Forever Winter | Percabeth Fa...

By aelinfeath

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Percy Jackson descobre que a mulher que sempre fora apaixonado irá se casar com um príncipe francês, frustrad... More

Dedicatória
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo X
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo IX

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By aelinfeath

I see us written in the stars
We can go wherever, so let's do it now or never
Baby, nothing's ever, ever too far

("Levitating", de Dua Lipa)

Espanha, 1810.

Percy se sentou em frente a Annabeth e nunca havia se sentido tão nervoso em toda sua vida, ele queria falar tudo que havia percebido pouco tempo atrás, tudo que ele não havia dito quando deveria. Ela o observava mexendo nos dedos de forma nervosa, se sentindo cada vez mais agitada pelo tempo que estava se obrigando a ficar parada, no fim, desistiu disso e se levantou de onde estava.

O príncipe acompanhava seus movimentos e se encostou contra o sofá quando a garota começou a andar de um lado para outro na sala, mordendo a ponta do polegar enquanto criava cenários para aquela conversa dentro da própria cabeça. Percy se ajeitou um pouco onde estava e olhou ao seu redor, notando que haviam alguns funcionários no salão.

— Eu preciso do local vazio, por favor... Se precisarmos de algo, avisarei. Obrigado por se preocuparem em ficar. — Os funcionários trocaram um olhar, temerosos de deixar uma dama sozinha daquela forma mas confiaram no príncipe. Ele dificilmente dava motivos para o contrário, logo haviam apenas os dois no cômodo.

Annabeth parou de andar em determinado momento e Percy chegou a prender a respiração, apenas esperando o que ela iria dizer a seguir, mas ela apenas voltou a andar pelo cômodo em seguida, completamente presa na própria órbita enquanto ele esperava ela voltar para a terra. Ela se virou abruptamente em sua direção e respirou fundo, erguendo um pouco as mãos o olhando.

— Existem maneiras mais simples de me ajudar do que se casando comigo — ela disse, decidindo depois de muita análise que aquele deveria ser o primeiro ponto a ser abordado. — Por que me pediu em casamento?

Ele a observou por um tempo, procurando as palavras certas para dizer aquilo e... Não havia uma maneira descolada de fazer rodeios ao redor daquilo, não tinha um caminho logo que fosse melhor do que o curto naquele momento.

— Porque eu amo você — ele disse, se sentindo mais leve depois de dizer aquelas palavras a ela, pareciam que elas pesavam muito mais quando estavam trancafiadas e agora... Estavam ditas, espalhadas pelo ar e ocupando um espaço gigante na cabeça de Annabeth, espaço suficiente para ela esquecer completamente a sequência de questionamentos que havia em sua mente porque nenhum deles contava com essa resposta.

— Como? — Murmurou, deixando as mãos caírem ao lado do seu corpo e ele engoliu em seco, respirando fundo.

— Eu te amo — ele disse, mais baixo agora. — Eu... Faz um tempo. — Ele ergueu minimamente os ombros. — Primeiro eu estava com medo que você fizesse o mesmo que Catarina fez, ficou até quando foi conveniente e se casou com outro. Depois você quase levou uma flechada pela possibilidade de eu estar interessado em você e eu... Fiquei com medo, não me interessa se eu vou ser a porra do rei um dia e que deveria me acostumar com as pessoas que eu amo estando em perigo, isso simplesmente não é normal e eu odeio não ter controle disso, então... Então mesmo quando pediu para eu parar com isso, eu continuei fazendo o que achava que era melhor para você e meus sentimentos acabaram sendo empurrados no meio dessa confusão e naquele dia que te vi com o lorde eu sinceramente achei que aceitaria o pedido de casamento e me doeu de uma forma que nunca doeu com Catarina, no dia que disse que estava interessada eu percebi e só fingi para mim mesmo que não, mas eu definitivamente estou apaixonado por você faz meses. Sinto muito por ter ficado com medo disso.

Ela o observou como se ele fosse um enigma que ela não conseguisse resolver, como se ele fosse uma esfinge prestes a comê-la viva se ela não lhe desse a resposta correta em seguida. Os sentimentos em seu peito cresciam e cresciam a cada palavra dita, era como se de repente um peso tivesse sido tirado de seus ombros mas ainda houvesse o fantasma dele por ali, ela poderia ter o espírito forte de uma guerreira mas não era tão difícil assim deixá-la desnorteada.

Então, tomando uma decisão extremamente infantil e imatura de sua parte, Annabeth deu as costas e começou a correr em direção onde sabia que encontraria os jardins. Muita informação, ela precisava respirar e aquelas paredes não iriam ajudá-la naquele momento, se pudesse chegar nos jardins... Sim, definitivamente tomaria decisões melhores por lá.

— Annabeth! — Ela sufocou um grito, ele havia chamado ela pelo primeiro nome sem nem hesitar. — Espera um segundo — ele disse mais alto, mas ela não parou, apenas ergueu a barra do vestido quando atravessou as portas que davam acesso ao jardim.

Ela andou mais um pouco apenas para chegar no centro do local e respirou fundo, se sentindo ofegante e sabendo que seu coração batia muito rápido e definitivamente não era apenas pela corrida que havia acabado de fazer agora. Mas conseguia respirar melhor agora, o que era um ponto positivo.

Ela havia saído correndo sem pensar, por que havia feito algo tão sem sentido? Xingou a si mesma baixinho, estava se sentindo estúpida agora que seus pensamentos estavam levemente mais claros e fez um acordo tácito com si mesma que ficaria uma semana sem encostar no piano se fizesse aquilo de novo. Certo, onde ela estava mesmo?

Percy. Percy dizendo que amava ela.

Deus, talvez uma semana sem piano seja um pouco demais. Ela definitivamente sairia correndo de novo se a pegassem de surpresa daquela forma de novo.

— Annabeth. — Assim que ouviu seu nome, seu primeiro instinto foi sair correndo de novo. Mas lembrou do acordo, nada de ficar sem piano, por isso, ficou paradinha bem onde estava.

— Desculpa — ela sussurrou, sem olhar o príncipe. Ele tentou não se concentrar no que aquilo poderia significar e assentiu lentamente, respirando fundo apenas para manter algum fio de sanidade dentro de si mesmo.

— Por que está se desculpando? — Perguntou, inclinando a cabeça um pouco para o lado e suspirando, olhando para a direção oposta a ela em seguida. — E eu que deveria nem conseguir olhar para você nesse momento, fui eu quem acabou de se declarar, não foi?

— Não, não tem problema, digo tem problema em falar isso tão de repente, mas não é esse o meu problema, quero dizer... Argh — resmungou, apoiando a mão contra a própria testa. — Eu quero dizer que o problema é que eu não achava que você me amava, você disse que estava apaixonado por Catarina...

— Eu te disse isso faz meses — ele argumentou, arqueando as sobrancelhas.

— Mas nunca disse que não estava depois disso! — Disse, abrindo um pouco os próprios braços para demonstrar um pouco da sua indignação. — Eu passei os últimos meses achando que você amava ela e que queria ela, não a mim. Eu não achei que houvesse... chances.

Ele piscou uma vez e sorriu um pouco em seguida e ela estreitou os olhos, sem entender o motivo daquele sorriso em seu rosto. Percy colocou as mãos dentro dos próprios bolsos.

— Você queria que houvesse chances? — Perguntou e ela hesitou por um instante, sem saber até onde deveria continuar sendo sincera naquela conversa.

— Sim, eu queria — admitiu, baixando o olhar para os próprios pés e ele suspirou de forma audível. Ele realmente havia feito uma bela confusão com ela nos últimos meses, não havia? Ela respirou fundo e sentiu as lágrimas arderem em seus olhos, mas estava de queixo erguido. Diria tudo que precisava dizer com o queixo erguido, mesmo que fosse chorando. — Eu estive apaixonada por você desde... Não sei exatamente, mas faz tempo — sussurrou, sua voz sendo uma nota fraca comparada ao som forte que era normalmente. Vulnerável. — Eu te amo, te respeito, te acho forte... Você se tornou importante de uma forma que eu não sabia que poderia ser, mas... Mas como eu viveria algo assim sabendo que seu coração poderia nunca estar comigo? Eu não sabia que existiam as chances, no dia que eu te beijei eu estava tão dentro disso que temos que eu não pensei e eu senti que poderia quebrar a minha alma fazendo aquilo, me entregando inteira e não podendo ter você inteiro, eu... — Soluçou baixinho, abraçando o próprio corpo em seguida.

Percy sequer hesitou, em alguns passos ele encerrou e distância que havia entre os dois e a observou por meio segundo antes de tomar a decisão que ele achou mais justa para ela.

Ele se ajoelhou.

O príncipe herdeiro, o futuro rei, o segundo homem mais poderoso do país estava ajoelhado em frente à única mulher que queria que fosse a sua igual. A mulher que ele queria que estivesse ao seu lado, nunca um passo atrás e sim ao seu lado.

Ele retirou a espada com o símbolo real da bainha e a colocou na horizontal no chão em frente aos pés dela, baixando a cabeça em seguida e fechando os olhos. Respirou fundo antes de começar.

— Annabeth — iniciou, sentindo o coração mais pesado do que a coroa jamais foi em sua vida. — Eu vou me tornar rei um dia e talvez nem isso seja suficiente para te proteger, a coroa em minha cabeça talvez não retribua tudo que você precisará abrir mão para estar ao meu lado, mas ainda assim eu insisto para que aceite. Prometo proteger os seus desejos da forma que eu conseguir, prometo proteger o que construirmos daqui para frente com a minha própria vida, juro diante do símbolo da coroa que você jamais estará desamparada se aceitar dividir o seu futuro comigo. Quero que você seja a rainha. — Ele ergueu o olhar, encontrando os olhos cinzentos o observando com total atenção e, mesmo que ele não tivesse notado imediatamente, completa devoção. — Quero que governe ao meu lado e crie comigo o futuro deste país, sinto muito por eu, Perseus, não vir sozinho no meio disso tudo, eu sei que me aceitar é aceitar uma nação junto mas eu prometo que farei valer a pena até os nossos últimos segundos nesse mundo.

Annabeth continuou em silêncio mesmo depois de alguns segundos que ele havia falado, a garota estava definitivamente atordoada com a quantidade de informações que havia acabado de receber.

Ele a amava.

Ele queria se casar com ela porque queria dividir um futuro com ela. Não para resolver uma situação, não por pena. Por ela e somente por ela.

— Eu amo você — ele murmurou, como se quisesse ter certeza que ela realmente havia entendido o que ele queria dizer com tudo aquilo. Todo aquele discurso se resumia nessas três pequenas palavras, que ele a amava.

Ela, no entanto, tinha certeza que havia se apaixonado por alguém que definitivamente iria partir o seu coração, mesmo que ele a fizesse levitar quando se tornou algo realmente físico, ela implorava para que ele, por favor, não levasse seu coração daquela forma alucinante. Não queria que ele começasse algo apenas para que no futuro ele se lembrasse dela de uma forma nostálgica por causa de outra ou como se fosse um contentamento por não ter tido o que queria, se fosse para ser, ele teria de estar no mesmo estado febril que ela.

Até aquele ponto, ela definitivamente não sabia que o tinha colocado para amar novamente, ele mal podia acreditar que havia sobrado tanto em seu peito, não sabia que havia o suficiente para entrar naquele tipo de dança de novo. Mas nunca havia conhecido alguém como ela, por mais que tivesse medo do que o amor poderia fazer com ele, ele havia se apaixonado por ela.

E não se arrependia nem um pouco daquilo. Não agora, não mais.

— Eu aceito — ela disse por fim, poderia tecer um discurso tão belo quanto o dele, poderia gastar todo o seu vocabulário nada limitado em belas palavras, mas... Aquilo era suficiente, ela sabia que era no momento que a ficha gradualmente foi caindo para o príncipe.

Ela havia aceitado, ela queria ser dele na mesma medida que ele clamava ser dela. Ele sorriu como um verdadeiro idiota, como se tivesse acabado de presenciar o primeiro brilho de uma estrela na vida.

Percy se levantou, segurando Annabeth pelo rosto como se perguntasse: Você é de verdade? Ele realmente precisava checar se era. Depois de passar tanto tempo achando que tudo que um relacionamento faria por ele seria o despedaça-lo, quebrá-lo e depois abandoná-lo, ele realmente precisava conferir quantas vezes conseguisse se o recomeço era o que se encontrava na sua frente. Ou melhor, quem.

Pela primeira vez em muito tempo, o que passou, passou.

Ele aproximou o rosto do dela e uniu os lábios aos dela, suspirando contra os mesmos quando ela colocou as próprias mãos acima das dele. Eles estavam dentro daquela melodia de novo, a mesma que sentiram no chão da casa dela mas, de alguma forma, a melodia era ainda mais bonita agora.

Era a verdadeira primavera de Vivaldi.

Ela suspirou contra os seus lábios e se afastou baixando os braços e o segurando pela parte da frente de suas vestes, apoiando a testa contra seu peitoral enquanto ele a envolvia em seus braços, colocando o rosto contra o seu pescoço, suspirando contra o mesmo.

— Me desculpa por ter te machucado assim — sussurrou e ela negou com a cabeça pressionando a testa contra ele. Ela o amava nesses pequenos detalhes, o homem destinado a ser rei não tinha problemas em se declarar, assumir erros e tentar entender o lado daqueles que estão abaixo da sua posição, ela amava ele mais do que jamais conseguiria colocar em qualquer melodia agora.

— Não acredito que vou me tornar a rainha da Espanha um dia — murmurou, um pouco impressionada com a ideia e até mesmo assustada. Olhou em direção a Percy e encontrou os olhos verdes, aquele oceano verde mar cheio de possibilidades e profundidades que mal podia esperar para explorar. Com isso em mente, ela sorriu, contanto que fosse com ele... Estava tudo bem, tudo termina bem se for para terminar com ele.

Ele se afastou um pouco dela, a segurando pelos ombros enquanto um sorriso se desenhava em seu rosto.

— Eu preciso contar para os meus pais, eles estão no escritório... Você se importa se eu...?

— Ah, não, não. Contato que me mostre onde posso ficar esperando vocês conversarem, o jardim seria uma boa ideia mas não tem muito o que fazer por aqui, ele está muito bem cuidado para eu mexer — explicou, fazendo Percy rir mas assentir.

— Posso ganhar um beijo antes de ir? — Não. Ele revirou os olhos e ela deu risada. — Sério, não ganho nem um beijo de boa sorte? — Ela negou com a cabeça. — Ok, derrota.

Os dois entraram no palácio e os guardas trocaram um olhar bem sugestivo entre si, seguido de sorrisinhos e burburinhos porque a cena que fizeram nos jardins não havia sido nada discreta. Percy trocou indicações com alguns guardas e pediu que a levassem para a sala de música enquanto ele conversava com os pais. Annabeth seguiu o caminho, acompanhando um guarda que atendia por Castellan e resolveu puxar algum assunto com o rapaz, apenas porque o caminho até a sala parecia longo demais.

— Trabalha aqui faz muito tempo? — Perguntou, se adiantando um pouco para não ficar tão para trás e o guarda demorou meio segundo para entender que ela falava com ele.

— Cerca de um ano apenas — respondeu, continuando a andar em direção a sala de música e Annabeth abriu a boca para falar algumas vezes mas realmente não sabia o que dizer. Isso fez com que Luke Castellan acabasse rindo, porque o desconforto dela era muito óbvio. — Dia difícil? — Arriscou.

— Ah, nem imagina — disse, aliviada por poder falar um pouco. — Não sei se posso te falar isso mas também não vejo porque não falar, pode não comentar com ninguém? Vai que não era para falar, né... Enfim, o príncipe me pediu em casamento e eu aceitei, é uma loucura porque eu achava que jamais entraria para a corte. — Ela praticamente desatou a falar e quando percebeu a velocidade com que falava, levou as mãos a própria boca, se sentindo um pouco constrangida. — Desculpa, falei muito.

— Não tem problema, os nobres raramente param para conversar. Não é como se eu gastasse em excesso minha cota de conversas — ele disse, descontraído. — Irá se acostumar, senhorita.

— Espero que tenha razão, obrigada por ouvir... Qual seu nome? O primeiro — explicou, o sobrenome ela descobriu quando Percy falou com ele.

— Luke — ela assentiu e sorriu para ele.

— O meu é Annabeth, obrigada por me ajudar chegar aqui senhor Luke, e... — Naquele momento, ela fora interrompida por uma voz masculina e grave atrás dela, Castellan ficou ereto no mesmo instante e Annabeth olhou por cima do próprio ombro, encontrando um homem de idade de, aparentemente, 40 anos.

— Devo deduzir que a senhorita é Annabeth Chase, a nova diversão do príncipe Perseus — disse, a arrogância em cada letra de suas palavras e ela arqueou uma de suas sobrancelhas, não gostando nem um pouco daquilo.

— E o senhor seria? — Perguntou, erguendo um pouco o queixo porque poderia ser um pouco mais baixa, mas definitivamente não iria se deixar intimidar por isso. Seus irmãos são muito mais altos e nunca conseguiram impor medo algum na garota.

— Ares Lykaios — disse e Annabeth precisou de um segundo para se lembrar de onde conhecia o nome.

— Um conde — ela disse, inexpressiva. — Gostaria que me tratasse direito, por favor.

— Por que? Acha que é alguma coisa porque ganhou a atenção do príncipe por uma noite? — Annabeth arregalou um pouco os olhos, surpresa com o nível que aquela conversa havia chegado.

— Cuidado como fala — Luke murmurou, surpreendendo tanto Annabeth quanto Ares. — Está falando com sua futura rainha, não é de bom tom ofendê-la.

Ele havia descumprido o trato de não falar nada sobre, mas ela definitivamente seria capaz de abraçar o rapaz agora mesmo por essa. Ele não a conhecia e não devia nada a ela e simplesmente havia peitado um nobre para sair em sua defesa, ah, ela precisava contar isso para Percy depois ou Ares faria um inferno na vida do rapaz... Ou, poderia fazer melhor. Aceitou ser rainha, não aceitou? Era um bom momento para praticar.

— E se eu fosse a senhorita, tomaria cuidado com as flechas — rosnou. Annabeth se controlou ao máximo para a surpresa não ficar óbvia demais em seu rosto, ele havia mandado fazer aquilo? Ela queria pegar uma flecha e enfiar nele.

— Como Castellan disse, não pode falar assim comigo — disse com calma, colocando as mãos atrás do próprio corpo apenas para que pudesse mexer na pele do canto de suas unhas. Estava nervosa.

— A senhorita não é a rainha, posso falar como quiser. Eu sou um conde, caso tenha se esquecido — ele lembrou, o olhar triunfando uma vitória que não era dele.

— Então torça para que eu tenha esquecido o seu rosto quando a coroa da Espanha estiver sobre a minha cabeça. E mesmo enquanto isso não acontece, meu pai é um duque caso não se lembre, posso não herdar suas terras, mas isso não significa que eu esteja abaixo do senhor, uma única palavra minha e ele te enterra no seu próprio território... Poder nem sempre vem associado a grandes terras, conde, os maiores estragos da humanidade foram feitos por algumas poucas palavras.

O conde definitivamente não esperava por aquela resposta porque a maneira como havia ficado pálido entregou a vitória em uma bandeja de prata para Annabeth. A garota apenas sorriu e o conde se afastou, resmungando algo que ela não fazia questão de entender.

Expirou quando ele saiu de sua vista e olhou em direção ao guarda.

— Obrigada, não precisava...

— Será uma honra servi-la um dia — ele disse, fazendo uma reverência à Annabeth e abrindo a porta da sala de música para ela. Chase apenas sorriu para aquilo, assentindo e entrando na sala de música.

O local era um completo sonho, mas sua atenção, como sempre, foi direto naquele instrumento que estava no canto da sala. Um piano preto e reluzente, ela rapidamente foi em direção ao mesmo e retirou as proteções das teclas.

Mas antes mesmo que ela tivesse a oportunidade de começar a tocar o instrumento a porta do local se abriu novamente, dessa vez, revelando um Percy com o olhar extremamente preocupado, ele atravessou a sala em segundos e olhou Annabeth como se quisesse confirmar que ela estava inteira.

— O guarda me contou o que houve, não acredito que ele a ameaçou dessa forma... — murmurou, segurando as mãos de Annabeth. Agora sim ele estava com medo de ela mudar de ideia, sinceramente, fazia menos de uma hora que ela havia aceitado se ela negasse por conta da ameaça daquele conde, nem ele sabia o que faria com as tripas do homem.

— Está tudo bem — ela garantiu, sorrindo um pouco. — Eu disse umas coisinhas para ele, acho que não volta a me perturbar tão cedo — explicou, fazendo Percy rir e negar com a cabeça. Essa era a pessoa que passaria o resto da vida ao seu lado.

— Tem certeza? — Insistiu e ela assentiu, não estava se sentindo tão mal quanto deveria a respeito da ameaça porque o pedido de casamento ainda era muito mais espaçoso do que aquilo. Ele a amava, eles iriam se casar e... Quem liga para quase morrer com uma flecha, certo? — Ok, certo... Eu trouxe uma coisa.

Percy colocou a mão em um dos bolsos e tirou do mesmo uma caixinha com o brasão da família real da Espanha, Annabeth demorou uns cinco segundos para entender que aquilo muito provavelmente tinha um objeto muito importante.

— Eu deveria ter te entregado uma hora atrás, mas eu não estava com ele, então... — Ele abriu a caixinha e revelou um lindo anel com uma safira ao centro, rodeada de diamantes, de ouro amarelo. Ele não era extravagante, por mais caro que parecesse, era um modelo extremamente delicado e, para alguns, até simples. — Foi da minha mãe, quando meu pai a pediu em casamento.

Annabeth olhou a peça por mais algum momento, admirada com a beleza dela e ela conseguia ver "Jackson" esculpido por dentro do anel, indicando a qual dinastia ela iria pertencer a partir daquele momento. Ela mordeu o lábio e estendeu a mão em direção ao príncipe, ele beijou sua mão, colocando o anel em seu anelar direito e sorriu em seguida, gostando do que estava vendo.

— Combina com você — ele disse, por fim. Está sorrindo sem vacilar e por um segundo Annabeth achou que ele pudesse começar a rir, mas ele suspirou em seguida.

— Perseus? — Chamou e ele olhou em sua direção no mesmo instante, o sorriso voltando ao seu rosto de uma forma muito... Suspeita. Mas só então ela percebeu o que fizera, havia chamado ele pelo primeiro nome. A última barreira havia sido atravessada, aquela que disse que não cruzaria apenas para quebrar a cara, mas ali estava ela, cedendo a última barreira do seu coração.

E era maravilhoso, por isso, disse de novo.

— Adoro seu nome, sabia, Perseus? — Disse, se divertindo com o quão derretido ele parecia com aquilo. — Mas te chamam mais de Percy, certo? — O sorriso no rosto dele se expandiu de uma forma que suas bochechas doíam, por Deus, ele estava mais apaixonado do que achava que seria possível. — Eu mal posso esperar para passar o resto da minha vida com você.

E ele sequer a respondeu depois daquilo, apenas a puxou pela cintura, arrancando um gritinho da garota mas a calando no momento que começou a beijá-la. Annabeth o puxou para si e quando ele murmurou que a amava de novo, ela tinha certeza que havia acabado de dizer sim para a vida mais perfeita que poderia ter.

E, se precisasse, iria atravessar todo aquele caminho de novo e novo. Faria tudo de novo em nome desse fim.

Contato que estivessem juntos, venceriam até o mais profundo inferno.

Mas sempre juntos.

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