somebody to love - taekook

Af sxnochu

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❝Apaixonar-se por um homem nos anos 50 nunca foi algo que Taehyung ou Jungkook imaginaram. Especialmente quan... Mere

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PLAYLIST - SOMEBODY TO LOVE

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Af sxnochu

– Você não apareceu para trabalhar durante 3 semanas.

Jungkook balançou a cabeça e olhou para cima, as olheiras sob seus olhos negros sendo bastante evidentes.

– Sim, desculpe. - resmungou. Ele claramente não tinha dormido o suficiente, sua cabeça doía. Se sentou atrás da mesa em que se sentava todo fim de semana para seu trabalho de assistente, segurando uma caneta com força, fingindo escrever coisas. Seu chefe, o velho Sr. Adams, parou em sua frente, irritado.

– É por causa da faculdade de direito? Esta demorando muito?

– Sim, senhor... - Jungkook respondeu sem lhe dizer a verdade, já que também havia perdido todas as aulas. 

– Está bem. Bom, eu tenho que ir ao tribunal hoje. - disse Adams, suspirando. Ele olhou para o relógio e depois para Jungkook. – Você vai me ajudar. Acho que você tem todos os papéis, certo?

–Oh, Deus! - Jungkook exalou, de repente acordando. – Hoje é quarta-feira? Oh Deus, eu tenho que ir ajudá-lo no tribunal hoje! - lembrou a si mesmo. 

Ele havia se esquecido completamente. As últimas semanas foram tão exaustivas mentalmente que não pôde deixar de esquecer.

– Jungkook, você tem que levar esse trabalho a sério ou terei que demiti-lo. - disse Adams. 

Jungkook acenou com a cabeça, tirando os papéis e uma pasta. Ele o abriu, lembrando-se rapidamente. Não precisava fazer muito, estava lá basicamente para assistir, mas era bom ter algo para manter sua mente ocupada. Um caso.

Eles estavam defendendo um homem acusado de lavagem de dinheiro. Coisas normais. Jungkook tinha certeza de que o homem havia escondido de onde vinha o dinheiro obtido ilegalmente de bancos estrangeiros, mas ei. Ser advogado às vezes significava defender pessoas más.

Ele se levantou de seu assento e seguiu o homem mais velho para fora do prédio, que parecia mais estressado do que nunca. 

– Aquele desgraçado vai ao tribunal desta vez, ou ele está apenas mandando sua assistente de novo?

– Q-Quem? - Jungkook perguntou com os olhos arregalados.

– Kim Taehyung. - disse o Sr. Adams com uma voz irritada. Jungkook congelou.

– O advogado do outro lado é-é Kim Taehyung? - Jungkook exalou, seu coração batendo forte. O homem mais velho não respondeu.

Jungkook se olhou no reflexo de uma janela. Ele parecia terrível, em uma velha camisa azul e calça preta, seu cabelo emaranhado e seus olhos opacos. Ele respirou fundo e seguiu o homem mais velho para fora do prédio.

O tribunal não ficava longe, então o trajeto até lá foi curto, felizmente. Eles chegaram lá e entraram no tribunal muito rápido. Seu réu já estava presente, parecendo nervoso, brincando com as mãos. Ele era o 'acusado' de lavagem de dinheiro, uma escória rica que queria ficar mais rico, como sempre.

Ele se levantou quando viu Jungkook e Sr. Adams. 
– Aquele desgraçado arrogante está aqui. - resmungou o homem, e Jungkook ficou tenso atrás do Sr. Adams. – Filho da puta... Você não tem nenhuma informação sobre mim, tem? Você prometeu que eu não teria nada! - o homem ralhou com o Sr. Adams.

– Faremos o nosso melho. - disse Adams, mas parecia inseguro. Jungkook seguiu os dois homens até a sala do tribunal e então parou na porta. Eles avançaram para se sentar na frente, mas Jungkook não conseguia se mover. 

Taehyung estava lá, conversando com uma mulher, sua assistente. Ela parecia bastante intimidante, seu cabelo loiro parecendo um pouco mais longo na parte de trás, penteado. Ele estava vestindo um terno preto, parecendo deslumbrantemente bonito como sempre. 

– Jungkook? - Sr. Adams retrucou. O menino ouviu seu nome, levantou a cabeça e correu até o homem mais velho. – Os documentos. - disse ele, e Jungkook os entregou, virando ligeiramente a cabeça depois disso. Taehyung estava olhando para ele. 

Ele parecia... apreensivo.

Mas o viu recuperar a compostura e voltar a discutir algo em silêncio com sua assistente. A audiência estava prestes a começar. O júri sentou-se do outro lado, composto por vários homens e mulheres. Jungkook sentou-se em um assento, observando enquanto o Sr. Adams se levantava, e Taehyung do outro lado.

O juiz entrou e todos se levantaram, então ordenou que todos se sentassem e Jungkook se sentou. A audiência começou.

– Meritíssimo. - disse o Sr. Adams com voz rouca. – Meu cliente é inocente. O dinheiro herdado e colocado em bancos estrangeiros não teve origem em atividades ilegais. A evidência está claramente estabelecida nesses documentos, Meritíssimo. - alguns papéis foram entregues ao juiz, que olhou para eles e cantarolou. 

O Sr. Adams falou um pouco mais. Jungkook realmente não prestou atenção. Ele era velho, chato e falava devagar demais. Todos pareciam tentados a se levantar de seus assentos de madeira e sair dali. 

– Sr. Kim, seus comentários iniciais, por favor. - o juiz disse, olhando para Taehyung como se esperasse um discurso elaborado. Jungkook nunca tinha visto Taehyung no tribunal antes, mas todo mundo sempre falava sobre isso como se fosse algo glorioso.

– Meritíssimo, o Sr. Adams tem 89 anos e francamente não é melhor do que seu cliente. - Taehyung começou, com uma expressão satisfeita no rosto. O Sr. Adams parecia bastante ofendido porque tinha apenas 71 anos. – Esses papéis são falsos. Eles têm máquinas de escrever elétricas e, bem, tenho certeza que você pode entender o resto, Meritíssimo. O que eles não podem fazer são notas bancárias para si mesmos, então não poderiam ter feito os milhões de dólares escondidos nesses bancos estrangeiros. - Taehyung disse sem rodeios. O juiz recebeu os papéis, ergueu uma sobrancelha e olhou acusadoramente para o Sr. Adams, que apenas ficou em silêncio.

Depois disso, eles passaram a questionar. Pouco antes de começar, Jungkook viu seu cliente murmurar algo para o Sr. Adams, dizendo coisas negativas sobre Kim Taehyung. E Jungkook apenas ouviu.

Ele começou a interrogar testemunhas e seu cliente, o Sr. George, foi levado a depor. Ele jurou dizer a verdade e nada além da verdade. Taehyung caminhou até ele, com as mãos nos bolsos, parecendo mais relaxado. Jungkook se sentiu um pouco irritado com o quão desleixado parecia. 

– O que seu avô fazia, Sr. George? - Taehyung perguntou, lentamente. 

– Ele tinha uma fazenda.

– Uma fazenda muito grande? - Taehyung perguntou, levantando uma sobrancelha. 

– Uma fazenda normal.

– Irrelevante, Meritíssimo. - resmungou o Sr. Adams. O juiz levantou a mão, deixando Taehyung continuar.

– Suponho que a fazenda de seu avô teve pouco ou nenhum impacto em sua riqueza atual. - Taehyung disse em uma voz cortante. Sr. George hesitou. Taehyung continuou. – O que seu pai fazia?

– Sr. Kim, por favor, faça perguntas relevantes ao assunto em questão. - disse o juiz.

– Meu pai trabalhava em uma fábrica.

– Vejo que não há riqueza familiar inerente. Você se saiu muito bem, Sr. George. Ganhou todo esse dinheiro com seu próprio esforço. Agora, deixe-me entender... Seu dinheiro, aquele que estava em bancos estrangeiros, não era seu. Era uma herança ou seu próprio dinheiro? Você conseguiu isso no seu trabalho ou em algum outro lugar? Não é ilegal? - o Sr. George congelou. Taehyung sorriu afetadamente. – Esse não é o único crime que você comete, não é, Sr. George? - Taehyung disse calmamente. O júri curvou-se curiosamente. Jungkook baixou a cabeça. 

– Objeção, Meritíssimo! - disse Sr. Adams. O juiz ergueu a mão e silenciou-o novamente. 

– Neste momento, gostaria de ler uma carta enviada pelo Sr. George a seu querido amigo do Banco Suíço, Sr. Thomas Bernard. - Taehyung falou sarcasticamente e então pegou um pedaço de papel de sua mesa. Uma cópia do mesmo documento foi entregue ao juiz. – Deixe o júri saber que essas palavras foram escritas pelo próprio Sr. George. - Taehyung disse, e então estalou a língua antes de continuar. – Querido Tommy... - Taehyung começou, e então sorriu, um sorriso estúpido. – Não te vejo há uma semana. Seus olhos me lembram esmeraldas, seu sorriso, portões do céu. Quero passar a língua pelo seu quadril como fiz na noite em que...

– I-Isso não é relevante para ele! - começou Sr. George, com os olhos arregalados, petrificado. Taehyung ergueu a mão. 

– A noite em que fizemos amor sob as estrelas do céu, ah... que poético. - Taehyung disse, dobrando o papel em suas mãos, também realizando atos de homossexualidade. Jungkook congelou em seu assento, observando enquanto Taehyung continuava com um sorriso arrogante. – O que, de acordo com as leis da Inglaterra, é ilegal, Sr. George. - Taehyung disse, então enfiou as mãos de volta nos bolsos, jogando a carta descuidadamente sobre a mesa.

– N-Não faça isso! - Sr. George sussurrou baixinho, para que apenas Taehyung pudesse ouvir. Jungkook podia ver. – Por favor. Eu fiz isso. Eu coloquei ilegalmente o dinheiro nos bancos, mas, por favor, não fale sobre meu... - Taehyung sorriu.

– É sobre mim. - Taehyung disse, virando-se e caminhando até seu assento. O juiz zombou. 

– Muito bem então, Sr. George, o senhor enfrentará 8 anos de prisão por lavagem de dinheiro e mais 2 anos por atos de homossexualidade. Você também receberá tratamento psicológico para tratar a homossexualidade. - Taehyung ignorou todas aquelas palavras, ele apenas saiu do tribunal. 

Jungkook sentiu algo dentro de si começar a crescer, uma onda de raiva, ressentimento, medo. Sr. Adams parecia muito zangado por Taehyung ter enviado seu cliente para a prisão.

Jungkook se levantou de sua cadeira e saiu do tribunal. Ele foi até o banheiro e viu Taehyung ali, inclinado sobre uma pia, com a mão no rosto. 

– Seu filho da puta de merda. - Jungkook exalou com os olhos arregalados.

– Você não devia estar lá. - Taehyung disse calmamente.

– Bem, mas eu estava. Você é desumano! - Jungkook rosnou, aproximando-se. Taehyung virou a cabeça para olhá-lo. – Você está absolutamente louco, você tinha evidências suficientes para colocá-lo atrás das grades. Você não precisava mencionar suas... suas indulgências.

– Eu estava fazendo meu trabalho. - Taehyung disse calmamente, levantando-se apropriadamente e tentando sair, mas Jungkook segurou seu braço. 

– É isso agora? - Jungkook riu. – Você está apenas 'fazendo seu trabalho'? Você está apenas sendo um bom marido? É isso, Taehyung? - Jungkook disse com uma voz fria. Taehyung se virou, respirando pesadamente. – O que aconteceu com a porra do seu moral? Suas crenças? Seu 'Eu odeio ser advogado' e... e seus malditos discursos sobre o que é realmente uma virtude e um vício..?

– Eu estava errado, Jungkook! - Taehyung gritou, e Jungkook se encolheu com seu tom de voz repentino, encarando o homem loiro com olhos arregalados. – Eu estava errado pra caralho sobre tudo, é isso que você quer ouvir?

Jungkook olhou para ele sem acreditar.
– Eu pensei que conhecia você... Achei que você conhecesse a si mesmo. - Jungkook exalou, seus ombros caindo, seus grandes olhos cristalizados, parecendo desanimados. – Volte para mim, Taehyung... - Jungkook sussurrou, aproximando-se dele. Taehyung ficou parado. Jungkook colocou as mãos no paletó. – Isso não tem que ser assim, você sabe que não, a gente dá um jeito.

– Jungkook. - Taehyung retrucou.

– Você disse que voltaria depois de ir ao médico. - Jungkook murmurou, fracamente. – Já se passaram t-três semanas desde a última vez que o vi, T-Taehyung... - disse, ainda olhando para ele. – Volte para mim. Eu não consigo mais Taehyung... - Jungkook fechou os olhos. – Eu pensei... eu pensei que você era um homem que poderia estar acima de tudo. Quem poderia estar tão... tão orgulhoso de seus erros, de seus vícios...

– Eu poderia fazer algo ruim e ver a beleza disso... Taehyung disse fracamente. Jungkook sentiu suas mãos apertarem a roupa de Taehyung. – Mas eu estava e-errado.

– Não desista. - Jungkook balançou a cabeça. – Não, você me transformou em um homem que pode se orgulhar de suas más ações. Não dê tantos passos para trás agora, T-Taehyungie... - disse mordendo o lábio, olhando para ele com os olhos brilhando de lágrimas. – O que aconteceu com você?

– Não foi amor. - Taehyung disse, uma mão segurando o rosto de Jungkook, olhando em seus olhos. Ele parecia sem coração. – Estávamos doentes da cabeça.

– Taehyung... - Jungkook deixou escapar em descrença, com os olhos arregalados. – Não faça isso. Não faça isso!

– Eu tenho que ir. - disse ele, desviando o olhar. – Verônica está vomitando mais ultimamente. Ele está enjoada. - Taehyung disse. Mas Jungkook não queria saber. Ele viu a expressão em seu rosto... Ele parecia tão diferente.

Onde estava o homem charmoso, orgulhoso e confiante por quem se apaixonou? Jungkook se agarrou a ele.

– Taehyung! - disse gentilmente, se aproximando dele. – E-Ela te machucou, Taehyung! - Jungkook disse. O loiro olhou para ele, hesitante. – Ela quebrou você, não lembra? Voce chorou comigo. Eu estive ao seu lado! Não, não, você não se lembra?

Taehyung se afastou com força e saiu do banheiro, fechando a porta atrás de si, fazendo com que toda a sala tremesse ao redor de Jungkook, que se olhou no espelho e ergueu os dedos para sentir o pequeno diamante em seu pescoço.

Ele respirou fundo, tentando não chorar, de novo.

☼☼☼

– Já faz mais de um mês! - Jungkook ouviu, sentado em sua cama. – Você não poderia ter me ligado apenas uma vez?

– Sinto muito. - Jungkook disse categoricamente para Rosie, que estava na outra linha.

– Eu voltarei em brave. Mas não agora. Hm, minha irmã tem gêmeos. Eles são tão adoráveis, Jungkook. Uma menina e um menino. O menino parece um pouco doente, mas os médicos dizem que ele vai ficar bem. A menina é linda, sério, ela tem uma cabeleira farta e a risada mais linda. Eu amo cuidar de... - Jungkook estava encostado na parede, sem segurar o telefone no ouvido, que estava pendurado no fio que o pendia. Ele ouviu a voz abafada de Rósie no telefone. – Olá? Jungkook, você está aí?

Ele pegou o telefone novamente.
– Estou aqui... - ele sussurrou. – Volte quando quiser, não se apresse. Eu estou absolutamente bem. Boa noite. - ele disse finalmente, e então desligou a ligação. 

Se encostou na parede e fechou os olhos.

☼☼☼

"– Você nunca olhou para a lua e desejou estar nela? - Taehyung perguntou, um braço enrolado firmemente em volta da cintura de Jungkook, olhando para a lua alta no céu.

Você gostaria de viver na lua, Taehyungie? - Jungkook riu, sentando-se no colo do homem. Taehyung olhou para ele.

– Eu adoraria. Eu quero achar que é lindo lá em cima. Branco e puro, e que não há mais ninguém. Poderíamos ser apenas nós! - Taehyung disse, e então beijou a bochecha de Jungkook, que corou e apoiou a cabeça no ombro de Taehyung. – Mas ela ficaria com ciúmes. Sua beleza está muito além da dela.

– Oh, cale a boca, Shakespeare! - Jungkook disse, batendo no peito. Taehyung riu das palavras de Jungkook e então o beijou na boca. Jungkook o beijou de volta, passando a mão por seu cabelo dourado."

Jungkook piscou, sentindo uma lágrima rolar por sua bochecha. Tudo tinha sido tão lindo com Taehyung. Por que isso teve que acabar? Ele soluçou e foi até a porta. Eram 21h. Ele queria sair de casa para uma caminhada ou um pouco de distração.

Viu a aliança no balcão da cozinha e a ignorou. Saiu de casa com a mente atordoada. Jungkook só queria beijá-lo mais uma vez. Ele desceu a rua, vendo as luzes das lojas próximas ainda acesas. Caminhou pela calçada, seus músculos doeram, sua mente doeu, seu coração doeu.

Ele desejou que alguém pudesse lhe dar morfina para aliviar a dor, mas sentia que sua dor era demais para uma simples pílula branca consertar.

Ele dobrou uma esquina e congelou. Taehyung estava lá, olhando para uma loja. Era uma loja de coisas infantis. Ele estava olhando para carrinhos de bebê com um pequeno sorriso no rosto. Ele estava segurando um saco de papel marrom na outra mão, provavelmente um remédio para Verônica.

– Eu acho que o vermelho ficaria muito bem em sua casa... - Jungkook disse baixinho, aproximando-se dele. Taehyung virou a cabeça para olhar para ele. 

– Oh... - deixou escapar quando o viu. Taehyung se virou novamente e cantarolou. – Eu acho que sim.

– Qual você gosta? - Jungkook perguntou. Taehyung olhou para ele hesitantemente, olhando de volta para a loja. 

– A rosa com flores. - Taehyung murmurou. – Se fosse uma menina.

– Você quer uma garota? - perguntou, e Taehyung acenou com a cabeça. Jungkook olhou para ele por mais alguns segundos. – Espero que você tenha uma...

Jungkook se virou para ir embora, mas então ouviu algumas palavras que o pararam.

– Você ainda está usando o colar, Gguk.

Ficou sem movimentos. Soltou um suspiro, sentindo sua mão subir para acariciar o colar novamente.

– Eu gosto. Me faz lembrar de você... - Taehyung não respondeu a isso.

– Você estava bêbado naquele dia quando fui à sua casa... Você estava de saia.

– Eu sei. - disse Jungkook, olhando para baixo. – Eu... eu comprei há um tempo. Isso me traz uma estranha sensação de conforto. - ele continuou. Taehyung não disse nada, ele apenas continuou olhando ao redor da loja. Jungkook se virou para olhar para ele.

– Você me disse naquele dia... - Taehyung disse. – Você me disse que gostaria que Veronica ficasse doente e que eu nunca mais encontrasse ninguém. - o estômago de Jungkook se contorceu desconfortavelmente. – Sabe, Gguk, eu não pensei sobre isso. - Taehyung disse, suas palavras quietas. – Eu n-nunca penso nisso. Não penso antes de fazer esse tipo de coisa espontânea. E-Eu não penso nas consequências.

– Não diga essas coisas. - Jungkook balançou a cabeça, olhando para a calçada. 

– Eu não pensei que você iria se apaixonar por mim... Eu não pensei que você se tornaria mais do que apenas sexo. Mas você se tornou mais do que apenas... - Taehyung prendeu a respiração. – Mais do que apenas sexo. – Mas... - Taehyng continuou, e olhou para ele, com os olhos úmidos de lágrimas, brilhando ao luar. – Há algumas coisas às quais você não pode sucumbir. - Jungkook sentiu um lampejo de indignação em sua mente.

– Deixe ela, Taehyung.

– Você está sendo ridículo! - Taehyung disse, afastando-se, soluçando, a ponta do nariz vermelha, segurando as lágrimas. – Ela é minha esposa.

– Você não a ama. - Jungkook balançou a cabeça. – Um filho não vai consertar seu casamento. 

– Jungkook... - Taehyung começou. 

– Você só vai machucar a criança com isso.

– Vou machucar mais ainda deixando-o sozinho, sem pai! - Taehyung rebateu. – Além disso, Verônica está tentando mudar. Ela até faz terapia. 

– Você não a ama, Taehyung! - Jungkook disse tenso. – Por que você acha que pode sentir amor por ela de novo? V-Você nunca será feliz, nunca..!

– Eu não serei! - Taehyung retrucou, olhando para ele. – Posso nunca ser feliz, Jungkook, mas o que diabos você quer que eu faça sobre isso? Você quer que eu a deixe? Que eu vá com você? É isso que você quer? - Jungkook olhou para ele hesitante. – É ilegal, Jungkook! - Taehyung disse suavemente, se aproximando. – Não podemos, simplesmente não podemos ficar juntos. - os olhos de Jungkook se encheram de lágrimas. – Eles vão nos colocar em um hospício e na prisão. Não podemos, pelo amor de Deus, ficar juntos não. 

Jungkook se aproximou dele, olhando para baixo.
– Eu não me importo! - ele suspirou fracamente. – Eu estou apaixonado por você. Eu quero passar o resto da minha vida com você. Eu anseio por você, todas as noites! - ele disse soando tão desesperado. Taehyung sentiu sua raiva diminuir ao ouvir as palavras suaves do garoto, como seus olhos pareciam vidros quebrados, como suas palavras cortavam Taehyung como uma faca, quanto efeito Jungkook teve em Taehyung. 

– Querido... - Taehyung sussurrou, colocando sua raiva de lado. Jungkook continuou olhando para baixo, com lágrimas nos olhos. – Este mundo... não é para pessoas como você e eu. Não foi feito para amarmos uns aos outros. Não é... - Taehyung colocou a mão no queixo de Jungkook e o ergueu, vendo as lágrimas que combinavam com as suas. – Nunca fomos feitos para amar um ao outro. 

– I-Isso não é justo! - Jungkook balançou a cabeça, soando como uma criança. – E-Eu nunca amei antes! Eu simplesmente te amo. Eu não me importo com o que o mundo quer.

– Não podemos ignorá-lo! - Taehyung disse roucamente. – O mundo é cruel, cruel, tão cruel, anjinho... - Taehyung sussurrou. – Dois homens, duas mulheres, eles nunca podem se amar. Não podem.

– N-Não é justo! - Jungkook gritou, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele olhou para Taehyung. – Você tem sua esposa com quem vai ter um filho. E com o passar dos anos, você vai se esquecer de mim. Você vai ter uma casa linda e g-grande e vai ter sua filha e seu filho, vai envelhecer com uma família, com as pessoas que você ama, e o mundo não vai dizer nada.

Taehyung olhou para Jungkook fracamente. O garoto colocou a mão na de Taehyung, que estava em sua bochecha. 
– N-Não é? - Jungkook respirou fundo. – E eu não mereço alguém para amar?

– Claro que sim... - Taehyung sussurrou, inclinando-se para frente, seus próprios instintos falhando, levando-o a tocar Jungkook como sempre fazia. – Você merece mais amor do que qualquer outra pessoa no mundo. - Jungkook olhou para ele. 

– E-Eu te amo! - ele gritou. – Eu quero que você me ame também.

– Eu não posso... - Taehyung olhou em seus grandes olhos. – Você sabe que eu não posso... Somos homens. Neste mundo, temos que cuidar de nossas esposas, nossos lares, nossos filhos. - Jungkook juntou suas testas.

– Eu não quero ser um homem... - ele sussurrou. Taehyung ficou imóvel, estendendo a mão para agarrar sua cintura. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.

O céu retumbou suavemente, como se falasse inerentemente dos desejos do mundo, desobedecendo ao amor de Jungkook pelo homem mais velho. Jungkook olhou para ele.

– Beije-me uma última vez, por favor... - ele pediu, agarrando sua camisa. 

– Jungkook... - Taehyung disse, balançando a cabeça. Jungkook se inclinou e apertou os lábios, passando os dedos pelos cabelos loiros de Taehyung, que apenas ficou parado enquanto Jungkook o beijava. Felizmente, não havia ninguém mais à vista, ninguém mais ao seu redor.

– Taehyung? - ouviu uma voz. Taehyung empurrou Jungkook para longe e olhou para cima, empalidecendo ao ver Verônica. 

– O que... o que você está fazendo Verônica? Você não deveria ter saído. Eu estava trazendo o remédio, amor! - Taehyung começou. Verônica olhou para Jungkook sem acreditar. Ela não estava com raiva, ao contrário da última vez, apenas chocada.

– Eu vim te procurar, você demorou muito... - Verônica disse, e Taehyung se afastou de Jungkook para pegar a mão dela.

– Ele que me beijou. Sinto muito. Não se preocupe com isso, Verônica, nós vamos... - Taehyung disse rapidamente. Verônica virou a cabeça para olhar para Jungkook, que estava olhando para o chão, humilhado por suas próprias ações, a mão pressionada contra a boca, os ombros tremendo. 

Estava chorando. Verônica parou.
– Ele está bem?

Taehyung se virou por um segundo e então olhou para ela.
– Está bem. Vamos para casa. Ele me encontrou lá. Não fiz de propósito, não planejava vê-lo...

– Você estava chorando? - Veronica perguntou suavemente. Taehyung olhou para ela. Seus olhos estavam ligeiramente vermelhos. Taehyung riu alto.

– O que? Não, amor, acalme-se. Como foi a sessão hoje? O terapeuta foi boa? Você está pagando muito nisso, não é..?

– Ele está apaixonado por você, não está? - Verônica deixou escapar fracamente. Suas palavras chamaram a atenção de Taehyung, tanto que ele parou seus passos, sua mão caindo inerte nas costas de Verônica, seus olhos rolando. Ele olhou para frente.

– Sim. - respondeu ele. Taehyung subiu os degraus da casa, pois já haviam chego. Ele entrou e Verônica o seguiu.

– Por quanto tempo?

– Eu não sei. - Taehyung disse, tirando o casaco. Ele entrou na cozinha para tomar um copo de uísque. Verônica parou no meio da sala. 

– Quando ele te contou? - Verônica perguntou. – Foi antes de você deixá-lo? - Taehyung se serviu de um pouco de uísque em um copo e foi até ela.

– Não importa. O que importa é que eu desisti.

– Você também estava apaixonada por ele? - Verônica perguntou, seus olhos curiosos, sua postura cautelosa, imóvel. Taehyung parou por um segundo, então pegou o copo de uísque e o levou à boca. Ele tomou um gole do copo e saiu da cozinha.

– Você falou com a terapeuta, meu amor? - Taehyung perguntou, cantarolando. – Você contou a ela como me machucou? Como você me bateu? Como você me chamou de pedaço de merda inútil?

– Taehyung. - Verônica exalou com os olhos arregalados. – Você... você sabe que sinto muito por tudo que fiz. Estou tentando mudar, você sabe que eu estou! Eu nunca deveria ter te machucado, eu nunca deveria ter encostado um dedo em você, você não fez nada além de me ajudar.

– Então você não conversou com a terapeuta sobre isso, conversou? - Taehyung perguntou, mais perto. – Então ela não sabe que você costumava atormentar seu marido?

– Não, não, só tivemos uma sessão até agora! - disse Verônica, soluçando. 

– Você falava de si mesma o tempo todo? Hm?  Isso foi tudo? - Taehyung rosnou baixinho. 

– Não, Taehyung, conversamos sobre como meu pai costumava bater em minha mãe e em mim quando éramos mais jovens! - Verônica gritou, olhando para cima com os olhos marejados. – Mas tenho certeza de que mencionarei você em breve. - disse ela fracamente antes de sair da sala e subir as escadas para seu quarto.

Os ombros de Taehyung caíram, colocando a mão em seu cabelo.

Ele também estava apaixonado por Jungkook? Taehyung não tinha pensado nisso.

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