𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.

By akastylessgirl

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Uma noite. Foi tudo o que precisou. Agora eles tem um acordo. • •... More

antes de ler / teaser
01 [ca•su•al]
02 [ten•são]
03 [pro•pos•ta]
04 [ex•ce•ção] (!)
05 [ca•pri•cho]
06 [a•cor•do]
07 [ris•pi•dez] (!)
08 [de•cep•ção]
09 [re•gra]
10 [em•pá•fi•a]
11 [pro•i•bi•do] (!)
12 [hos•ti•li•da•de]
13 [ge•ne•ro•si•da•de] (!)
14 [con•se•quên•ci•a] (!)
15 [hu•mil•da•de]
16 [in•si•di•o•so]
17 [do•mi•na•ção] (!)
18 [con•des•cen•den•te]
19 [a•fron•ta]
20 [ex•clu•si•vo] (!)
21 [a•lu•ci•nó•ge•no] (!)
22 [a•me•a•ça]
23 [dra•ma•ti•za•ção] (!)
24 [ir•re•ve•rên•ci•a]
25 [vul•ne•rá•vel]
26 [con•fi•an•ça] (!)
27 [con•for•tá•vel]
28 [em•bri•a•guez] (!)
29 [con•fli•to]
30 [dis•so•lu•ção]
31 [ci•ú•mes]
32 [re•ca•í•da] (!)
33 [pe•ri•pé•ci•a]
34 [sau•da•de]
35 [ins•pi•ra•ção]
[in•ter•lú•di•o]
37 [or•gu•lho]
38 [re•pa•ra•ção]
39 [con•ci•li•a•ção]
40 [a•mi•za•de]
41 [con•jec•tu•ra]
42 [ten•ta•ção]
43 [i•ne•bri•an•te]
44 [êx•ta•se] (!)
45 [su•a•ve]
46 [sub•ter•fú•gi•o] (!)
47 [in•ti•mis•ta] (!)
48 [me•lí•flu•o]
49 [in•ver•são] (!)
50 [fe•ti•che]
bônus [texting]

36 [va•ri•a•ção]

529 35 104
By akastylessgirl

[conjunto de mudanças que um fenômeno apresenta no curso do seu desenvolvimento, num determinado intervalo de tempo.]

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CHARLOTTE

{ 2 anos depois }

Existem 67 tons de branco. Repetindo: 67 tons de branco! Como eu sei disso? Simples. Casamentos ensinam essas coisas as pessoas. Mais especificamente a organização minuciosa deles. Sessenta e sete tons de branco e acredite, eles são sim diferentes e fazem toda a diferença.

Desde muito nova, eu nunca tive um enorme apreço a organização e administração do que quer que seja, além da minha própria vida. Rebelde que era - e ainda sou - queria deixar bem claro para os meus pais que meu destino seria comandado somente por mim. Detestava as regras deles, seus planos unilaterais e condescendência.

Nunca fui uma bagunceira no sentido mais puro da palavra, mas também não me esforçava tanto para não ser.

É cômico pensar, tendo isso em mente, que os detalhes de evento tão importante estejam agora à mercê de alguém como eu.

Precisei me reorganizar como pessoa ao receber uma responsabilidade tão importante. Passei a maior parte da minha vida confiando na minha memória e força de vontade para me guiar, contudo agora uso um fichário catalogado em mais de trinta sessões diferentes como minha estrela do norte.

O monstruoso fichário pesa três quilos aproximadamente. Toda espécie de post-its e rabiscos feitos pelas mais variadas canetas coloridas se encontram no mesmo, assim como ilustrações nítidas de tudo que será necessário para o dia em questão.

E é com esse peso sob o meu braço esquerdo, assim como as sacolas de amostras de guardanapos e fitas na minha mão direita, que eu me atrapalho em meio a ligação telefônica e a caminhada.

"Eu te disse isso pelo menos umas sete vezes. Branco neve está completamente fora de cogitação. Nem mesmo o vestido vai ser nesse tom. Por qual motivo eu o usaria no restante da decoração?" Argumento extremamente cansada desse assunto.

As sacolas estão machucando os nós dos meus dedos, meu braço está ficando dormente e tudo o que eu quero é que ser compreendida quando peço.

"Não, não, não." Começo resmungando quando a funcionária da loja de confecção insiste mais uma vez em reconsiderar. "Eu quero um tom que harmonize com a paleta de outono profundo."

Meus pés vão me levando com rapidez pela calçada e eu quase me esqueci que devo prestar atenção por onde ando para não me passar do endereço da casa de confecções que fica por aqui, em algum lugar neste bairro.

"Sim. Um tom mais amarelado, mais quente. Exatamente. Que se acentue com os tons terrosos da estação."

Estava prestes a atravessar um cruzamento quando um carro passou muito perto de mim, fazendo as sacolas chacoalharem e o fichário maldito quase cair no asfalto.

"Cuidado aí, maluca." O motorista grita pra mim da janela.

"Eu não vejo a sua mãe aqui, babaca!" Praguejo de volta, manejando com certa dificuldade lhe acenar o dedo do meio.

"Ah, não. Não foi com você, Carla. Quer dizer, Carmen." Desculpo-me na ligação com a funcionária que me atende e estava quase levando a ofensa para o pessoal. "Olha, eu estou na rua agora. Daqui à alguns minutos eu te retorno e a gente discute isso novamente, tudo bem? Okay. Até mais."

Desligo e bufo impaciente, revirando os olhos para o inconveniente todo. Essa questão já deveria ter sido resolvida se eles não estivessem tão dedicados a me empurrar os tons errados de tudo que eu peço. O único motivo pelo qual não mudo de serviço é por eles serem o melhor no mercado (ou pelo menos é o que as pessoas dizem) e esse casamento tem de sair perfeito. Meu nome não estará associado a nenhum fracasso só porque o branco errado foi escolhido, não mesmo.

Aproveito a brecha que deixei aberta na minha bolsa abaixo do ombro e guardo meu celular. Os pequenos saltos das minhas sandálias clicam no pavimento e meus olhos varrem as fachadas dos diversos prédios e construções ao meu redor. Eu posso até ter passado muito do meu tempo quando adolescente indo e voltando de bairros de elite como este onde estou agora, mas não fazia isso sozinha, muito menos à pé. Além do mais, perdi esse costume assim que me desvencilhei de meus pais e com as mudanças causadas por revitalizações e reformas, não consigo me lembrar de quase nada sobre este lugar.

A barra da minha saia midi floral começa a balançar como as minhas sacolas assim que o vento fica mais presente. Sinto um leve arrepio, mas não me desconcentro do meu objetivo. O endereço me foi passado por e-mail, mas eu definitivamente preferiria ter uma foto da frente da loja para me situar.

O farfalhar das árvores nas calçadas coça os meus ouvidos e as pessoas que passam ao meu redor apertam os passos. Eu olho para o céu. Há nuvens pesadas e cinzas, apesar do clima ainda estar se sustentando consideravelmente quente. Vai chover de fato e eu não tenho nada para me cobrir ou as coisas que carrego. Tenho de me apressar. Uma vez dentro da loja de confecções, posso pedir um táxi ou um Uber para me levar aos outros lugares que preciso ir ainda hoje.

Começo a amaldiçoar a mim mesma por ter escolhido essas sandálias para hoje. Elas são lindas, combinam muito bem com o meu look, mas em meio a uma ventania dessas e a minha pressa desmedida, está sendo apenas um empecilho. O piso tátil de alerta no pavimento me faz tropeçar vez ou outra e meus tornozelos doem.

A rua onde estou agora é por sorte reta e eu aumento o ritmo dos meus passos quando o vento faz a paisagem balançar. Agora o fichário parece ter o dobro do peso e as amostras de fitas e guardanapos dentro das sacolas chacoalham, ameaçando voarem longe. Um gritinho abafado escapa os meus lábios quando o mostruário de cores escorrega pra fora da pasta e minhas mãos agem rápido em seu resgate. Se eu perder essa coisa, terei problemas. É apenas emprestado.

Ao abaixar o olhar para o monstruoso fichário, me permito ser surpreendida quando um amontoado de caixas de papelão vazias voam na minha direção. Péssimo momento para que a coleta de lixo tenha se atrasado. Tenho de erguer o braço para proteger meu rosto. Pelo menos as caixas estão vazias, mas ainda assim não é a coisa mais agradável do mundo.

Gotas grossas e displicentes de chuva despencam das nuvens raivosas, uma delas inclusive me acerta dentro do olho esquerdo. Minha retina arde, mas isso não me impede de avistar o alpendre de um hotel não muito longe de onde estou. Há uma SUV preta parada logo a diante e dois homens interagindo na calçada, um deles sendo funcionário do hotel e o outro um cliente, suponho.

Em meu desespero, me ponho a correr até o alpendre. Contudo, uma lufada forte e molhada de vento me desequilibra exatamente quando meu pequeno salto toca o piso tátil e o caos acontece: o salto quebra, meu pé vira e eu vou ao chão. Meus joelhos são os primeiros a se chocarem contra o pavimento áspero e em meu reflexo para me manter de pé - em vão - o conteúdo das sacolas escapa, sendo lançado para o céu.

O fichário desliza pela calçada e eu fico sem saber o que salvar primeiro: o planejamento minucioso do casamento ou as fitas e guardanapos que esvoaçam livremente acima de mim.

A ardência nos meu joelhos e também nas palmas das minhas mãos se fazem percebidas ao tentar me erguer do chão e a dor no osso do meu quadril esquerdo causa um grunhido sofrido que deixa a minha garganta.

Meu celular começa a tocar e mesmo que eu tenha certeza que se trata de alguém importante, não tenho condições de atender nesse exato momento.

"Moça, está tudo bem?" Sou abordada de repente.

O vento está tão forte, perde apenas para o ritmo do meu coração nos meus tímpanos, portanto eu apenas reconheço o gênero que pertence àquela voz.

"Moça, você se machucou? Consegue se levantar?"

"Eu acho que sim."

Mãos firmes tocam os meus cotovelos e eu sou auxiliada dessa forma a me sentar de lado.

"Minhas coisas."

"Seus joelhos estão sangrando."

Falamos ao mesmo tempo, cada um com uma preocupação diferente, ao erguer o olhar para nos encararmos.

Quão estranha a vida pode ser? O curso das derrotadas que me aconteceram nesses minutos já me pareceu suficiente, mas pelo visto não era. Não ainda.

Ergo a cabeça para olhar o desconhecido que está me ajudando e abaixo novamente, mas ao reconhecer o sujeito, concluo que não é desconhecido nenhum e sim, um fantasma do meu passado.

Os mesmo cabelo castanho ondulado, os mesmos olhos verdes, os mesmos traços marcantes.

Agachado diante de mim, usando um par de óculos de lentes amarelas, ninguém mais e ninguém menos do que Harry em carne e osso me encara à ínfimos centímetros do meu rosto. Imediatamente, todas as palavras secam na minha língua e eu posso sentir a cor do meu rosto se esvair. As mãos dele estremecem nos meus cotovelos e me deixam quando ele perde o equilíbrio sobre sua posição, seus dedos tocando o chão para manter a compostura.

Meu coração para por milissegundos, meus lábios se partindo em completa perplexidade. O semblante no rosto dele é muito parecido com o meu, rosto esse que não parece ter mudado em nada. Sei que não faz tanto tempo assim, mas dois anos ainda significa alguma coisa. Não para ele, no entanto. Ele está tão bonito e tão jovem quanto eu me lembro, assim como eu espero que eu também esteja.

Cores variadas caem sobre nós como confete quando a árvore mais próxima, salpicada de fitas de cetim, balança e as expulsa de sua copa. É o que nos desperta.

"Venha. A chuva vai cair forte a qualquer momento." Ele diz ao tocar nos meus braços, me ajudando cautelosamente a ficar de pé.

Eu ainda estou sem palavras, então deixo que me conduza como bem entende.

Pisar no chão envia uma onda de dor pela minha perna a cima e eu resmungo sob minha respiração.

"Está doendo, não é?"

"Meu fichário." É só o que consigo responder quando as gotas de chuva aumentam.

Harry age rápido. Ele agarra a pasta pesada e passa o braço pela minha cintura, me dando permissão para usá-lo como muleta.

"Minhas amostras." Olho para o céu, mas quase todos os guardanapos e fitas já voaram pra muito longe.

"Não dá mais tempo."

Nossos passos estão vagarosos demais, ele não quer me forçar a caminhar no passo mais apropriado para essa situação e exatamente por isso, somos assolados pela chuva que cai agora plena.

"Mas as sacolas ainda estão no chão- Ah!" Sou pega no colo num repente. Harry começa a correr comigo nos braços.

Pasmo ao chocar-me contra o sólido peitoral dele. Os músculos de seus braços tocam minhas costas e as minhas coxas. Apesar das minhas roupas criarem uma barreira, eu posso sentir o calor de sua pele na minha. É uma sensação escandalosa depois de tanto tempo e faz minha pulsação acelerar tanto, que temo que ele possa ouvir.

Não queria ser tão óbvia, mas não consigo tirar meus olhos de seu perfil. As lembranças são inevitáveis.

Quando ele partiu, por quatro meses, eu procurei tanto por notícias dele. Após um ano, quando eu já tinha perdido as esperanças e estava focando em assuntos diferentes, seu nome era constantemente repetido pelas pessoas ao meu redor. Ainda é. Não há nada além da voz dele tocando no rádio atualmente ou seu rosto circulando nas redes sociais. Ele foi de recordação na minha vida para sensação musical no mundo num período crucial de tempo.

E agora está aqui, em San Francisco, me carregando no colo e correndo de um temporal após dois anos sem qualquer tipo de contato.

Finalmente chegamos ao alpendre, mas já estamos parcialmente molhados. As portas de vidro do hotel, emolduradas em dourado, se abrem para nós pelo funcionário bem vestido que eu havia avistado anteriormente. Pelo jeito Harry era o segundo homem.

Ele entrega meu fichário para um outro colaborador do estabelecimento e este se mostra alarmado ao me ver em seu colo. Minha preocupação, contudo, vai para a pasta. Me agito para protestar, mas Harry é mais rápido.

"Não se preocupe. Ficará seguro com minha bagagem. Eles vão cuidar disso." Garante num tom sereno, encontrando meu olhar através de seus óculos amarelos.

Apenas aquiesço, temendo dizer alguma besteira, fazer-lhe uma das milhares perguntas que rondam minha mente.

O interior do hotel é luxuoso, mas eu não esperava menos de uma hospedagem nessa região da cidade. Harry pede mil desculpas por estar molhando o piso claro e bem polido, mas o homem que agora percebo ser o gerente do hotel o tranquiliza e oferece sorrisos e toda sorte de Sr. Styles em cada frase que lhe dirige.

Entendo que Harry está se hospedando aqui, não apenas abrigando nós dois da chuva. Ele nem ao menos precisou informar sua reserva para a recepção, o gerente tratou de garantir sua acomodação imediata no quarto destinado e um novo funcionário empurrou o carrinho de bagagem até o elevador, onde uma mala de modelo retrô com estampa do Mickey Mouse senta ao lado do meu fichário. Espio a mala desacreditada, mas não muito, ao ver o sutil logo da Gucci gravado no couro marrom. O fito de olhos arregalados, mas desvio o rosto assim que ele me encara de volta.

Entramos no elevador e assim que as portas se fecham, a tensão ao nosso redor fica tão perceptível e grossa, que eu desconfio que poderia ser cortada com uma faca.

O aroma de baunilha sobe e me desespero em silêncio. Está ao redor dele e a chuva só o intensificou. O mesmo perfume de anos atrás.

Ele solta as minhas coxas brevemente para empurrar seus óculos para o topo de sua cabeça, onde as lentes amarelas se enredam em seu cabelo castanho molhado.

Espera. Eu ainda estou no colo dele.

"Harry... você pode me soltar agora." Digo timidamente e odiando isso.

Ele também demonstra ter percebido esse detalhe só agora e me solta com cuidado.

"Perdão. Eu estava agitado. Você ainda sente dor?" Ele limpa a garganta nervosamente e eu só aceno de cabeça. Seus lábios se curvam num sorriso pequeno e nossos olhares fogem um do outro.

Minha camiseta branca está colando em algumas partes do meu tronco e eu agradeço mentalmente por estar com um sutiã decente por baixo. Por estar usando sutiã, na verdade. Ele também usa uma camiseta branca e as mangas estão grudadas em seus ombros largos. Não consigo me segurar e abaixo o olhar para suas pernas. Ele usa calças de moletom preta e um par de Vans encardidos. Serão os mesmos? Eu me lembro deles. Me lembro de tanta coisa agora, coisas que fiz questão de colocar de lado.

Meu celular toca e eu me assusto de forma embaraçosa. Ambos Harry e o rapaz cuidando do carrinho de bagagens me fitam quando eu sobressalto.

"Desculpa." Sussurro rindo sem graça e me contorço estranhamente para pegar o celular na bolsa abaixo do meu ombro.

Meu rosto está ardendo e minhas palmas também, então eu deixo o celular cair no chão do elevador como uma estabanada. Me abaixo tão rápido para pegar, que quase bato a cabeça no carinho de bagagens. Harry estica as mãos na minha direção, atencioso, mas eu dou um passo para trás, meu orgulho gritando para que eu me recomponha sozinha dessa vez.

"Estou bem." Digo rápido, colando minhas costas na parede do elevador.

O espaço aqui já é apertado, mas agora parece ainda menor.

As portas se abrem depois do que pareceram horas e eu esbarro no carregador para sair primeiro. Ele me olha desgostoso, mas pelo bem de seu emprego não fala nada - não que eu não merecesse ouvir por quase atropela-lo.

Harry sai pacificamente e deixa o rapaz o conduzir até o quarto dele, ao passo que eu finjo estar muito preocupada com a ligação que perdi.

Por que eu subi até aqui pra início de conversa? Não é como se eu fosse me hospedar com ele. Não estamos juntos. Nosso reencontro foi um golpe do acaso e nada mais. Eu entendo que ele tenha me ajudado a sair da chuva, mas por que diabos eu subi com ele? E por que ele não está dizendo nada sobre isso? Ficamos todos loucos? Esse dia se quer está acontecendo?

Eu poderia estar sonhando.

"Você pode limpar esses machucados aqui dentro. Eu pedi um kit de primeiros socorros para o gerente do hotel e ele disse- Charlotte, você está ouvindo?"

Paro de me beliscar e abro os olhos. Ele olha pra mim com o cenho franzido em confusão. Sinto vontade de bater na minha cara, mas apenas lhe dou um sorriso amarelo.

"Estou ouvindo. Mm- Obrigada. Eu sei que não devia ter subido. Pff, o que eu tenho na cabeça? Mas eu já vou descer e-"

"Não acho que tenha ouvido." Ele sorri bondosamente. "Você precisa limpar os machucados antes que infeccionem. Pode fazer isso aqui dentro." Aponta para a porta do quarto já aberta pelo carregador das bagagens, que agora espera pacientemente na soleira da porta com o carrinho já vazio.

Hesito, segurando minha bolsa com um tanto de força desnecessária.

"Pode ficar à vontade. Eu vou depois de você."

Aquiesço em silêncio e me direciono para dentro da suíte, mancando sobre meu salto quebrado, mas mantendo a pose falsamente inabalável. Por dentro estou morta de vergonha. Não apenas cai no meio da rua, fiz todos os meus pertences voarem longe e quebrei o salto, como reencontrei um ex-affair e estou pagando mico atrás de mico nesse hotel cinco estrelas na frente do meu ex-affair, que agora está ainda mais musculoso e mais bonito do que me lembro. Isso porque ainda não comecei a citar a fama que ele adquiriu nesse tempo que passou.

Oh, como sou mal agradecida sobre os dias pacatos onde nada embaraçoso e emocionante acontece. Tudo o que eu quero agora é um buraco para me enfiar e sumir.

O quarto é grande e elegante, com vista para a cidade. Ainda chove lá fora e venta forte. Temo sujar o cobre leito claro sobre a cama, então fico de pé. Pelo que posso sentir, meu tornozelo não está torcido como imaginei. O virei na calçada, mas não forte o bastante para comprometê-lo, o que é ótimo.

Assisto Harry entregar uma nota de cinquenta dólares ao carregador num gesto casual e meu espanto vai embora tão rápido quanto veio. Ele definitivamente não é mais o mesmo homem que conheci à dois anos e eu estou sendo informada disso a cada vez que suas músicas tocam por aí e também quando vejo suas fotos espalhadas pelos canais de fofoca da TV.

Tudo começou quando a notícia sobre um tal agente de talentos chamado Seth Cottlard e o dono de uma gravadora em Los Angeles foram processados pelo roubo das antigas músicas dele. A banda que estava lucrando com o álbum que ele escreveu também se ferrou bastante e a partir daí, o nome dele se espalhou. Quando seu primeiro single chamado Sign Of The Times foi lançado, chegou aos hits mais ouvidos do Spotify numa rapidez assustadora, mas apenas quando Kiwi estourou que as pessoas realmente foram a loucura por ele.

'O novo Mick Jagger!' Foi o que algumas revistas proclamaram.

Ele estreou em Londres com seu primeiro álbum inteiramente novo. Foi insuportável abrir o Instagram por uma semana. Era só Harry Styles pra cá, Harry Styles pra lá. Parecia até que o universo queria me punir por ter desejado tanto ter notícias dele no início do nosso "término" - entre milhares de aspas.

Ele fez sucesso em pouco tempo e pela forma eletrizante que vem estrelando nos palcos, não acho que vá cair do pódio tão cedo. Não se trata de quinze minutos de fama, apesar da rapidez de sua ascensão. Harry veio pra ficar nos holofotes.

Ou pelo menos é o que as pessoas tem falado. Eu não sei muito.

"Por favor, sente-se." Ele oferece apontando para as poltronas no canto do quarto.

Eu manco até lá e me acomodo, colocando minha bolsa no meu colo sem saber como me comportar.

Harry abre a boca para dizer algo, mas é interrompido por uma batida na porta. Ele ergue o dedo indicador pra mim num gesto de volto e se dirige ao ruído. Assim que ele vira de costas, eu me permito hiperventilar.

"Ah, meu Deus! Ah, meu Deus! Ah, meu Deus!" Entro em pânico, mas faço isso em sussurros. Abano minhas mãos na frente do meu rosto, tentando trazer ar aos meus pulmões, mas é complicado.

"O kit de primeiros socorros está aqui."

Ele volta e eu corto meu ataque de pelanca pela raiz, tratando de botar um sorriso no rosto. Todavia, acho que estou sorrindo grande demais, pois o olhar que ele me dá não é muito comum. Abaixo a cabeça e respiro fundo, tentando de novo não me envergonhar ainda mais.

"Aqui. Agora vamos dar uma olhada nisso." Harry coloca a caixa branca com uma cruz vermelha na pequena mesa de chá e se senta na segunda patrona do quarto, se inclinando para mim.

"Não!" Falo alto demais, puxando minhas pernas pra longe. Ele se afasta com minha reação, assumindo um semblante preocupado. "Quer dizer, tudo bem. Eu cuido disso. Não quis ser grossa, eu só- Eu tô bem. Eu cuido disso."

"Você decide." Cede e se levanta da poltrona, se locomovendo pra longe.

Droga. Ele só queria ajudar. De novo.

"Muito obrigada."

Harry se vira para mim e hesita, mas sorri. "Não há de quê."

O clima ainda está pesado e eu não estou falando da situação lá de fora. O desconforto é arrasador e os menores ruídos se tornam ensurdecedores. Meu coração ainda está descontrolado e minhas mãos tremem levemente. Nunca me senti tão nervosa antes, não que eu consiga me lembrar agora.

Coloco minha bolsa de lado e pego a caixa de primeiros socorros. Harry coleta sua mala do Mickey Mouse do chão e a traz até a cama, se entretendo com suas próprias coisas enquanto a ausência de interação humana paira sobre nós como a pressão atmosférica.

Tiro minhas sandálias devagar e ergo a perna esquerda para dar uma boa olhada no meu joelho. Está arranhado e roxo pela pancada, mas por sorte não esfolado. O direito também. Suspiro aliviada e começo a tratar dos dois. Minha saia está suja na frente por ter tocado o pavimento e por isso eu fico chateada. Gosto dessa saia e espero que não fique manchada. Nem quero olhar com atenção para a minha camiseta branca para não me preocupar mais.

Conforme trato os joelhos, o tecido azul florido escorrega na minha coxa, mas eu o seguro no lugar. Olho de soslaio para Harry e o vejo mudando de posição na cama, se colocando de costas pra mim. Ouço as fivelas de sua mala se abrirem e presumo que ele esteja começando a desarrumar suas coisas.

Quanto tempo será que ele pretende ficar na cidade? O que ele veio fazer aqui? Será que vai se mudar pra cá outra vez? Não, tolice! Ele é famoso agora e pelo que ouvi dizer, mora em Los Angeles, o que soa bem óbvio para a pessoa que ele é agora: um artista renomado.

Seu sonho americano deu certo.

"Conseguiu o que queria, enfim."

"Como disse?"

Paraliso.

"Mmm... O que eu disse? Eu não disse nada." Finjo desentendimento, mas meu cérebro está gritando porra de novo e de novo.

"Sim. Você disse 'Conseguiu o que queria, enfim'. Eu ouvi." Faz questão de repetir e sorri de canto, aquele mesmo sorriso que eu costumava ver tão casualmente nas mais diversas ocasiões.

"Se ouviu, por que finge que não?" Meu tom é defensivo e eu posso sentir a carranca pesada na minha cara.

"Não estou fingindo." Ergue as mãos em rendição, achando graça. "Eu só quis confirmar."

Os olhos dele me desafiam a responder com a mesma tranquilidade e para não demonstrar tanta insegurança, desvio o rosto para o que estou fazendo outra vez.

"Mas é verdade, não é? Você conseguiu realizar o seu sonho. Está fazendo sucesso agora. É o grande Harry Styles." Aperto meu machucado com muita força e resmungo de dor. Ele prende um riso quando eu lhe lanço um olhar repreensivo.

Ao invés de dizer algo sobre isso, ele larga sua mala de lado e enfia as mãos nos bolsos da calça, sentando na beirada da cama ao me encarar com simpatia.

Por que dói ser observada por ele dessa maneira?

"E como vão as coisas com você, Charlotte? Como vai a vida?"

Dou de ombros, engolindo o nó que queria se formar na minha garganta.

"Ocupada, como sempre. Sempre em movimento."

"E o bar?"

"Muito bem." Respondo sorrindo ao lembrar do Poison Ivy. "Ampliado agora."

"Oh, sério? Que incrível." Harry soa genuinamente contente com isso. Por uma razão que não compreendo, me sinto incomodada, mas não transpareço.

Faz-se silêncio. Sinto vontade de me dissolver em pó.

"E quanto a-" A indagação dele é cortada quando meu celular toca pela terceira vez.

Ajo rápido para atender. A desculpa perfeita para interromper essa conversa estranha. Nem mesmo confiro o nome do contato.

"Alô."

Harry abaixa a cabeça e se ergue da cama, resolvendo voltar ao que estava fazendo antes com sua mala.

Meus olhos são atraídos para as costas dele como imãs, mal prestando atenção ao que me dizem no ouvido. Sua camiseta está colada em sua pele e o que presumi mais cedo quando o encarei no elevador está correto. Ele está mais forte do que à dois anos atrás, seus ombros até parecem mais largos. Há tinta nova em seus braços, uma palmeira tatuada acima de seu cotovelo direito que não estava lá antes. Ele se porta com mais confiança, mesmo nunca tendo sido do tipo acanhado.

Harry está lindo, o tempo só lhe fez bem.

Assim que seu rosto vira de perfil num movimento que ele faz para colocar mudas de roupa sobre a cama, eu desvio o meu rosto no ato. A adrenalina no meu organismo é tão alta como a de alguém fugindo do perigo, no meu caso o perigo de quase ter sido pega babando sobre sua boa aparência. Seria humilhante se isso tivesse acontecido.

Estou tão inquieta que já ia deixar passar o ultraje que ouço na ligação.

"Espera. O que? Como assim marfim?" Me levanto da poltrona de supetão e caminho até o meu fichário. Me sento no chão ao lado do mesmo e abro suas inúmeras páginas, procurando a sessão do jantar e a subsessão das mesas dentro desta. "Não, não era marfim. Eu queria albatroz. Albatroz foi a cor que eu pedi."

"Bom, se fossem cores iguais, não teriam nomeado diferente. Albatroz e marfim são cores completamente diferente. Marfim é bege demais e albatroz terá o contraste perfeito com a louça, os guardanapos e as flores."

Ao citar as flores, praguejo mentalmente e me ergo do chão com urgência.

"Escuta. Faça o que estou pedindo e eu não procuro por outra empresa pra cuidar disso, okay? Eu preciso ir agora. Até mais."

Desligo e enfio o celular dentro da bolsa. Sinto o olhar dele em mim e um arrepio percorre a minha espinha quando mais lembranças me acertam em cheio. Costumava ser assim, um olhar e eu sabia o que ele queria. Ao erguer a cabeça e fita-lo, entendo que nem mesmo esses dois anos mudaram isso. Harry está questionando minha pressa ao mesmo tempo que constrói suas próprias convicções com base na olhada rápida que deu ao fichário aberto no chão.

Mil pensamentos perpassam sua mente. Sua mandíbula salta com a pressão que ele faz nela e suas mãos se escondem nos bolsos da calça outra vez.

"Então, me deixe ver o diamante." Sorri, mas dessa vez eu consigo perceber o incômodo ao fazer isso.

"Como?"

"O diamante. Sua aliança." Continuo sem entendê-lo e Harry franze o cenho. "Aquilo é um planner de casamento, certo? Eu não tenho a ilusão de que alguém tenha de dado algo inferior a um diamante. Então, posso ver? Parabéns, aliás. Você deve estar muito contente e também ocupada, pelo que vejo."

Demora alguns segundos até que eu consiga processar todas as palavras dele e quando o faço, caio na gargalhada.

A expressão dele despenca e seu corpo fica rígido. De repente, ele não sabe como se comportar ou para onde olhar. Em meu âmago, fico envergonhada de perceber que isso me causa certa satisfação e minha risada fica mais difícil de controlar.

"Você acha que- Você acha que eu vou me casar?" Manejo dizer depois de uns segundos.

"Estou errado por isso?" Seu tom é quase áspero e isso me faz despertar.

"Oh, Harry." Enxugo minhas lágrimas causadas pelo riso e nego. "Eu não estou noiva, de jeito nenhum. Sou apenas a dama de honra e aparentemente, a dama de honra é quem cuida de tudo, apesar desse não ser o meu casamento, o que não faz muito sentido."

A reação dele é rir e então manter um sorriso no rosto, mas de embaraçamento e não alegria.

"Dama de honra, claro. É, eu ouvi dizer que elas tem grandes responsabilidades. Desculpa, de quem é o casamento?" A curiosidade é gritante.

"Naomi e Joshua. Finalmente, se quer saber."

"Oh. Naomi, sim. Espero que ela esteja bem. Garota incrível."

"A melhor. Ela está ótima. Mais feliz que nunca agora que tudo se acertou e a família dela adora o Joshua." Conto, me permitindo relaxar. Harry ouve com atenção. "Quando ele voltou do intercâmbio, pediu a mão dela no aeroporto mesmo. Foi lindo! Ficou de joelho e tudo. Trouxe umas flores lindas- Porra! As flores." Exclamo ao me lembrar das mil coisas que eu deveria estar fazendo agora ao invés de fofocar com meu ex-affair sobre a vida da minha melhor amiga e seu noivo.

Começo a calçar minhas sandálias, ignorando o fato de uma delas estar danificada, e agarro minha bolsa.

"Harry, isso foi ótimo, mas eu preciso ir agora. Tenho hora marcada na floricultura e- Merda! Eu deveria ter me encontrado com a organizadora na casa de confecções à vinte minutos atrás." Me alarmo ao ver o horário no meu pequeno relógio de pulso.

Manco até o fichário e me abaixo para pegá-lo. Tento abrir a porta do quarto, mas a mesma não cede ao meu toque.

"Poderia abrir essa coisa pra mim? Eu estou tão ferrada. Naomi vai me matar se aquela mulher escolher marfim ao invés de albatroz, como ela quer." Me perco em murmúrios desesperados.

Harry se apressa, trazendo um cartão com o emblema do hotel gravado no mesmo.

"Desculpa. Precisa do cartão." Anuncia e num ágil movimento, abre a porta pra mim.

"Obrigada."

Piso na soleira, prestes a avançar pelos corredores até o elevador, mas Harry me impede com sua oferta.

"Eu te levo lá."

É como se ele literalmente estivesse me segurando pelos tornozelos. Hesito, mas me viro em sua direção e encontro seu olhar outra vez. Os óculos de sol não estão mais em sua cabeça e a forma que ele me sorri é mais calorosa do que foi antes.

Pela primeira vez desde que bati meus olhos nele, realmente permito que meu cérebro processe sua presença.

É ele é já fazem dois anos.

"É você mesmo, não é?" O comentário soaria tolo para alguém que não conhece nossa história - se é que esse termo é mesmo apropriado para nós dois. Contudo, Harry entende exatamente o que quero dizer e isso basta.

"E é mesmo você, Charlotte." Ele responde no mesmo tom que faz meu coração desandar. Sua gentileza inerente a qual eu ainda não sou imune, nem após anos.

"Essa é a minha cidade." Franzo o cenho, mas ele percebe a brincadeira.

"Nunca duvidei."

Mais silêncio. Mais olhares.

"Por favor, me deixe te levar. Ainda chove e a sua sandália está quebrada."

"Eu posso ir descalça." Eu nunca faria isso de verdade, não porque me importo com o que pensarão de mim e sim, porque vai me machucar. Mas quero ver o quanto ele quer isso; se ele realmente quer me fazer esse favor ou se só está sendo educado.

"Mas vai molhar todo o planner." Argumenta ao se recostar contra o batente da porta. "Não acho que a Naomi vai gostar disso."

Dois anos, mas parece o mesmo homem. Eu costumava saber quando ele dizia as coisas com segundas intenções e não parece ser o caso agora.

"Você está certo. Eu vou aceitar a oferta. Muito obrigada outra vez."

Harry sorri e eu retribuo, porém um tanto mais comedida.

"Me dê apenas alguns segundos. Preciso trocar essa camiseta."

"Por favor, fique à vontade." Estou com pressa, mas qualquer pausa da presença intensa dele agora vai ser bem vinda.

Harry entra na suíte outra vez, mas deixa a porta como está. O vejo selecionar uma outra camiseta na pilha de roupas sobre a cama e então, começar a se despir.

Em outro momento de nossas vidas, eu não ficaria ruborizada ou se quer sentiria culpa por ter testemunhado isso. Honestamente, eu teria feito muito pior do que só assistir. Porém aqueles tempos ficaram para trás. Sendo assim, eu caminho para longe da porta e me encosto na parede, esperando ele terminar.

Assim que ele fecha a porta da suíte, nós caminhamos juntos e em silêncio para o elevador. A descida até o térreo é igualmente quieta. Acontece que a SUV que vi anteriormente é alugada por ele e, claro, o trajeto dentro da mesma é tão calado quanto.

Nós nunca conversamos muito, mas essa nova dinâmica é terrivelmente esquisita e me faz pensar em tudo o que aconteceu entre nós irrefreavelmente.

O elefante na sala. Nós não o cutucamos, muito menos olhamos pra ele. Ainda assim ele está aqui, nos esmagando a cada segundo que passa. Minha grande pergunta é até quando vamos suportá-lo.

Ergo minha voz apenas para dizer a ele que mudei de ideia e que irei em um outro compromisso primeiro. Harry não protesta e nem se mostra interessado o suficiente para tal.

Menti. Não é um outro compromisso, eu só quero ir pra casa. Estou suja, machucada e emocionalmente abalada demais para cuidar dos preparativos para o casamento. Pedirei mil desculpas a todos com quem marquei horário hoje, mas simplesmente não consigo fazer isso agora.

Instruo um caminho pelo meu bairro onde Harry não havia visitado no passado, três quarteirões atrás de onde moro. Se ele reconheceu o bairro, não disse nada. Espero que não. Mas, novamente, ele não demonstra se importar.

"Tem certeza que não quer que eu te deixe na porta do lugar?" Oferece pela segunda vez ao estacionar frente a um prédio qualquer.

"Sim, tenho certeza. Vai ser bem rápido. É logo ali." Gesticulo para nenhum lugar em especial, odiando como isso parece uma mentira deslavada. Evito olhar para ele não só para não checar se ele suspeita, mas também porque dirigindo ele fica extremamente atraente e eu não sei como lidar com isso nesse momento.

"Certo." Ele não acredita em mim.

Destravo o cinto e agarro minhas coisas contra o meu peito. Desço do carro alto num salto sem jeito e passo a mão pela saia para me recompor. Sinceramente, esse dia tem que acabar.

"Obrigada mais uma vez, Harry."

Dessa vez ele só acena com a mão e força um sorriso de lábios apertados. Ele logo fecha a janela e sai com carro, o que é ótimo, não terei que fingir que estou caminhando para algum lugar que não seja a minha casa.

Me sinto mais leve ao assisti-lo partir e solto a respiração que nem percebi que estava prendendo.

Quão estranha a vida pode ser? Dois anos atrás, eu chorei ao ver uma cena semelhante. Agora eu só sinto conforto. Longe de mim foi como eu sempre soube que ele deveria ficar. Longe de mim foi o caminho que ele trilhou.

N/A: Bem vindxs a Era HS1 novamente. Dessa vez, do meu jeito.

Por favor, votem.

Espero que tenham gostado do capítulo.
xx

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