Voltamos a nos aproximar de onde estavam os outros, John e Ethan estavam tendo uma discussão boba por John ter vencido o jogo de cartas e Ethan querer uma revanche. Pareciam dois garotos, só que maiores e consumindo álcool. Enquanto observava as provocações dos dois, tive uma ideia e logo me aproximei mais.
— Eu desafio os três bonitões! - Apontei meu dedo e o passei pelos três Shelby's.
— Hanna não faça isso consiga mesma, você sabe que perde fácil pra mim amor. - John me provoca.
— Está com medo John? - Retruco, formando um sorriso sarcástico no rosto.
— Claro que ele está, você aprendeu a jogar com o melhor. - Arthur diz rindo, enquanto se referia a si mesmo.
Enquanto isso Tommy assistia a situação rindo de nossas provocações.
— Jamais! - John sorri da mesma forma que eu.
— E qual será o castigo para os perdedores? - Tommy diz interessado.
— Cada partida perdida equivale a dois copos daquilo ali! - Aponto para a garrafa de Poitín.
Poitín era uma bebida irlandesa, por muitos conhecida como "luar irlandês" ou " orvalho da montanha. A mesma possuía 90% de teor alcoólico e deixava qualquer um "animado", nas nuvens eu diria.
— Ela sempre pega pesado. - John ri, olhando para o lado de maneira desconfiada.
— Vamos começar então! - Arthur diz animado.
Sento então na mesa, John estava sentado em minha frente, Arthur na ponta do lado direito e Tommy na ponta do lado esquerdo. Como de costume Tommy pegou as cartas e as embaralhou, com atenção eu observava suas mãos, pois conhecia bem seus truques, ele era muito astuto com as mãos.
— 11 cartas para cada... - Diz enquanto distribui as cartas.
Pego então minhas cartas e de forma sigilosa conheço quais eram seus símbolos, analisando um por um e já pensando em uma estratégia para que elas me levassem a vitória. Assim como eu todos estavam calados enquanto conheciam suas cartas, éramos todos muito competitivos. Começamos então a partida de forma séria, calados apenas jogávamos nossas cartas e bebíamos um pouco, ou fumávamos.
— Não pode ser! - John resmunga vendo a carta jogada por Arthur.
— Ganhei!!! - Arthur comemora batendo na mesa. - Pode trazer a garrafa! - Grita para o garçom.
Não demorou muito para que o garçom se aproximasse com a garrafa, pegamos copos pequenos de tequila e Arthur os encheu até a borda.
— Vamos parem de enrolação e mandem pra dentro! - Arthur provoca.
— Da última vez que eu bebi isso eu juro que não deu boa coisa. - John diz fazendo careta enquanto encara o copo.
— Vamos no 3. - Falo tomando coragem. - 1...2...3! - Viro o copo de uma vez e dou alguns pulinhos animada.
— Urgh! - John faz careta e balança a cabeça.
Sentamos na mesa e continuamos com as rodadas, Tommy havia ganhado uma logo após a vitória de Arthur. Estávamos em um momento acirrado da terceira temporada, percebo que John estava bem concentrado no jogo e afim de provoca-lo, penso em algo. Arrumo minha cadeira a aproximando da mesa, e me inclino sutilmente para trás.
Sem que percebessem estiquei minha perna direita para frente e comecei a acariciar a perna de John, fazendo movimentos de sobe e desce. No mesmo instante vejo o mesmo se desconcertar e olhar de canto para mim, que soltei um riso baixo. John tenta então voltar a se concentrar, o que parecia estar sendo difícil. Ele ficava se mexendo na cadeira, suspirava fundo, afrouxava a gravata.
Conseguindo então o distrair, aproventei a carta fraca que o mesmo sacou sobre a mesa e mandei a minha mais forte, o que me fez vencer.
— Porra! - Ele diz nervosa jogando suas cartas na mesa.
— Eu disse que venceria. - Mando um beijo no ar para ele.
— Trapaceira. - Ele sorri de forma travessa.
— Todos nós somos. - Mordo o lábio inferior, sorrindo para ele.
— Acho que já começou a fazer efeito... - Arthur diz tentando focar sua visão.
— Arthur é fraco, eu ainda estou firme. - John ri.
— Assim ele aproveita melhor a noite. - Entro na brincadeira.
Estavam todos conversando, percebo então que tinha umas certas moças que olhavam para onde estavam. O que já era normal, os Shelby's faziam muito sucesso com as mulheres, eu admito. Presto atenção em uma em específico que olhava para Michael, no mesmo instante soltei uma risada e uma ideia surgiu em minha mente.
Se eu quisesse manter tudo na tranquilidade que estava, e quisesse fazer Michael desistir dessa história de que gosta de mim e voltar a ser apenas meu bom amigo, eu precisava lhe dar outra distração. Me levanto da mesa e com rapidez caminho em direção a Michael, que assim que percebe se vira completamente em minha direção.
— Por que não a chama para dançar? - Paro ao seu lado e olho na direção da garota.
— Você é inacreditável. - Ele diz em meio as risadas, balançando a cabeça negativamente e olhando na direção da garota.
— Estou falando sério! - Dou um empurrãozinho nele. - Ela não para de te olhar desde que te viu chegando.
— E eu não paro de olhar para uma única pessoa. - Olha para mim sorrindo.
— Michael não dificulta as coisas. - Solto uma risada e reviro os olhos.
— Você sempre dificulta pra mim. - Ele me imita. - Olha só como está linda. - Me olha dos pés a cabeça, me deixando constrangida.
— Foi o John quem escolheu o vestido. - Tento o cortar.
— Sempre ele. - Bufa. - Você é demais para ele.
— Chega Michael, eu tentei. - Bufo saindo de seu lado.
— Hanna escuta! - Segura meu braço. - Com os planos que eu tenho eu sei que nós poderíamos ter tudo juntos, poder, respeito, amor. - Diz com olhar ambicioso. - Eu posso te fazer minha rainha, minha musa, nós podemos ter tudo!
— Eu espero muito que esses seus planos sejam honestos e não envolvam nada que possa abalar aquilo! - Falo seriamente, apontando para onde os Peaky Blinders estavam. - E eu e o John já temos tudo. - Olho para John por breves segundos.
— Eu sou apaixonado por você desde a primeira vez que te vi, e faria tudo para que você escolhesse a mim, e não ele! - Se aproxima mais, trincando sutilmente o maxilar.
— Quando você vai entender que eu não sinto o mesmo por você? - Me afasto ao perceber seu comportamento que me lembrava ao do dia do casamento.
— Não acredito. - Ele nega, indo para frente novamente e dessa vez segurando meu braço.
— Não acredita em que? - Falo nervosa, olhando como ele me segurava. - É como eu me sinto, sempre me senti.
— Você sente alguma coisa por mim, só não quer admitir! - Tenta fixar nossos olhares. - Eu não vou desistir, eu vou esperar você abrir os olhos.
— Eu tentei de todas as formas voltar com a nossa amizade, mas quer saber, me esquece! - Tento me soltar.
— Ta sendo precipitada por que tem medo de mudanças. - Ele continua a tentar entrar em minha cabeça.
Olho em direção a mesa aonde os irmãos Shelby estavam e vejo John em pé ao lado de uma pilastra nos encarando seriamente. Eu podia ver em seu olhar que ele estava prestes a explodir e seu olhar desceu até a mão de Michael que estava em meu braço.
— Eu sei o que eu quero, e quem eu quero! - Trinco o maxilar, tentando me soltar de forma sutil.
— Está presa ao passado, ao que por anos você acreditou que era certo. - Aperta seu toque. - Eu posso te dar mais do que ele!
— Sabe por que eu escolho ele e sempre vai ser ele Michael? - Falo de maneira agressiva. - Por que ele jamais faria isso que você está fazendo agora, jamais ousaria me machucar. - Olho para meu braço que estava sendo fortemente apertado pelo mesmo.
Dividi meu olhar entre meu braço e John, que no mesmo momento deixou o copo sobre a mesa e começou a vir em nossa direção, eu já estava prevendo o que iria acontecer, e Michael não iria gostar nada do resultado. Sou supreendida então por Tommy que apareceu de repente do meu lado.
— Ela vai dançar comigo. - Disse seriamente, retirando a mão de Michael de meu braço.
O mesmo então coloca suas mãos em minhas costas e começa a me levar para pista, vi de canto John então parar onde estava e não ir mais em direção a Michael. Chegamos na pista e o mesmo coloca as mãos em minha cintura, e eu envolvo as minhas em seu pescoço.
— Você me salvou. - Suspiro.
— Já estou acostumado, são muitos anos de prática. - Ele ri enquanto dançamos.
— Eu quem o diga. - Entro na brincadeira.
— Ele te machucou? Vi como ele apertou o seu braço. - Pergunta agora de forma mais séria.
— Estou, ele se exaltou um pouco. - Balanço a cabeça.
— O único motivo para eu não ter dado uma lição nele é pela Polly e por você, essa é a sua noite. - Tommy diz enquanto me gira.
— Sabe Tommy... As vezes quem a gente menos espera é um predador disfarçado de cordeiro. - Comento com ele, olhando de forma desconfiada para Michael.
— Esse predador eu acompanhei o crescimento, bem de perto, e mantive na coleira. - Ele diz com sua voz calculista. - Se começar a dar dor de cabeça eu puxo a coleira.
— Fica esperto. - Falei baixo.
Desde que conheci Michael senti algo diferente nele e quando ele mesmo decidiu abandonar sua vidinha de cidade pequena e vir morar com a família, ai que eu tive a total certeza. Ele ambicioso, tinha sim o seu lado bom e foi por isso que nos demos bem. Mas dentro dele haviam esses dois lados, um lado ambicioso, aquela ambição ruim de querer o que é do outro e isso o leva a passar por cima de qualquer um.
Desviei meu olhar dele e o passei pela multidão presente no estabelecimento. Vi então uma cena que no mesmo instante me fez sorrir, Arthur e tia Charlotte estavam dançando de forma animada, e nitidamente flertando um com outro.
— Eu estou ficando louca ou está rolando um clima? - Falei rindo, encarando os dois e Tommy se virou para ver.
— Eu sabia! - Tommy diz sorrindo. - Arthur quase babou quando a viu chegar.
— E ela se encantou por ele desde a primeira vez que o viu. - Falei em meio ao riso.
Estávamos rindo enquanto observávamos os dois dançando, Arthur segurava com firmeza a cintura de tia Charlotte, que parecia estar encantada com a pegada e charme do Shelby mais velha. Arthur estava perdido no também olhar sedutor da pintora.
Olhei então para as mesas e procurei por John, seu copo ainda estava em cima da mesa, mas o mesmo não estava por ali. No mesmo instante olhei para onde Michael estava e o mesmo também não estava no salão. Senti na hora o mal pressentimento e me afastei de Tommy.
— Eu já volto. - Toquei em sem ombro e ele assentiu.
Saio rapidamente do centro de dança e começo a andar pelo salão, olhando para todos os lados. Eu continuava a procurar e nada de nenhum dos dois, olhei então para um dos corredores e instintivamente segui para ele. Comecei a abrir as portas das salinhas, mas estavam todas vazias.
Cheguei então até a porta aonde havia uma sala separada para convidados VIP'S. Assim que abri a porta, vejo John segurando Michael pela gola e o prensando no móvel, o deixando sem saída.
— John! - Chamo pelo mesmo.
— SE ENCOSTAR NELA DE NOVO CONTRA A VONTADE DELA! - John diz furioso.
— Não, não John! Não faz isso aqui por favor! - Corro e tento entrar no meio dos dois.
— Ela não tem certeza do que quer! - Michael se solta de John com brutalidade e o encara.
— Eu vou dar uma dica pra você. Espere ela dizer as palavras! - John diz com seu rosto bem próximo ao do primo, com seu maxilar trincado.
— Ta, e ela vai dizer! - Michael diz retribuindo a encarada.
— Michael vai embora por favor! - Tento o afastar.
— Vai antes que eu quebre a sua cara de novo! - John ameaça. - E dessa vez eu não vou parar! - Empurra Michael com força, fazendo o mesmo ir para trás.
— Eu não tenho medo de você! - Michael tenta vir pra cima.
— MICHAEL PARA!!! - Tento entrar em sua frente.
No calor do momento o mesmo me joga para o lado, me fazendo bater de lado contra o braço do sofá. No momento instante vi John ficar vermelho de ódio, ao ponto de suas veias ficarem marcadas.
— Filho da puta! - John diz em um tom baixo.
Quando vi John já estava indo para cima de Michael, lhe dando um soco forte o bastante para o fazer perder o equilíbrio e ir para trás. John o segurava pela gola e dava mais socos em seu rosto seguidas vezes, cada vez que Michael ia para trás, John o trazia de volta pela gola e voltava a soca-lo.
Michael também se defendeu por algumas vezes, mas não obtia sucesso e continuava a apanhar. John agora distribua seu socos no abdômen de Michael. Ele então o pega pelo pescoço e o coloco em sua frente, começando então o enforcar.
— John chega! - Corro até ele, vendo Michael já vermelho sem ar.
John estava cego de ódio, não via nada e não ouvia nada ao seu redor.
— John por favor!!! - Gritei em desespero.
Mas por algum motivo ele me viu e me escutou naquela noite. Saindo de deu transe ele encarou meu olhos e viu minha expressão de desespero, e no mesmo ele soltou Michael, que caiu no chão enquanto puxava o ar. No mesmo instante corri para John e segurei seu rosto com minhas duas mãos, ele respirava fundo a fim de se acalmar e parecia que eu estava ajudando.
Sem que eu percebesse Michael saiu dali e eu apenas escutei o som da porta se fechando om força. Suspirando fundo, Michael inclinou a cabeça para cima e fechou os olhos.
— Vem. - Segura em sua mão e o sento em uma cadeira.
— Eu juro que vou matar esse desgraçado... - Passa a mão pelo cabelo nervoso.
— Você não vai matar ninguém, pensa na Polly! - Seguro sua mão.
— Ele se atreveu a tocar em você de novo! VOCÊ VIU COMO COMO ELE APERTOU O SEU BRAÇO HANNA?! - Se levanta gritando.
— John calma! - Me levanto também.
— Deixa eu ver o seu braço, ele te machucou? - Se aproxima e de forma cuidadosa pega em meu braço e o analisa.
— Ta tudo bem John, eu juro. - Coloco a mão em seu peitoral.
— Se ele tivesse te machucado eu juro que... - Sua voz falha.
Seu olhar ficar perdido e desesperado, ele se preocupava tanto, cuidava tanto de mim e isso só me provava a intensidade de nosso amor. Mesmo com todos os defeitos, desencontros, nós não aguentávamos machucar um ao outro.
— Mas ele não machucou, ta tudo bem. - Sorrio para ele, fixando nossos olhares. - Agora se acalma e vamos voltar pro salão.
— Não sei se consigo. - Suspira, se sentando na cadeira.
— É a minha noite John, a nossa noite! - Me sento ao seu lado. - Vai mesmo deixar que ele estrague isso?
Calado John encosta as costas na cadeiras e suspira de forma profunda, enquanto olhava para cima. Ele já estava calmo e então voltou a se aproximar de mim e pegou em minha mão, acariciando a mesma.
— Nunca, eu nunca vou deixar ele atrapalhar a gente. - Sorri levemente.
— É assim que se fala! - Dou um beijo no mesmo animada.
De forma animada eu o puxo e vamos em direção a porta, ele sorria sendo contagiado pela minha animação. Saímos da sala e voltamos para o salão, olhei para os lados e nem sinal de Michael, ele não teria coragem de ficar como imaginei. Nos aproximamos da mesa aonde os outros estavam e com o olhar eu e Tommy conversamos, e eu passei o recado de que estava tudo bem. Aproveitando a animação decidi que era a hora de cantar, soltei então a mão de John e me afastei para ir.
— Ei ei, aonde pensa que vai? - John me puxa de volta pela cintura, sorrindo.
— Uma surpresa, pra todos vocês! - Deixo um selar em seus lábios e corro para o palco.
Com ajuda de um funcionário subo no palco e assim que seguro o microfone todos começam a gritar e comemorar por minha aparição na noite. Sorrio de ponta a ponta vendo a animação das pessoas ao saberem que eu iria me apresentar, e com um sinal dou permissão para que o músico começassem.
Assim que a batida dá música se inicia, começo a dançar mexendo os ombros no ritmo da música e então começo a cantar.
{ Música }
Enquanto canto aponto em direção a mesa aonde todos estavam e eu podia ver o sorriso no rosto de cada um. A música fez com que todos se animassem mais ainda, era lindo de se ver pessoas dançando e cantando contagiadas pela música. Assim que termino as palmas altas tomaram conta daquele salão, e os assobios comemorativos de John e Finn soavam alto também.
Desço do palco e vou em direção a mesa novamente, assim que chego perto sua recebida por abraços e beijos de todos.
— Essa é a minha garota! - Arthur diz sorrindo.
— Você tava perfeita! - Emma me abraça.
— Eu vejo a sua mãe em você. - Polly diz segurando meu rosto com as duas mãos.
[...]
A noite estava melhor do que nunca, em seu auge, pessoas bebendo, dançando, jogando e uma música alta e animada.
— E eles não se desgrudam mais! - Falo rindo com Tommy, vendo Arthur e tia Charlotte mais uma vez dançando.
— Aonde será que isso vai acabar, em chamas ou no paraíso? - Ele diz rindo.
— Um pouco dos dois. - Sorrio de forma travessa.
— É o nosso carma. - Deu de ombros, desviando seu olhar para outra direção.
— Chama ela pra dançar logo Tommy. - Dou um empurrãozinho no mesmo.
— Que? Quem? - Olha pra mim.
— Lizzie. - Cruzo os braços e aponto para a mesma com um sinal com a cabeça. - Eu sei que você quer.
— O álcool já deve estar fazendo efeito. - Ele faz piada.
— Eu sei que ela tem certa importância pra você, que você adora o sentimento de tê-la só pra você e como eu já ouvi você dizer... - O provoco. - Em muitas noites, ela foi a única que impediu o seu coração de se partir.
— Passamos muito tempo juntos, você está mais observadora que eu. - Ele ri.
— Vai logo. - O empurro. - Ela vai gostar.
Sendo impulsionado por meu empurrãozinho, Tommy começa a andar em direção a Lizzie...
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Obrigada por terem respeitado meu luto pela minha vó e terem tido paciência para esperar a minha volta, vocês são incríveis!❤️✨