6 dias depois
Os dias se passaram como o vento, o luto já não parecia tão intenso e toda vez que eu pensava em David em vez de me entristecer, eu sorria ao lembrar de nossos momentos. Eu estava bem, meu coração estava em paz e os dias estavam sendo tranquilos, o que era um tanto estranho para mim. O negócios continuavam indo bem e meu projeto de abrir outra filial estava sendo construído aos poucos, meu nome soprava por todo o canto e muitas pessoas iam me ver cantar.
Eu e John acordamos ao mesmo tempo com o som do telefone tocando, e eu logo tomei coragem para me levantar, ou pelo menos tentar. Assim que coloquei os pés para fora da cama, sou puxada de volta por John.
— John! - Grito com o susto, logo soltando uma risada.
— Aonde pensa que vai? - Me vira para si, abraçando minha cintura e me dando vários beijos.
— Deve ser o Arthur te procurando. - Falei rindo, enquanto sentia seus beijos brincalhões.
— Ele que espere! - Sussurra para mim e continua a me beijar.
Me deixei me levar por seus beijos, ele sabia bem como me convencer a algo. Mas logo minha atenção volta a ser chamada pelo telefone que não parava de tocar em um som absurdamente alto.
— Vai atender até que ele decida vir aqui. - Empurro o mesmo para trás rindo.
— Você só me me maltrata. - Faz drama, colocando a mão no peito e abrindo um sorriso.
Faço um movimento com a boca como se fosse o morder e ele ri, após se espreguiçar ele levanta e corre para a sala aonde o telefone estava.
[...]
Me levantei e me troquei, enquanto eu tomava café John estava no quarto se trocando, após ser tão apressado por Arthur. Ouço então alguém bater na porta e mando que entre, Emma então entra rapidamente e sorri para mim. Tínhamos combinado de ir buscar nossos vestidos juntas e como sempre ela era bem pontual.
— Bom dia Emma! - Falo em um tom animado.
— Não tente disfarçar, você já deveria estar pronta! - Ela fiz em forma de reprovação olhando para mim, e logo depois ri.
— É TUDO CULPA DO JOHN! - Grita para que o mesmo ouvir.
— OLA EMMA! - John grita do quarto.
— OI JOHN. - Ela responde gritando, em meio as risadas.
A mesma se sentou na mesa e voltou a sua atenção para um livro de capa pouco chamativa, esses eram os melhores.
— O que está lendo, em? - Pergunto curiosa.
— Algo sobre "Coisas que os homens fazem que nenhuma mulher resiste". - Ela lê a capa e ri. - Encontrei perdido em meio a biblioteca da Sr.Charlotte, achei o título engraçado e peguei.
Escutei ela explicar enquanto eu me distraia em pé ao lado da janela, o título realmente era tosco ao ponto de despertar nossa curiosidade.
— Você sabe a coisa mais sexy que um homem pode fazer? - Falei com atenção para ela.
— O que? -Ela ri curiosa.
— Ter um reflexo rápido. Quando algo é jogado e eles pegam... - Jogo uma caneta para trás.
Sem olhar para trás esperei pelo som da caneta cair no chão, mas não ouvi nada. Olhei para Emma e ela estava rindo com uma das mãos na boca, seu olhar parecia impressionado. Olhei então para trás e lá estava John com a caneta em uma das mãos, com um olhar convencido e seu sorriso maroto.
— Assim? - Me provoca.
— É, algo parecido com isso. - Provoco fazendo pouco caso de sua ação e rio.
Ele ri com minha provocação e termina de colocar seu casaco, após colocar seu chapéu ele vem até mim e me beija em forma de despedida.
— Te vejo mais tarde. - Passa seu polegar por minha bochecha.
— Até lá. - Sussurro para ele sorrindo.
— Até mais Emma. - Ele acena para ela.
— Até John. - Ela acena de volta sorrindo.
Ele então se afasta e sai da suíte, olho para Emma e ela me olha como se estivesse me apressando. Soltando algumas risadas brincalhonas eu corro para o quarto e calço meus sapatos. Sem demora volto para a sala e então saímos dali. Descemos as escadas sem pressa e saímos do hotel, e ateliê ficava um pouco afastado dali, então fomos em meu carro.
[...]
Paro o carro em frente ao ateliê e desço, juntamente com Emma. Entramos no grande estabelecimento e logo fomos atendidas por uma funcionária, Emma foi até a área aonde seu vestido estava e eu fui levada até o meu, que parecia estar com a costureira chefe. Assim que nos viu chegar a mulher mudou sua expressão, que antes estava leve e distraída, e se tornou assustada e desconfiada.
— Vim buscar meu vestido, e trouxe comigo a quantia que combinamos. - Falei me aproximando.
— O vestido... - Ela gagueja.
— Sim? - Digo confusa.
— O vestido não está mais aqui. - Fala de uma vez.
— O que? Como assim não está mais aqui?! - Arqueo a sobrancelha. - Aquele vestido era meu, nós combinamos o valor dele e tudo!
— Infelizmente os negócios são assim, alguém apareceu oferecendo uma quantia maior e o levou. - Ela deu de ombro.
— Não é possível...! - Digo nervosa. - O vestido estava reservado para mim, estava com as minhas modificações e medidas! - Digo em um tom alto.
— Essas coisas acontecem Sr.Hanna. - Tenta se explicar.
Tentando controlar minha raiva para não quebrar nada ali, suspirei fundo e olhei para o céu. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, em cima da hora alguém simplesmente ofereceu uma quantia maior e levou o vestido que a dias estava destinado a mim.
— Quem foi? - Perguntei seriamente, voltando a olhar para ela.
— Não compartilhamos informações dos nossos clientes. - Desvia o olhar nervosa.
— Eu também sou uma cliente e isso não a impediu de dar o meu vestido para outra pessoa. - Retruquei sem demora. - Só irei perguntar mais uma vez. Quem foi?! - Cerro os dentes.
— Anne Cooper, sua prima. - Respondeu sem pestanejar.
No mesmo momento revirei os olhos em excitação de ódio, andei de um lado para o outro nervosa. Eu sabia que Anne não perderia a oportunidade de ir ao baile, só se falava nisso por todo lugar, todos queriam ter o prazer serem convidados. E mesmo que não fossem diretamente convidados, para os Cooper não era tão difícil conseguir alguns convites, ainda mais se fossem para agradar a princesa da casa, Anne.
— Boa sorte em seu negócio, você vai precisar. Pois acaba de perder a cliente mais influente que tinha. - Falo com atenção, apontando para a mulher.
— Não Sr.Hanna por favor! - Ela grita. - Muitas das pessoas que vem aqui é porque são influenciadas por você. - Implora aos gritos.
— Farei questão de anunciar que não uso mais as roupas daqui. - Digo me virando e indo embora.
Encontro Emma no corredor com seu vestido nos braços e passo por ela, logo a vendo me seguir com seu olhar preocupado e curioso. Possessa de raiva eu entro no carro e bato a porta com força, logo Emma entra também e se senta.
— QUE MERDA! - Bato no volante.
— O que aconteceu Hanna!? - Emma pergunta aos berros também.
— AQUELA MIMADA DA ANNE ROUBOU O MEU VESTIDO!!! - Grito nervosa.
— O que?! Mas ele já estava sendo preparado pra você a dias! - Diz inconformada.
— Ela simplesmente ofereceu um valor maior e levou o vestido! - Respiro fundo e encosto a cabeça no volante.
— E agora o que vamos fazer? - Disse em um tom pensativa.
Fiquei calada por alguns minutos pensando aonde eu arrumaria um vestido no nível que eu queria de última hora. Após deixar a raiva passar e começar a pensar com clareza, vi uma luz no fim do túnel, a única pessoa que poderia me salvar. Sem mais nem menos liguei o carro e comecei a dirigir em uma velocidade considerável, eu não tinha tanto tempo como parecia. Com um vestido novo tudo mudou, jóias, sapatos e muito mais.
[...]
Chego em frente a grande mansão e com pressa saio do carro e entro, já que eu possuía permissão para tal liberdade.
— TOMMY! - Grito indo em direção ao escritório.
Ouço meus gritos ecoarem pela casa e nada do mesmo me responder, com rapidez entro em seu escritório e vejo ele sentado em sua mesa.
— Tommy! Você não ta me ouvindo? - Falo de maneira manhosa e impaciente, com os braços abertos.
— É claro que eu ouvi Hanna, eu acho que toda cidade ouviu. - Disse estressado. - Eu não quero companhia. - Volta a olhar para os papéis.
— Olha eu lamento que esteja estressado com o trabalho. Mas eu tenho uma crise nas mãos! - Falo de forma dramática. - A Anne roubou o meu vestido do baile!
Gritei de maneira nervosa e dramática, o fazendo voltar a olhar para mim. Enquanto isso Emma permanecia calada próxima a porta.
— Eu fui buscar e me disseram que ela ofereceu um valor maior e levou ele! - Explico e ele me ouve atentamente m, enquanto fuma.
— Acorda! Eu to perdida, ela acabou com os meus planos! - Bufo.
Me vendo assim, Tommy imediatamente soltou uma risada descontraída assim que terminei de surtar e contar o que tinha acontecido.
— Não tem graça. - Falo pausadamente.
— Eu sei, eu sei. - Tenta parar de rir.
— Então para de rir! - Peço de forma dramática e séria. - Olha eu sei que o baile não é tão importante pra você, mas é importante pra mim, você sabe que sempre quis ir em um baile desses. - Faço bico.
— É...achar outro vestido ta dentro das suas incríveis capacidades como a musa de Londres. - Tenta me contornar.
— Mas eu não quero outro vestido qualquer! - Faço birra tentando o convencer. - Eu quero ficar bonita! Nível princesa Grace de mônaco! - Descrevo de forma animada. - Entendeu? Então pode por favor entrar em contato com os seus amigos da mais alta realeza e me arranjar alguma coisa de calibre real? - Sorrio para ele.
— Como eu posso dizer não pra essa carinha? - Ela revira os olhos rindo.
— Você é demais! - Pulo e o abraço.
— Eu criei um monstro especialista na arte da manipulação. - Brinca enquanto me abraça.
— Eu aprendi com o melhor. - Pisco para ele rindo.
O mesmo me prometeu que até a tarde arrumaria o vestido mais bonito que já vi na vida, e eu não duvidava disso. Tommy era perfeccionista e seu gosto era ótimo, eu confiava completamente nele e no jeito que ele sempre tentava me agradar.
[...]
A manhã se passou tão lenta como nunca antes, a cada vez que eu olhava para o relógio parecia que o mesmo não funcionava direito. Tentei ao máximo me ocupar com o trabalho, porém nem a papelada me fazia esquecer do vestido. Eu estava ansiosa para ver o que Tommy traria para mim, algo deslumbrante.
— Emma vamos! - Falei olhando para o relógio.
— Acha mesmo que ele conseguiu um vestido em tão poucas horas? - Ela disse.
— Eu tenho certeza, é o Tommy. - Rio enquanto me levanto.
— Você tem razão. - Ela ri.
Saímos juntas do escritório e em pouco tempo já estávamos fora do The Empire e entrando em meu carro. Dessa vez Emma foi quem dirigiu, eu estava ansiosa demais para me concentrar na estrada. Um tempo depois chegamos em frente ao lugar aonde Tommy nos mandou ir, era um grande prédio.
Entramos no prédio e subimos até o andar dito por Tommy, chegamos até um grande cômodo cheio de caixas e roupas penduradas em cabides. Estava um tanto bagunçado mas a decoração possuía certo charme, ainda mais com as cortinas levemente rosadas que dividiam vários pontos do cômodo.
— Senhor Thomas? - Emma chama e sua voz ecoa.
— Bem na hora. - Ele aparece. - Vamos por aqui. - Nos chama com a mão e começa a andar.
Sendo guiadas por ele nós chegamos até perto de uma parede inteiramente de janelas, o que fazia a luz do sol tomar conta de tudo ali. Logo avistei a sombra de um busto atrás de uma cortina, ali parecia estar o meu tão esperado vestido.
— Pronta? - Ele diz sorrindo.
— Sim! - Digo animada, juntando as duas mãos.
Tommy então fez uma contagem regressiva até 3 e então abriu a cortina, me dando a visão do vestido mais belo que já vi em toda a minha vida. Ele era maravilhoso, possuía um caimento perfeito que marcava bem a cintura e sua parte de baixo era bufante feito o de uma princesa. Seu tom era em um verde que combinava perfeitamente com as pedras brancas que o enfeitavam, fazendo com que ele reluzisse na luz e chamasse mais atenção pedras. Eu não podia deixar de reparar na manga, seu caimento era sutil e o decote também.
— Tommy... - Falei com os olhos arregalados e a mão na boca.
— O que achou? Não é nada mal, não é? - Disse sorrindo de forma convencida.
— EU AMEIII!!! - Pulei em seu colo e o abracei fortemente. - ELE É PERFEITO TOMMY! - O solto e corro para o vestido. - Aonde conseguiu essa maravilha???
— Bom, um certo duque tinha uma dívida comigo e eu aproveitei a ocasião para cobrar. - Ele explica. - Esse vestido era uma das heranças deixadas pela mãe dele.
— Uma herança da realeza... - Falo admirando o vestido. - É MELHOR DO QUE EU PENSAVA! - Volto a ficar eufórica. - Eu imagino a quantos anos esse vestido está nessa linhagem, já deve ter sido usado por tantas mulheres importantes! - Olho para eles sorrindo.
— Você vai ficar perfeita nele Hanna! - Emma diz sorrindo. - Ele realmente está no nível! - Fala de forma animada. - Você não decepciona mesmo Sr.Thomas, quanto você pagou no terno que vai usar?
— Ah, eu não pago por ternos. - Nega com a cabeça. - Eles são por conta da casa.
— Ou a casa pega fogo. - Completo ele, fazendo uma piada com um leve sentido de verdade.
— Vocês são tão parecidos. - Emma ri enquanto balança a cabeça negativamente.
— E pode me chama só de Thomas Emma, não se preocupa. - Ele diz de forma gentil.
— Tudo bem então. - Ela assente de forma tímida.
— Daqui a pouco o sol irá se por e eu sei que vocês vão demorar uma eternidade para se arrumarem, então é melhor nossa irmos. - Tommy diz olhando para a janela.
— Você tem razão, vamos Hanna. - Emma diz.
— Ok ok, vamos meu precioso. - Falo abraçando o vestido, causando risos em ambos.
Com a ajuda de Tommy colocamos o vestido em um saco próprio para roupas e o levamos até o carro. Ali nos despedimos do mesmo e seguimos nosso caminho, tratei de deixar Emma em casa primeiro e depois fui direto para o hotel. Assim que cheguei na suíte vi que estava vazia, John provavelmente se arrumaria junto com Arthur e Tommy e iria com eles, nós nos encontraríamos lá.
[...]
Ao perceber que o céu já estava escurecendo tratei de chamar uma funcionária para me ajudar e me arrumar e assim comecei a me preparar. Com a ajuda a funcionária arrumei meu cabelo e fiz leves ondas no mesmo na parte da franja, fazendo com que o caimento ficasse perfeito sobre meu rosto.
Após terminar o cabelo, tratei de fazer a maquiagem dessa vez por minha conta. Sentada em frente a penteadeira, vestindo ainda meu roupão de seda, eu finalizava a maquiagem passando meu batom. Ouvi então passos vindo da sala e através do espelho vi John passar pela porta e me olhar, assim que nossos olhos indiretamente se encontraram pelo reflexo o Shelby sorriu.
— Aqui está a mulher mais linda que pisará nesse baile. - Ele disse vindo até mim. - Você está linda! - Coloca suas mãos em meus ombros e fica atrás de mim.
— Eu ainda nem estou pronta John. - Digo rindo.
— Mas já está linda, olha pra isso, parece uma obra de arte. - Beija meu pescoço. - A mais bela de todas.
Ouvi suas palavras me causavam borboletas no estômago, o Shelby me fazia me sentir como a mesma adolescente de 15 anos por quem se apaixonou. Então eu terminava a maquiagem, ele ficava atrás de mim com suas mãos no alcance de meu ombros e pescoço. Ele olhava para mim através do espelho e levemente massageava meus ombros.
Por alguns minutos fiquei parada olhando para o nosso reflexo no espelho, nós havíamos mudado tanto desde que nos conhecemos, ainda éramos jovens aprendendo a viver, mas não éramos mais aqueles adolescentes. John havia se tornado um homem, um homem que exalava o charme Shelby e que me conquistava. E aquela garotinha que passava as horas nos estábulos, agora vivia em palcos e por muitos era chamada de musa.
— O que está se passando nessa cabecinha bagunçada em? - Acaricia meu pescoço.
— Você ainda irá me amar quando eu não for mais jovem e bonita? - Digo encarando meu reflexo. - Você ainda irá me amar quando eu não tiver nada além da minha alma dolorida. - Coloco minha mão por cima da sua. - Eu sei que você vai. - Sorrio levemente para ele.
— É claro que eu vou! - Vem para frente e se ajoelha para ficar em minha altura. - Porque tudo de mim, ama tudo em você. - Olha em meus olhos de maneira profunda. - Amo suas curvas e seus contornos, amo suas imperfeições perfeitas. - Leva sua mão meu rosto. - Como se sente ouvindo isso?
— Sinto que ganhei na loteria quando olho nos seus olhos. - Passo minha duas mãos por seu rosto, o contornando.
Ele então se aproximou e me beijou de forma intensa, e eu o retribui sem demora.
Não importava o que estava acontecendo no mundo lá fora, quando estávamos juntos parecia que e o universo parava para nos assistir. Era uma mistura louca de todos os sentimentos possíveis, intensos como fogo que se alastra sem olhar por onde. Eu era dele e ele era meu, e éramos o início, o meio e o fim. Éramos uma canção cantada desde a primeira brasa de luz no mundo.
Separamos o beijo e o finalizei com um selinho, voltou a olhar para o espelho e John se levantou, indo até o outro espelho maior, começando então a arrumar seu terno. Assim que terminei, me levantei e andei até ele.
— Amo você de terno, tão elegante. - Falo com um sorriso ladino, arrumando sua gravata.
— Você gosta é? - Ele provoca.
— Muito. - Falo pausadamente e rio.
O solto e ele se vira novamente para o espelho, agora apenas se admirando e arrumando os detalhes finais.
— Pensei que você fosse se arrumar e já ir direto com o Tommy e o Arthur. - Comento enquanto mexo em minhas coisas. - Porque veio?
— Eu ainda vou, mas antes eu precisava te dar isso. - Tira uma caixa grande preta de veludo de suas coisas e vem até mim.
— John o que é isso? - Falo em tom de surpresa, com um sorriso no rosto.
— Abre. - Ele diz animado.
Pego a caixa com cuidado e de maneira receosa a encaro, olho para John e mesmo me olhava toda animado esperando que eu abrisse. Curiosa para ver o que havia dentro eu abro a caixa, e dou de cara com um colar. Mas não era um colar qualquer, era um colar de esmeraldas e com pequenos diamantes em volta, era lindo.
— John isso é tão... - Falo emocionada e surpresa.
— Ele é lindo, não é? Combina perfeitamente com você. - Sorri.
— John não precisa, ele deve ter sido tão caro... - Sou interrompida pelo mesmo.
— Shii, você merece todas as pedras preciosas desse mundo. - Coloca o dedo em meus lábios. - Olha pra mim. - Segura meu rosto. - Eu quero me casar com você, ter filhos com você, construir um lar. Quero sossegar, quero envelhecer com você. - Sorri.
— Eu também. - Sussurro para ele.
— Eu quero morrer quando eu tiver 110 anos, nos seus braços. Eu não quero horas interruptas, eu quero a vida inteira. - Acaricia meu rosto. - Obrigado por ter me encontrado, mais de uma vez. - Se refere aos nossos desencontros.
— Eu sei que é clichê mas, eu faria tudo de novo se fosse pra conhecer você. - Coloco a mão em seu peito.
— Que tal uma última dança antes do baile oficial então, senhorita? - De forma engraçada imita o sotaque antigo e me estende a mão.
— Eu adoraria, cavalheiro. - Entro na brincadeira rindo e pego em sua mão.
Ele então inicia uma música que tocava na rádio e logo começamos a dançar de forma animada, era como se nossos pés deslizassem sobre o chão e percorressem o quarto todo. John me girava da maneira mais graciosa que já vi e nossos passos pareciam estar cordenados um ao outro.
Ficamos dançando até John ir embora, como o combinado ele iria com Tommy e Arthur e nos encontraríamos lá. Assim que ele saiu voltei a me vestir, com rapidez e sendo ajudada pela funcionária, vesti o vestido dado por Tommy. Calcei então os belos sapatos alto que combinavam perfeitamente com o vestido e por fim tratei de colocar o colar deslumbrante dado por John.
Em frente ao espelho me admirei atentamente, eu realmente estava me sentindo dentro de um dos livros que sempre sonhei em estar dentro. Essa noite seria mágica, tinha que ser. Após um tempo ouvi Emma chegar, reconheci pelo som do salto que logo adentrou ao quarto. A mesma estava linda, com seu vestido em um tom amarelado com detalhes em branco.
— As princesas que me perdoem, mas eu sou do time Emma Smith! - A elogio e a vejo ficar tímida.
— Você está mais para uma rainha. - Ela diz me admirando.
— Pronta para arrasar nesse baile? - Sorrio para ela.
— É...acho que sim! - Diz envergonhada.
Segurando em seu braço eu a puxo para o lado de fora, saímos do suíte e descemos para o saída do hotel. O motorista já estava nos esperando e nós entramos no carro.
[...]
Um tempo depois chegamos em frente ao grande local, era definitivamente um castelo, Polly havia se superado dessa vez.
Saímos do carro com cuidado por conta dos vestidos e então começamos a andar em direção a entrada. No caminho parei para cumprimentar algumas pessoas e Emma acabou por ir na frente. Após falar com os conhecidos que estavam do lado de fora, segui o caminho da entrada e cheguei então a grande porta que dava entrada para o portão. A porta logo foi aberta por dois funcionários e eu entrei, segurando o vestido com as duas mãos e olhando ao redor.
Assim que entrei muitos olhares vieram sobre mim, olhei para todos os detalhes do salão que estava simplesmente impecável, lembrando exatamente como era os bailes da época. Deixei de me distrair e voltei minha atenção para a frente. Foi então que meu olhos se encontraram com o par de olhos azuis de John, que estava parado me olhando de forma genuína de longe...
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