E nos encontramos, outra vez, na gaiola do sonho.

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É difícil, admito, te ver nessa penumbra no ápice do dia.

É difícil te encontrar no nosso mundo além do real mas passar as tardes no seu vazio.

É difícil, principalmente, saber que o limite do nosso amor é esse muro de vidro construído sobre a divisão da linguagem.

Toco nesse vidro e sinto o seu cabelo em minhas mãos, o calor da sua pele, sinto o seu perfume de madeira e lavanda como o sinto em todo por do sol e, outra vez, encontro o meu coração laceado pela sua corrente de ouro e eu juro

Condenar a minha alma por toda a eternidade,

A te amar cegamente.

E eu chuto e bato e grito diante dessa janela de separação com lágrima após lágrima borrando a sua imagem separando-te mais de mim e berro mais e soco esse vidro e a corrente em meu coração aperta.

Com a mão em seu rosto, deslizo aos meus joelhos e encaro-te pela barreira,

Completamente destruído, olhos quentes, rosto molhado, e soluços inquietantes,

E eu te olho,

E eu te desejo,

E eu te amo,

E nos encontramos, outra vez, separado pelo castigo da linguagem.

Na gaiola do sonho.

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