de homens que morreriam antes de me decepcionar. 

Luca assentiu, um traço de desafio em seus olhos, mas abaixou a arma, lentamente tirando o braço da garganta de Jhenifer. Quando ele a soltou, ela não esperou um segundo para correr em minha direção, se jogando em meus braços, me apertando contra ela. Eu a abracei com tudo de mim, beijando seus cabelos e seu rosto. Minha. Eu nunca mais deixaria chegar tão longe. Eu mataria qualquer um antes que se tornasse uma ameaça. 

Observei sobre a cabeça de Jhenifer papai soltar Sadie e assim como minha noiva, ela correu em direção a ele, se jogando nos braços do pai. 

— Tudo bem, querida.  — Luca a consolou. — Tudo bem. 

— Saía de Las Vegas e nunca mais volte. — Nino ordenou. — Você não é bem vindo. Você é a escória, você é menos do que nada.

Luca não se dignou a responder, apenas sustentou o olhar do meu tio antes de puxar Sadie, protegendo-a com o corpo ao passar entre os dois. Sadie lançou um olhar assutado para meu pai, mas também não disse nada. 

Havia acabado. Estava encerrado. 

Ou não. 

Tudo estava muito quieto e silencioso, por isso notei a movimentação. Alessa foi hábil e rápida o suficiente para não ser impedida quando puxou a arma que Nino tinha em suas costas. Quando ele se virou para ela, quando papai entendeu a situação, quando Luca olhou para trás, já era tarde demais. 

— Você matou a minha mãe. Nem que eu viva um milhão de anos, sabe quando eu vou te perdoar? — Ela disse numa voz calma e controlada, seus olhos duros e insondáveis. Ela ergueu a arma, não havia nenhuma tremor, nenhuma hesitação. Luca não encontraria a misericórdia pelas mãos de Alessa Parisi. — Nunca! 

Luca só teve tempo de empurrar Sadie para o chão antes que minha tia puxasse o gatilho. Uma saraivada de balas voou em direção a ele, os projéteis brilhando na luz tênue que entrava pelas portas semi abertas do galpão. Um tiro acertou a perna de Luca, outro sua barriga, o terceiro seu braço, e por fim, uma bala certeira em seu peito, bem no coração. Sadie gritou, gritou tão alto e tão dolorosamente que eu estremeci. Nino encarou tudo de olhos arregalados, paralisado, e meu pai… Meu pai levou a mão sobre o peito, fechando os olhos, como se aquilo fosse tão doloroso que ele sequer pudesse ver. 

Jhenifer começou a chorar contra o meu peito, também escondendo o rosto daquela visão desastrosamente triste. Nunca havia ouvido choro tão dolorido, nunca tinha presenciado uma dor tão forte quanto naquele momento. Parecia errado sequer olhar. Sadie gritou a todo pulmões, o rosto vermelho enquanto se jogava sobre o pai, tingindo suas mãos de sangue ao tentar estancar o sangramento no peito. Papai caiu de joelhos ao lado dela e ela sequer o afastou. 

— Sinto muito… — Luca gorgolejou. — Cuide de… Sad… E Love. Jure. 

— Eu juro. — A voz de meu pai falhou mais do que a de Luca. E Luca estava morrendo. 

— Sinto muito… Eu sinto muito… — Luca murmurou sem forças e seus olhos se fecharam, seu peito subindo uma última vez antes de parar. 

E então Sadie gritou a todo pulmões, fazendo Jhenifer se encolher contra mim. Alessa caiu de joelhos e Nino fez o mesmo para abraça-la, mas ela não parecia precisar de consolo, nem de conforto, seus olhos estavam fixos no homem morto. No homem que havia matado sua mãe. E por mais horrível que parecesse, quando ela me olhou, eu sorri. 

E ela sorriu de volta. 

Encarei em silêncio meu pai. Dez minutos antes ele estava com uma arma contra a cabeça de Sadie, mas agora a abraçava com as mesmas mãos que usou para feri-la. 

Por mais que fosse doloroso de se assistir, não havia nenhuma empatia por Luca. Ele havia apontado uma arma para a cabeça da minha mulher. Por mim, ele teria sido torturado, e não recebido a misericórdia de uma morte rápida.

Se as lágrimas de Sadie Coleman significavam que o meu inimigo estava morto, eu não ligava a mínima para elas.

Continue Reading

You'll Also Like

160K 14.1K 35
Amberly corre atrás dos seus sonhos em outro país deixando o passado pra atrás e ainda frustada com o término e a traição do ex que ficou no Brasil...
1.7M 167K 64
Anelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a...
2M 170K 106
Os irmãos Lambertt estão a procura de uma mulher que possa suprir o fetiche em comum entre eles. Anna esta no lugar errado na hora errada, e assim qu...
408K 33.2K 49
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...