Dormi até 13:00 da tarde.
Eu não costumava dormir até tarde nos fins de semana, porém, depois de um sábado tão conturbado, acho que eu merecia um tempo longe de toda essa confusão. Por mim, eu dormiria mais, mas pelo jeito, JJ e John B tinham outros planos, me tirando da cama e tentando me animar um pouco pelo resto da tarde.
Agora, estava tudo bem. Eu iria ficar bem independente do que acontecesse, sei disso.
— Kiara e Pope disseram que vem jantar com a gente. — John B avisou, sentando-se ao meu lado. — Assim podemos conversar sobre como tirar aquele ouro do poço.
— Não é óbvio? — JJ disse, atraindo minha atenção que estava no noticiário da televisão. — Do mesmo jeito que tiramos da primeira vez.
— Uau, JJ! Como não pensamos nisso? — falei com ironia, olhando para John B, que tinha um sorrisinho no rosto. — Só tem um jeito de tirar o ouro, então já está decidido.
— O quê falta é o plano. — John B completou minha frase.
JJ concordou com a cabeça, e eu passei meu olhar pela cozinha, até o relógio na parede da mesma. Quando vi que já passava de 17:00, levantei do sofá rapidamente e coloquei meu chinelos.
— Onde vai? — JJ perguntou com o cenho franzido.
— Ãã... — pensei no que falar, pois não sabia como JJ reagiria se eu falasse que estava indo conversar com Rafe. — Vou resgatar a nossa princesa kook. — brinquei, passando a mão pelo cabelo, tentando deixá-lo o mais apresentável possível.
Tecnicamente, eu não estava mentindo para JJ, realmente iria tentar resgatar Sarah. Também tentaria conseguir provas de que Ward estava no meio de tudo isso, esse cara tá achando que me engana.
(...)
— Katherine! — Rose falou ao abrir a porta, com um sorriso forçado no rosto. — Como posso ajudá-la?
— Oi, Rose. — falei rapidamente. — Vim falar com o Rafe. — apertei minhas próprias mãos, torcendo com toda minha força para que Rafe estivesse em casa. Eu até pensei em pedir para falar com Sarah, mas se Ward não a quer nem com John B, imagine comigo.
— Sinto muito, querida. — começou a falar, em um tom tão falso quanto meu rímel importado. — Rafe não está.
Não sei se deveria acreditar nela, afinal, Rose com certeza sabia de tudo. Mas o que eu poderia fazer? Forçar minha entrada e sair gritando por Rafe ou Sarah?
— Certo. — murmurei, após alguns segundos encarando-a. — Obrigada pela ajuda.
Quando me virei em direção ao quintal para sair da varanda da mansão Cameron, escutei uma voz:
— Pelo que me lembro, Sarah é quem está proibida de receber visitas, não eu. — confesso que fiquei levemente aliviada ao ouvir aquele tom arrogante de sempre. — Vem, Katherine.
Andei novamente na direção da porta e depois de encarar Rose por longos segundos, ela saiu da minha frente e me deixou entrar. Rafe estava parado no hall de entrada, com os braços cruzados e uma roupa causal. Ele fez menção com a cabeça para que eu fosse atrás dele, e assim eu fiz.
— Acho que não gosto muito da sua madrasta. — resmunguei para Rafe quando começamos a subir as escadas.
— Então, finalmente temos algo em comum. — ele disse em resposta, sem olhar para mim.
Caminhamos até o quarto de Rafe em silêncio e quando entramos, ele fechou a porta e me lançou um olhar calmo, pedindo para que eu começasse a falar.
— Você disse que está apaixonado por mim. — comecei a falar, e Rafe concordou com a cabeça. — Por quê?
— Por que quer saber? — ele me respondeu com outra pergunta, semicerrando os olhos.
— Apenas responda, Rafe. — pedi, sem paciência para suas gracinhas.
— No final do ano passado, fui em uma festa na praia com Kelce, acho que foi a primeira vez que vi você. — o rapaz falou, se apoiando na cômoda enquanto eu sentava na borda da cama. — Você não parava de falar sobre a origem do universo para alguns garotos. Sabe o quanto isso foi estranho? Você estava em uma festa! — ele deu uma risada fraca, passando as mãos pelo rosto.
Não sei de qual festa Rafe está falando exatamente, porém, acredito no que ele falou. Eu já tinha visto ele centenas de vezes antes do ano passado, mas ele nunca tinha me olhado de volta — não que eu quisesse, ele era um idiota aos meus olhos — então acredito que só tenha me conhecido naquele dia.
— Uma parte de mim tinha certeza que queria você por perto. Mas quando eu apareci na sua casa depois de uma briga com meu pai, você me apoiou. — disse com seu olhar no chão, enquanto eu mordia a bochecha, esperando ansiosamente que ele terminasse sua frase. — Eu disse que gostava de você naquele dia, mesmo que quisesse muito falar que já estava apaixonado por você.
Concordei com a cabeça lentamente, revendo tudo que ele havia dito em minha cabeça.
— Quando eu acordei de um pesadelo na sua cama, depois da festa, eu tinha certeza de que queria estar perto de você. — eu disse, após segundos calada, absorvendo tudo. — Naquele dia, eu soube que estava apaixonada por você, Rafe Cameron.
O olhar de Rafe veio rapidamente até meus olhos, arrumando sua postura e dando um passo em minha direção.
— Então, nós...estamos bem? — questionou, receoso.
— Nós estamos bem. — concordei e vi um sorriso de canto de formar em seu lábios. — Sem crises de ciúmes e sem ser um babaca. — adicionei e foi a minha vez de dar um sorrisinho.
— Eu prometo que isso não vai acontecer, linda. — Rafe sorriu, se aproximando mais.
O rapaz puxou minha mão delicadamente, me fazendo ficar em pé na sua frente. Logo depois, levou sua mão até meu rosto e me beijou.
Ai ai, esse garoto é tão...