Cicatrizes - Pjm + Jjk

By Kim_NamHye

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[CONCLUÍDA] Nossas vidas podem ser comparadas com o nosso próprio corpo, mesmo com os momentos bons que vivem... More

Introdução
🎵Playlist🎵
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Bônus: O (Re)Começo
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Fim - Cicatrizes 🩹

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By Kim_NamHye

#CriaturaParruda
Boa leitura!!

📷🥊

Eu diria que o tempo passou voando, nisso veio os prós e contras.

Foi a exatamente há três meses que eu cheguei na casa da família Jeon's depois de tantos anos, meu melhor amigo estava praticamente irreconhecível mas isso foi mudando conforme o seu ciúmes o comandava, até ele que decidiu pegar o controle e, mesmo com as pequenas recaídas, ele continuou firme no caminho que decidiu tomar: Conquistar o seu filho.

Mas ele conseguiu bem mais do que isso, também ganhou o meu coração. Sabe, eu já tinha o amado e esse sentimento parece não ter morrido totalmente, eu diria que estava adormecendo até que seus poucos gestos bondosos e carinhosos foi o acedendo, a sua demonstração exterior também foi um ponto crucial para hoje eu ser muito apaixonado por ele. Eu vim com o propósito de ter o meu melhor amigo de volta mas acabei tendo um namorado, eu diria que essa foi uma bela surpresa bônus.

E estamos bem, eu amo o jeito que Jungkook tem de demonstrar os seus sentimentos, o modo como me beija e me toca também, acho lindo o amor que ele tem pela sua família, até mesmo pelo netinho, além de gostar mais ainda do seu jeitinho todo Shrek.

Mas o tão esperado dia chegou, está chegando na verdade, amanhã a minha mãe volta da Inglaterra e eu juro que estou muito feliz. Se os poucos momentos me encontraram triste foi justo pela saudades que eu sinto, mas eu não pensei na parte ruim de tudo isso.

A frequência que eu e Jungkook nos vemos irá diminuir, infelizmente não será todos os dias e eu já sinto a saudade bater antecipadamente em meu peito, gostaria de ficar com ele para sempre, assim como ficar com Jaemin. Sinceramente, tenho a total certeza que Jungkook é o amor da minha vida e que um dia iremos morar juntos e cuidar do seu pirralho, eu praticamente já o vejo como se fosse o meu filho também e se ele não me chama de pai é porque diversas vezes explicamos o motivo de não poder por enquanto.

Mas eu mal posso esperar para realizar esse sonho.

— Fod-fode, Jungkook! — bom, no momento eu só falto gritar enquanto sinto o seu pau preenchendo cada parede do meu cu enquanto eu rebolo e ele mexe o quadril para ir mais fundo, eu juro que é a sensação mais gostosa do mundo quando ele acerta bem naquele lugar, com a brutalidade que eu tanto amo.

— Eu tô quase, gato. — eu amo quando ele me chama de gato, principalmente desse jeito de perder o fôlego.

Eu e Jungkook não transamos, ou melhor, demonstramos amor em sua forma nua com frequência, nosso relacionamento não necessita tanto de sexo para se manter firme e forte mas não somos robôs, temos desejos e podemos evitar ao máximo em respeito as pessoas que moram aqui mas tem dia que simplesmente não dá, é tanto amor que é bom descarregar um pouquinho.

E hoje foi esses dias, talvez por ser o meu último dia com eles.

— Será que vem um irmãozinho para o Jae? — Jungkook diz todo brincalhão após eu deitar ao seu lado, hoje a gente acabou fazendo sem a camisinha e todo o seu esporro foi parar dentro de mim, mas logicamente está na cara que eu não irei engravidar.

— Palhacinho você, hein. — fico deitado sobre o seu peito, dando uma leve mordida em seu mamilo escuro e enrugado. — Próxima vez eu te como, queria tanto mas agora está fugindo.

— Eu juro que não é por falta de confiança, é só que eu não sei se a chuca está mesmo bem feita e tenho medo de... — ele gesticula com as mãos uma bolota enquanto seu rosto tem uma careta de nojo. — você sabe...

— Eu sei. — deixo uma risada escapar dos meus lábios. — Se quiser eu te ensino mais uma vez.

— Aceito, não vejo a hora de você me fuder. — ele não demora para responder, logo subo a minha cabeça para que fique na altura da sua e grudamos nossos lábios em um beijo calmo, apenas para aproveitar ao máximo o pouquíssimo tempo que temos. — Amanhã você vai embora... O que seria motivo de festa para o Jungkook do dia que você chegou é o motivo de tristeza, vou sentir sua falta, gato. — ele confessa enquanto faz carinho nos curtos fios em minha nuca, dá para perceber o seu olhar mortinho.

— Está tudo bem, amor. Mas podemos nos vê todo final de semana e eu iria amar vez ou outra te encontrar antes de entrar, ou quem sabe até me buscar na faculdade.

— O problema é a fama que tenho por lá mas ok, faço um esforço por você. — mais um selinho é dado, aconchego a minha cabeça em seu peito e fecho meus olhos apenas para aproveitar o momento.

Eu amo sentir o cheirinho do parrudo, é um cheiro bem agressivo que contrapõe o seu verdadeiro jeitinho, Jungkook usa a brutalidade como meio de camuflagem mas na verdade ele é delicado, merece ser cuidado e tratado da melhor forma possível e é o que estou fazendo, pelo menos assim espero.

Ele pode não falar comigo sobre sua ex mas pelo pouco que sei, sei que foi nada bom. Porém não vou ficar enchendo o seu saco, sou um jornalista bem curioso mas Jungkook não é uma matéria para mim, ele é o meu amor então vamos com calma.

— Criatura... — Jungkook me chama, de repente. Achava que esse silêncio seria o ponta pé inicial para ambos dormimos mas é, eu estava enganado. — Quero saber do que você sabe sobre o que aconteceu entre eu e Sunnie, é importante para mim.

E então o assunto que sempre quis entrar com ele pareceu abrir a porta, nunca enchi o seu saco pois queria algo chamado confiança e pelo jeito eu conquistei, ou estou conquistando. Vai depender do desenrolar dessa conversa que poderei afirmar isso.

— Ah... Que ela não te tratava bem enquanto vocês moravam juntos e é por culpa dela que você foi para cadeia logo após Jaemin nascer, há que fez algo em legitima defesa mas... Não me falaram que coisa foi essa.

Sinceramente, é só disso que eu sei mesmo. Nem se quer o que aconteceu para ele ter conseguido mandar Jungkook para o presídio eu sei, só sei que foi algo um tanto pesado já que a minha mãe não quis dizer.

Ela me via naquela época como o seu bebê mesmo eu já tendo dezenove anos, a única coisa que ela disse foi que a garota poderia até ter merecido mas Jungkook poderia ter arrumado outros meios de não levar uma facada no peito, talvez só empurrar com força porém controlado já basta.

Mas minha mãe errou em um ponto: como você ficará controlado com uma faca perto do peito?

Por isso eu acredito que Jungkook tenha batido nela, é o que tudo leva a acreditar, eu só não tenho a confirmação de ninguém e, muito menos, dele.

— Certo... — ele suspira meio pesado, sentando-se na cama e fazendo eu acompanhá-lo, fico de frente a ele quando o seu olhar não atinge o meu como quase sempre, quando ele não consegue me olhar nos olhos é porque a coisa é séria, conheço bem. — Eu... Vou te contar uma coisa e espero que não tenha medo de mim, juro pelo Jaemin que não irei fazer o mesmo contigo em nenhuma circunstância, até porque você me faz bem pra cacete.

Eu não consigo dizer nada, apenas assinto com a cabeça, ansioso para saber o que é. Jungkook é doido de achar que eu terei medo dele, sei que ele é bonzinho, é um bobo mesmo se acha que o passado irá interferir no nosso presente e futuro.

— Eu bati na Sunnie... Eu juro que nunca bati nela antes disso, mesmo com as merdas e o estresse que ela fazia eu passar todo cacete de dia, eu só fui pra cima quando deu uma crise louca nela e ela chegou a ficar com a faca no meu peito. Não estou dizendo que estou certo em ter feito isso, mas na hora eu não pensei e deixei o instinto dizer mais alto...

A confissão me trouxe uma reação surpresa inicialmente mas por conta da confiança, Jungkook realmente confia em mim! Eu conquistei isso dele e, meu deus, eu não poderia está mais feliz, ao mesmo tempo que eu estou deveras chateado.

Ele é doido se acha que vou sentir medo dele, meu deus. Nem aqui e nem no Brasil, lógico que seu ato não é de se orgulhar e isso traz ainda mais peso a sua condição, mas mesmo assim, eu sei que ele estava com medo e sozinho, não pensou bem e só fez. Acredito nele e sei que nunca relaria um dedo em mim.

Sinceramente, acredito que eu, em uma situação parecida, faria o mesmo. O medo pode nos levar a certos caminhos que acreditamos não ser capazes de chegar, mas chegamos. Fazer o que de somos todos humanos, animais racionais também tem instintos.

Por isso eu o abraço, com todo carinho no mundo enquanto sorrio por conta do orgulho e seguro as poucas lágrimas por conta de sua evidente dor.

— Sei que você nunca faria por ser malvado, amor. Não sei porque foi achar que eu ficaria com medo de você, doido. — sinto o seu sorriso quando passo o polegar em seus lábios, fazendo um leve carinho no local. — Eu sinto muito por tudo que tenha passado e sei que até hoje te persegue, isso foi a prova concreta, meu amor. Mas agora já passou, ok? O passado se tornou apenas uma pequena cicatriz.

— Você não tem mesmo medo de mim? De eu fazer o mesmo com você futuramente? — ele me pergunta, parece está querendo fixar em sua mente que está tudo bem e então eu dou essa ajuda.

— O medo que eu tenho relacionado a você é de te machucar, mas estou dando o meu melhor para que isso nunca aconteça. Você merece o mundo.

Sinto ele apertar todo o meu corpo me provocando um sorriso de orelha a orelha, realmente ele não parece conhecer muito o valor que tem até porque a mulher que ele decidiu namorar o tratou como um ninguém, mas comigo vai ser diferente, Jungkook vai descobrir que ele realmente merece o mundo mas o mundo está longe de o merecer.

— Você é o melhor namorado do mundo, Jimin. — é o que ele diz contra o meu peito, se o meu sorriso já estava grande ele conseguiu ficar ainda maior até porque é a primeira vez que Jungkook me diz algo assim.

É tão caloroso, só falto chorar quando ele confessa uma coisa dessas.

— Não, o meu namorado é o melhor sem sombra de dúvidas. — dou um beijinho em seu nariz.

Jungkook já estava se preparando para ter um dos seus surtos que anda tendo com frequência (me beijar até eu não respirar mais) quando ouvimos batidas ecoando o quarto, em seguida vem a voz aguda do Jaemin, dizendo: — Papai, tá acordado?

Imediatamente arregalamos os olhos um para o outro, eu me levanto rapidamente da cama para vestir minha cueca, bermuda e camisa enquanto Jungkook veste apenas a cueca e bermuda, gritando um "calma aí, meu amor" desesperado. Ainda bem que já era previsto que um dia isso acontecesse, então eu e Jungkook sempre mantemos a porta trancada desde que eu passei a dormir no seu quarto todas as noites.

Já arrumados é que ele vai até a porta e destranca, encontrando o seu filho abraçando o urso de pelúcia verde enquanto coça os olhinhos e abraça as pernas do seu pai, meio assustado.

— Eu tive um pesadelo. — ele confessa enquanto Jungkook fecha a porta e o pega no colo, o colocando entre nós na cama.

— Vish, sonhou com o que, pirralho? — ele pergunta carinhosamente, nisso eu começo a fazer um leve carinho na barriga do Jae enquanto Jungkook faz em seus cabelos.

Amor é o que não falta mesmo para Jaemin, ele pode até não ser o meu filho mas que eu o amo como se fosse, ah mas eu amo de mais mesmo.

E nem é só pelo fato de ser filho de Jeon Jungkook, é por conta do seu jeito doce, delicado e energético, me diz, tem como odiar Jeon Jaemin? Lógico que não dá.

— Um monte de monstro como sempre.

Jungkook me olha sem entender muito bem a utilização do "como sempre", eles começaram a se conhecer faz apenas três meses então não é tudo que Jungkook sabe sobre o seu filho, até mesmo eu não sei de várias coisas mas sobre isso eu já tive experiências.

— Jaemin sonha com monstros e sempre vai dormir com a sua mãe, mas durante alguns meses antes de eu dormir contigo, quando ele tinha pesadelo eu deitava no ladinho dele até ele dormir de volta. — e então eu explico para o meu namorado, que apenas assente levemente com a cabeça e fixa o olhar em um ponto qualquer como se estivesse fazendo um registro mental.

— Mas agora que o papai é bonzinho sempre que eu tiver pesadelo vou dormir com o papai. — percebo o sorrisinho do Jungkook encantado, ele até dá um beijinho na testa do seu pirralho que fecha os olhinhos.

— Passou da hora de fazer isso, hein. Mas bata na porta antes de entrar, como fez agora, ok? Só peço isso.

— Tá bom, papai. — ele concorda e vira o corpo de lado, abraçando o ursinho enquanto eu desligo a luz do abajur.

Jungkook ajeita a coberta sobre nossos três corpos, os carinhos em Jaemin não param e, quando eu achava que agora só faltava o boa noite para, enfim, dormimos, Jaemin diz outra coisa:

— Canta pra nós, papai? Quem nem aquele dia.

Eu percebo Jungkook arregalar os olhos já que há a luz que a lua transmite pela janela — junto com os postes —, quando o seu olhar encontra o meu ele parece engolir o seco até porque estou praticamente perguntando com o olhar "como assim?"

Jungkook cantou um dia desses? Ele cantou e não me falou, como assim? E olha que quando eu pedi uma vez ele negou falando que não canta e muito menos dança.

— Mas minha voz nem é tão bom assim, Jaemin... — e isso basta para confirmar que, realmente, Jungkook cantou um dia desses e nem me falou, vacilo.

Quando éramos mais novos a gente amava cantar quando o estresse batia, frustração ou qualquer sentimento negativo, o mundo sempre parecia ganhar uma pausa e a única coisa que reproduzia eram nossas vozes junto com o áudio da música, sempre começávamos com a música Heal the world e íamos até às mais agitadas. Quando nós víamos, já estávamos dançando e cantando que nem louco, depois o ritmo descia novamente e, nisso, ficávamos deitados no chão ou no colchão conversando sobre todos os nossos perrengues enquanto as músicas reproduziam de fundo. Era sempre tão gostoso, o sentimento de nostalgia até bate em meu peito com muito carinho.

— Você prometeu, papai. Por favor. — Jaemin pede, ainda com o biquinho em seus lábios, dá para perceber o peso em seus olhos então certamente o pouco que Jungkook cantar já será o suficiente para esse garoto desmaiar no sono profundo, acordando só amanhã.

Então novamente ele me olha, pensa um pouquinho e quando abre os lábios foi para deixar a sua bela voz em um tom bem baixinho cantando brilha estrelinha, Jaemin até pareceu satisfeito e, com isso, aconchegou ainda mais a sua cabeça sobre o travesseiro, agarrado ao urso como sempre antes de dormir.

E pode ter passado os anos mas a voz do Jungkook continua muito linda, um tanto amador mas com a polida certeira ele se daria bem na área artística, aliás, o que Jungkook não sabe fazer, não é? Se meteu até na luta e hoje está aí, sendo aclamado pelos jornalistas como o melhor lutador da faixa de 70 quilos da Coreia do Sul, e desde que ele começou a usar a marca da Gucci e entre outros aí, está concorrendo até mesmo o título de homem mais bonito do mundo em 2021 (não está relacionado ao seu talento mas é um bom ponto a ser ressaltado).

Ele não tem noção mesmo das coisas que falam sobre ele nas notícias e nem faz questão, e eu não irei ficar falando também, a fama o incomoda então melhor deixa-lo fora dessa, a ideia do Taehyung realmente deu certo e muitos apoiam o quão preservado com a vida particular ele quer ser, ninguém implora por uma selca ou fatos de sua vida, mas amam mesmo assim assisti-lo lutar, principalmente a última que ele não levou o oponente para o hospital, se tornou o seu vídeo de luta mais visualizado nas primeiras 24 horas.

Enfim, ao final da música de ninar se ouve os roncos de Jaemin com o corpinho virado pata o lado do seu pai enquanto abraça o ursinho, Jungkook dá um beijo em sua testa e me olha timidamente, mas demora muito para que eu, com muito cuidado, me aproxime dos lábios do Jungkook e deixe um selinho suave.

— Cantou muito bem, nenê. — digo baixinho, ainda acariciando o Jeon mais novo entre nós.

— Não começa com os elogios, sabe que não sei reagir.

— Você sabe que amo vê a forma como você reage, todo sem jeito. — ele revirá os olhos mas sei que não é falta de paciência, é só o seu jeitinho sem jeito de se comportar mesmo.

Quando eu digo que ele é adorável o filho da mãe não acredita, mas é e muito. Pois agora ele se aproxima de mim para da um beijo nos lábios e no nariz enquanto diz boa noite e ajeita a coberta em mim também, mais um beijo é dado na testa de seu pirralho e, enfim, dormimos todos juntos.

Minha última noite da casa dos Jeon's finalizou com essa forma perfeita, realmente é até um baque pensar que ao chegar aqui pela primeira vez eu fui expulso desse quarto e hoje eu sou convidado para dormir aqui e na ilustre presença deles. Só não dormi melhor pois Jae se mexe muito na cama, acho que até Jungkook acordou vez ou outra pois alguns resmungos eram dados quando eu estava entre o corpo adormecido e a mente acordada por culpa do incômodo.

Mas ainda sim eu digo, esse foi o melhor jeito de dormir porém o pior de acordar, depois que eu tomei meu banho e escovei os dentes, acabei por decidir deixar os dois continuarem dormindo. Jae está com as pernas sobre a barriga do Jungkook enquanto o outro está com a cabeça virada para o lado direito e braço em cima da barriga do seu filho, dou um beijinho na testa de cada um e saio do quarto cuidadosamente, encontrando a tia apoiada a pia enquanto bebe água, seu semblante parecia exibir algum incômodo mas quando eu entrei no cômodo o sorriso simplesmente nasceu, forçadamente, e essa nem é a primeira vez que acontece.

Acho que é a terceira vez só essa semana que pego a tia SunHee assim, sempre pergunto se está tudo bem mas a resposta é a mesma: "claro que sim, querido". Eu tenho que dizer para o Jungkook ficar de olho nela agora que não estarei mais aqui.

— Ah, já fiz o nosso café da manhã, Jimin. Agora só falta os dois dorminhocos — ela diz ao se virar de costa e lavar o seu copo, o deixando de lado para secar. — vi que Jaemin dormiu com vocês.

— Os pesadelos de sempre... E Jungkook cantou para ele dormir, foi a coisa mais fofa desse mundo todinho. — comento com um sorriso bobo nos lábios, eu diria que sou um namorado bem babão, tenho vontade de morder aquelas bochechas as vezes. — Está tudo bem, tia? — pergunto pois a coloração pálida está registrada em seu rosto.

— Ah, claro que sim. — ela parece forçar o seu sorriso enquanto senta a mesa, eu pensei em insistir mais uma vez mas não deu tempo, a tia pega algumas correspondências sobre a mesa e me mostra a com o nome de Jeon Jungkook assinalado. — Chegou essa carta e em seguida o advogado ligou, ele me disse que é a carta da juíza convidando para uma audiência para conversarmos sobre a guarda do Jaemin voltar para o seu pai, falta tão pouquinho.

— Meu deus... — fico feliz pois sei o significado que isso tem para o Jungkook, ele quer tanto ter a responsabilidade total do seu pirralho, acho que é o que falta para ele se sentir oficialmente pai de Jaemin, pois só assim para cuidar de todos os afazeres da criança. — Ele vai ficar tão feliz, senhor!

— Sim! Ainda bem que está tudo encaminhando bem na vida do meu filho. — sua felicidade é genuína, percebo pelo brilho de seus olhos enrugados e o jeito cuidadoso que ela segura a carta perfeitamente dobrada. — E digo isso incluindo você também, Jimin. Obrigado por fazer o meu filho e neto feliz, eu juro que não sei mesmo o que ainda seria deles se você não viesse para cá.

— Nah, certamente alguma coisa iria acontecer para Jungkook mudar e ser o pai perfeito que está sendo, não tem o que agradecer não, tia. — pego em suas mãos e aperto com carinho, juro que essa é a melhor sogra que eu poderia ter em toda a minha vida.

— Ainda bem que foi você essa coisa então, eu já estava pensando em como seria eles sem mim um dia...

— Começa com esse papo não, tia. Você irá viver muitos e muitos anos ainda com eles, certeza. — ela novamente sorri mas não parece tão sincero, é meio que forçado e, bom, o meu sorriso não consegue força quando algumas peças vão se encaixando em minha cabeça.

Ok, acho que estou entendo o que está acontecendo aqui...

Eu não quero acreditar nisso mas...

— A comida do Jeon Piu-Piu!

Jaemin passa que nem um flash pela cozinha enquanto abre o armário da pia e pega as sementes de girassol, logo atrás vem Jungkook coçando os olhos e sem camisa, certamente acordou por culpa da energia de seu filho.

— Ah, já tem aqui. — ele para assim que percebe o potinho cheio, olha para a sua vó e sorri amarelo enquanto leva as sementes de volta para o lugar. — Você já tinha colocado, né, vovó? Obrigado.

— Eu disse que estava tudo bem, Piu-Piu está comendo até de mais, começar a controlar um pouco. — Jungkook avisa enquanto se despreguiça ao esticar os braços para o alto e bocejar mais uma vez, logo sinto um beijo gostoso em minha bochecha e suas mãos rodando o meu pescoço.

Eu amo o carinho dele, não canso mesmo de dizer isso. Mas eu ainda não me esqueci da conversa que estava tendo anteriormente com a tia SunHee, não irei preocupar Jungkook com a minha conclusão precipitada, posso está certo ao mesmo tempo que enganado, vai que ela só está doente e preocupada? Já tirando conclusões por aí, o que eu irei fazer é alertá-lo, só para que qualquer coisa ele a leve ao médico imediatamente.

E então tomamos o café da manhã juntos, o meu último com a família Jeon's antes de ir embora. Graças a deus minha mãe chega logo em um sábado então não está a correria que a semana nos proporcionaria, tive tempo para passar a manhã toda arrumando as minhas malas com a ajuda do Jungkook e do Jaemin, ambos tão desanimados que dá até dó.

— Jimin hyung, eu acho que tenho uma solução. — Jaemin de repente levanta a mão ao subir na cama, seus olhos agora encontram brilho e quando ele tem a nossa atenção é que ele continua . — Jimin hyung pode morar com a gente para sempre, assim finalmente terei o meu outro papai!

Jungkook sorri miúdo mas nega com a cabeça e bagunça o cabelo liso do mais novo, enquanto diz cuidadosamente:

— Não, pirralho. Lembra da história sobre eu não está preparado ainda?

— Ah... — ele murcha mais uma vez, e então se senta na cama e volta a ajudar eu a dobrar minhas roupas, Jungkook é quem está tirando das gavetas que foram reservadas para mim durante esses meses. — Poxa, então nunca mais vou vê Jimin hyung?

Poxa digo eu, onde é que Jaemin tirou essa ideia absurda de nunca mais nos vemos, como se eu fosse aguentar ficar muito tempo longe deles.

— Claro que não acontecerá isso, Jaemin. Eu vou vim aqui sempre que der, ok? Principalmente os finais de semana. — o tranquilizo ao abraça-lo de lado, deixando um beijo na lateral de sua testa.

— E tem outra, agora que eu e Jimin namoramos certamente haverá dias que iremos para a casa dele, relaxa o cu que sempre que quisermos vamos visitar essa criatura.

— Jeon Jungkook! — eu o repreendo, puta merda, ele não larga mão dos palavrões perto da própria cria.

— O que? É verdade. — e para ele é natural, mas acho que até Jaemin sabe os motivos de eu sempre repreende-lo pois nega com a cabeça enquanto sorri miúdo e garante:

— Eu nunca vou repetir as palavras feias que o papai diz, vovó já ensinou.

Mesmo com Jaemin já tendo essa mentalidade me preocupo, Jungkook que se cuide pois se um dia esse garoto começar e não parar ele não poderá cobrar nada. Parece que na maioria de suas frases ele tem que dizer pelo menos algo assim.

— Isso mesmo, filho. Faça o que falo mas não faça o que faço, ok? Nunca esqueça dessa frase.

— Ok, papai. Acho que entendi... — Jungkook faz questão de se aproximar do seu pirralho e pega-lo no colo, praticamente o jogando para o alto com o corpo deitado, até deixa vários beijos em sua barriga e, nisso, só ouço as gargalhadas de Jae ecoar o quarto.

É simplesmente lindo vê-los assim, quem diria que completos desconhecidos hoje seriam pai e filho, o amor mais puro e genuíno de todos está finalmente despertado e eu vejo tudo de camarote, um dia eu ainda morro de amores por esses dois.

— Solta, papai! — Jaemin grita enquanto sorri e recebe ainda mais beijos, Jungkook o coloca no chão novamente e bagunça seus cabelos ao pedir:

— Vai lá no meu quarto e pega as roupas que estão dobradas em cima da minha cama para o seu Jimin hyung guardar, beleza?

— Beleza. — ainda sorridente, ele aperta a mão do seu pai como se fosse um acordo e sai correndo pela porta do quarto ao receber um tapinha na bunda.

— Eu já disse que eu não aguento você sendo o melhor pai do mundo? — eu pergunto, ao passar a mão no meu peito que realmente esquenta em admiração. — Sério, casa comigo. Você é perfeito!

— Park Jimin! — como sempre ele me repreende, pode ter um pingo de verdade no fundo mas geralmente é dito no humor, poxa. Mas acho que ele sabe pois após o desespero vem o seu incrível sorriso.

E então me vem o pequeno detalhe sobre a sua mãe em mente. Mesmo com todo esse momento gostosinbo, é algo muito importante para ser deixado de lado.

— Antes que eu esqueça, eu vi a tia passando mal essa manhã então qualquer coisa seria bom levá-la para o médico.

— Deve ser a tireóide. — Jungkook diz meio preocupado, mas sorri miúdo e assente leve com a cabeça. — Relaxa, gato. Estarei de olho nela.

Eu apenas assinto com a cabeça, só não falo sobre nossa conversa pois não tenho certeza mas o importante ele já sabe pelo menos. Jungkook é desesperado, isso é algo desde pequeno, quando eu fiz a cirurgia para retirar o apendicite aos doze anos minha mãe falou o quanto ele chorou enquanto eu não saia da sala de cirurgia, já esperando o pior. Imagina se eu encher sua cabeça com essa suposição? Ele vai ficar mal e, talvez, tudo o que desencadeou com seu filho pode desandar, um dia que for certeza eu conto pra ele isso se a tia não dizer antes.

Duas da tarde e já tínhamos almoçado, já até deixamos as malas no canto da sala já que estão todas arrumadas com tudo que eu trouxe — menos uma cueca para eu poder fingir a qualquer momento que tô indo buscar sendo que estou sem cueca mas, na verdade, é saudades desse lindo. A tia já até mostrou a carta do juíz para Jungkook que acabou por soltar um grito de alegria ao perceber que falta pouquinho para finalmente ter o seu filho inteiramente.

O que estamos fazendo agora é ficar deitado no chão da sala enquanto conversamos, tia SunHee está na cozinha fazendo uma receita que achou na internet, é um doce com um tal de brigadeiro e bolacha, sei lá como irá fazer mas estou ansioso para vê o resultado.

— Quando eu disse para a professora que teria dois papais ela sorriu um monte, e disse que um dia que tiver filho a dela terá duas mamães. É legal, não é? — Jaemin disse, ele gosta tanto de falar sobre a escola dele, até sabemos o nome de alguns amiguinhos e amiguinhas que tem por lá.

— Daora mesmo, é bom pra você vê como família pode ter várias formas e serem felizes do mesmo jeito. — Jungkook conta para o seu pirralho enquanto mexe no cabelo de cada um, é que eu estou sobre um peito de Jungkook enquanto Jasmin está no outro. — Que nem, Jimin sempre viveu feliz da vida sendo apenas ele e a mãe dele e eu foi bom enquanto tive minha mãe e meu pai.

— E eu sou muito feliz com a minha vó e o meu papai! — Jaemin diz, dá para perceber a sinceridade pelo tom de sua voz alegre. — Papai, um dia eu vou conhecer meus outros avós? Todo mundo da minha sala tem dois vovôs e vovós e eu só conheço uma.

— Ah... — Jungkook parece pensativo com o que dizer, ele não me falou nada sobre a sua relação com a família da Sunnie mas creio que a mesma nem exista.

Nesses três meses que estou aqui eu nunca vi uma ligação se quer perguntando sobre o Jae, só o pai do Jungkook quem liga quando o dinheiro que ele manda todo mês é depositado, pelo o que a tia SunHee falou agora ele vive no Japão e é casado com outra mulher, e há outra questão, ele nunca fala com Jae, só manda o dinheiro e pergunta sobre ele, é isso.

— Quem sabe um dia você conhece o meu pai que seja... A família da sua mãe eu já não sei... — Jungkook responde, enfim, acho que deve ser tão doloroso esse tipo de assunto para ele.

— Mamãe foi má, acho que eles também não gostam de mim... — Jaemin comenta cabisbaixo, sua aura parece até mudar de repente.

Eu tento não odiar as pessoas mas assim fica difícil, Sunnie não foi a única ruim nessa história toda, a família dela também não presta, ela teve quem puxar.

— Olha, eu juro que vou procurar saber disso, ok? — Jungkook garante ao perceber o quanto afetado Jae fica nessa história toda, ele realmente é o que mais sofre sendo que não fez nada, só nasceu.

Jaemin merece mesmo todo o amor desse mundo.

— Tem outra, Jae. Quem acaba perdendo é eles pois você é a criança mais legal que já conheci em toda a minha vida. — agora é eu quem falo, fazendo um leve carinho em seu cabelo.

— E quem te conhece sonha em ter um filho como você, eu mesmo não mereço um filho tão bom e educado mas faço o meu melhor por ele, merece. — Jungkook complementa serenamente, agora se sentando no chão e puxando seu filho pelos braços para que ficasse deitado sobre suas coxas, nisso eu me sentei de frente para ele com as perninhas em índio. — Te amo de mais, Jae. Lembra disso?

Ele sorri fraco mas assente, acho que se sentindo um pouquinho melhor quando se ajoelha e abraça o seu pai.

— Lembro sim, papai... Você é o melhor desse mundo! — e então confessa, eu falto chorar aqui quando percebo o clima novamente brilhar.

Jaemin não tem mãe e tem parentes que não ligam para a sua existência, mas o que realmente basta para ele é o amor e isso ele tem de sobra. Eu até consigo me identificar, nunca sonhei exatamente em ter uma mãe e pai e sim amor de alguém, e hoje eu tenho da Park Mina, se é uma coisa que nunca irei de me arrepender é ter tatuado seu nome em meu corpo, ela é a melhor mãe que eu poderia ter nesse mundo todinho. Não sou eu a luz de sua vida, é ela a luz da minha.

E então a campainha toca e meu coração só falta sair pela boca, minha mãe disse que me ligaria assim que saísse do avião mas eu duvido e muito, conheço essa mulher e certamente chegará de surpresa, a única coisa que sei é que estamos desde ontem sem nos falar já que a viagem dura em torno de quinze horas por conta das paradas, eu falto cair duro no chão quando Jungkook começa a me abanar e Jaemin vai devagar até a porta.

— Calma, criatura. Se não você cai duro no chão e vai ter encontro com sua mãe lá no hospital. — Jungkook diz e isso acaba por me provocar uma risada nervosa, mas então a porta é aberta e Jaemin rapidamente abraça o rapaz.

É nada mais e nada menos que Jung Hoseok, ele não imagina o quanto me deixou nervoso, eu até solto o ar e começo a ri pra caramba enquanto Jungkook se levanta do chão e vai até seu amigo, o cumprimentando quando aperta sua mão e bate um ombro no outro.

— Você quase me deixou viúvo, sensei. — é o que Jungkook diz o convidando para se sentar no sofá, ele volta até mim e se senta no chão enquanto Hoseok dá um "Oi" de longe para a tia que o cumprimenta com um "Oi" de volta, é o que consigo ouvir pelo menos.

— Ah sim, desculpa. — ele pede ao se sentar no sofá, Jaemin se senta ao seu lado e liga a TV como um bom anfitrião que é. — É hoje que a sua mãe chega, não é?

— Isso mesmo. — assinto levemente com a cabeça, um tanto nervoso ainda. — Ainda bem que veio, ela disse que gostaria de te conhecer assim que chegasse.

— E é por isso mesmo que eu vim, estou ansioso para ter os meus filhos comigo, eles também.

— E eu estou ansioso para brincar com os priminhos. — Jaemin é quem fala agora, todo animado. — Quer assistir alguma coisa, tio Hoseok?

— Não, obrigado, pequeno gafanhoto. Ponha o que quiser. — ele diz com um sorriso nervoso no rosto, Jaemin assente e coloca no canal de desenho que tanto ama enquanto se deita nos dois lugares vagos do sofá, com a cabeça apoiada na coxa de Hoseok.

Hoseok é um doce, viveu cada coisa mas cá está ele recomeçando tudo novamente, fiz questão de contar tudo que Jungkook me falou sobre ele para a minha mãe e ela já o considera uma pessoa incrivelmente admirável. Jungkook também me conta sobre os comentários que Namjoon faz do seu amigo e é só elogios, Hoseok é quem mais consegue vender carros e tem as melhores avaliações no quesito educação e bom atendimento, essa concessionária mal abriu mas já é uma das mais recomendadas e tudo graças a ele.

Ele é um exemplo de que nunca é tarde para recomeçar, trinta anos e está aí correndo atrás da vida perfeita para ele e seus filhos, ele e Jungkook são com certeza os melhores pais desse mundo todinho.

— Nenhuma mensagem da minha mãe até agora. — checo o meu celular mais uma vez, já faz mais de trinta minutos que Hoseok chegou e até então nada.

— Você acha que ela vai fazer surpresa? Melhor eu já colocar uma camisa só pra garantir, não é? — Jungkook pergunta ao apontar para o seu tronco nu, se é uma coisa que todos perceberam desde que ele decidiu abandonar seu quarto nos finais de semana é que ele ama andar pela casa sem camisa, literalmente só a veste quando tem visita (o que dificilmente tem) ou para sair, e sempre é uma camisa da Gucci.

— É, do jeito que a minha mãe é não duvido nada que há está próxima. — Jungkook apenas assente com a cabeça e deixa um beijo em minha bochecha, quando ele de levanta do chão um grito estrondoso vem da cozinha, o que faz todos arregalarem os olhos.

Jaemin que faz o mais corajoso (ou curioso) se levanta rapidamente do sofá, vai até a porta do cômodo e volta para o seu pai que o pega no colo por conta de seus saltos, todo animado é que ele anuncia: — Jimin hyung, sua mãe tá aí.

Aí meu deus, ela não fez isso.

E então minha mãe sai dá cozinha com várias sacolas pendurada no braço, com um sorriso largo ela cumprimenta todos enquanto a tia SunHee caminha logo atrás, toda atrapalhada por carregar mais sacolas ainda.

Minha mãe não foi pra Inglaterra a trabalho, só pode ter sido pra passear pois pensa no tanto de coisa, ela ama mesmo mimar os outros. Digo isso por pura experiência própria, se eu deixar essa mulher me engorda de tanta comida que quer me dá ou fazer experimentar.

— Aí meu deus, finalmente! — é o que eu digo quando me levanto do chão, estava morto de saudades dela, mesmo coma pela hospedagem que tive, confesso que chorei umas três vezes no banho por culpa da falta que sentia.

— Juro que essa foi a última, mamãe nunca mais vai viajar sem você, Jimin. — ela diz ao me abraçar calorosamente, ela é menor do que eu uns sete centímetros, eu diria que ela é alta de mais porém pessoas (se for para ser específico, Jeon Jungkook) dizem que eu sou é baixinho de mais. Que grosseria. — Desculpa o susto, eu e SunHee ficou toda destrambelhada entre se abraçar silenciosamente enquanto ela me ajudava com algumas sacolas. — e então seus olhos alegres circulam todos da sala, primeiro para no Hoseok. — Ah, você deve ser o novo amigo do meu filho, certo?

— Sim, Jung Hoseok, senhora. — ele diz educadamente ao se levantar e curvar.

— Não precisa dessa cerimônia toda. — ela garante, e então seus olhos voam para Jungkook e Jaemin.

Meu namorado está nervoso que só o cacete, certamente é por está sem camisa já que não quer causar má impressão para a sogrinha, me diz se não é o amor da minha vida. Como se a minha mãe fosse se importar com isso.

— E aqui estão vocês dois, esse criaturinha linda e Jeon Jungkook. Os responsáveis por roubar o coração do meu filho, né?

— Não, o coração dele está bem ali ó. — Jaemin aponta para o meu peito, com uma expressão horrorizada. Ele leva as coisas muito ao pé da letra e eu acho isso adorável, ao mesmo tempo que engraçadinho.

— É força de expressão, pirralho. — Jungkook resmunga um tanto inquieto, ele até começa a bater seu pé no chão de tão nervoso, por isso eu vou rapidamente até eles e começo a fazer um leve carinho em sua coluna, depositando um beijo sutil em seu ombro como forma de acalma-lo.

— E olha só, você falando! Na primeira vez que eu te vi ficou quietinho o tempo todo. — minha mãe diz para Jaemin, que não deixa de sorri por nenhum segundo que seja.

— Ele era tímido de mais, mas agora... Diz aí, Jungkook. — eu incentivo ao perceber o quão tenso que ele está, por isso demora alguns segundos para vim uma resposta mas ela complementa em segurança.

— Fala mais do que a boca.

— Que bom pois vou amar saber o que vai achar do presente que irei dá. — ela vai até o sofá de dois lugares que fica na lateral e se senta enquanto deixa as sacolas no chão, tia SunHee coloca as outras em cima do estofado e então informa sua volta para a cozinha, apenas para checar se os biscoitos estão bons para finalizar o doce.

E então minha mãe pega a primeira sacola e deixa de lado, garantindo que esse é o presente de sua melhor amiga, agora ela vai para duas do qual percebo está o nome de Jaemin e o entrega que agora está de volta ao sofá enquanto o seu pai foi por uma camisa, seus olhos chegam brilham de tanta felicidade e não demora para ele tirar de uma delas um conjunto de roupas da cor azul marinho, é uma bermuda com listras acinzentadas e a camisa com manchas também acinzentadas, a coisinha mais linda do mundo.

Na outra sacola ele já tira o que mais ama: doces. São chocolates estrangeiros e uma cartela de remédios onde contém as enzimas necessárias para absorver a lactose, coisa que ele é intolerante.

— Obrigado, mãe do Jimin hyung. — ele agradece verdadeiramente, só falto desmaiar aqui de tanto amor que transborda.

— Ah, pode me chamar de tia Mina enquanto não pode ser vovó, ok? — Jae assente com a cabeça e quando percebe o seu pai descer as escadas, agora vestindo uma camisa preta, é que o apressa para lhe mostrar.

— Olha, papai. Ganhei roupa, chocolate e remédio de leite!

Remédio de leite, essa é nova e ninguém resiste, Jungkook mesmo deixa o sorriso largo tomar conta de seu rosto e passa a mão carinhosamente pela franja de seu filho, olha para a minha mãe e fala: — Valeu, senhora.

— Nada de senhora, Jungkook. Me chama de tia como sempre, ok? — meio sem jeito ele assente com a cabeça, e então minha mãe pega outras três sacolas e chama Hoseok que até então estava quieto, apenas observando. — Trouxe presente para você e seus filhos, é simples mas de coração.

Hoseok parece estático de primeiro momento, ele não consegue acreditar que está sendo presenteado pela minha mãe pelo jeito, pisca até devagar.

— Muito obrigado, senhora. Não precisava. — ele diz educadamente ao se levantar do sofá e pegar as três embalagens, volta para o seu lugar e por entre ele e Jaemin.

— Para com isso de senhora, é tia Mina pra você, pelo amor. — ele sorri e assente com a cabeça, pegando primeiramente o dela que é uma linda camiseta pólo da cor preta, agora vê a de seus dois filhos e sorri minimamente ao dizer:

— Tá tão bem embalado que vou deixar eles abrirem assim que estiverem comigo, mas muito obrigado mesmo.

— Iria recomendar isso mesmo, mas pode ter certeza que darei presente de boas vindas também. — minha mãe garante mas Hoseok nega.

— Não precisa, senhora. De verdade.

— Nem tente negar, Hoseok. Minha mãe é mais teimosa que o Jungkook quando mete algo na cabeça. — o aviso de antemão e logo noto o olhar indignado para mim, ele ficou puto por eu chamá-lo de teimoso, nada de diferente.

— Continua me elogiando desse jeito, ela vai muito me querer como seu genro. — Jungkook diz ironicamente, praticamente resmungando como um velho ranzinza mas logo a ficha dele começa a cair e ele fecha os olhos, percebo a coloração de suas bochechas mudarem e ele começa a massagear sua própria nuca.

Minha mãe apenas o observa em silêncio, mas por causa de algum pingo de coragem é que ele diz: — Eu juro que não sou ruim, senhora. Pelo amor, deixa eu namorar o seu filho numa boa?

E agora a minha mãe cai numa risada escandalosa, incrédula é que ela nega com a cabeça e pega uma das poucas sacolas que ainda resta e ergue para o parrudo.

— Eu sei que você é bom, Jimin disse que seu jeito grosseiro engana qualquer um que não te conhece direito mas ele já me deixou informado de tudo qualquer coisa, sei o quão bem o faz e Jimin parece ter mais brilho do que antes por está com você. E olha que ele sempre foi iluminado.

Jungkook parece engolir o seco e então se aproximar apenas para pegar o presente, a caixa estava com um embrulho preto e é aos pouquinhos que ele vai rasgando a embalagem e dando de cara com a caixa que envolve o objeto ali dentro.

É um estetoscópio.

— Mas... — ele olha com os olhos arregalados para a minha mãe, que sorri parcialmente.

— Você sempre sonhou em ser veterinário, pensa que não lembro do filhinho que você e o Jimin tiveram. E agora que tem um pássaro que Jimin por acaso falou que você cuida como se fosse seu neto é que eu te dou isso, vai que um dia precise.

— Pelo jeito o meu namorado te conta tudo, não é? — Jungkook pergunta com um sorriso sincero ao me olhar, dá para perceber que ele quer me beijar tanto quanto eu quero o beijar, mas no momento não podemos por culpa dessa multidão de pessoas na sala.

— Só o básico, ele não se aguenta. — agora ela olha para mim, e animadamente aponta para as três sacolas restantes. — Isso tudinho aqui é para você, meu amor. Aniversário, saudades e mais saudades ainda. — ela aponta para cada sacola ao cita-las, o que faz eu revirar os olhos por conta de seu terrível exagero mas agradecer de todo coração como sempre, essa mulher não tem controle mesmo.

Eu nem abro meus presentes, pelo o que vi no vão de cada sacola são roupas então deixarei tudo para experimentar em casa mesmo. Enfim, tia SunHee vem até nós finalmente, com vários cubinhos de chocolate com a bolacha triturada no meio, parece estarem meio pegajoso mas pelo menos não parece está ruim, aliás é chocolate.

— Aqui, palha italiana, receita que peguei na internet. — ela diz toda orgulhosa ao nos mostrar o resultado. — E eu já experimentei na cozinha, não é porque eu fiz mas está bom de mais mesmo.

— Tudo que a senhora faz é bom, mãe. Eu hein. — meu namorado fala enquanto abraça a caixa fechada do estetoscópio.

— Papai tem razão, vovó. — Jaemin concorda alegremente. — A senhora fez sem lactuse?

— Lógico que sim, meu amor.

— Ah, mas hoje vou comer com leite também. Agora tenho remédio pra leite que a mamãe do Jimin hyung mim deu. — ele avisa ao levantar a caixinha de remédio para sua vó. — Vou guardar meu chocolate. — ele avisa antes de sair da sala, mas logo retorna para a porta da cozinha e pergunta para o seu pai: — Papai, eu posso dá chocolate pro Piu-Piu?

— Não, é praticamente um veneno para ele. — rapidamente Jaemin assente com e cabeça, com ele só basta falar uma vez e então ele volta para a cozinha.

Mesmo a minha mãe cansada dessa viagem exaustiva ela ficou aqui durante praticamente a tarde toda, deu o presente da tia SunHee, ela sabe da paixão que a amiga tem para cozinha então lhe deu vários utensílios, até bico de confeiteiro para fazer doces. Comemos as palhas e estavam uma delícia mesmo, talvez a tia deve ter errado no ponto pois estava grudando muito no dente e não macia como ela mesma citou mas tudo bem, eu amei.

Minha mãe também conversou de mais com Hoseok sobre seus filhos, como ela ganhou férias de uma semana vai dá para eles se organizarem de ir para o orfanato resolver sobre a adoção, ela disse que é um processo demorado, levou dois meses para eu enfim ser seu filho e mais sete meses para a assistente social não brotar mais em casa para vê como estão as coisas, porém é com paciência que se vive em paz.

Mas, bom... Chegou a hora.

Era seis da tarde quando minha mãe decidiu que enfim iria descansar em casa, eu, Jaemin e Jungkook que estávamos brincando no chão com o carrinho de controle remoto olhamos um para o outro entristecidos, um suspiro longo é dado por minha pessoa e então:

— Mora com a gente, Jimin hyung. Por favor. — Jaemin pede, estávamos na pequena varanda de sua casa, minha mãe, a tia e Hoseok estavam próximos na calçada conversando mais um pouco, dá para perceber que a sua voz é de choro. Acho que se ele não o faz é justo por não ser disso.

— Jaemin... — Jungkook o chama, entristecido também, ele pega seu filho no colo e continua serenamente: — Lembra, futuramente quem sabe.

O mais novo assentiu mesmo que desgostando, ergueu seus bracinhos até mim e então eu o peguei no colo, o abraçando com muito carinho.

— Obrigado, Jimin hyung. — ele me agradece, talvez eu saiba o motivo mas não quero acreditar. Quer dizer, sério que ele é esperto o suficiente para ter noção que ouve um leve empurrãozinho de minha parte para o Jungkook mudar?

E então eu o coloco no chão cuidadosamente, deixo um beijo em sua testa e ele, por fim, corre até a minha mãe para dizer tchau a ela também, permitindo que eu e Jungkook ficasse-mos a sós por um momento.

— Sabia que esse dia iria chegar mas... — ele olha para o chão, cabisbaixo termina o que tem a falando enquanto passa a mão no peito e faz uma leve careta de dor. — É, tá doendo um pouco.

Eu deixo um sorriso triste no rosto brotar, me aproximo devagar de seu imenso corpo e então o abraço com todo carinho do mundo.

— Também tá doendo mas não será para sempre, daremos o nosso jeitinho para sempre nos vemos. — ele assente levemente com a cabeça e então nos aproximamos dos lábios do outro, ele segura carinhosamente a minha nunca enquanto massagea delicadamente meus lábios com a sua língua. — A gente combina de você colar em casa amanhã, ok? Agora estamos em outro apartamento, te passo o endereço.

— Pode deixar, eu e Jae estaremos lá. — ele põe uma mecha do meu cabelo comprido atrás da orelha, a última vez que eu o cortei foi antes de vim aqui então está bem grande ao ponto de eu fazer um rabinho de cavalo. — Obrigado por ter se metido na minha vida.

Eu não consigo evitar o sorriso automático que brota em meus lábios, eu me aproximo mais uma vez de sua boca e deixo um beijo vasto e gostoso antes de abraça-lo pelo pescoço e enterrar a minha cabeça em seu pescoço, aí deus, será que é possível eu está apaixonado por ele desde a adolescência? Porque sério, eu só não estou apaixonado como também o amo, eu amo muito Jeon Jungkook.

— Vamos, Rapunzel. Amanhã você joga seu cabelo para ele subir a sacada do prédio, o tamanho desse seu ninho já é o suficiente. — minha mãe faz questão de gritar, eu deixo uma risada sincera escapar, eu estava mesmo morrendo de saudades desse humor bobo dela.

— Tô indo. — grito de volta, admirando os olhos do meu namorado é que eu dou o último beijo em sua boca e bochecha. — Tchau, amor.

— Vai lá, criatura. — ele faz um carinho em minha bochecha, percebo a sua respiração mudar um pouquinho, ela fica mais densa e é por isso que eu espero mais um pouco, porém nada é dito e tudo o que ele faz é me abraçar mais uma vez e sussurrar. — Você é o melhor namorado do mundo, eu sou feliz por ser apaixonado por você.

Ele só falta me matar do coração, puta que pariu.

Eu mais uma vez abraço ele fortemente, mais um beijo é dado em sua boquinha gostosa é mais um grito é dado, fazendo eu revirar os olhos e enfim ir até a minha mãe, a mala já estava guardada então o que eu faço é me despedir da tia SunHee com um abraço e agradecer por tudo, para o Hoseok eu me despeço com mais um abraço e Jaemin um beijinho na testa.

Enfim adentramos o carro, minha mãe dá a partida e acena para todos que estão na varanda nos observando, eu aceno de volta e isso nos dá o fim dessa pequena saga que tive na casa dos Jeon's, não acredito que esses três meses voaram tão rápido quanto os acontecimentos que mudou tanto a minha vida quanto a de Jungkook e Jaemin, falto chorar de felicidade e saudades, faz nem dois minutos e já estou a sentindo e é por isso que eu mando mensagem.

|Adivinha onde eu tô?|>

<|Já chegou em casa, olk|

|Na sua|>

<|Na minha?? Que papo é esse|

|Na sua|>

<|Como assim, criatura? Tá endoidando??|

|TO DIZENDO QUE TÔ NA SUA, NAO NA SUA CASA|>

|Não sabe flertar?|>

<|Eu sou burro pra essas coisas krai|

<|Foi mal!!|

|Hmm... Essa eu deixo passar|>

<|Ok, obgdo pela compreensão. Saiba que já sinto sua falta pra cacete e que eu acordo todo dia pensando "é, sou um cara de sorte por ter esse homem cmg"|

Meu sorriso é inevitável ao ponto de eu soltar suspiros estéticos para não gritar, minha mãe até olha para mim como se eu tivesse endoidado mas eu decido é responder o meu namorado antes de lhe dá total atenção.

|O sortudo aki é eu, sou feliz com vc e me sinto melhor ainda ao saber que é recíproco. Eu gosto tanto de vc...|>

<|Eu tbm...|

— Tô vendo que vou ter que lidar com isso todo dia, não é? — minha mãe pergunta mas sem qualquer tipo de incômodo, dá para vê que ela está realmente feliz por mim enquanto intercala o seu olhar entre eu e a pista. — Você vai me contar tudo direitinho, mocinho? O plano era ser amigos e agora são namorados. Ainda não me caiu a ficha mesmo vendo os vários beijinhos antes de sairmos.

— Já te contei tudo, mãe, você sabe. — digo ao colocar o celular no bolso após responde-lo com uma figurinha animada de vários corações explodindo.

— Mas pessoalmente é diferente e eu quero detalhes. — pontuou, já sabendo que a viagem será um pouquinho longa já que moro há dois bairros de distância é que eu me tendo e conto a história tudo de novo.

Logicamente retiro alguns detalhes que ela não necessita saber como o incidente da professora e as vezes que transamos mas ela conseguiu entender como o nosso romance foi desenrolando, seu sorriso e admiração pelo homem que me apaixonei parecer crescer e então ela conclui.

— Ele sempre foi um bom menino, sabia que tinha amor naquele parrudo e olha que SunHee já estava perdendo as esperanças.

— Deve ter sido doloroso para ela... Filho ter passado por um relacionamento abusivo, parar na cadeia e depois mudar radicalmente já que estava com medo e angustiado... Não a julgo, pois como a senhora disse ela estava próximo desse ponto mas nunca se entregou, sempre acreditou que o seu filho voltaria e cuidaria do Jaemin. — a cada palavra eu admiro mais a tia SunHee, a conclusão pode até ser minha mas dize-la em voz alta parece fazer ainda mais sentindo. — Você tem que vê o quanto os dois são uma fofura juntos, parecem irmãos mas ao mesmo tempo há aquele respeito entre pai e filho, sabe? — mudo de assunto bruscamente, sorrindo que nem bobo como se fizesse dias que não os vejo.

— Os chama amanhã mesmo para almoçarmos juntos, a SunHee também. Ela nem teve chance de conhecer nosso apartamento novo.

— Já chamei, precisou nem pedir. Agora só falta confirmar mesmo. — dou uma risada fraca, minha mãe é demais então já imaginava que chamariam mesmo. — Confesso que estou triste de ter ido embora mas eu estava morto de saudades da senhora, não via a hora de te vê.

Ela passa a mão no peito e me olha com carinho, ainda intercalando o seu olhar entre eu e a estrada, ela ergue a sua mão agora pata que eu a segurasse e é o que eu faço, assim, ela dá um beijo nas costas da minha mão.

— Eu também sentia, meu amor. — ela solta a minha mão e põe as duas no volante para fazer a pequena curva. — Como eu conversei com você, essa foi minha última viagem. Agora o meu trabalho é inteiramente aqui no país, se eu precisar sair daqui de novo eu te levo junto.

— Espero que não precise... Desculpa mas se é uma coisa que não gostei muito dessa vida de burguês é viajar para lá e para cá. — sou sincero, é que eu realmente não gostei muito de quando nos mudamos para Inglaterra, não foi a pior coisa do mundo mas, sabe, eu gosto bastante das minhas origens, falar inglês diariamente foi a pior coisa de todas, fugiu do que eu realmente sou.

— E vai que até lá você esteja morando com o Jungkook, não é? Do jeito que as coisas estão. — ela sugere e pisca o olho para mim, que reviro os olhos e nego com a cabeça a ideia. — Qual é, Jimin? Vocês estão a coisinha mais fofinha de todas juntos, quero vê isso para sempre se não esmurro a cara dos dois!

— Quando ele estiver preparado a gente pode falar numa boa sobre isso, por enquanto quero ir no tempo dele e isso inclue até mesmo pensar sobre um dia morarmos juntos... Você sabe o que ele passou com a ex, eu sei que ele ainda tem medo.

— É... Tem razão. — e então chegamos no portão principal do condomínio cheio de prédios, quando chegamos no interfone a minha mãe falta rasgar o rosto de tão feliz ao vê o nosso velho amigo. — Fala aí, José. Quanto tempo!

José, eu sei, é um nome beeeem diferente, mas é que ele é um senhor de sessenta anos que tem a descendência brasileira, ele nasceu aqui mas a sua família inteira é de lá, por isso o nome.

Ah, senhora Park, que bom ouvi-la depois de tanto tempo. — ele diz com a sua voz arranhadinha e simpático, eu acho adorável para ser bem sincero.

— Eu estou aqui também, senhor. Como vai? — decido perguntar ao falar mais alto para que o interfone capite a minha voz com clareza.

Oi, Jimin. Estou bem graças a Deus!

— Quando sair passa lá em casa para comermos, ok? Faço aquele cafezinho com o gostinho brasileiro para o senhor. — minha mãe o convida, ela ama vim aqui as vezes ficar a tarde toda conversando com o senhor enquanto ele apenas observa o movimento, ele é realmente um doce de pessoa.

Pode deixar que eu irei sim, obrigado pelo convite. Abrir aqui para vocês. — e então ele abre o portão e temos o acesso para o pequeno morro do qual descemos, ao chegar no fim é que a minha mãe virá a esquerda e desce para o estacionamento subterrâneo exclusivo apenas para moradores, saímos do carro e vamos direto ao elevador carregando todas as nossas malas e sacolas.

Moramos em um prédio de dez andares no andar nove, próximo a cobertura mesmo, é um apartamento simples e elegante eu diria, que ao entrarmos eu mato a saudade eu ir direto para o sofá e me jogar nele já que logo a frente temos a varanda com grades de vidro.

Minha mãe não tem muito tempo para fazer serviços de casa então temos uma empregada, já que ficamos três meses longe foram três meses de "férias", o combinado na verdade foi toda segunda-feira e quinta-feira ela vim aqui para faxinar o apartamento, se não quando voltássemos estaria um pó que sujeira que só por deus, além do cheiro de mofo.

— Levanta essa bunda aí, mocinho. — minha mãe grita na hora, fazendo eu arregalar os olhos e me sentar direitinho no sofá que tanto gosto de ficar deitado para admirar a vista do pôr-do-sol na cidade de Busan, não se compara o da montanha mas não posso ir lá sempre. — Pode ir guardando suas coisas para abrir seus presentes e guardar todo o resto.

— Aff, ok, senhora Park. Mas para ser justo guarde suas coisas também, põe a senhora Lee para fazer isso não. — aponto para as três malas atrás dela, ela até revirá os olhos mas concorda com a cabeça.

— Hoje não, tenho que tomar banho e dormir isso sim, amanhã guardo. — ela disse, visivelmente cansada.

Eu assinto levemente com a cabeça e dou a volta no sofá para ir até ela, a abraçando fortemente já que o meu coração está cheio de vestígios da saudade, eu cheguei até chorar no início, só de lembrar que demoraria muito para vê-la novamente.

— Eu te amo de mais, mãe. Sabia? — eu pergunto em meio ao afeto que meu corpo carrega, ela sorri meio boba e me dá um beijo carinhoso na testa ao se levantar na pontinha dos pés.

— Também te amo de mais, meu pequeno. — ela sempre insiste nisso, que sou o pequeno dela e posso até não gostar mas não falando assim comigo na frente dos outros está tudo certo. — Vai lá, vai. Já já tomaremos café com o José.

— Depois que não dormir a noite não saberá o porquê, né? — eu giro sobre meus próprios pés e pego minhas malas, indo rapidamente para o meu quarto que tanto sentia falta.

Sinceramente, só a decoração que me faz falta junto com o meu PC gamer do qual gastava horas jogando lol (hoje em dia é horas usando para fazer trabalhos da faculdade e estágio), eu decorei o meu quarto com estrelas de neon pelo teto escuro, a parede onde se encontra o meu PC e guarda-roupa está da cor branca, a paralela a ela onde se encontra a minha cama está azul-acinzentado e o da janela e paralela branca, há dois pôsteres dos campeões do lol e outro do Imagine Dragons colado, já que são minhas minhas coisinhas preferidas desse mundo todinho mas já já dividirá espaço com a foto do Jungkook e do Jaemin, a primeira foto que eu tirei deles quando nos conhecemos.

Fiz faculdade de fotografia justo para ser capaz de tirar foto das minhas próprias publicações, até então elas estão sendo mais usadas no meu diário pessoal mas é questão de tempo, estou no meu último ano, falta tão pouco que quero surtar de tão feliz.

Mas é isso, só a decoração que sinto falta. Pois eu gostava de dormir tanto com o Jae quanto Jungkook, eu e Jimin sempre jogávamos duas partidas antes de dormir e conversávamos um pouquinho sobre o que ele quisesse, já com o Jungkook tinha nossas conversas que nos tornava mais próximos e a intimidade de nossos corpos, eu amo demonstrar tudo o que eu sinto através do corpo e sei que ele também gosta de ser amado, ele ainda não sabe mas eu o amo, muito. E espero que eu realmente seja o amor de sua vida como um dia ele insinuou pois acredito que ele seja o meu.

Após eu arrumar minhas coisas e comer um pouquinho na companhia da minha mãe e do José é que tenho tempo para pegar no meu celular, já são oito da noite e eu estou tão cansado e olha que não fiz nada, imagina a minha mãe como deve está.

E ao abrir o meu celular é que eu vejo inúmeras mensagens do pai babão Jeon Jungkook.

<|Quando vc saiu passou um cara vendendo pipa e eu comprei para o Jaemin, vey, ele ficou praticamente até agora, empinando ela na rua e meu coração falta sofrer uma parada cardíaca. Ele gosta de brincar na rua!! Vou comprar uma bike pra ele e ensinar, certeza que ele vai amar|

E a hora que ele mandou é praticamente a mesma que eu entrei, fico até surpreso por praticamente estarmos ocupados no mesmo momento.

|MANDE VÍDEO, SEI QUE GRAVOU!!|>

<|Pior que não sou desses mais gravei msm, fds. filho é meu então não tem essa de direito autoral|

|Eu não aguento você todo pai babão, mdso. Que fofooooo 😭💕|>

E então ele manda o vídeo e quando eu abro falto chorar de saudades ao lembrar que estamos longe um do outro, dois bairros é muita coisa.

Corre contra o vento, pirralho. — ouço a voz rouca do Jungkook gritar enquanto a câmera aponta em direção ao seu filho que está segurando a linha. Ele correu rápido mas não voou, acabo até percebendo um pisar impaciente vindo dele. — Calma aí, vou te ajudar.

E então o vídeo é corta e vem outro momento, que é o sorriso do Jaemin para o seu pai que segurava o celular e então apontou para cima onde está a pipa, o céu já escuro faz parte do cenário da pipa com a cor vermelho e um desenho que não consigo identificar muito bem.

Papai, tá muito alto. — ouço a voz aguda do Jae, aquele moleque fofo do cacete.

E então a câmera volta para o Jaemin que começa a correr de um lado para o outro e quando a pipa continua no céu, só ouço agora são as risadas do Jungkook enquanto para a filmagem.

Eu não aguento essa fofura toda, senhor.

|Eu só posso ser cardíaco pois o meu coração acaba de parar de tanto amor, mdso|>

<|Eu sei, fofo pra kct msm, brincou tanto que já caiu no sono aqui no meu lado, hj ele dorme comigo|

|Dá um beijinho na testa dele por mim, ok?|>

<|Pode deixar, gato. Dei dois por nós dois|

Eu não resisto ao sorriso que brotou em meus lábios, como ele consegue ser fofo fazendo tão pouco? Tá aí um dos mistérios da vida.

<|Como tá aí?? Bem?|

|Sim, comemos com o senhor da portaria e agora cada um foi para o seu quarto, só vou escrever um pouquinho e dormir também|>

|Já estou ansioso para vê-los amanhã, quem vê pensa que faz anos, não é?|>

<|Não dá pra eu discordar mas é, estamos só há duas horas sem nos vê, poh|

<|Mas eu tbm estou ansioso, quero te vê logo amanhã|

Segundo sorriso, eu quero beijar tanto esse homem. Ninguém tem nem ideia do tamanho dessa vontade.

|Ok, para tornamos isso possível bora dormir, deve está mó cansado depois de brincar tanto com seu filho, né?|>

<|Pior que tô pra cacete, pqp, esse pirralho não para|

<|Enfim, até amanhã, gato! Não esquece que vc é o melhor namorado do mundo!|

Eu só posso ser cardíaco pois meu coração esquentou e por pouco não parou, ele que é o melhor namorado desse mundo.

|Eu vou morrer com esse amor todo, tô falando e não reclamando|>

|Até mais, anjo!|>

<|❤️|

Eu sorrio bobo e deixo meu celular ao lado no criado-mudo, meu notebook que estava sobre minhas pernas é ligado e nisso começo a fazer meus registro como foi o dia de hoje.

É que tipo, eu tenho o famoso diário desde criança, ninguém sabe sobre a existência dele e nem mesmo o Jungkook já que lá havia registros sobre como eu o amava, hoje ele evoluiu e agora está em meu notebook como formas de notícias, todo dia eu faço uma charge ou reportagem sobre a minha vida ee divirto muito nisso para ser sincero, é um ótimo exercícios diário, faço todo dia.

E hoje foi difícil para começar, houve seus momentos bons e ruins como a chegada da minha mãe e o tchau para a família onde fiquei esses últimos três meses, então decido começar o meu registro com o título:

IMPRESSIONANTE: VULCÃO SAUDADE AMEAÇA A VILA PARK JIMIN NO MESMO DIA QUE RAINHA PARK MINA VOLTA AO TRONO DEPOIS DE UM LONGO TEMPO AFASTADA

Continua...

Oi meus amores, como vcs estão??

Gostaram desse capítulo? Ponto de vista do nosso bebê, Jimin. Esse não é o último capítulo com ele narrando hein, só pra deixar claro.

Mas sei que esse capítulo deixou muitas pontas sobre o futuro da história, ela está muito tranquila, não é? Mesmo com todas as mudanças do JK, será que ele consegue lidar com emoções mais fortes??

Ah, e sobre esse diário do Jimin, ele parece meio bobo mas juro, é importante!! Mas lá pros últimos capítulos vcs saberão o pq hehe.

Enfim, se cuidem hein!! Comem MT e bebam bastante água! Prometo me cuidar tbm hehe

Amo vcs DMS, bjus e até o próximo capítulo 😘❤️❤️

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