CINZAS - Saga Inevitável: Seg...

By MillenaAgliardi

186K 17.7K 5.7K

» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Vo... More

PREFÁCIO:
PRÓLOGO.
1. Todo Mundo Menos Você.
2. Por Supuesto.
3. Sound Of Silence.
4. O Conto Dos Dois Mundos.
5. João De Barro.
6. Melhor Sozinha.
7. Losing Your Memory.
8. Say Something.
9. Ciumeira.
10. River.
11. Arcade.
12. Lendas e Mistérios.
13. Question.
14. Summertime Sadness.
15. You Broke Me First.
17. Leave All The Rest.
18. Love And Honor.
19. Beggin'
20. DYNASTY.
21. abcdefu.
22. A Meta É Ficar Bem.
23. Insônia.
24. Penhasco.
25. Blood // Water.
26. Monster.
27. Radioactive.
28. Skyfall.
29. Believer.
30. Chasing Cars.
31. I See Red.
32. Cedo Ou Tarde.
33. Traitor.
34. Enquanto Houver Razões.
35. Dusk Till Dawn.
36. Play With Fire.
37. Evidências.
38. No Pares.
39. Santo.
40. Ingenua.
41. Angels Like You.
42. Who You Are.
43. Queda.
44. Mad World.
45. Mercy.
46. Bird Set Fire.
47. Couting Stars.
48. In The End.
49. Decode.
50. The Power Of Love.
51. Way Down We Go.
52. River.
53. Blood/Water.
54. Losing Your Memory.
55. Monster.
56. Unconditionally.
57. As Long You Love Me.
LIVRO NOVO!

16. Broken Wings.

3K 321 68
By MillenaAgliardi

JHENIFER.



Fight the fight alone
When the world is full of victims
Dims a fading light
In our souls.





Eu estava eufórica. A felicidade era tamanha que me deixava trêmula e sem sono, tanto que me virei na cama por horas depois de me despedir de Lorenzo. No entanto, a felicidade era como uma luz forte que estava sendo rapidamente suplantada pelas garrafas ferozes da escuridão. A escuridão era o medo. Algo havia feito Lorenzo mudar de ideia, eu tinha certeza. Ele nunca havia agido daquela forma antes; febril e desesperado, quase como se tivesse sido surrado por algo. Será que ele sabia também? Sobre Luca e Cristina serem filhos de seu pai? Eu sabia que nada o faria fazer qualquer coisa que desapontasse seu pai, exceto se seu pai o tivesse desapontado primeiro. 

Me levantei da cama depois de uma noite insone quando as vozes anunciaram que minha família já estava acordada e tomei um banho longo, colocando meu biquíne rosa com sutiã em formato de conchas de sereia e uma calcinha fio dental. Olhei orgulhosa para o espelho. Nenhuma gordura na barriga ou nas coxas, pernas perfeitamente torneadas. Os anos de dieta ferrenha e exercícios exaustivos surtiam efeito cada vez mais, mas eu ainda não estava satisfeita. Minhas coxas precisavam perder um pouco mais de medidas e meus braços não estavam tão finos quanto eu queria. Talvez um pouco de jejum intermitente e adição de mais folhas em minha alimentação ajudassem nisso. Vesti um camisetão semi transparente sobre o biquíne e calcei um par de chinelos brancos antes de voltar ao banheiro e finalizar meu cabelo com um Leave-In de keratina. Quando o resultado me agradou, deixando meus cabelos em perfeitas ondas da raiz até as pontas, peguei meu celular e saí da cabine. 

— Bom dia. — Devon murmurou saindo do quarto dele ao mesmo tempo que eu. Eu me lembrava do antigo iate ter poucas cabines, luxuosas, porém ainda assim poucas, mas no novo, havia quartos para todos, sem ninguém precisar dormir junto. 

— Bom dia. — Bocejei. A noite insone estava começando a cobrar seu preço e eu nem tinha começado o dia. 

— Dormiu bem? — Meu irmão perguntou conforme caminhavamos em direção a copa coberta, ao lado da cozinha. Balancei a cabeça em negativa. 

— Não. Nem dormi, na verdade. — Murmurei com uma risada seca. — E você? 

Devon me lançou um sorriso tão sombrio que quase tropecei. 

— Não sei se algum dia vou voltar a dormir. — Devon exprimiu fitando o vazio. — Porque não dormiu? 

— Sei lá. — Dei de ombros com um suspiro profundo. — Dias conturbados.

Quando entramos na copa, ninguém parecia ter dormido bem. Meu pai tinha olheiras sob os olhos azuis, assim como minha mãe que estava fumando um cigarro longe da mesa. Tio Nico parecia estar morto, os olhos cinzas quase fechados enquanto ele mexia no celular, deslizando os dedos rapidamente pela tela, provavelmente jogando seu jogo de doces. Tia Cinzia estava cozinhando, o cheiro de panquecas e mel impregnado no ar; Samael estava ao lado dela, cortando algumas frutas com uma habilidade invejável. Pelo visto, fatiar pessoas lhe dava pontos na cozinha. Não vi Lorenzo ele lugar algum, talvez ele estivesse dormindo, assim como meus primos mais novos. 

— Bom dia, crianças. — Tia Cinzia desejou com um sorriso brilhante. Ela era a única que parecia animada. 

— Onde está o resto? — Perguntei me aproximando dela e passando os braços ao redor de seus ombros. Ela me se afastou de mim num rompante para bater em Devon que tentara roubar uma tira de bacon. 

— Lorenzo foi cedo para o mar. Os outros ainda estão dormindo. — Tia Cinzia redarguiu dando um beijo no meu rosto. — Você também não dormiu bem, querida? 

— A noite foi estranha. — Disse-lhe evasiva. Minha tia deu de ombros. 

— Sim, ao que parece todos passaram por um velório noite passada. — Ela sussurrou aproximando o rosto do meu ouvido. — Parece que algo aconteceu, mas ninguém me conta nada. 

Lancei um olhar de esguelha em direção a tia Alessia sentada distante de Nico. Ela parecia irritada com o próprio ar, mexendo no seu celular em tiques rápidos. Meu coração tremeu. Será que ela sabia sobre a verdadeira paternidade dos filhos de tia Alessa? 

— Onde estão tia Alessa e tio Nico?

— Pegaram a lancha e foram fazer um passeio com Luca nas docas. — A loira deu de ombros. — Eu não sei o que está acontecendo, Jen, mas algo está errado. 

— Também acho. — Acabei dizendo. Tia Cinzia parecia preocupada e provavelmente saberia o que fazer se eu contasse a ela o que tinha ouvido na noite passada, mas… Não era da minha conta. Eu nem deveria saber sobre isso; tio Nino e tia Alessa provavelmente resolveriam tudo com Luca nesse passeio inesperado. — Vou checar Lorenzo. Se eu descobri alguma coisa, te falo. 

Minha tia anuiu, voltando-se para a tarefa de virar as panquecas e eu fui em direção ao deque inferior, esperando que Lorenzo não tivesse ido nadar longe demais do iate. Felizmente, quando desci o lance de escadas que separava o segundo andar do terceiro, vi meu primo há pouco mais de cinquenta metros da borda. Meu coração bateu forte no peito, como se eu estivesse tendo uma maldita síncope apenas por vê-lo. Ele mergulhou, os cabelos escuros desaparecendo na água brilhante e alguns segundos depois retornou a superfície, tirando os fios molhados do rosto. Tirei o camisetão, disposta a entrar na água, e o deixei de lado ao me aproximar da borda. Antes tínhamos que saltar para a água, de uma distância bem assustadora, mas agora tudo que separava o iate do mar era um degrau alto. Lorenzo ergueu os olhos quando fiz menção de mergulhar e por um momento o olhar no rosto dele me congelou. Ninguém nunca tinha me olhando assim. Ele nunca tinha me olhando assim. Era estranho que eu conseguisse interpretar o desejo cru em suas íris cinzentas, mas acho que até mesmo um cego poderia ver algo tão profundo e devastador. Lorenzo nadou até mim, fortes braçadas contra a água o trazendo cada vez mais perto até que ele estivesse parado há alguns metros da borda do iate, de mim. 

— Você veio nadar? — Ele perguntou com um sorrisinho presunçoso. 

— Não, vim ver você nadar. — Debochei rolando os olhos, como se não fosse a mais absoluta verdade. — A água está fria? 

— Não tem nada frio aqui. — Novamente, o sorriso presunçoso e o tom de voz que dava a entender que ele estava falando de algo que não fosse a água. — Entra. 

Eu anui com um suspiro baixo e me abaixei para entrar na água sem ter de pular. Lorenzo olhou ao redor antes de guiar suas mãos até alcançar meus joelhos e as subiu por minhas coxas, exercendo uma pressão deliciosa contra meus músculos. Suspirei outra vez quando ele direcionou suas mãos até meus quadris, resvalando levemente pelas alças laterais da minha calcinha. Lorenzo me puxou para a água, que estava longe de estar fria, e eu mergulhei o corpo até a altura do queixo, balançando as pernas quando a profundidade do mar me deu uma pontada de medo. Não estávamos na psicina, o fundo não era dali há alguns poucos metros. 

— Você está vermelha. — Lorenzo disse traçando a pele da minha cintura com a ponta dos dedos; o contato de sua pele contra a minha pareceu se intensificar dentro da água. Lentamente ele desceu os dedos até minha coxa e subiu para minha cintura. 

— Isso me assusta. — Expus. Os dedos de Lorenzo congelaram contra minha coxa.

— Eu te assusto? 

— Não. — Não hesitei em responder. — Eu tenho medo das sensações que sinto quando você… Me toca. 

Lorenzo novamente deixou seus olhos correrem para o iate. Sua constante revista ao nosso redor me lembrava do quanto aquilo era perigoso. E errado. Suas mãos procuraram meu corpo e ele se aproximou mais, pressionando as palmas em minha lombar. 

— E o que você sente quando eu te toco? — Ele perguntou baixinho, num tom rouco que arrepiou os pêlos da minha nuca. Um suspiro escapou dos meus lábios quando, lentamente, Lorenzo desceu as mãos até a base das minhas costas e roçou a ponta dos dedos em minha bunda. Eu pude sentir aquele singelo toque em todas as terminações nervosas do meu corpo, principalmente no meio das minhas pernas. 

— Quente. Me sinto quente. — Sussurrei com o rosto em chamas por admitir tal coisa. Lorenzo não riu como pensei que faria, na verdade, ele me olhou com tamanha intensidade que senti meus músculos virarem manteiga. 

— Quente? — Perguntou ao abaixar as mãos ainda mais e apertar minha bunda numa lenta massagem que fez meu corpo se aquecer como fogos de artifício. — Eu vou te deixar muito mais quente quando ficarmos sozinhos. 

— Nós não podemos… — Pressionei os lábios. — Você sabe. 

— Não pretendo tirar sua virgindade, Jen. — Lorenzo disse fazendo minhas bochechas ficarem ainda mais quentes. — Existem coisas, coisas muito boas, que podemos fazer sem tentar contra sua virtude

O sorriso debochado quando ele disse a última palavra quase me fez rir. 

— Que coisas? — Perguntei baixinho, curiosa e ao mesmo tempo receosa. Lorenzo apertou minha bunda com mais volúpia e com um último olhar ao nosso redor, me puxou em direção a ele. 

Quando nossos corpos se encontraram, se unindo em todos os lugares certos, soltei um ofego ao sentir a protuberância em sua virilha. Lorenzo me guiou para baixo, para mais perto do seu calor e de sua ereção. 

Não era só a água que estava me deixando molhada. 

— Muitas coisas, ruiva. — Algo em sua voz me disse que aquilo era uma promessa. — Muitas coisas. 

Lorenzo se afastou rapidamente com uma risada alta que eu podia ver se forçada, alguns segundos depois a voz de tia Cinzia surgiu: 

— Ei, vamos encontrar Nino e Alessa nas docas. Vocês querem ir? — Tia Cinzia gritou para ser ouvida. 

— Meu pai vai? — Lorenzo gritou a pergunta. 

— Sim, todos nós! 

— Eu não vou. — Lorenzo afirmou e se virou, nadando para longe. Eu olhei confusa entre ele e tia Cinzia e nadei em direção a ela. Quando me aproximei do degrau, me debrucei sobre ele. 

— Vou dizer que estou com dor de cabeça e descobrir o que está acontecendo. — Menti com um sorriso conspiratório. Eu queria descobrir o que estava acontecendo, mesmo, mas meu plano era descobrir o que as muitas    coisas que Lorenzo disse significava. Tia Cinzia se inclinou em minha direção, balançando a cabeça como se achasse que eu era louca. 

— Então, suba e finja que está com dor de cabeça. — Ela murmurou risonha. Ela era uma fofoqueira nata, as vezes eu achava que tinha herdado isso dela. 

Me icei para cima e lancei um último olhar para Lorenzo, que estava nadando como se sua vida dependesse disso, antes de caminhar em direção ao segundo andar com Cinzia ao meu lado. 

— Ei, vamos para as docas? — Papai perguntou quando me aproximei do grupo que já parecia de saída. 

— Posso ficar? Não dormi bem e estou com dor de cabeça. — Dei de ombros. — Lorenzo se recusou a ir também, então não vou ficar desprotegida. 

— Onde Lorenzo está? — Tio Nico perguntou com uma expressão estranha. Dei de ombros. 

— No mar. Ele… — Apertei os lábios. 

— Ele perguntou se você ia, Nico. Quando disse que sim, ele não quis ir. — Tia Cinzia disse diretamente. — Bom, Lorenzo lambe o chão que você pisa, então você deve ter vacilado feio com o menino. 

— Cinzia. — Samael disse em tom de aviso, mas minha tia se impertigou e encarou meu tio. O loiro estava com uma expressão dura, os olhos tempestuosos fixos em minha tia. 

— Nada de “Cinzia” para cima de mim. — A loira murmurou cruzando os braços enquanto se afastava. — Vocês deveriam lembrar que é a atitude de vocês que molda o caráter dessas crianças. 

— Eles não são crianças, Cinzia. — Papai cortou num tom de aço. — Eles são homens da máfia. 

Minha tia estava quase na porta, mas se virou num rompante ao ouvir as palavras de meu pai. 

— Eu não falei com você. — Ela disse com um sorriso e voltou a se virar, abandonando o deque. Tio Samael tossiu para tentar encobrir uma risada. 

— Vou ficar no quarto e dormir o dia todo, papai. — Avisei ao passar por ele e encostar minha bochecha em seu peito. Sua mão forte acariciou meus cabelos e ele se inclinou, depositando um beijo no topo da minha cabeça. 

— Durma bem, querida. — Ele desejou. 

Eu me afastei com o coração doendo pela culpa. O que diabos eu estava fazendo? 


CAPÍTULOS DIA SIM E DIA NÃO!

gente, vocês não estão gostando da história ou dos capítulos bem maiores que o normal? Está tendo tão pouca interação... Me avisem qualquer coisa, ok?

Continue Reading

You'll Also Like

71.5K 7.2K 36
Uma escola onde os príncipes e princesas podem estudar juntos e se aventurar, duas rivais enfrentam aventuras e descobertas, mas após entrarem em uma...
172K 10.1K 107
.. vem descrever essa história comigo. (Autora nota) Uma coisa mas não menos importante Essa história não haverá muito hot, eu quero ficar mais no f...
326K 19.8K 75
Selene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate...