CINZAS - Saga Inevitável: Seg...

By MillenaAgliardi

186K 17.7K 5.7K

» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Vo... More

PREFÁCIO:
PRÓLOGO.
1. Todo Mundo Menos Você.
2. Por Supuesto.
3. Sound Of Silence.
4. O Conto Dos Dois Mundos.
5. João De Barro.
6. Melhor Sozinha.
7. Losing Your Memory.
8. Say Something.
9. Ciumeira.
10. River.
11. Arcade.
12. Lendas e Mistérios.
13. Question.
14. Summertime Sadness.
15. You Broke Me First.
16. Broken Wings.
17. Leave All The Rest.
18. Love And Honor.
19. Beggin'
20. DYNASTY.
21. abcdefu.
22. A Meta É Ficar Bem.
23. Insônia.
24. Penhasco.
25. Blood // Water.
26. Monster.
27. Radioactive.
28. Skyfall.
29. Believer.
30. Chasing Cars.
31. I See Red.
32. Cedo Ou Tarde.
33. Traitor.
34. Enquanto Houver Razões.
35. Dusk Till Dawn.
36. Play With Fire.
37. Evidências.
38. No Pares.
39. Santo.
40. Ingenua.
41. Angels Like You.
42. Who You Are.
43. Queda.
44. Mad World.
46. Bird Set Fire.
47. Couting Stars.
48. In The End.
49. Decode.
50. The Power Of Love.
51. Way Down We Go.
52. River.
53. Blood/Water.
54. Losing Your Memory.
55. Monster.
56. Unconditionally.
57. As Long You Love Me.
LIVRO NOVO!

45. Mercy.

2.5K 297 121
By MillenaAgliardi

LORENZO.

“Consuming all the air inside my lungs
Ripping all the skin from off my bones
I'm prepared to sacrifice my life
I would gladly do it twice”


Era a terceira vez que eu acordava de uma sedação em menos de quatro dias. A primeira vez quando acordei no hospital depois de consertarem meu nariz (de que forma? Não sei) depois eu fiquei irritado de novo e fui sedado. Agora, estava acordando em casa, depois de ter sido sedado por tio Nino para me recuperar. 

Se eu levasse outra injeção calmante, eu ia acordar para matar alguém. Meu rosto estava tão inchado que eu podia sentir sem nem mesmo tocar, dificultando minha visão. Minha língua estava doendo; em algum momento eu a cortei ao ponto de precisar de pontos, segundo tio Nino. 

— Não tente se levantar. — A voz de meu pai soou atrás de mim. Me virei sentindo a cabeça girar pelo movimento. 

— Não vou ficar deitado aqui. 

— Você vai. — Meu pai afirmou sem nenhuma expressão no rosto. — Ou eu vou te algemar e depois de sedar pelo resto da semana. 

— Você não faria isso. 

Papai tirou do bolso um par de algemas metálicas. Arregalei os olhos. 

— Eu vou fazer. 

Como o covarde que era, voltei a me deitar na cama. 

— Onde está Jhenifer? Como ela está? — Perguntei porque, afinal, era a única forma de saber sobre ela. E tudo que eu queria era saber sobre ela. 

Meu pai me encarou como se não pudesse acreditar que eu estava fazendo tal pergunta. 

— Eu não poderia saber, já que New York está incomunicável desde o acontecido. — Papai disse calmamente, sua expressão voltando a ser um vazio completo. 

— Eu preciso saber como ela está. — O desespero em minha voz era nítido. Nico Parisi se sentou na cadeira de frente para a cama e cruzou a perna sobre o joelho. 

— Precisa, é? — Ele sorriu sem humor. — Você se importa? 

— É claro que eu me importo! — O grito fez todo meu rosto doer e eu caí para trás com um gemido. 

— Sério? Não parece. Se você se importasse com Jhenifer, você não teria transado com ela. — Eu levantei a cabeça para ter certeza de que estava ouvindo aquilo. O tom carregado por sarcasmo me pegou desprevenido. — Ou se você se importasse com sua família, com a Camorra. 

— Você não sabe o que está dizendo. — Sussurrei energicamente, já que elevar a voz me trazia dor. — Eu amo a Jhenifer. 

— E por isso você destruiu a vida dela? — Ele perguntou com desgosto. — Forma interessante de demonstrar amor. 

— Eu sei que você está chateado…

— CHATEADO? — Meu pai gritou se colocando de pé num rompante. Se um olhar pudesse matar, ele com certeza teria me matado naquele momento. — Você destruiu a porra da nossa família! Você agiu como um moleque, um aproveitador! Você fodeu sua própria prima, sangue do seu sangue! Você acabou com a aliança entre Camorra e Cosa Nostra! 

— Pai… 

Tentei argumentar, mas sua risada sardônica me calou. Eu nunca tinha o visto tão… Cruel. 

— Thomaz estava certo. Eu criei você errado. Eu deveria ter sido mais como ele, ter feito você me temer, te educado com violência, talvez assim você pensaria duas vezes antes de destruir tudo que eu construí para você! Talvez assim você tivesse medo! 

Suas palavras doeram mais do que a surra que Thomaz tinha me dado, doeram mais do que qualquer outra coisa na vida. 

— Não. — Sussurrei. — Eu tinha medo, até que parei de ter. Eu tinha certeza de que Thomaz me mataria e ainda assim continuei porque eu a amo. Eu a amo, pai. Nada no mundo teria me parado, porque eu nunca senti nada tão forte quanto o amor que eu sinto por ela. 

— Você é a maior decepção da minha vida. — Nico disse calmamente, me olhando com desprezo. 

Se eu pensei que já tinha sentido dor, estava enganado. Aquilo havia sido a porra da coisa mais dolorosa pela qual eu já tinha passado na vida.

— Sinto muito. — Sussurrei com a voz rouca. — Eu realmente sinto muito. 

Aquilo era meu pior pesadelo se realizando. Decepcionar meu pai ao ponto dele não me amar mais. Tudo em minha vida eu tinha feito para agrada-lo, mas de nada adiantou porque quando cometi meu primeiro erro, foi um erro grande demais para ser perdoado. 

— Porque você fez isso? Porque me traiu desse forma? — Papai perguntou resignado, com tanta raiva e decepção que eu me encolhi na cama. 

— Eu não queria te trair, eu só queria ficar com a Jhenifer… 

— E a história se repete! — Ele exclamou injuriado, lágrimas brilhando em seus olhos. — As exatas palavras de Nino quando ele fez a mesmíssima coisa! 

— Pai, acredite em mim quando eu digo que sinto muito. Por favor, me perdoa. 

— Sente muito? Você se arrepende, Lorenzo? Se você pudesse voltar no passado, você não faria o que fez? Porque é isso que perdão requer! Arrependimento! Você só pede perdão quando se arrepende de suas ações! Você se arrepende? 

As lágrimas estavam correndo por meu rosto, mas eu sequer tinha forças para erguer as mãos e limpa-las. Por mais que eu quisesse dizer ao contrário, eu não me arrependia. Eu faria tudo de novo, sofreria a ira de Thomas e a decepção do meu pai quantas vezes fosse possível, porque tudo que eu tinha vivido com Jhenifer Rizzi valia o sacrifício, valia a dor. Afinal, eu não tinha vivido até tê-la. 

— Jhenifer foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. — Confessei a ele. — Não me arrependo. Nunca vou me arrepender de amar aquela garota com a porra da minha vida. 

— Foi você. — Meu pai disse arregalando os olhos. — Você ia fugir com ela, não ia? 

— O que? Não. Do que você está falando? 

— Os dez milhões que sumiram da minha conta misteriosamente. Foi você, não foi? Para fugir com Jhenifer. 

Eu parei de respirar. Meu corpo todo ficou dormente quando percebi que ele sabia. Havia sido eu, mas não pelo motivo que imaginava. O motivo real eu nunca poderia revelar… Exceto que podia, sim. Luca Parisi não tinha mais nada contra mim. Uma risada de desespero sacudiu meu corpo antes que eu pudesse conte-la. 

— Não. Eu não ia fugir com Jhenifer. Mas sim, eu roubei seu dinheiro. 

— E você admite isso com essa cara limpa? — Ele rosnou dando um passo em minha direção. — Você me roubou e diz isso sem um pingo de remorso, seu bastardo ingrato?! 

— Chame tio Nino. Vocês dois precisam saber o porquê. — Pedi escolhendo ignorar a dor em meu peito ao ouvir seu xingamento. 

A porta de abriu, revelando meu tio como se ele estivesse escutando atrás da porta. 

— Você estava ouvindo a conversa atrás da porta? — Meu pai perguntou com raiva, ecoando meus pensamentos. 

— Eu estava garantindo que você não faria nada que se arrependesse futuramente. — Meu tio, como sempre, explicou clinicamente. 

— Como matar meu próprio filho? — Papai questionou ironicamente. 

— Ou quebrar o nariz dele de novo. — Tio Nino respondeu seco, alheio a provocação. — O que você tem a dizer? 

Eu respirei fundo percebendo o que estava prestes a dizer. Meu pai e meu tio me encararam, esperando, e por um momento medo me tomou. Eu não tinha provas de que seu irmão supostamente morto estava vivo e me chantageando. 

— No ano novo, conheci uma garota. Dois dias depois, ela me mandou mensagem dizendo para eu encontrá-la “naquele lugar” — Eu encarei meu pai, arqueando as sobrancelhas. Confusão tomou seu rosto. Ele sabia bem que aquele era um código secreto entre nós. — E então, quando cheguei, um um homem me abordou. Ele me disse que era fácil descobrir tudo sobre uma pessoa quando ficava na mesma rede de wi-fi que ela. 

Dessa vez, olhei para tio Nino. Ele repetia isso durante suas aulas sobre tecnologia, a forma que uma pessoa poderia ter acesso aos seus dados pessoais. Nino cruzou os braços, concentrando seu olhar sobre mim. Algo em sua expressão, uma leve desconfiança surpresa, me fez continuar. 

— Esse homem sabia do meu relacionamento com Jhenifer. Tinha provas. Fotos nossas nas Docas, no natal. Fora todas minhas conversas que ele pegou para si quando hackeou meu telefone. Ele me chantageou, disse que se eu não lhe desse o dinheiro, os dez milhões, contaria ao Thomaz e a você. 

— Então você roubou a Camorra para proteger seu relacionamento doentio? — Meu pai perguntou entredentes. 

— Quem é esse homem? — Tio Nino perguntou com cuidado. Mesmo deitado e com a visão limitada pelo inchaço, pude ver suas mãos tremendo. Ele sempre tinha sido o mais inteligente de todos, o primeiro a sacar as coisas. 

— Luca Parisi. — Minha voz sequer parecia minha. A raiva que eu sentia daquele homem não poderia ser posta em palavras. — Aquele homem era Luca Parisi. 

Tio Nino deu um passo para trás como se tivesse levado um soco no estômago. Meu pai me encarou, olhando para mim como se eu fosse louco. 

— Como você ousa manchar a memória do meu irmão com essa merda? — Ele sibilou dando um passo trêmulo em minha direção. 

— Não é mentira. — Garanti mesmo sabendo que ele não acreditaria. — Eu juro por minha honra, eu juro pelo Deus que está no céu, eu vi Luca Parisi. 

— Você é… — Papai se virou e acertou um soco na parede. Eu praticamente pude ouvir seus dedos quebrando. 

— A tatuagem. — Nino disse de olhos arregalados. — Você disse que eu estava impressionado com a situação, procurando motivos para não acreditar, que deveria ter visto a mão direita dele, não a esquerda, mas por anos isso me atormentou. A tatuagem dele, do corpo, estava na mão direita, não na mão esquerda! 

— Nino, não. Luca está morto! — Papai gritou em desespero nítido. 

— Eu encontrei a garota que conheci no Instagram. Sadie Coleman. — Contei por fim. Os dois se viraram em minha direção. — Pegue seu celular, irei te mostrar. 

Tio Nino tirou o celular do bolso e o entregou para mim. Com muita dificuldade consegui me sentar, a cabeça pesada e dolorida. Abri o aplicativo do Instagram, passando pelas fotos de tia Alessa no feed e digitei o nome de usuário de Sadie no campo de pesquisa. Eu havia decorado aquele usuário de tanto entrar no seu perfil. Virei a tela em direção aos homens quando o perfil de Sadie apareceu. Era um perfil privado, mas a foto e o nome dela eram visíveis. 

— Sadie Coleman. — Tio Nino disse em voz alta, o corpo tremendo. 

— Talvez ela saiba onde encontrá-lo. — Murmurei dando de ombros, o simples gesto doendo como o inferno. 

— Coleman. Se ela usa o sobrenome Coleman… 

— O que tem o sobrenome? 

— Se essa garota estava com Luca e usa o sobrenome Coleman, ela é filha dele. — Nino disse abismado, encarando o telefone como se fosse um bicho. — Ela é filha de Luca. 

— Isso é loucura. — Papai disse se afastando, mas ele não parecia mais tão convicto. — Porque Luca faria isso? 

— Ela tem quinze anos. — Tio Nino disse apontando para o celular. 

— Ele disse… — Eu apertei os olhos. — Ele disse que você iria matar a mulher e o bebê dele. Ele disse que eu poderia perguntar a você, que você confirmaria. 

Meu pai parou de andar, até mesmo de respirar. 

E então, quando suas pernas cederam e ele caiu de joelhos, arquejando, eu soube que Luca não havia mentido.

Continue Reading

You'll Also Like

81.7K 3.7K 24
Sofia Oliveira começou a ter alguns sonhos eróticos após seu aniversário de 19 anos..
723K 54.8K 52
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...
2.6M 235K 66
Anelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a...
33.8K 2K 43
Coisas estranhas acontecem o tempo inteiro mais vampiros não surgem do nada. Mais a que ponto nossa imaginação nós levam? Bella leva uma vida normal...