Astromélia || H.S || Complete

By loveficsgirl

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1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em... More

» Notes
» Epigraph and Cast
» Prologue
» 01
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» 39
» 40
» 41
» 42
» 43
» Epilogue
Agradecimentos
» Bônus Aaliyah I
» Bônus Aaliyah II
» Bônus Harry (Final)

» 12

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By loveficsgirl

Aaliyah

23 de Março de 1968

Evidentemente Harry estava desesperado e sangrando.

Obviamente isso me deixou desesperada e aflita também. Afinal o moreno me disse que ele e Franklin foram flagrados e que meu melhor amigo está indo embora.

Devo confessar que essa última afirmação ainda está me deixando em choque. Frank não pode ir embora e imaginar tal possibilidade me deixa tão assustada que nem sinto minhas pernas, como estou ficando em pé?

E quanto a Harry, ele está sangrando e pediu minha ajuda, mas como posso ajudá-lo quanto a isso?

— Aaliyah. Harry — Bailey nos chama. Olho para ele e por um momento havia me esquecido de que ele estava na lanchonete, de que tem pessoas lá também. Megan está na cozinha, com Susan, então o local não está completamente largado.

Preciso respirar.

Preciso de Frank aqui ao meu lado.

Contudo, Albert Stuart o flagrou com Harry.

Isso é um escândalo e algo tem que ser feito.

— Bailey algo horrível aconteceu — digo desesperada e sinto Harry segurar meu pulso. Nosso amigo no olha confuso e depois para Harry.

— É sobre você e Franklin? — Ele pergunta ao moreno.

Isso me surpreende. Como ele soube?

— Não precisa mentir, Chris e eu somos amigos de Franklin desde a infância. É sobre isso, não é? O que aconteceu? Me digam logo.

Bailey está impaciente e vejo em seus olhos castanhos a preocupação.

— Albert nos flagrou — Harry fala. — Estamos perdendo tempo, ele disse que iria levar Frank com ele — o moreno se agita mais.

— Calma, vou chamar o Chris e nós vamos até lá. Ally leva o Harry para minha casa, minha mãe é enfermeira e pode ajudar com esse corte.

Dito isso, o mais novo simplesmente sai correndo e eu faço o que ele orientou.

Contudo, antes de ir, eu aviso para Megan e a minha amiga se ofereceu para dar carona, pois seria mais rápido, mas eu disse que não precisava. A lanchonete é perto da casa dos irmãos, além disso o estabelecimento estava enchendo. Deixar tudo nas mãos de Susan seria horrível. Por isso, fui com Harry o mais rápido que pude até a casa de Chris e Bailey Ramsey. Dona Jeanne é uma mulher adorável e nas poucas vezes que a vi ela foi gentil comigo.

Entretanto, não conseguia pensar muito sobre isso, sinceramente escutava os murmúrios e lamentos de Harry que acompanhavam suas lágrimas. Ele estava desesperado e dizia que aquilo não deveria ter acontecido, que ele deveria ter sido mais esperto.

Harry também se questionou como aquilo aconteceu, porque Albert não estava na cidade, ou, não era para estar.

Senti vontade de chorar também, porque não quero ter que lidar com Frank longe e muito menos saber que ele foi embora dessa maneira, forçado pelo pai. E se Albert resolver enviar Frank para guerra? Deveríamos arranjar um jeito para ele fugir, não quero perder meu amigo, ele esteve comigo assim como Megan esteve no momento que precisava de apoio e imaginar que coisas ruins possam acontecer com ele, apenas me quebram.

Eu nem superei a perda da minha mãe e do meu irmão. Perder Franklin seria horrível e com certeza me quebraria muito mais.

Ao chegarmos na casa dos Ramsey, Dona Jeanne acolheu Harry imediatamente, perguntou o que houve, mas o britânico não disse o que aconteceu. Apenas disse que foi uma briga pela qual ele não queria ter entrado. Com isso, Jeanne cuidou do moreno e disse que, felizmente, o moreno não iria precisar fazer muitos pontos.

Quando ela terminou o curativo, perguntei se podíamos ficar até a chegada de Chris e Bailey e de bom grado ela aceitou.

Nós decidimos ficar no porão, Harry havia tomado um medicamento para dor e Jeanne disse que isso poderia deixá-lo com sono. Portanto, assim que chegamos no porão, me sentei no sofá e o moreno se deitou deixando a cabeça em meu colo.

Harry começou a chorar feito um bebê e aquilo me fez sentir horrível.

— É culpa minha — soluça. — Deveria ter dito a Franklin para sermos mais cautelosos, esperar o pai dele ir embora de vez, Ally. É culpa minha.

— Harry — chamo-o em um tom de voz baixo e seus olhos verdes inundados pela lágrima me encaram. — Não é sua culpa, não é.

Toco o cabelo de Harry fazendo cafuné e algumas lágrimas escorrem do seu rosto.

— Você e Franklin não estavam fazendo nada de errado — garanto.

O moreno soluça e volta a chorar. Aquilo me faz chorar também e eu o abraço.

Não demorou muito para Harry cair no sono, imerso na sua própria mágoa e eu continuei fazendo carinho no seu cabelo. Respirava fundo e tentava me acalmar também, mas cada vez que o tempo passava, ficava preocupada sobre Bailey e Chris. Sobre Frank.

Aquilo estava acabando comigo e eu gostaria de notícias.

Honestamente, preferia acreditar que tudo isso é apenas um terrível pesadelo que a minha cabeça incompreendida criou.

Não era isso.

Aquilo me magoou e continuei chorando.

— Vocês ainda estão aqui — Chris diz e viro imediatamente minha cabeça. Harry ainda está dormindo e prefiro que ele continue assim. O moreno está destruído e vê-lo assim quebra partes minhas também.

Além disso, Harry estava bastante agitado e ele se feriu diante de toda essa bagunça. Por isso me levanto bem devagar e deixo um travesseiro debaixo da sua cabeça.

Vou até o Chris, ele está em um dos degraus da escada, perto de mim.

Não vejo Bailey.

Outra coisa que observo é que os olhos escuros e castanhos de Chris estão tristes. Ele é mais velho que eu e tem quase a mesma idade que Frank.

Eles cresceram juntos, estudaram, brincaram e até brigavam juntos. Como irmãos e melhores amigos, então ver o olhar triste de Chris me fez ter a percepção de que não havia boas notícias.

— Onde Frank está?

— Eu tentei fazer de tudo, Aaliyah. Eu juro — o mais velho passa a mão no rosto, triste e decepcionado. — Mas Albert estava determinado e eu nunca o vi tão bravo. Ele poderia ter matado Frank quando cheguei.

Coloco a mão em meu peito e as lágrimas começam a brotar em meus olhos.

— E onde eles estão? Frank realmente se foi?

— Eu sinto muito, Ally — diz e eu vou direto para os braços do Chris. Ele me abraça. — O que aconteceu entre Harry e Frank é algo inaceitável para Albert. E você deve saber sobre o interesse do senhor Stuart em querer ver Frank servindo no exército.

Soluço e meu amigo acaricia minhas costas.

Me questiono se Albert Stuart seria capaz de matar o filho se Chris e Bailey não tivessem aparecido. Ou de interná-lo como doente.

Nada disso, o pai do meu amigo quer que ele vá para guerra e de todas essas opções existentes para o novo caminho de Frank me deixa mais ou menos tranquila.

— Ally, você já comeu algo? — Chris pergunta segurando meu rosto. Nego com a cabeça e ele respira fundo.

— Você precisa comer um pouco. Enquanto isso, pensamos de um jeito de trazer Frank de volta. Esse não pode ser o fim, não é?

Nós estamos indo tão bem com a banda, Frank estava amando cada segundo no palco, nós escrevemos músicas juntos. Curtia as festas que ia e estava até se apaixonando. Estávamos começando a entrar no nosso melhor, acredito nisso e sei muito bem o quanto dói perder esses momentos dourados.

Não é assim que Frank deve ir, ele não pode ser obrigado. Ele não fez nada de errado.

— Vem, Ally — Chris segura minha mão dessa vez e eu aceno.

Olho para trás para ter a garantia de que Harry ainda estava dormindo e o corpo do britânico aí estava quase que imóvel no sofá. Apenas conseguia perceber sua respiração.

Ele ficará tão arrasado quando descobrir sobre Frank.

Assim como eu estou.

Vou até a sala de jantar dos Ramsey. Jeanne havia feito frango assado para o jantar e o cheiro era delicioso. No entanto, não estava tão animada assim pela refeição.

Tristemente, ainda me sinto bastante preocupada sobre Frank e tudo. Como consequência, eu pouco participei da conversa do jantar. Eles me perguntavam e conversavam, mas não conseguia ficar naquela conversa.

Quero meu amigo perto de mim.

Isso não deveria ter acontecido.

— Então a mulher entrou na lanchonete e deu várias bofetadas em George — Bailey estava contando sobre Mônica e George mais cedo.

Ao que parece ninguém sabe de onde ela veio e essa história parece estar entretendo mais os pais de Chris e Bailey do que o fato de Albert ter levado Frank embora.

Por um ponto, isso pode ser bom. Afinal, o escândalo sexualidade de Frank pode expor Harry também e ele já chama muita atenção por ser um branco em um bairro negro. Descobrir que o motivo dele passar tanto tempo aqui é por causa de uma relação amorosa com outro homem, pode ser algo completamente catastrófico e Frank já se foi. Não quero que Harry se vá também.

Não quero vê-lo ferido de novo.

— Aaliyah — Harry me chama e me viro. Ele está com os olhos inchados. Por chorar e o outro devido ao corte. — Olá gente — acena não muito animado e respiro fundo.

— Oh querido, você deve estar esfomeado. Venha, deixei um prato para você — Jeanne levanta da cadeira e vai até o moreno. — Ainda sente dor?

Roy Rasmey ficou observando Harry com certa desconfiança no início, enquanto a esposa ajudava meu amigo, mas quando o moreno começou a comer. Quieto em seu canto e Bailey retornou a contar sobre George, as coisas apenas pareceram se normalizar até certo ponto.

— Então, Harry — Roy começou a falar. Olho para o mais velho, seus filhos também. — Está gostando de Astromélia?

— Sim senhor — responde baixo e fico observando o moreno. — As pessoas aqui são acolhedoras — ele olho para o mais velho. — É um bom lugar para descansar a mente e relaxar.

— Com certeza e com histórias peculiares. Como as que Bailey contou.

O moreno sorriu um pouco e aquilo me aliviou. Por debaixo da mesa, seguro a sua mão e ele me olha e depois para Roy.

— Histórias peculiares tem em todo lugar — dá de ombros. Harry passa seus dedos pelo dorso da minha mão e eu movo meus dedos fazendo carinho na ponta dos seus dedos. Logo, ele entrelaça nos dedos e aperta um pouco minha mão.

— Certamente.

O mais velho então começou um pequeno interrogatório sobre Harry. Primeiro de onde ele era, até em qual grau estudou, para os lugares que já foi e por fim. O senhor Ramsey perguntou o que Harry achava dos filhos dele tocando na banda.

Foi uma pergunta sincera e o britânico deu uma resposta honesta.

— Já toquei com várias bandas, mas nenhuma delas com pessoas como Chris e Bailey. Espero que eles já tenham dito o que estamos conseguindo.

— Disseram e espero que consigam mais. O sucesso dos meus filhos é o meu. Assim como a felicidade deles.

Olho para o senhor Ramsey.

— Deveria vê-los tocar um dia — Harry diz e olha para os meninos e depois para Roy.

— Deveria ir mesmo, é uma banda curiosa. Um branco vocalista em uma banda de negros. Frank também faz parte, não é? — O homem pergunta com um sorriso.

Ele também estava curioso e por isso não o culpo, porém, a simples menção ao nome de Frank fez todos na mesa, exceto Roy e Jeanne, ficarem tensos.

Não demorou muito para o mais velho notar isso.

— Aconteceu algo com Frank?

— O pai dele estava aqui e o levou para fora da cidade — Chris diz e morde os lábios.

— Isso é ruim?

— Eles estavam brigando — Chris diz e olha para o pai. — Albert disse algo sobre querer que Frank sirva no Vietnã. Helena está lá como enfermeira.

— Albert tem tradição familiar. O pai dele serviu a primeira e ele a segunda. Aposto que algum descendente deles serviu na Guerra da Secessão*.

Silêncio.

Olho para meu prato e escuto Bailey suspira.

— Crianças, não fiquem assim — Roy diz e olhamos para ele. — A guerra é assustadora, mas se tivermos coragem, seremos recompensados. Além disso, os Stuart têm essa tradição e Frank pertence a essa família. Ele voltará em breve e com honra.

Torço que o senhor Ramsey esteja certo.

Contudo, infelizmente, essa não é a história completa e verdadeira e por isso também sinto receio.

Harry e eu voltamos para casa, depois do jantar. Chris e Bailey disseram para a gente se cuidar e nos despedimos com um longo abraço em cada um dos irmãos.

Não comentamos nada sobre a banda nessa despedida e na próxima terça teríamos uma reunião bastante importante com Jack Bond, mas honestamente a última coisa que gostaria era pensar na banda e estava com a cabeça em Frank. Harry não disse uma só palavra e quando chegamos em casa ele subiu diretamente para o sótão.

Megan estava com Nayara e eu contei para ela o que aconteceu.

Ela também chorou, a sua namorada agarrou sua mão e elas se abraçaram.

Depois, eu subi para meu quarto, queria ficar sozinha e fiquei lá por horas.

Deitada na cama e olhando para a janela.

As estrelas no céu, a lua e quase nenhuma nuvem. Torcia para ver uma estrela cadente para fazer um pedido, não vi nenhuma, então eu fiz uma prece. Pedi para Deus que protegesse Frank, que o fizesse voltar seguro e sorridente.

Depois fiquei perdida nos meus pensamentos, me lembrando de quando cheguei aqui em Astromélia, várias caixas para guardar e Frank estava passeando na rua. Uma blusa amarela e uma calça preta, sapatos muito bem limpos e chapéu.

Ele me ajudou a levar as caixas e disse que eu parecia triste então comprou sorvetes, com seu jeitinho gentil e doce ele foi me fazendo abrir. Franklin Daniel Stuart me ajudou a lidar com meu luto e foi um ombro para derramar minhas lágrimas, um abraço para me deixar quente. Ele é o meu melhor amigo e não quero que ele sofra por algo que não é sua culpa. Alguma coisa deveria ser feita.

Franklin tem que estar aqui conosco.

Passei horas pensando nisso e eu deveria dormir, não consegui.

Eu estava completamente agitada pela preocupação. Não queria incomodar Megan com isso, porque ela está dormindo com Nayara.

De todo modo eu subi até o sótão e quando entrei, Harry se moveu na cama e me olhou.

— Não está conseguindo dormir? — O moreno pergunta com a voz rouca e limpa o rosto.

— Não, estou preocupada.

— Eu também — suspira. — O que veio fazer aqui?

Não sei.

Não sei nem o que conversar, mas queria estar com alguém, queria parar de me sentir tão ansiosa e preocupada.

Queria parar de sentir vontade de chorar.

— Vem cá, Ally — me chama em um tom baixo e eu vou. Me sento ao seu lado e o britânico ainda está deitado. — Quer dormir aqui comigo?

— Quero — digo e algumas lágrimas caem do meu rosto. O moreno se move na cama e eu me deito, viro meu corpo para ficar de frente a ele. Olho para seus olhos e é horrível vê-lo ferido também. Toco a bochecha de Harry e ele respira fundo.

— Obrigada Ally, por estar aqui — murmura baixinho e limpa meu rosto.

Eu também deveria agradecê-lo, mas é uma posição tão delicada.

Harry e eu estávamos compartilhando nossos sentimentos para lidarmos com a dor.

— Frank vai ficar bem — Harry fala, meu coração acelera. — Ele vai ficar bem.

Não sabia dizer se o moreno estava querendo convencer a mim ou a ele mesmo de que Frank ficaria bem.

Continua...

*Guerra de secessão: Também conhecida como Guerra civil Americana, foi um conflito iniciado quando os estados do Sul separaram-se da União e formaram os Estados Confederados da América. A Guerra de Secessão foi motivada pela divergência que havia entre os dois grupos a respeito da abolição da escravatura e da extensão dos novos territórios que estavam sendo ocupados no oeste.

Notas: Oioi amores tudo bem?

Capítulo foi um pouco (muito) triste não é?

Mas me digam, vocês tem alguma ideia do que pode acontecer agora ou do que vocês querem que aconteçam?

De todo forma, não se esqueçam de que ficaremos bem. Vejo vocês no próximo capítulo. Anna. Xx


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