CINZAS - Saga Inevitável: Seg...

By MillenaAgliardi

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» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Vo... More

PREFÁCIO:
PRÓLOGO.
1. Todo Mundo Menos Você.
2. Por Supuesto.
3. Sound Of Silence.
4. O Conto Dos Dois Mundos.
5. João De Barro.
6. Melhor Sozinha.
7. Losing Your Memory.
8. Say Something.
9. Ciumeira.
10. River.
11. Arcade.
12. Lendas e Mistérios.
13. Question.
14. Summertime Sadness.
15. You Broke Me First.
16. Broken Wings.
17. Leave All The Rest.
18. Love And Honor.
19. Beggin'
20. DYNASTY.
21. abcdefu.
22. A Meta É Ficar Bem.
23. Insônia.
24. Penhasco.
25. Blood // Water.
26. Monster.
27. Radioactive.
28. Skyfall.
29. Believer.
30. Chasing Cars.
31. I See Red.
32. Cedo Ou Tarde.
33. Traitor.
34. Enquanto Houver Razões.
35. Dusk Till Dawn.
36. Play With Fire.
37. Evidências.
38. No Pares.
39. Santo.
40. Ingenua.
41. Angels Like You.
42. Who You Are.
43. Queda.
44. Mad World.
45. Mercy.
46. Bird Set Fire.
47. Couting Stars.
48. In The End.
49. Decode.
50. The Power Of Love.
52. River.
53. Blood/Water.
54. Losing Your Memory.
55. Monster.
56. Unconditionally.
57. As Long You Love Me.
LIVRO NOVO!

51. Way Down We Go.

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By MillenaAgliardi

LORENZO.

“Oh, father, tell me
Do we get what we deserve?
Oh, we get what we deserve?”




Ajeitei as lapelas do terno de frente para o espelho e firmei o nó da gravata. Eu odiava vestir ternos; era uma perca de mobilidade enorme usar camisa e calça social, paletó, sapatos desconfortáveis e uma fodida gravata. Pelo menos, pude me vestir totalmente de preto, a única coisa boa naquela roupa. Penteei os cabelos para trás e respirei fundo. Havia sido uma grande batalhar fazer Thomaz permitir Jhenifer sair comigo e só aconteceu depois que eu jurei por minha honra que manteria as mãos longe dela até o casamento. Como se isso fosse necessário. Ela já estava grávida, por Deus do céu! 

— Você está lindo. — Uma suave surgiu atrás de mim e eu me virei lentamente até encontrar Anna parada na porta. Ela nunca batia, mas naquela noite não me irritei. 

— Obrigado. — Limpei a garganta. — Tudo bem? 

— Eu disse para você beija-la, não para engravida-la. — Anna censurou cruzando os braços sobre seu pijama.

Era impressionante como discutir aquilo com minha irmã me fazia ter vontade de cometer suicídio. 

— Você é muito nova para entender. — Murmurei com um suspiro pesado. — Muito nova para sequer falar sobre isso. 

— Quantos anos ela tinha quando você a beijou pela primeira vez? — Anna questionou arqueando as sobrancelhas. — Porque eu tenho certeza de que vocês já estavam juntos quando você disse que gostava dela, você só queria testar minha reação. 

As vezes eu me esquecia do quão inteligente Anna era. Muito mais do que eu, na verdade. 

— Eu não podia contar. — Admiti por fim. Já havia mentido por demais nos últimos meses. — Mas é verdade, eu queria saber sua reação, queria saber se você não me odiaria. 

— Você deveria ter contato a história completa. — Minha irmã afirmou com o rosto profundamente vermelho. — Eu jamais te julgaria. E não venha com isso de eu ser muito nova, eu sou dois anos mais nova que você. 

— Dois anos é muita coisa, Anna. Há dois anos eu não era nada como sou hoje. — Não que eu fosse melhor agora, afinal, era noivo e pai aos dezessete. — E… Eu não consegui. Por um momento eu quis contar, mas não consegui. Você poderia não me julgar, mas eu me julgava e me julgo até agora. 

— Você vai ser pai. E vai se casar com Jhenifer. — Anna riu com amargor, aquele sentimento não combinava com seu rosto angelical. — E vai me deixar aqui.

— Anna, não. Claro que não. — Meu coração pesou com a visão de suas lágrimas, aquilo doeu tanto quanto ser esfaqueado. Segurei seu rosto e beijei sua testa. As lágrimas desceram por suas bochechas vermelhas. — Não. Eu nunca vou te deixar. 

— Vai sim. Nesses últimos meses em que você estava com ela as escondidas, você já não me dava atenção. Imagine agora que vai morar com ela! — Anna fungou. — Você já me deixou. 

E por mais que eu quisesse dizer que era mentira, não era. Desde que comecei meu relacionamento com Jhenifer, dividia meu tempo entre a escola, a Camorra e ela. Mal havia visto Anna sozinha, apenas nos almoços e jantares em família. 

Parte disso não era apenas minha culpa. Estudavamos o dia todo e durante a noite, minha irmã fazia atividades extracurriculares, no entanto, antes de Jhenifer, eu conseguia ter alguns momentos com ela entre nossas rotinas apertadas. 

— Eu sinto muito. De verdade. As coisas foram muito confusas e agora são ainda mais, mas eu vou resolver tudo. Agora que minha escola acabou, eu vou ter mais tempo. — Prometi. — Não vou deixar nada me afastar de você. Nunca mais. 

— Você jura? — Anna perguntou baixinho. 

— Por minha honra. 

Ela assentiu lentamente e eu a abracei apertado.

——————«•»——————

Jhenifer estava linda em seu vestido branco que abraçava suas curvas. Com alças grossas e um decote avantajado, a peça compensava a exibição de pele da parte de cima indo até seus joelhos. Era praticamente imperceptível a leve curva de sua barriga, nenhuma pessoa que não conhecia o corpo dela como eu conhecia perceberia, mas estava ali, o leve inchaço, a prova de que tudo aquilo era real. 

Mesmo que eu não conseguisse acreditar de fato. 

Tomei sua mão contra a minha e a ajudei entrar no carro, não soltando-a mesmo quando comecei a dirigir. Jhenifer suspirava vez ou outra e toda vez que eu a olhava ela estava sorrindo. 

— Onde estamos? — Jhenifer perguntou quando comecei a subir uma colina; na noite densa, pouco era visível, mas logo isso mudaria. 

Jhenifer suspirou quando estacionei no topo da colina, dando-nos uma visão perfeita de Las Vegas. Tudo brilhava na imensidão de luzes abaixo de nós, assim como tudo brilhava na confusão de estrelas no céu acima. Ajudei a ruiva a sair do carro. Ela olhou esbabacada pela a vista em nossa frente, suspirando em deleite. Pressionei um beijo em seu ombro. 

— Uma dia, quando eu me tornar Capo, essa cidade será nossa. Então, queria que você a conhecesse do ponto mais bonito. 

Jhenifer soltou um suspiro suave ao se virar para mim. 

— Eu conheço essa cidade do ponto mais bonito; — Ela sussurrou se inclinando para me beijar. — Você.

Céus. Seus lábios contra os meus era a coisa mais maravilhosa que já tinha sentido e sempre era como se fosse a primeira vez. Se Deus realmente existisse, eu sabia que iríamos para o inferno por isso, mas quando ela me beijava… Eu experimentava do céu. 

— Espere um segundo. — Eu pedi me afastando dela, mesmo que fosse doloroso quebrar o contato dos nossos lábios. 

Tirei do bolso o controle que tio Nino havia configurado para mim e cliquei sobre o botão principal. Jhenifer se assustou quando luzes piscaram atrás dela e ela se virou. Prendi a respiração esperando sua reação. Ela deu um passo para trás, colando as costas ao meu peito. 

Frente a nós, uma imensidão de pequenas velas automáticas se acenderam. Eu pretendia usar as reais, mas no vento constante, as de led foram necessárias. E eram quase idênticas as tradicionais, então não fazia diferença. Também havia um colchão inflável recoberto por um tecido branco e sobre ele, um balde de champanhe sem álcool (temos que pensar na criança) e diversas coisas que eu sabia que Jhenifer gostava de comer. Queria dizer que a ideia disso tudo havia sido minha, mas seria mentira. Tia Alessa e tio Nino fizeram tudo depois de me dar uma ordem clara: peça-a em casamento sem ninguém por perto. 

Jhenifer se virou para mim, os olhos azuis brilhando na luz tênue das velas. Ela respirou fundo, tentando conter a emoção, mas as lágrimas surgiram. Eu já estava acostumado com elas, as pequenas lágrimas felizes que eu nem sabia existir antes de conhecer a ruiva. Antes que ela pudesse dizer algo, me coloquei de joelhos. 

Ela arregalou os olhos e colocou as mãos sobre a boca; quase ri de sua reação. Tirei do bolso interno do paletó a pequena caixa de veludo preto e a abri, estendendo-a para ela. O anel era belo, um arco de ouro revestido de pequenos diamantes, com um rubi redondo no centro, também circulado por diamantes, e brilhava na luz das velas. 

— A memória mais antiga que eu tenho da minha vida é o seu cabelo. Não lembro direito de mais nada, apenas dos seus cabelos vermelhos e cacheados, brilhando na luz do sol. Não sei se estávamos em New York ou Las Vegas, mas a cor era tão linda que me marcou desde então. Nunca quis tanto alguém como quero você, nunca amei tanto alguém como amo você. Foi difícil chegarmos até aqui, mas nada que vem fácil vale a pena. Te amei desde a primeira vez que te vi, mesmo nem me lembrando qual foi a primeira vez, eu sei, eu sinto, no fundo da minha alma, que amei você desde o primeiro momento. — Ergui a caixa um pouco mais, deixando-a na altura de sua barriga. Jhenifer suspirou extasiada, as lágrimas descendo furiosamente por seu rosto. — Quando tínhamos cinco anos eu prometi que me casaria com você. Posso ser muitas coisas, um assassino entre elas, mas não sou um mentiroso, não quebro minhas promessas. Jhenifer Carisma Rizzi, por favor, dê-me a honra de ser seu marido. Você aceita se casar comigo? 

— Oh, Deus… — Jhenifer soltou uma respiração dura. — Deus, é claro que sim. Sim! Sim! Sim! Mil vezes sim! 

Eu queria me colocar de pé e a abraçar apertado, queria tê-la em meus braços, mas controlei a ansiedade e tirei o anel da caixa antes de deslizar o círculo de ouro por seu dedo anelar. Por fim, beijei cada um de seus dedos e o anel. 

— Um rubi para combinar com seus cabelos. — Falei me colocando de pé. Quando fui comprar seu anel, a única coisa que eu sabia é que seria vermelho. Minha cor preferida porque tudo que era vermelho me lembrava ela. 

— Eu te amo tanto que não cabe no meu coração. — Jhenifer sussurrou entre lágrimas; lágrimas que eu provei ao beijar seus lábios. 

De frente para a minha cidade, eu oficialmente tinha a minha mulher. 

——————«•»——————

Deixei Jhenifer em casa e rumei para o Centro de Segurança Camorrista, dirigindo rápido pelas estradas. Papai havia me mandado um áudio dizendo que eu deveria ir para lá imediatamente, que o assunto era urgente. Acelerei ainda mais, pressentindo que algo ruim estava por vir. Quando finalmente estacionei de qualquer jeito na garagem e desci para o subterrâneo através do elevador, meu coração batia como uma britadeira. 

Depois da morte, eu tinha uma única certeza: nada de bom acontece no subterrâneo. 

As portas do elevador se abriram revelado uma imensidão de portas de puro aço. As luzes fortes me cegaram por um momento, mas rumei pelo corredor até descer vários lances de escadas estreitas. Se no andar de cima coisas ruins já aconteciam, naquela parte, só havia terror. Torturas tão bárbaras que deveriam ser escondidas, que eu nunca tive autorização para presenciar, mesmo sendo o próximo Capo. Ali, eu sabia, era onde meu pai e tio se transformavam nos monstros pelos quais eram conhecidos. E temidos. 

Parei de frente para o escâner de retina e deixei que ele me reconhecesse. A porta destravou um segundo depois. 

Entrei no segundo corredor de puro ferro. Além de ser uma câmara de tortura, aquele lugar também era o lugar mais seguro de Las Vegas. Somente Nico, Nino e eu podíamos entrar. Se alguém não autorizado parasse de frente para o escâner, todos os alarmes eram acionados e o prédio se trancava automaticamente. Haviam duas portas metálicas naquele corredor. Uma delas era usada como abrigo, onde meu pai trancou minha mãe, Anna e eu quando houve um ataque russo nas proximidades, a outra, era onde inimigos eram torturados. Eu não precisei pensar duas vezes antes de colocar minha digital na segunda porta e esperar com que ela se abrisse. 

Meus olhos recaíram primeiro sobre meu pai, depois sobre tio Nino, e por fim, na garota amarrada na cadeira de ferro chumbada no chão. 

Sadie ergueu os olhos cinzentos, fixando-os em mim com tanta raiva que me surpreendi por um momento. 

— Conheça Sadie Coleman. — Papai disse com um sorriso cruel nos lábios. — E olhe bem, porque vai sobrar pouco dela se ela não começar a dizer tudo que eu quero saber. 

Eu encarei a garota em minha frente. 

A garota de quinze anos que meu pai torturaria.


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