CINZAS - Saga Inevitável: Seg...

By MillenaAgliardi

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» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Vo... More

PREFÁCIO:
PRÓLOGO.
1. Todo Mundo Menos Você.
2. Por Supuesto.
3. Sound Of Silence.
4. O Conto Dos Dois Mundos.
5. João De Barro.
6. Melhor Sozinha.
7. Losing Your Memory.
8. Say Something.
9. Ciumeira.
10. River.
11. Arcade.
12. Lendas e Mistérios.
13. Question.
14. Summertime Sadness.
15. You Broke Me First.
16. Broken Wings.
17. Leave All The Rest.
18. Love And Honor.
19. Beggin'
21. abcdefu.
22. A Meta É Ficar Bem.
23. Insônia.
24. Penhasco.
25. Blood // Water.
26. Monster.
27. Radioactive.
28. Skyfall.
29. Believer.
30. Chasing Cars.
31. I See Red.
32. Cedo Ou Tarde.
33. Traitor.
34. Enquanto Houver Razões.
35. Dusk Till Dawn.
36. Play With Fire.
37. Evidências.
38. No Pares.
39. Santo.
40. Ingenua.
41. Angels Like You.
42. Who You Are.
43. Queda.
44. Mad World.
45. Mercy.
46. Bird Set Fire.
47. Couting Stars.
48. In The End.
49. Decode.
50. The Power Of Love.
51. Way Down We Go.
52. River.
53. Blood/Water.
54. Losing Your Memory.
55. Monster.
56. Unconditionally.
57. As Long You Love Me.
LIVRO NOVO!

20. DYNASTY.

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By MillenaAgliardi

JHENIFER.

“And all I gave you is gone
Tumbled like it was stone
Thought we built a dynasty that heaven couldn't shake
Thought we built a dynasty like nothing ever made
Thought we built a dynasty forever couldn't break up.”

A mesa de jantar no centro do deque principal era tão grande, mas tão grande, que as vinte cadeiras ao redor dela estavam posicionadas com folga. Éramos em dezesseis, uma grande e barulhenta família, mas o jantar parecia ser para o exército americano. Havia tanta comida, mas tanta comida, que só de olhar eu já engordara. Me sentei entre Lorenzo e Devon, como sempre fazia, e nossa família tomou seus lugares a mesa. Papai ficou em uma das pontas, Nico em outra. Me perguntava como seria o dia em que Lorenzo se sentaria numa cabeceira e Devon na outra. 

O jantar transcorreu entre conversas amenas, risadas e brindes. Quando a noite virou e o natal enfim foi anunciado, a primeira pessoa que abracei foi Lorenzo, já que Devon tinha deliberadamente me ignorado para ser o primeiro a abraçar Giulia. Fiquei feliz por trocar um abraço apertado com Lorenzo, ainda mais quando ele discretamente beijou meu ombro, mas uma pontada de mágoa atingiu meu coração por ser ignorada por meu gêmeo. 

— É de uma felicidade imensa ter todos vocês reunidos ao redor dessa mesa por mais um ano. Minhas filhas, meus genros, meus preciosos netos, feliz natal. — Vovô desejou claramente emocionado e eu não pude conter as lágrimas. Eu o amava tanto. 

— Bom, e aproveitando o clima de festa… — Papai franziu os lábios. Pela sua expressão, ele não diria algo que combinasse com as celebrações. — Nico e eu parabenizamos Lorenzo e Devon por terem passado no segundo teste. Vocês mostraram que a Camorra e a Cosa Nostra sempre estarão em primeiro lugar, e como Capos, isso é uma imensa gratificação. 

— Segundo teste? — Lorenzo perguntou confusamente. 

— Quê? Que teste? — Devon também parecia extremamente perdido. 

— Bom… — Nico respirou fundo, lançando um olhar arrependido para o filho. — O que você viu acontecer entre mim e Carina foi uma cena meticulosamente armada. Não era real. 

Lorenzo encarou o pai de olhos arregalados e a boca aberta. Ao meu lado, Devon se levantou arrastando a cadeira num ruído alto. 

— Espere. Vocês… Era combinado? Você e a tia Alessia… Era combinado? — Devon perguntou abismado. 

— Do que vocês estão falando? O que tem minha mãe? — Anna questionou franzindo o cenho. 

— Eu vi sua mãe aos beijos com meu pai. — Devon sibilou. Arquejei, sentindo a respiração me faltar por um momento. — E é mentira? Você me fez… Você me fez me sentir um monstro por mentir para minha mãe e era mentira? 

— Se fosse verdade, você teria mentido do mesmo jeito. — Papai disse dando de ombros. — É bom que não seja verdade, sim? 

Lorenzo se colocou de pé, a cadeira dele caiu provocando um barulho estrondoso. Meu primo bateu as mãos na mesa com tanta força que os pratos tremeram. 

— Você está me zoando, porra?! — Ele praticamente gritou as palavras, olhando entre meu pai e tio Nico cheio de raiva e decepção. E então ele parou, os olhos caindo sobre a mãe dele e foi como se ele tivesse levado um soco no estômago. Tia Alessia se encolheu. — Você sabia. 

— Lorenzo… — Nico começou a se aproximar de Lorenzo, mas meu primo o olhou com tanta raiva que ele parou. 

— Você traiu sua esposa. Você deixou sua esposa beijar outro homem… Para provar que eu era leal? — Ele praticamente cuspiu as palavras. — O que porra tem de errado com você, pai? 

— Era necessário. — Papai disse tentando parecer desinteressado, mas o desconforto em seu rosto era nítido. 

— Caralho. — Devon riu amargamente. Todo mundo na mesa estava em silêncio absoluto, até mesmo as crianças mais novas. Eu? Eu não conseguia nem abrir a boca de tanto choque. — Vocês são fodidos pra caralho. Que tipo de homem deixa a própria esposa se agarrar com outro? Eu entendo que vocês não liguem para a própria fidelidade, mas ser corno a toa? Vai se foder, isso é ridículo em tantos níveis que nem consigo por em palavras. 

O olhar duro que meu pai lançou em direção a Devon me tirou do transe que eu estava e me coloquei de pé, ficando ao lado do meu irmão. Meu pai nunca tinha batido em Devon, não que eu soubesse. Ele não precisava usar sua força física contra meu irmão, não, ele era um exímio torturador emocional. Ele podia dizer cinco palavras e te destruir pelo resto da vida. Para quê machucar o corpo quando você podia destruir a mente? No entanto, naquele momento, eu vi o instinto de violência em seu rosto, uma promessa de sangue. 

— Lorenzo, vamos conversar em particular. — Tia Alessia pediu ao filho. Lorenzo riu. 

— Você concordou com isso, mãe? Deixar seu marido se pegar com sua irmã? 

— Lorenzo, foi uma história muito bem planejada e… 

Outra risada. Seca, sem nenhum humor. Lorenzo cruzou os braços e abriu um sorriso tão frio e cruel que me encolhi. Naquele momento, ele parecia o futuro Capo, o homem que já tinha matado, um fodido Parisi. 

— Sabe, mãe… Algumas coisas não se forjam. Algumas coisas não se controlam. Papai parecia estar gostando muito quando estava no meio das pernas da tia Carina. — A risada que ele soltou foi tão amarga e cruel que meus pêlos se arrepiaram. Alessia arregalou os olhos e Nico deu um passo firme em direção ao filho. Quando pai e filho se encararam, Lorenzo sorriu sombriamente. Eu não sabia o que ele diria a seguir, mas eu tinha certeza de que não queria ouvir. — Conte para Thomaz que a cena armada entre você e a mulher dele te deixou duro. Bom… Acho que você não precisa contar, ele deve ter experimentado o mesmo enquanto tinha as mãos na sua mulher.

Prendi o ar quando Nico avançou, desferindo um soco forte no queixo de Lorenzo. Nino, que até agora tinha estado sentado em silêncio, pulou de pé e se enfiou entre o irmão e o sobrinho. Ele não precisava ter feito, afinal, Nico pareceu se arrepender instantaneamente. No entanto, o estrago já havia sido feito. Quando Lorenzo sorriu, o sangue manchando seus dentes alinhados, eu vi muito mais do que o deboche forçado. Se a traição não tivesse o quebrado, a agressão vinda de seu pai havia feito. 

— Vocês me enojam. — Devon murmurou antes de tomar seu caminho para longe da mesa, longe de sua família. Lorenzo o seguiu limpando a boca, manchando o dorso de sua mão com sangue. Eu fui atrás dele prontamente, dando as costas para a mesa e seguindo as duas pessoas que eu mais amava no mundo. 

— Estou aqui com vocês. Amo vocês. — Sussurrei quando os encontrei o no deque inferior, ambos lado a lado encarando o mar. Eu não deveria dizer que amava Lorenzo tão abertamente, mas imaginei que as palavras poderiam ser interpretadas como amor fraternal.

— Como meu pai pôde permitir que Nico beijasse a minha mãe? Como ele pôde achar normal uma porra dessas? — Devon murmurou se apoiando na grade de proteção do iate. Me aproximei, ficando entre os dois, e coloquei uma mão no ombro de Devon. Engoli um suspiro quando Lorenzo segurou minha mão e apertou contra a dele. 

— Porque você só está chateado com papai? Mamãe também concordou em… Beijar outro homem. — Perguntei baixinho. 

— Com certeza ela foi manipulada. — Devon disse duramente. — É o que ele faz, manipula as pessoas. 

Eu não disse que achava mais fácil minha mãe manipular meu pai do que o contrário. Devon já estava irritado e não conseguia entender que todos os quatro tinham a mesma culpa e responsabilidade. 

— Eu deveria ter percebido antes. Aquilo mal foi um beijo, eles pareciam arredios e desconfortáveis. — Devon estremeceu. — Estava na minha cara esse tempo todo. 

— Arredios e desconfortáveis? — Lorenzo repetiu. — Como assim? 

— Eu os encontrei aqui mesmo onde estamos, eles estavam até mesmo um pouco distantes. Como eu não percebi que um cara traindo sua esposa estaria simplesmente se pegando com a outra? 

— Devon, conta tudo do começo. — Lorenzo pediu apertando minha mão mais um pouco. Meu coração aos poucos afundou. O que ele tinha dito na mesa? Que minha mãe e o pai dele haviam gostado de se beijar? 

— Eu cheguei aqui, encontrei meu pai aos beijos com sua mãe. Mas foi um beijo estranho. Eles pareciam desconfortáveis, afastados. Foi um beijo… Sei lá. Calmo? No momento pareceu carinhoso, o que me deixou fodidamente irritado, mas agora eu vejo que eles estavam desconfortáveis. — Devon suspirou. — E com você? 

— Bom, meu pai e sua mãe estavam quase transando na bancada da cozinha quando cheguei. Cena ou não, eles estavam gostando muito. — Lorenzo disse duramente, o corpo tenso. — Foda-se essa merda. 

— Você está enganado, provavelmente viu menos do que acha e a raiva que sentiu intensificou tudo. — Devon murmurou se virando Lorenzo. Meu primo soltou minha mão de imediato. Continuei parada entre os dois, alternando olhares para meu irmão e primo. Eles pareciam bem perto de cair na porrada. 

— Eu sei o que vi, Devon. — Lorenzo disse friamente. — Eu cheguei na cozinha e meu pai estava entre as pernas da sua mãe, subindo o vestido dela enquanto eles se beijavam como se o mundo fosse acabar.

— Como você pode insinuar algo assim? — Devon perguntou cheio de irritação incontida. 

— Insinuar? Você é burro? — Lorenzo argumentou apertando os olhos com força. 

— Vocês dois estão irritados e buscando qualquer mínimo motivo para caírem na porrada e descontar a raiva que estão sentindo. — Eu pontuei me posiciando com mais firmeza entre os dois. — Essa discussão boba não vai levar a lugar algum. Chega. Os quatro estão errados, não briguem por causa de erros que não são seus. 

— Foda-se. — Devon murmurou saindo de perto de nós e cruzou o caminho de volta. Me senti mal prontamente. Mamãe sempre era gentil e doce com ele, mas a verdade era que ela podia ser baixa quando queria. Eu sabia muito bem disso. Me virei para Lorenzo e o encontrei encarando o mar com os olhos semicerrados. 

Sabe aquele momento da sua vida quando você tem uma revelação que quase te coloca de joelhos porque você deveria ter percebido desde o começo? Quando tudo faz absoluto sentido e seu coração quase para por um segundo? 

— Foi por isso que você decidiu nos dar uma chance, não foi? — Perguntei baixinho, a voz falha traindo meus sentimentos conflitantes. — Porque você viu minha mãe e seu pai e… 

— Foi. — Lorenzo disse simplesmente, sem desviar os olhos do mar revolto. 

— E agora você vai mudar de idéia porque sua decepção com seu pai, o que te trouxe até mim, não era real. — Sussurrei. 

Lorenzo se virou para mim, os olhos cinzas parecendo febris mesmo a meia luz. 

— Não foi decepção o que me trouxe até você. Foi clareza. Naquele dia eu entendi que me afastar de você era ridículo, afinal, a vida é curta e cercada por mentiras. Se eu tinha algo verdadeiro e bom, porque me privar disso? Por causa do que outras pessoas estipularam como errado? Quantos erros eu cometo todos os dias? Eu participo de uma organização criminosa que rouba, trafica, e os caralho a quatro. Eu já matei cinco pessoas na minha vida, eu tenho tanta merda guardada que poderia escrever um livro. E nada disso, nada disso, se compara ao que temos, ao que sinto por você. O que temos é bom, puro, real. Os reais erros que cometi me levariam para o inferno, mas se Deus existe mesmo, ele não me puniria por amar alguém. Por ama você. Ver meu pai traindo minha mãe não foi uma decepção falsa. Foi real. Ele acha que os motivos dele compensam o que aconteceu, mas ele a traiu. Ela concordou. Eles concordaram em me machucar, em quebrar a confiança que eu tinha na minha família. Eles premeditaram e me magoaram por querer. Isso foi muito real, Jhenifer. Real pra caralho

Lorenzo estremeceu visivelmente. Foi o máximo de palavras que já o vi falar na vida, e eu nunca, nunca, o tinha visto tão magoado, tão… Quebrado. 

— E, além do mais, quer uma prova de que isso não é errado? Você jamais concordaria com isso. Você nunca faria algo tão ruim com quem você diz amar. — Lorenzo se encostou contra a grade de proteção e soltou uma respiração falhada. Me aproximei dele e passei meus braços ao redor de seu corpo. — Você não é um erro. Você nunca me machucaria de propósito. 

O soluço que escapou dos meus lábios foi doloroso de se ouvir até para mim. Era mentira. Eu já o tinha magoado de propósito. Eu tinha o feito sofrer de propósito. Eu tinha dado a ele o dia que ele sentiu mais medo na vida, como ele mesmo havia dito. 

— Me perdoa. — Eu choraminguei as duas palavras. Lorenzo se virou inteiramente para mim. Erguendo os braços, ele envolveu meu rosto entre suas mãos quentes. Aquilo só me fez chorar mais. 

— Pelo quê? — Ele perguntou confuso, como se não pudesse imaginar qualquer coisa para perdoar. 

— Eu não tentei me matar. — Sussurrei. — Eu não… Eu não queria morrer… 

— Do que você está falando? — Lorenzo perguntou ainda mais confuso. 

— Minha amiga tentou suicídio seis meses antes da minha tentativa de suicídio. Os pais dela eram como os meus, a mãe principalmente. Mas quando ela tentou se matar… Eles mudaram. Ficaram dóceis, amáveis, faziam tudo por ela. Davam atenção a ela. — Eu sufoquei um soluço quando as mãos de Lorenzo caíram inertes ao lado de seu corpo. — Eu… Eu queria que meus pais me dessem atenção. Principalmente minha mãe. Eu queria que ela gostasse de mim como gostava do Devon e pensei que se eu… Então… Eu peguei uma das facas do meu pai e cortei os pulsos na horizontal porque sabia que não me mataria, só me faria sangrar muito. Eu queria que minha mãe me amasse, eu não queria morrer… 

— Jhenifer… — Lorenzo sussurrou descrente, olhando para mim tão abertamente abismado que solucei novamente. Sem outra palavra, ele me abraçou apertado, tão apertado que arquejei por um momento. — Como você poderia me magoar de propósito se você não sabia que eu iria te encontrar? E como eu poderia te julgar por isso? Você tem um problema, Jhenifer. Você pode pensar que fez isso sem nenhum motivo além de querer chamar a atenção de sua mãe, mas nenhuma pessoa em sã consciência iria conseguir cortar os pulsos. Você tem um problema, Jen. Um problema que te fez imaginar que ao se ferir você conseguiria o amor da sua mãe. E porra. Você fez isso pra chamar atenção dela? Se ela fosse uma boa mãe, você não precisaria quase morrer para chamar a atenção dela. 

— Lorenzo, você não entende… 

Você não entende, meu amor. — Lorenzo disse me abraçando com mais afinco e beijou meus cabelos. — Seu cérebro te impede de pensar na morte, ele não pode conceber a ideia de que você se machuque, porque isso vai contra todos os instintos primitivos do corpo humano. Você usou uma faca para se ferir, conseguindo anular a parte mais poderosa do seu cérebro, a que te protege. Você acha que isso é normal? Que você conseguiria fazer isso se não estivesse com algum problema afetando seu cérebro de forma direta? Não estou dizendo que você é anormal, meu bem, mas não consiga encontrar outra palavra, então, não se ofenda… Pessoas  “nomais” jamais conseguiriam se machucar dessa forma, já que nada está atrapalhando o processo de proteção instintivo do corpo. Os seus motivos pouco inportam quando de fato você conseguiu inibir seus sensores de proteção. E isso você precisa tratar, Jen. 

Me afastei dele um tanto quanto confusa com todas aquelas informações. Como ele sabia disso? 

— Então você não acha que eu sou uma vadia, uma falsa depressiva? — Perguntei. Aquilo era o que eu me perguntava todos os dias e me sentia tão culpada que acabava… Cortando meus pulsos. Talvez Lorenzo tivesse razão, afinal, aquele episódio foi o único em que eu fiz algo contra para mim afim de mostrar aos outros. 

— Você pensa isso de você? — Lorenzo perguntou roçando os lábios contra meu queixo. Sua proximidade anuviou minha mente. 

— Eu fiz aquilo para chamar atenção… — Sussurrei cheia de culpa. 

— O que diz mais sobre sua mãe do que sobre você. — Lorenzo suspirou. — Se sua mãe é ruim ao ponto de você pensar que precisa se ferir tão gravemente para ter o amor dela, quem é a errada nessa história, você ou ela? 

— Eu… Não sei. — Admiti baixinho. 

— Bom, eu sei. — Lorenzo garantiu dando um beijo na minha testa. — Por um lado… Você fazer isso porque queria o amor da sua mãe é bem pior do que simplesmente querer morrer. Me preocupa mais. Porque eu posso tentar te dar motivos para ficar alegre, mas não posso mudar sua mãe e garantir que você nunca mais precise fazer isso. Ou que você queira mesmo morrer por causa de algo que ela fez. 

— Você me ama? Mesmo eu sendo… Assim? — Perguntei baixinho. Lorenzo franziu as sobrancelhas e estreitou os olhos como se não acreditasse em minhas palavras. 

— Eu te amo pelo que você é. Exatamente da forma que você é. — Lorenzo acariciou meu rosto e lentamente se inclinou para selar nossos lábios em um leve beijo. — Eu não mudaria nada em você. 

— Nada? — Indaguei timidamente. Lorenzo sorriu e deu de ombros. Céus. Seu sorriso era a coisa mais linda do mundo. 

— Bom, eu tiraria os problemas que te fazem sofrer, porque eu não suporto te ver sofrer, mas fora isso… Nada. — Ele sussurrou dando outro beijo em minha boca. Dessa vez, enlacei meus braços ao redor de seu pescoço e o beijei pra valer, meu corpo todo se enchendo de felicidade ao tê-lo tão perto, dizendo que me amava. 

Antes eu dizia para mim mesma que era errado, que eu não deveria sentir aquilo, mas agora, eu estava longe demais para me importar. 

Se fosse errado, eu estava gostando muito de errar. 


Revelações! Agora capítulo novo só depois de amanhã.

Estou demorando a postar e até agora não fiz nenhuma maratona porque descobri que escrevia rápido por escrever 1K de palavras por capítulo e agora que escrevo +2k, não está tão rápido. Se eu tivesse escrevendo da mesma forma que escrevi os outros, já estaríamos no capítulo 60 da história. Acho que a partir do capítulo 31 (estou no 30) vou diminuir um pouco dos caracteres. O que vocês acham?

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