Telegramas

By MitzyMarcini

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Em um monólogo da mente, descobrem-se as verdades que a racionalidade não a permite conhecer. Dividido em trê... More

-Primeira-
Escrevo os meus desaforos, em telegramas.
Na ousadia da originalidade, quem sou eu?
Essa inversão de ondas sonoras me aprisiona...
Me escondo nessa vivacidade da escuridão.
Machuco-me ao libertar a minha essência ao esquecer?
Se até o céu chora, por que não eu?
Não é justo o que as minhas emoções fazem comigo.
E em meio ao silêncio da noite, imito o seu cantar.
A magia da Madrugada me encanta.
Como a digital da minha existência, decido sonhar.
Que venha a noite e os segredos que o medo compartilha aos Ninguéns.
E na espiral da minha personalidade encontro-me outra vez comigo mesmo.
Regado pela escuridão.
-Segunda-
Contemplo o meu solilóquio.
Num carrossel de invalidação, quantas voltas me enlouquecem?
À mesa do raciocínio lógico, todo mundo é gênio.
Você cuide dos costumes que você quer regar...
E quem é você para refutar as suas mágoas?
Somos hipócritas.
Talvez sejamos todos condenados a acreditar.
Numa lembrança imune ao tempo, as histórias nos acompanham...
Compartilhe comigo a profundidade dos seus sentimentos.
Creio que sejam as palavras, as portas da alma.
Escrever é o vício da mente.
É no caos da mente, onde nasce a esperança.
-Terceira-
Com o cair da noite, sai o hipócrita, como um coringa ao holofote.
Ao tom da modernidade, serei sincero- me fizestes odiar o sonhar.
Dizer que o amor é um corpo solitário não passa de outra falácia...
Não, não me recordo de nada.
Temo a melancolia.
Sinceramente, Um amor inoportuno.
E entre todas as memórias que não vivi...
sucumbo-me à introspecção.
E de repente, passei a amar a letra D.
Imortalize-me com as tuas palavras.
Sonhei com a sua voz esta noite, ela parecia a primavera.
E com tudo que tenho, imploro.
Onde existimos para nos tornar.
Te encontrarei no lugar onde o sol não se põe.
Num amor tão fresco quanto uma brisa de verão, existe algo além do moderado?
Ao meu amor, condeno-te.
E nos encontramos, outra vez, na gaiola do sonho.
Escrevo como se fostes o último piscar do meu âmago.
Pois com cada resto de meus esforços, Estou disposto a amar-te.
Se não nessa realidade, na outra, pois por ti, eu esperaria mil vidas.
A lembrança da sua voz ensurdece.
Você me sente?
Desfrutamos do milagre do irreal.
O fôlego daquela chama se encontra no para sempre do nosso Aleph.
.

Hoje cantarei por todas as ideias ainda não descobertas.

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By MitzyMarcini

Cá estou eu, no aconchego do ar condicionado num dia habitável pelas criaturas mais horrendas do folclore bíblico,

No estacionamento de um centro comercial- de umas 6 lojas, mais ou menos- e deparo-me com uma cena que faz o meu viver cantar mais alto:

Nesse sábado de tarde, pais e filhos e filhas e amigos entrando e saindo com seus presenteados instrumentos de uma loja também abençoada com o meu mesmo aconchego.

Cada alma jovem - de idade contáveis nos dedos - alegres com o espírito da música.

A beleza da arte desperta-se em inocência e espalha-se até que nós a desgastamos.

Mas hoje, não comentarei sobre os desaforos do envelhecer.

Hoje cantarei.

Cantarei pelo espírito musical acordado nas almas mais felizes.

Cantarei pela beleza do desconhecido, prestes a ser desvendado em harmonia.

Hoje cantarei por todas as ideias ainda não descobertas, e aos artistas contemplando o palco.

Viva!

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