Capítulo 55

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Rafe Cameron narrando 🌪

É bem possível que as coisas saiam do controle quando você vê a mulher da sua vida sangrando. No meu caso as coisas saíram muito do controle, já que a minha tinha se jogado em uma bala por mim.

O mundo inteiro passou pelos meus olhos enquanto Michael soltava a arma em choque pelo o que tinha acabado de fazer e os policiais chegavam. Tenho certeza que não demorou nem 10 segundos para que o pai de Katherine estivesse algemado ao lado no meu.

— Precisamos de uma ambulância na pista de pouso agora! Repito: Precisamos de uma ambulância na pista de pouso. — um dos policiais falava sem parar no rádio. A voz do homem foi o suficiente para me tirar do meu transe e me colocar em um surto.

Sarah estava ajoelhada ao lado de Katherine, chorando sem parar. Enquanto John B estava parado a poucos metros de nós, sem piscar ou respirar, apenas deixando com que poucas lágrimas escorregassem para o seu rosto.

Antes que o primeiro policial tocasse Kat, peguei ela no colo e a tirei do chão, arrancando um gemido de dor da mesma.

— Vai ficar tudo bem, linda. — sussurrei, olhando nos olhos fracos de Katherine. Eu também conseguia ver um resquício de lágrima em seus olhos, mas ela parecia fraca demais até para isso.

— Larga ela, garoto. Você pode piorar a situação dela! — o policial gritou, tentando tocar Katherine. Afastei o corpo dela de seu toque.

— Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. — continuei repetindo sem parar, ignorando todo o resto. O mesmo policial tentou se aproximar  novamente, então olhei para ele. — Não coloque suas mãos nela, porra! — gritei.

O homem se afastou e Sarah se aproximou com calca. Ela tocou o cabelo de Katherine com cuidado, como se a mesma fosse feita de porcelana. Não julgo a minha irmã. Nunca vi a Kat tão frágil e nunca senti tanta vontade de protegê-la, era sempre ela que me passava confiança e me dava esperança.

— Kat, a ajuda já está vindo. — Sarah falou baixinho, passando a mão no cabelo de Kat e segurando o choro ao máximo. 

— Ela está certa. Vai ficar tudo bem. — sussurrei, tentando ser o mais sutil possível e qualquer movimento. — Eu amo você, linda! Você não pode me deixar agora, eu preciso de você. Todos precisam.

— Tudo bem. — foi o que Katherine respondeu antes que seus olhos se fechassem. Só um "tudo bem" fraco e e sem esperança.

(...)

— Ei, cara, acorda. — ouvi uma voz masculina e senti um tapinha em meu rosto, me acordando rapidamente. Depois de alguns segundos, consegui me localizar e vi John B em minha frente. — Ela acordou. — Tirei sua mão do meu rosto, e ele me respondeu com um sorriso fraco e foi se sentar no outro lado da sala de espera, junto com o resto da gangue do ovo.

 — Tirei sua mão do meu rosto, e ele me respondeu com um sorriso fraco e foi se sentar no outro lado da sala de espera, junto com o resto da gangue do ovo

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Não sei o tempo exato que se passou desde o dia que Katherine veio para o hospital depois de tomar um tiro, mas sei que são mais de 3. Depois de 2 dias aqui, um médico foi obrigado a me atender, já que eu desmaiei no meio do corredor do hospital. Quem diria que ficar 2 dias sem comer ou beber nada iria fazer com que meu corpo pedisse socorro.

Não saio daqui há dias, os enfermeiros foram obrigados a me deixar ficar e até me deram roupas para caso eu quisesse tomar banho. Não sei quando foi esse banho, desisti de contar os dias depois da minha queda de pressão que me fez desmaiar novamente e enfiaram essa agulha no meu braço para me dar medicamento.

A mãe de Katherine também não sai muito daqui, mas foi em casa algumas vezes... bom, pelo menos é o que eu acho, já que ela não fala com ninguém desde o primeiro dia, quando John B gritou com ela no meio do hospital falando que a culpa de tudo isso era dela. Dá pra ver a culpa transbordando em seu olhar.

Espero que ela esteja se sentindo muito culpada mesmo.

— Todos nós já entramos lá, Rafe. — Sarah avisou, me olhando do outro lado da sala. — Você vai lá? O médico disse que ela não vai ficar muito tempo acordada.

— Vou. — respondi baixinho. Depois de respirar fundo algumas vezes, levantei e comecei a caminhar em direção ao quarto.


𝙎𝙐𝙉𝙉𝙔 - 𝙍𝙖𝙛𝙚 𝘾𝙖𝙢𝙚𝙧𝙤𝙣 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora