IN(QUEBRÁVEL) | ✓

By angelsfloyd

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Spin-off de IM(PERCEPTÍVEL) Amber Lewis passou sua vida toda sendo castigada e julgada por todos. Ela já esta... More

In(quebrável)
Epígrafe
Prólogo
01| Presa
02| Fica bem
03| Caos
04| Promessa
05| Sonho
06| Paralisada
07| Amigos duvidosos
08| Sem lógica
10| Paz... Ou não.
11| Entre ameaças e preocupações
12| Sequelas
13| Sem freio
14| Acidente
15| É possível lutar contra isso?
16| Entre dúvidas e certezas
17| Misto de sentimentos
18| Fogo e gasolina
19| Sorriso fácil
20| Aceitação
21| Respostas
22| Falta de diálogos
23| Profundamente ligados
24| Incontrolável
25| Perigo invisível
26| Antiga personalidade
27| Insano prazer
28| Recuperação
29| Reencontros
Epílogo

09| Alerta vermelho

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By angelsfloyd

A M B E R

Ao decorrer da minha vida eu aprendi que não deveria deixar ninguém ver as minhas reações. Eram elas que podiam me levar para o fundo do poço, mas infelizmente, tudo que eu tinha como regra parece ter ido por água abaixo no momento que pus meus olhos em Ian - e no seu pai -, a coisa mais fofa que já vi.

Ele é tão lindo e carinhoso que é impossível não sorrir o tempo todo ao lado dele. Sem contar no fato dele ser muito fácil de se acostumar com estranhos. E olha que eu deveria ser considerada não somente uma estranha, mas também alguém para se ter medo. Mas ele parece não ter noção do que eu sou – assim como seu pai –, e no fundo, isso me faz bem. Ver alguém que não tem medo, ou nojo de mim. Mesmo que seja uma criança. É uma sensação divina.

Observo a interação que a babá tem com ele, e não sei porque, mas não gosto dela. Não troquei mais que duas palavras, e ainda assim, tem algo que meus instintos gritam ser errado. E eu preciso que isso seja coisa da minha mente.

Continuo olhando para os dois na minha frente, avaliando cada ação sua com ele. Uma mão errada e ela vai se arrepender de ter tocado nele.

Posso sentir daqui que ela está muito tensa, porque provavelmente ela sabe quem eu sou e o que eu andei fazendo por aí.

Não consigo tirar meus olhos dos dois e faz muito tempo que não me sinto assim. Talvez seja a vontade de querer matar alguém me consumindo por dentro. E eu sei que não deveria pensar assim, mas é bem maior que eu.

Escuto a porta sendo aberta, o que faz eu me virar para ver ele entrando.

Não posso negar que ele é alguém muito interessante de olhar.  E quando ele está no modo advogado poderoso. Por Deus, é quente demais. E eu sei que não deveria pensar dessa forma sobre ele, mas é impossível não fazer. Ainda mais depois daquele olhar intenso que ele me deu alguns dias atrás.

— Boa noite!

Sua voz suave me pega mais uma vez desprevenida. É como uma melodia muito boa de ser escutada. Daquelas que você repete mil vezes.

Ele sorri para mim e depois vai até seu filho que rapidamente corre em passinhos lentos na direção dele. Nunca pensei que veria um pai ser tão amoroso com um filho, como ele. É algo incrível e que sempre vou ficar boba ao ver.

Vejo a sonsa se levantar do tapete e dizer algo próximo a Dominic. Claramente para eu não ouvir. Interessante.

Ela logo se afasta, pega sua bolsa em cima da mesa e sai, sem me dirigir uma única palavra.

Estalo meu pescoço e continuo observando ele brincar com Ian, que não para de sorrir em nenhum momento. E com certeza esse sorriso é um dos mais lindos que eu já vi. E quando seu pai sorri também, uma sensação boa toma conta de mim ao ver essa cena. Parece ser tão bom ser feliz assim.

— Quando você faz isso é para tentar intimidar as pessoas?

Continuo olhando para suas costas, até vê-lo se virar e me encarar com sua imensidão escura. Acho que os olhos dele poderiam facilmente ser comparados com uma noite estrelada. Consigo vislumbrar tanta coisa só olhando para eles que chega ser assustador. Ultimamente tudo isso que eu sinto relacionado a ele é.

— Talvez. Observar as pessoas atentamente faz parte do que eu sou. Se sente incomodado com isso?

— Não. Mas a Ana sim. Ela cochichou antes de sair que você está a deixando assustada.

— Nossa, não era a minha intenção. — falo, levando minha mão até o peito, com minha expressão doce.

Solto um sorrisinho de lado, tentando amenizar um pouco mais a minha expressão, mas acho que dá errado.

Ele coloca Ian no tapete novamente e vem até onde estou. Assim que ele fica a menos de um braço de distância, sinto os pelos do meu braço se arrepiarem. E isso não é um bom sinal. Não mesmo.

Seu rosto fica tão próximo que poderia dizer que sinto sua respiração. Sem contar na porra do perfume que vem me atormentando esses dias. É forte, provavelmente uma mistura de cítricos com madeira. Intenso. Como ele todo.

— Tem alguma coisa que te incomoda nela?

Sua pergunta me deixa intrigada. Se eu falasse que não gosto dela, ou da maneira como já a peguei tratando o seu filho, será que ele acreditará em mim?

— E isso te importa? Você nem me conhece, minha opinião não deve ser muito importante.

Ele suspira devagar, e deixa seus olhos caírem nos meus lábios, o que me deixa sem raciocinar por alguns segundos. Mas rapidamente foco no rosto dele novamente. Não posso sair da linha.

— Estou te conhecendo aos poucos, e a partir do momento que te coloquei aqui dentro, para conviver com meu filho, significa que me importa sim. Então, se você ver qualquer coisa errada, você tem que me dizer.

—  Não costumo falar sem ter provas, então, até o momento, são só suspeitas. Caso eu tenha uma comprovação, você será o primeiro a saber.

— Ok. Espero que não seja nada grave.

— Se for, eu mesmo resolvo.

Ele balança sua cabeça negativamente, com certeza não concordando com o que eu falei.

Antes que eu fale mais alguma besteira, me afasto dele, e vou até onde Ian está, totalmente entretido com seus brinquedos.

Geralmente não me aproximo dele quando ela está aqui. Me sinto mais segura somente quando Dominic chega.

Quando o pequeno me vê por perto, solta um sorrisinho e começa a conversar me chamando de super heroína, o que é uma completa mentira. Mas ele não precisa saber disso. Apenas ficar um tempo com ele, renova as minhas energias e me faz esquecer grande parte dos meus medos.

(...)

Fico olhando a noite estrelada lá fora, pela parede de vidro da sala de estar. É algo tão esplêndido que eu fico me perguntando quanto tempo mais isso tudo vai durar. Essa vida que estou vivendo não é a minha. E eu sei que esse conto vai acabar em algum momento.

Sempre fui uma pessoa sozinha que nunca teve ninguém para lutar por si, e algo me diz, que talvez, isso vai acontecer novamente. No meio do caminho Walsh não conseguirá aguentar a barra que é tudo que eu fiz e vai me largar. Como todos fazem sempre. É justamente por isso que eu preciso colocar na minha cabeça que isso aqui vai acabar. Preciso parar de confiar nele. Porque eu confio nele e não deveria. 

Escuto passos pesados descendo as escadas. Me viro para olhá-lo e me arrependo. Ele está sem camisa, com uma calça de moletom. Se a intenção dele era me deixar atormentada com essa visão, conseguiu.

Ao contrário do meu corpo, o dele não tem nenhuma tatuagem. Sua pele é tão branca que chega a ser quase pálida. Mas é muito lindo. E isso é um outro erro meu. De novo estou pensando nele de uma forma completamente indecente.

Sinto meus lábios ficarem secos, por isso, sem pensar muito, passo a minha língua neles, na tentativa de os molhar. Ele finge não ver minha reação e se aproxima, ficando ao meu lado.

— É uma boa visão, né?

Volto a olhar para frente, tentando limpar minha mente completamente. Afinal, sua pergunta me faz pensar em outra coisa além da cidade. Que droga! 

— Com certeza.

Ele coloca suas mãos dentro da calça e fica calado por um tempo. O silêncio, ao contrário das outras vezes, não é incômodo. É como se estivéssemos apreciando a companhia um do outro. E isso me faz voltar a pensar novamente. Por que me sinto tão bem com sua companhia? Que tipo de feitiço ele jogou sobre as minhas ações que me transformaram nisso?

Para fugir desses pensamentos, eu preciso quebrar esse clima, que eu sinto que está se formando. Não posso perder o controle. Nem deixar minhas barreiras cederem dessa forma.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Sempre.

Sua resposta, mais uma vez, me deixa sem graça. Ele é tão intenso. Não estou acostumada com pessoas assim. Não estou.

— Onde está a mãe de Ian?

Esse assunto parece ser delicado. Consigo ver o quão tenso ele ficou. Seus olhos continuam focados na janela, olhando o mundo lá fora, e provavelmente, pensando na resposta. Fico receosa com isso. Será que ele sente algo por ela ainda?

— Por aí. A última vez que tive informações sobre ela, estava na Itália, em um spa.

Percebo pelo seu tom que ele não gosta de falar sobre isso, o que me faz pensar em porque ele me respondeu. Se poderia apenas negar. Esqueço isso por um tempo e foco no que ele falou. Possivelmente essa mulher não soube ser mãe, ou algo aconteceu para ela ficar longe daquele bebê fofo.

— Pensei que ela estivesse morta. Então ela não se interessa por ele?!

Minha voz sai exaltada, o que me faz entender que esse assunto parece ter virado meu. E isso é tão estranho. Afinal, eu cheguei agora não deveria me importar com nada.

— Nós fizemos um acordo antes mesmo dele nascer. Eu a paguei para esquecer que ele existe, e bom… Deu certo.

— Você afastou ela dele? Não pensei que você fosse esse tipo Walsh.

Me afasto, realmente decepcionada. E sentir isso me faz ver que ele se tornou algo pra mim. Alerta vermelho. Mas pensar na possibilidade dele ser uma pessoa sem escrúpulo, ao ponto de deixar seu filho crescer sem mãe me deixa revoltada.

Eu criei um personagem na minha cabeça que talvez não exista. Talvez Walsh seja mais uma pessoa egoísta pelo mundo que faz tudo que precisa para chegar onde bem quer.

— Acho que você precisa ouvir tudo para entender… Ela não queria ter ele, e me chantageou para poder seguir com a gestação, o que deu certo, e quando ele nasceu, eu fiz um acordo para ela nunca mais aparecer. Foi isso.

Olho em seus olhos e vejo verdade neles. Sinto que ele seria incapaz de mentir pra mim.

Respiro pesadamente tentando não pensar em mil formas de querer matar essa mulher. Como uma mãe pode pensar em fazer um acordo para não ver mais seu filho? Receber dinheiro? Isso é tão absurdo.

— Que filha da puta! Que bom que ele tem você.

Um suspiro de alívio escapa e agora, finalmente, entendi que isso aqui, entre nós, está passando do limite que eu coloquei. Com toda certeza isso é um alerta vermelho.

— Ela realmente é. Espero que meu filho entenda no futuro que ele é incrível. Tenho medo de como ele vai lidar com isso.

Sorrio, me sentindo bem ao ver que ele se importa com isso. Com toda certeza Ian será tão feliz que nem sentirá falta de outra figura na sua vida.

Já observei tanto os dois juntos que sei que no final ambos serão felizes. Já são na verdade. E de alguma forma louca saber disso me deixa bem.

— Ele vai entender e vai te amar muito. Já o faz na verdade. Você é um exemplo.

Ele me encara com seus olhos escuros e isso me deixa desnorteada, como sempre. Não desvio, mesmo querendo fazer isso.

Sua intensidade me deixa completamente fora de mim, mas bem ao perceber que ele é real e verdadeiro.

— Obrigado.

— Só disse a verdade. Você é um homem que venho admirando muito, e espero que não quebre isso. Nenhum teve isso da minha parte.

— Prometo não quebrar isso nunca, linda.

Aiaiai, eu tô apaixonada, e vocês?

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