Corte de Labirintos de Rosas...

By FS_Violet_

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"Eu estava em um jardim que mais parecia um labirinto, o mesmo era coberto de espinhos. Vi na minha frente um... More

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Bônus - 1
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
aviso
Capítulo 30
aviso
Capítulo 31
Capítulo 32

Capítulo 2

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By FS_Violet_

Sai do meu quarto e segui em frente pelo corredor vazio. Ouvi vozes e música tocando, o que indicava que todos pareciam já estar no salão. Apertei meus passos ao perceber que provavelmente já estava atrasada. Cumprimentei algumas sentinelas com um aceno enquanto passava.

Parei apenas quando olhei para baixo e avistei a escadaria que dava para o salão. Como prometido meu pai estava lá esperando por mim, assim como todos os feéricos.

Vi todas as cabeças virarem em minha direção, em seguida ouvi a música abaixar um pouco. Sorri nervosamente para todos os olhos que me encaravam.

Segurei um pouco meu vestido para que eu não tropeçasse no mesmo e caísse, o que era algo provável de acontecer. Desci as escadas da forma mais graciosa que consegui.

Meu pai me encontrou na ponta da escada e já me ofereceu o braço. Sorri sem mostrar os dentes para ele e ele retribuiu. Assim que começamos a andar pelo salão a música voltou a tocar mais alto.

Fui apresentada para muitos feéricos. Sorri para cada um. Alguns simplesmente chegavam perto de mim para me cumprimentar, dizendo como eu havia crescido e como estava bela.

Meu pai falou por mim na maior parte do tempo, o que por um lado me fez ficar feliz, já que eu não precisaria ficar preocupada em dizer algo errado. Deixava que ele levasse as conversas enquanto eu ficava lá, apenas... sorrindo. Eu era apresentada e passada adiante.

Quando eu senti que não conseguia mais nem me lembrar dos nomes com quem eu estava "conversando", pedi licença ao meu pai e a alguns amigos dele dizendo que estava com sede e iria atrás de algo para beber.

Meu pai quase fez com que alguém buscasse para mim, mas eu dispensei educadamente, dizendo que havia avistado Lis no caminho e queria cumprimentá-la, o que era uma mentira, mas ele pareceu convencido e assentiu.

Andei pelo salão encarando os lindos e grandes lustres que foram colocados no teto, os bonitos arranjos de flores que estavam espalhados pelas mesas. Tudo ali parecia em harmonia.

Alguns feéricos dançavam no meio do salão, de acordo com a música, alguns apenas conversavam nos cantos ou sentados na mesa. Muitos faziam reverências para mim quando passavam, as quais eu retribuía educadamente.

Sorri verdadeiramente quando uma criança feérica, uma pequena fêmea, trombou acidentalmente comigo e fez uma reverência nervosa. Eu ri para a mesma retribuindo. Agachei ficando na mesma altura de seu rosto. Senti que isso atraiu olhares curiosos. Crianças feéricas costumam ser raras, e eu não costumava ver muitas delas.

A pequena fêmea me encarou e em seguida encarou a tiara que eu usava em meus cabelos, seus olhinhos pareceram brilhar. Tirei uma das flores rosas da tiara e coloquei atrás de sua orelha direita, dizendo o quanto ela estava bonita em seu vestido.

Eu sabia como era ser uma criança e estar naquele tipo de ambiente, já havia vivido isso.

Ela me olhou mais tranquila e deixou um sorriso aparecer, então agradeceu com um baixo "Obrigada princesa". Em seguida, avistou seus pais e saiu me dando um aceno adorável o qual eu retribui.

Alguns olhares em volta pareciam surpresos, como se não soubessem como reagir, outros sorriram levemente. Tentei não encará-los muito e voltei a caminhar.

Finalmente avistei uma varanda, algo nela que me convidava, não fazia a menor ideia do que. Era apenas uma varanda, a mesma parecia vazia, olhei para os cantos e ninguém parecia me seguir, então fui em sua direção.

Quando a brisa fria me recebeu jogando meu cabelo para trás me aproximei das grades da varanda que passavam um pouco da minha cintura, e me apoiei nas mesmas. Olhei para cima e quem me recebeu não foi o sol, igual hoje mais cedo, e sim a luz das estrelas. As encarei e sorri para elas como se elas sorrissem para mim de volta.

Lá fora parecia estranhamente silencioso comparado a dentro do salão. Tão calmo e tranquilo. Apenas a noite me recebendo como uma velha amiga. Suspirei e deixei minha postura cair, sentindo que conseguia respirar.

- Olá - me virei assustada e deixei quase um grito escapar, mas ele ficou na minha garganta - Eu... encontrei você

Pela luz que vinha dentro do salão consegui enxergar um macho. Que o caldeirão me queimasse mas era o macho mais bonito que eu havia visto.

Tinha cabelos negros, não muito longos, e seus olhos eram em um tom de azul tão intenso que pareciam quase violeta. Ele me encarou profundamente e sorriu como se soubesse exatamente o que eu pensava. Ele deu um passo em minha direção.

- Me encontrou? - perguntei recompondo minha postura que eu tinha deixado de lado por um momento - Acho que está enganado, não nos conhecemos

- Eu não me enganaria - ele respondeu sorrindo arrogante, mas algo atrás desse sorriso era sincero

Sua voz era rouca e sensual, o que me fez estremecer, de um jeito bom. Senti meu rosto queimar, só não fazia ideia se era pelo leve calor da noite, ou pelo fato dele estar me olhando daquele jeito.

Suas roupas eram escuras, e ele não... parecia ser dali, apenas não parecia. Ele parecia ter vindo de qualquer lugar menos da Corte Primaveril.

- Você não me parece daqui - comentei, ignorando o que ele havia falado e erguendo um pouco o queixo, escondendo qualquer insegurança - Você deveria estar aqui?

- Nossa - ele cruzou os braços na frente do corpo e franziu um pouco as sobrancelhas não deixando o sorriso cair - Todas as fêmeas da corte primaveril são simpáticas assim?

- Bom, não costumamos ser muito simpáticas com machos que nos seguem no meio da noite - disse imitando seu gesto de cruzar os braços na frente no corpo - Então, devido à essas circunstâncias, acredito que eu possa ser o quão simpática eu quiser

- Justo - ele sorriu um pouco mais leve, quase brincalhão - Na verdade eu só... queria saber o que está fazendo aqui fora, não deveria estar lá dentro nessa tal festinha? Como todos?

Seu tom era quase sarcástico, por mais que ele parecesse tentar evitar isso. Não consegui entender porque ele estava zombando da "festinha", como ele chamou. Semicerrei os olhos para ele por um momento. Completamente certa de que ele realmente não era dali.

- Bom, talvez eu devesse, mas não importa muito - disse, dando de ombros e voltando a encarar o céu, apoiando-me nas grades - Bonito, não?

Não o encarei de volta e ele se posicionou do meu lado, mais perto. Apoiou as mãos na grande me imitando. Em seguida, pelo canto do meu olho o vi encarar o céu.

- Acho que sim - ele assentiu depois de um tempo sem tirar os olhos das estrelas - Mas... já vi mais belos

Virei meu rosto para o mesmo dessa vez interessada, talvez pela primeira vez na noite, verdadeiramente interessada. Fitei seus olhos que encaravam o céu e pareciam refletir a luz das estrelas.

- Onde? - perguntei, franzindo um pouco as sobrancelhas num ar curioso

Ele virou o rosto para mim, e dessa vez mais próximo ele sorriu novamente.

- Corte Noturna - ele respondeu, tão leve quanto a brisa

Mas suas palavras pareceram pesar em mim de forma que me fizeram engolir em seco. A corte de Feyre Archeron, a corte dos Grão-Senhores cruéis. Como poderia ser um lugar encantador?

Nunca havia pensado muito na corte noturna, não sabia muito sobre a mesma, e sinceramente, não era algo que me preocupava muito.

Quando perguntava para meu pai sobre suas viagens em outras cortes ele nunca mencionava a noturna. Ele obviamente não gostava de falar sobre ela, quando descobri que era por causa da Grã-Senhora, decidi deixar o assunto para lá. Além disso, haviam outras cortes que eu tinha mais interesse em visitar por ter escutado histórias mais interessantes. Decidi não mencionar isso para o estranho.

- Mas... - comecei, e encarei o céu com todos os meus pensamentos bagunçados - As estrelas são iguais em todos os lugares, não?

- Não - ele deu uma risada curta sem parar de me encarar - Claro que não. Lá, de noite é a coisa mais linda de Prythian. Você pode dormir debaixo daquelas estrelas e... desejar

Suas palavras não pareciam ensaiadas, pareciam sinceras e puras. Aquilo me fez sorrir um pouco, mas ao mesmo tempo me deixaram intrigada.

- Desejar? - repeti confusa para mim mesma - Para quem? O que?

- Para as estrelas - ele disse como se fosse óbvio, e as indicou com as mãos - Sonhos

- Sonhos? - perguntei, encarando seus olhos, ele me encarava profundamente de volta

- Com certeza você tem algum... só precisa pensar direito - ele me encorajou sorrindo um pouco divertido - Apenas, não me conte

- Certo - assenti, mordendo meu lábio inferior e virando para o céu novamente

Sonhos. Não pensava muito neles, talvez eu tentasse não pensar, com medo de que eles não acontecessem e eu ficasse apenas sonhando...

Desejar para as estrelas. Aquilo soava como uma história para criança dormir. Mas apesar de infantil, fiquei tentada a experimentar. Respirei fundo. Se eu precisasse pensar... Então...

Ser mais do que sou hoje... Ser eu, de verdade. Seja lá o que eu seja. Segurei a pedra do meu colar com força, como se ele me desse alguma resposta. Descobrir quem é a Primrose. Talvez esse seja meu sonho, meu desejo.

O macho se aproximou mais de mim, dessa vez sem me encarar.

- Feche os olhos por um instante - ele instruiu, eu os fechei quando senti uma brisa um pouco mais forte beijar meu rosto - Deseje para as estrelas, e elas vão te ouvir

- Acha mesmo? - perguntei de olhos fechados

- Sim - senti que ele se aproximou mais e seus lábios chegaram perto de meu ouvido quando ele sussurrou - As estrelas escutam, e os sonhos são atendidos

Segurei minha respiração. As estrelas talvez me escutassem. Por favor, me escutem. Eu pedi.

Sorri para mim mesma por um momento ao perceber o que tinha feito, e senti a risada rouca do macho perto de mim, que fez meus ossos estremecerem.

- Primrose? - uma voz feminina familiar me chamou

Virei rapidamente abrindo meus olhos. Lis me encarava parada, perto das portas de vidro da varanda.

Olhei para os cantos confusa e perdida. O macho havia sumido, como se tivesse sido levado pela noite.

- O que está fazendo? - Lis perguntou se aproximando um pouco

- Estava... - olhei para o céu mais uma vez, como se esperasse por resposta. Voltei meu olhar para ela, voltando a realidade - Nada... Apenas tomando um ar, eu acho

Ela me olhou um pouco confusa. A Grã-Sacerdotisa usava um lindo vestido azul claro, com seu capuz branco de sempre e uma tiara com uma linda pedra. Seus cabelos que tinham um tom de cobre faziam contraste com as roupas claras, assim como seus olhos escuros.

- Tem algo que eu possa fazer por você? - ela perguntou, juntando as mãos e se aproximando

- Estou bem - sorri um pouco para ela e balancei a cabeça tentando esquecer o que havia acontecido, e tentando me concentrar no que estava acontecendo agora

- Seu pai estava a sua procura, Primrose - ela disse - Disse que você havia ido me cumprimentar

- Sim - respondi nervosa, e comecei a completar a mentira - Eu pensei que havia visto você mas, acho te perdi de vista e bom, vim parar aqui

Juntei minhas mãos na frente do corpo e ela me encarou assentindo, torci para que ela não visse por trás da minha mentira.

- Entendo - ela respondeu depois de um tempinho - Bom, acho que deveria estar lá dentro com todos Primrose, receber seus convidados é uma tarefa importante. O povo quer te ver, é importante para eles verem o futuro da Corte Primaveril

Lis sempre me dizia coisas assim, que eu era a imagem do futuro da corte, e que aquilo era importante.

- Eu sei - eu disse, abaixando um pouco meu olhar e mordendo o lábio

- Está tudo bem - ela disse suave, sem perder sua postura - Apenas... algumas coisas que você deve aprender ainda. Falando nisso, sei que faz um tempo que não venho te visitar, sinto muito - ela me encarou de cima a baixo e sorriu um pouco - Talvez eu precise vir um pouco mais, mas só estiver tudo bem para você

- Claro - eu disse sorrindo sem mostrar os dentes - Vai ser bom ter companhia

E seria bom mesmo, Lis era alguém que costumava me dar muitos conselhos. Ela sempre parecia saber o que dizer, e o que fazer sem perder a compostura.

- Tudo bem - ela disse me oferecendo um braço - Acho que podemos entrar agora, vamos até seu pai

Aceitei seu braço e deixei que ela me guiasse para dentro do salão. Antes que eu saísse completamente da varanda virei um pouco minha cabeça e olhei para as estrelas mais uma vez.

Sequer havia perguntado o nome daquele macho. Quem era ele? De onde vinha realmente? Por que estava ali? E por que aquilo de repente pareceu tão importante para mim?

Não. Esqueça. Não é importante... não mesmo.

{Nyx}

Nunca havia me sentido tão leve ao voar. Eu ri sozinho para o vento enquanto batia minhas asas.

Tudo parecia normal enquanto jantava com minha família. Mas quando a noite começou a cair, senti algo esquisito no meu peito. Algo que parecia me puxar para longe, bem longe. Suportei aquela sensação quase a noite toda, até me despedir de meus parentes dizendo que precisava descansar. Depois de receber vários comentários dos meus tios e primos de como eu era um "bunda mole", consegui chegar até meu quarto.

Deitei na minha cama bufando e quando finalmente consegui cair no sono, aquilo começou de novo.

Eu estava em um jardim que mais parecia um labirinto, o mesmo era coberto de espinhos. Vi na frente uma jovem, ela estava de costas e usava um vestido claro e longo. Seus cabelos loiros que não saiam de meu pensamento estavam soltos.

Então ela começava a correr e correr. Ela parecia pedir para que eu a seguisse. Eu ia atrás dela na esperança de ver seu rosto, quando finalmente chegava perto de segurá-la. Despertei.

Me revirei irritado na cama ao perceber que não conseguiria mais dormir. Encarei o teto por um bom tempo até me levantar frustrado e impaciente e decidir que precisava esfriar a cabeça. Sai disparado pelos céus para o mais longe que consegui.

Fazia um tempo que eu sonhava com a mesma coisa, e aquilo estava começando a me incomodar. Era sempre ela, sempre a mesma fêmea. O que eu sempre conseguia ver eram seus selvagens cabelos loiros caindo em suas costas. Eu não sabia que ligação isso tinha com aquela sensação de ser puxado para algum lugar até eu parar na Corte Primaveril.

Quis dar as costas e voltar para casa quando dei de cara com aquela corte. Mas quando tive o simples pensamento disso, senti algo dentro de mim desesperado para continuar seguindo em frente. Então, foi o que fiz.

O que poderia dar errado? Eu só precisava ser cauteloso e cuidadoso.

O Grão-Senhor da Corte Primaveril parecia estar dando um baile. Fiquei observando distante até que desci para o chão recolhendo minhas asas, e fazendo com que as mesmas desaparecessem.

A porta da frente do salão estava cheia e minha intenção não era fazer uma entrada impactante, então contornei a mansão pelo lado de fora passando por um grande jardim.

Tinha certeza de que meu tio Cassian e minha prima Lyra, não aguentaria ficar naquele lugar por mais de 10 minutos. Fiquei um pouco atraído pela ideia de que se eu não encontrasse nada de importante naquela corte, poderia levar umas flores de lá como "presente" para eles no dia seguinte, uma forma de recompensa por me chamarem de "bunda mole". Assim, minha visita a aquela corte não seria em vão.

Até que algo, ou melhor alguém, pareceu chamar meu olhar. Quando olhei para cima encontrei a fêmea mais linda que já havia visto, reconheci seus cabelos incrivelmente cheios e loiros... Foi a primeira coisa que notei. Ela parecia ter saído do meu sonho. Caldeirão, como poderia existir alguém assim?

Atravessei para a varanda sem pensar muito. O que não foi algo muito inteligente já que vi o quanto ela ficou desconfiada, com razão, e de começo até assustada comigo. Mas isso não durou muito.

Assim que a cumprimentei, entrei em sua mente quase sem querer, ela tinha escudos mentais, eles estavam lá, mas eram fracos. Se eu quisesse poderia ter derrubado os mesmos e descoberto tudo o que eu quisesse sobre ela sem muito esforço, mas obviamente não fiz.

Ela havia me achado bonito. Isso fez com que eu sorrisse orgulhoso e até arrogante para mim mesmo.

Não consegui sequer pensar muito nisso, nem mesmo me gabar sobre, pois o mais perto que chegava dela, mas via o quanto ela era bonita. E quando ela me encarou com aqueles lindos olhos verdes eu tive que me esforçar para não sorrir instantaneamente.

Me perguntei o que ela teria desejado as estrelas. Lembrei de sua expressão confusa quando eu falei para ela sobre isso. Eu sorri, agora sozinho voltando para Velaris.

Primrose. Essa foi a última coisa que eu ouvi antes de atravessar rapidamente. Então, era aquele seu nome: Primrose. Ele martelou em minha cabeça até eu entrar pela janela do meu quarto sem fazer ruídos.

- Como foi o passeio Nyx? - uma voz masculina que eu conhecia bem me perguntou em um tom sarcástico - Pensei que estava cansado

Era meu pai sentado na minha cama, ele estava com os braços cruzados na frente do corpo, como se estivesse esperado tanto tempo que cansou de ficar em pé

Suspirei frustrado. Tudo tinha ido muito bem para ser verdade.

- Fechou seus escudos e parou de responder - ele disse, seu olhar sério sumiu um pouco para assumiu um tom de preocupação

Havia fechado meus escudos por segurança. Caso algo ruim acontecesse na corte primaveril, eu sabia que não era exatamente bem-vindo lá.

- Sinto muito - disse, colocando a mão na nuca e abaixando o olhar

- Sei que é perfeitamente capaz de tomar conta de si mesmo, e você sabe que não tenho problemas em deixá-lo sair por aí - ele disse, se levantando e se aproximando de mim - Mas prefiro que não faça isso pelas minhas costas

- Não foi minha intenção, pai. Só é... - tentei explicar, cruzando os braços na frente do corpo e em seguida suspirando - É complicado

Aquela sensação de estar sendo puxado por algo, de sentir que alguma coisa está sempre faltando, só parecia aumentar a cada dia. E aqueles sonhos... Por uma noite senti que eles fizeram sentido, só por uma noite.

O que está sentindo filho?

Meu pai atravessou pelos meus escudos mentais.

Não é nada pai, prometo. Eu estou bem.

E então o empurrei para fora.

- Eu me preocupo, Nyx - ele disse depois de um tempo em silêncio - Não posso te pressionar a contar algo que não quer. Mas quando estiver confortável, estarei aqui, pronto para te ouvir. Só, por favor - ele riu quase aliviado - Não me assuste assim novamente, pode ser?

- Pode ser - concordei, voltando a olhar para ele e sorrindo fraco

- Tem sorte que eu não contei para sua mãe, ela está dormindo agora - ele disse, se aproximando mais da minha janela e se colocando do meu lado - Eu e seus tios já fizemos pior na sua idade, com certeza

Ele comentou dessa vez olhando para a cidade lá fora. O mesmo sorriu, nostálgico, como se lembrasse de algum momento vergonhoso dele com meus tios Cassian e Azriel. Eu não consegui evitar sorrir também.

- Então - ele voltou seu olhar para mim e abriu um pouco as asas - Ainda quer apostar uma corrida comigo, ou está velho demais para isso?

Era algo que fazíamos muito. Principalmente quando eu era pequeno. No meio da noite pelo céu de Velaris. Minha mãe nos acompanhava algumas vezes, mas, quando éramos só nós dois, competíamos mais a sério.

- Não - eu ri me preparando para voar - Você é quem está velho demais para isso. Vai comer poeira.

Ele sorriu arrogante aceitando o desafio. Então, disparou nos céus e eu o acompanhei.


Oi leitores! Espero que gostem do capítulo de hoje e do primeiro pov do Nyx!

Não se esqueçam de votar! E interajam comigo porque eu amo kkk

Antes de ir queria mostrar para vocês como eu imaginei a Primrose, se preparem para essa perfeição.

Ela é linda, né? Nyx vai ficar apaixonado por ela, e eu também!

Enfim kkkk, é isso amores! Beijos <3

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