[ P.O.V JOHN ]
Algum tempo se passou até que a audiência se retomasse novamente, guiando Hanna que agora estava mais calma, voltei para a sala e levei a mesma até seu assento. Não demorou muito para o juiz entrar na sala e se sentar diante de todos.
— Bom, Sr.Martini tem algo a mais para finalizar seu testemunho? - O juiz pergunta.
— Não sei se irá servir de tanta ajudar, mas tenho algo que irá confortar o coração da Sr.Hanna, mostrando o carinho que David sentia por ela. - O repórter diz.
— Prossiga. - O juiz assentiu.
— Perguntei a David Bennett qual reação ele achava que Hanna teria caso ele a pedisse em casamento e também o que ele diria, e essa foi sua resposta. - Pega um papel.
—Entrevista David Bennett
"Eu diria que ela é a mulher mais bonita e genuína que já conheci em toda minha vida, prometeria que a amaria pelo resto de meus dias e que nunca desejaria outra mulher, porque é isso que ela deseja, ela é assim, ela quer se amada, se sentir amada. Ela riria de mim, não por estar zombando de minha pessoa, mas por achar que eu estava brincando. Ela provavelmente diria não, ela não admitiria o verdadeiro motivo, mas é verdade é que ela já possuí um homem em seu coração e não é capaz de subir ao altar com outro que não seja ele. E se um dia esse dia chegasse, eu estadia em seu casamento, torcendo para que ele a fizesse feliz."
Com atenção eu permanecia calado ouvindo as palavras de David, suas palavras me fizeram pensar. Enquanto estávamos caminhando sobre caminhos distintos, longe um do outro, eu ouvia sobre como Hanna estava cada vez mais crescendo e ganhando reconhecimento. Eu sabia que ela agora estava em um novo mundo e que agora a joia rara que apenas a cidade de Birmingham conhecia, estava pelo mundo a fora chamando a atenção de todos.
Eu passava minhas noite pensando em todas as pessoas que ela estava conhecendo e sentia um estranho frio na barriga em pensar na possibilidade dela se apaixonar por um estranho, alguém mais rico, mais educado, melhor que eu. Sentia vontade de morrer só de imaginar ela se casando com outro e construindo uma família, me deixando em seu passado.
As respostas de David Bennett só comprovaram que por diversas vezes eu corri o risco de a perder, ele não foi o único que teve seu coração roubado por ela, não foi o primeiro também. É mesmo com tantos olhares, tantos amores, ela preferiu voltar para mim, mais uma vez. Sou tirado de meus pensamentos pelo som do choro de Hanna que estava um pouco a frente de onde eu estava. A mesma possuía as mãos no rosto e chorava sem parar, David parecia ter sido muito importante para ela, ela difícil Hanna ter amigos homens, mas quando ela tinha era porque confiava muito neles.
Eu só queria sair dali e ir a abraçar, mas eu seria impossível, os policiais não me deixariam passar e eu preferia não causar confusão em um momento tão importante.
— Ta tudo bem? Não está sendo difícil ouvir tudo isso? - Polly pergunta, colocando sua mão por cima da minha.
— Ta tudo bem, eu não o julgo. Aquela mulher ali é incrível, é impossível não se apaixonar. - Falei olhando para Hanna com ternura, me sentindo torturado ao ouvir seu choro de longe.
— Depoimento encerrado, obrigado por sua colaboração Sr.Martini. - O juiz diz. - Sr.Hanna, podemos continuar?
— Sim excelência... - Hanna diz limpando o rosto.
— Sr.Jones a palavra é sua. - Bate seu martelo.
— Voltando ao questionamento que eu fiz e a réu nunca responde com clareza. - Se levanta. - Aonde você estava naquela noite Sr.Hanna???
— Eu estava no The Empire. - Hanna responde soluçando.
— E depois que saiu de seu estabelecimento, pra onde você foi? - Chega perto da mesa de Hanna.
— Eu estava indo pra casa, mas houve um imprevisto e eu tive que ajudar alguém. - Responde com mais firmeza.
— Sempre coma mesma desculpa, mas não há sequer uma pessoa que possa provar o que você diz! - Bate na mesa afim de assusta-la.
— Eu estou falando a verdade! - Hanna fala alto tentando não demonstrar estar frágil.
— E quem pode provar isso? - Aproxima seu rosto dela e a mesma se encolhe para trás.
Com os punhos cerrados eu quase me levanto, mas sou contido por Tommy que segura meu braço e me puxa para baixo novamente. Eu sentia a raiva tomar conta de mim ao ver aquele homem a intimidando e ela estava nitidamente frágil após tantas descobertas e acusações, sem contar com os últimos aconteci. Hanna estava muito machucada e seu psicológico estava completamente fudido, a inveja fez com que as pessoas acabassem com ela.
E por isso eu precisava ficar ao seu lado, cuidar dela sempre que ela tivesse uma crise, até ela se reerguer totalmente, o que ainda não tinha tido tempo suficiente para fazer. Levo um susto assim que ouço uma voz alta vindo do fundo da sala.
— EU POSSO PROVAR! - Izzy diz entrando.
Todos se viram para trás e ficam de boca aberta ao verem ela, inclusive eu que já tinha perdido a esperança da mesma tomar a decisão certa.
— E quem seria a senhora? - O juiz pergunta.
— Izzy Changretta, e eu sou a testemunha viva de que Hanna não matou David Bennett! - Se aproxima.
— Excelência o senhor não pode permitir que mais uma "testemunha" surpresa invada o julgamento assim! - Detetive Jones tenta intervir.
— Silêncio! - o juiz bate seu martelo. - Palavra consentida a Izzy Changretta.
Izzy então se aproxima mais até ficar no centro da sala, enquanto caminhava ela olhava para mim e sorri levemente como se dissesse "você tinha razão" e eu suspirava aliviado. De longe vi ela e Hanna se olharem fixamente, Hanna estava com os olhos vermelhos por tanto chorar, mas mesmo assim ainda havia um brilho em seu olhar que encarava Izzy, ela estava esperançosa.
— Eu havia acabado de me divorciar de um homem que por puro capricho eu pensei que poderia o obrigar a ficar comigo. - Ela iniciou. - Como qualquer ser humano frustado eu afundei as lágrimas na bebida, em um pub que eu encontrei por acaso. - Suspirou como se estivesse tomando coragem. - Eu estava saindo do pub quando fui abordada por dois homens que queriam fazer sabe se lá o que comigo. Se Hanna não tivesse chegado a tempo só Deus sabe o que seria de mim naquela noite.
— Então a senhora afirma que você foi o imprevisto que a Sr.Hanna Cooper teve no caminho para casa? - O juiz dá continuidade.
— Sim! Ignorando todas as nossas diferenças, ela me colocou em seu carro e me levou para casa. - Ela assente.
— Essa mulher está mentindo! Nitidamente foi comprada por eles! - Jones acusa brutalmente.
— Eu não teria motivos para mentir ou ajudar Hanna a se safar! Podem perguntar para qualquer um, eu e Hanna nunca tivemos uma boa relação. - Izzy se defende com firmeza. - Se eu estou aqui hoje é por gratidão pelo o que ela fez, e por ser a verdade excelência.
— Pode provar que ela realmente a levou até em casa Sr.Changretta? - Jones a desafia.
— Entrem! - Izzy grita.
Logo a porta é aberta e eu reconheço na jora os rostos de alguns dos empregados de Izzy.
— Esses são alguns dos empregados que estavam em casa naquela noite, eles podem confirmar o que digo. - Ela diz.
— Vocês confirmam que Hanna Cooper realmente esteve na casa dos Changretta naquela noite? - O juiz pergunta.
— Sim, inclusive ela passou um tempo considerável falando tanto coma senhora Izzy, quanto com seu pai que estava grato pelo que ela fez. - Uma das empregadas diz.
[...]
O julgamento se deu continuidade mais uma hora e meia, eram acusações para todo lados, depoimentos de outro e parecíamos estar em um labirinto sem fim. Foi anunciado então que a sentença seria dada, ansiosos todos se levantaram diante do juiz.
— Após um longo julgamento e com a ajuda do juri. Venho informar a todos que a réu Hanna Cooper foi declarado... - Faz suspense.
Todos estavam de mãos dadas esperando pela última palavra dada pelo juiz, eu estava prestes a morrer com coração de tanto ansiedade. Pela primeira vez na vida eu estava pedindo repetidas vezes aos céus que me ajudassem.
— Inocente de todas as acusações!!! - Bate o martelo.
A gritaria em forma de comemoração foi automática, causando um grande incômodo as pessoas que queriam colocar Hanna atrás das grandes por um crime que ela não comentou.
— A VERDADE SEMPRE APARECE PORRA!!! - Arthur grita em forma de comemoração e provocação.
Enquanto todos se abraçavam e comemoravam, com cuidado e rapidez passei por eles até chegar em Hanna. A mesma saiu de onde estava e correu até mim de forma eufórica, corremos em direção um ao outro e assim que chegamos perto ela pulou em meu colo.
Com ela ela em meus braços, girei repetidas vezes enquanto nos beijávamos de forma intensa, diferente do beijo que demos quando chegamos aqui, esse transmitia felicidade de saber que nada iria nos separar, a não ser nós mesmos. A coloquei então no chão e ela me abraçou fortemente, e eu fiz o mesmo passando meus braços por sua cintura e a apertando como se nunca mais fosse a soltar. Com um sorriso genuíno ela me encarou enquanto descia suas mãos até meu peitoral, e eu seguro seu rosto com uma de minhas mãos.
— Eu disse que não ia deixar levarem você de mim, não disse? - Falo olhando para ela.
— Nós conseguimos John...Nós conseguimos! - Ela disse eufórica, agarrando meu sobretudo. - Agora mais pode nos separar.
— Nada! - Agarro sua cintura e a puxa para mim, a beijando.
Logo os outros se aproximaram e Hanna recebeu diversos abraços, o primeiro deles foi de Ethan, aonde Hanna quase pulou em cima do mesmo, causando risos. Eu estava admirando a comemoração e o carinho dado a Hanna, quando vejo Izzy no canto da sala provavelmente prestes a ir embora. Sem pensar muito passo pela multidão e me aproximo da mesma, assim que me viu, vi seus olhos brilharem e ela ficar nervosa.
— Achei que não fosse aparecer. - Falei sorrindo.
— Você tinha razão, eu estava sendo egoísta e imatura demais, Hanna não merecia todo a culpa que eu estava colocando em cima dela. - Ela suspirou, com um leve sorriso no rosto.
— O que fizeram com a Izzy? Quem é você? Tem algo de errado aqui! Isso é possível?! - Brinquei arqueando a sobrancelha.
— Acho que a minha hora de amadurecer chegou um pouco mais tarde que o normal. - Ela riu.
— Você está indo bem. - Encosto em seu ombro e ela encara minha mão.
— Eu pensei muito antes de chegar até aqui, até chegar a conclusão de que você nunca foi meu John, e eu quero um amor que seja pra mim, apenas meu. - Ela diz com tranquilidade. - Eu vi como vocês dois correram um para o outro e abraçaram, e eu também espero sentir isso um dia, me desculpe por tentar acabar com isso. - Diz olhando para Hanna, que estava distraído rindo em meio a multidão.
— Você irá encontrar um homem que te amará como você quer e como você merece Izzy, alguém que todos os dias será grato por ter você. - Sorrio para ela e digo com certeza.
— É, talvez sim. Estou indo para a França amanhã, começar em um lugar novo, tentar me encontrar. - Ela comenta. - Quem sabe daqui a alguns anos nós nos esbarramos novamente John Shelby. - Riu.
— Você irá se dar bem, eu sei disso. - Assenti.
Ela então se despediu com um toque em meu ombro e começou a caminhar em direção a porta, a observei chegar até lá e quando pensei que ela iria ir, ela se virou e me olhou com os olhos cheios de lágrimas. Eu nunca a amei, mas nunca achei que Izzy era uma má pessoa, ela era apenas imatura demais para saber o que era amar, assim como eu.
— Seja feliz John Shelby! - Acenou para mim com lágrimas nos olhos.
— Seja feliz Izzy Changretta! - Acenei para ela sorrindo.
Ela então se virou e saiu pela porta, foi como se um fardo saísse de cima de minhas costas, como se uma história mal resolvida havia finalmente tido um desfecho. Ali por aquela porta um ciclo de minha vida se encerrou, e se um dia eu e Izzy voltássemos a nos esbarrar, seríamos pessoas completamente diferentes e talvez ríssemos do passado. Eu estava torcendo para que ela encontrasse a felicidade, e estava feliz por ela finalmente entender que só viver por amor não vale a pena.
Me viro novamente para a multidão de pessoas comemorando e começo a me aproximar novamente, até ser abordado por Joe Martini, o jornalista que ajudou no julgamento.
— Senhor deve ser John Shelby, estou certo? - Ele disse.
— Eu mesmo, porque? - Digo endireitando a postura.
— Eu acho que eu deveria entregar isso para você, por pura curiosidade perguntei para o David o que ele diria para o homem que alegou ser o único dono do coração de Hanna. - Ele explicou. - E ele respondeu isso. - Me entregou um papel.
Peguei o papel com um pouco de receio e encarei o mesmo, sem dizer nada agradeci com uma reverência com a cabeça e ele fez o mesmo, logo se retirando. Rapidamente me afastei novamente da multidão, indo de encontro a uma janela e me encostando perto dela. Abri então o papel e comecei a ler...
—Entrevista David Bennett
Por toda minha vida eu sempre tive tudo que quis, todos os carros, todas as mulheres, todas as melhores bebidas e eventos, nunca cheguei a ter inveja de ninguém. Mas pela primeira vez eu sinto inveja de alguém, inveja de você, o homem que conseguiu se manter no coração dessa mulher. Por algum motivo você foi agraciado com tamanha sorte, aonde quer que ela ande leva consigo vários corações, mas apenas um interessa a ela, o seu, como eu queria ter essa sorte. Se um dia chegar a fazê-la subir ao altar, prometa a ela que a fará feliz, que nunca a fará chorar e que jamais desejará outra mulher. É só isso que ela deseja, ser única, ser amada, então por favor cumpra o que prometer.
Suspirei fundo levantando meu olhar até a janela e encarando a rua, era como se eu pudesse ver o ouvir David falando isso diretamente para mim. Era estranho ver que Hanna realmente foi amada por outra pessoa, e que se o destino quisesse poderia acabar se casando com David um dia e me esquecendo. Mas não importa quantos corações ela roube, nenhum homem a amará como eu, e eu nunca mais a deixaria escapar.
[ P.O.V HANNA ]
Eu estava sentindo uma felicidade enorme, algo tão grande eu não saberia explicar. E por incrível que pareça era como se meu medo da solidão nunca existisse, ver como todos comemoraram com a decisão do juiz, como me abraçavam e beijavam, me confortava.
— Vem aqui sua garota teimosa! - Tommy me puxa para um abraço.
— Bom, parece que você ainda vai ter que me aguentar por muito tempo ainda. - O provoquei rindo.
— Se um dia eu tiver uma filha e ela for tão difícil como você, eu juro que a coloco em um colégio de freiras. - Ele ri bagunçando meu cabelo.
— Tommy! - Brigo com o mesmo enquanto arrumo meu cabelo.
— Hanna! - Finn corre até mim.
— Finn! - Abraço o garoto, que já estava maior que eu.
— Eu sabia que esses idiotas não iam conseguir te prender! - Ele disse com euforia.
— Ninguém consegue me prender, nem o John conseguiu me colocar no eixo, imagine eles! - Brinquei olhando para John e todos riram, inclusive John que ficou sem graça.
— Hanna, Hanna. - Ele disse me matando com o olhar.
— Brincadeira, você me amarrou de um jeito que ninguém nunca conseguiria. - Falei de forma manhosa, lhe dando um beijo.
— Não vou deixar me seduzir por você, sem chance... - Tenta parar o beijo.
— Não se faz se difícil... - Olho em seus olhos sorrindo de forma travesso.
— Não me olha assim. - Desvia o olhar com um sorriso de canto.
— Shelby... - Sussurro levando minha mão até sua nuca.
— Não me chama assim... - Fecha o olho segurando o riso.
— Shelby... - O puxo para mim.
— Me rendo, você ganhou! - Segura minha cintura e agora retribui meu beijo.
— Pessoal anúncio importante aqui! - Me viro animada, falando alto.
— O que foi Hanna? - Arthur pergunta interessado.
— COMEMO HOJE NO THE EMPIRE, TUDO POR CONTA DA CASA!!! - Abro os braços animada e todos comemoraram.
— Agora sim falou como uma Peaky Blinder! - Tommy diz apontando para mim.
— Se quiser pode levar a Linda Arthur. - Falo rindo.
— Eu e ela não estamos mais juntos Hanna, estamos nos divorciando. - Arthur tosse envergonhado.
— Não acredito! - Coloco a mão na boca. - Força Arthur, essa noite você não vai lembrar
nem o nome dela, eu prometo! - O abraço de lado.
— Vou confiar em você! - Ele ri.
— Ethan pode levar aquele seu amigo que mexe com jogos! - Aponto para Ethan animada.
— Deixa comigo! - Ele assente, colocando o cigarro na boca.
— Hoje eu vou fazer o Ethan perder dinheiro nas cartas! - John diz passando o braço em volta do pescoço de Ethan.
— Isso foi um desafio? - Ethan sorri de forma travessa.
— Sim! - John sorri da mesma forma e eles dão um aperto de mãos.
— Estou tão feliz que tudo tenha se resolvido. - Polly me abraça.
— E mais uma vez eu balançando teria aguentado se não fosse por vocês. - A abraço de forma aconchegante.
Ficamos por mais uns minutos ali a hora de ir embora chegar, todos saíram para o lado de fora e animados para que anoitecesse rápido entraram em seus carros. John iria cuidar de uns assuntos de negócios com Arthur e Tommy e então eu vou para o carro sozinha. Ligo o carro e então avisto Tommy se aproximar e se apoiar na janela.
— Agora que esse assunto da acusação já está resolvido, precisamos resolver aquele outro assunto. - Sussurra discretamente.
— Agora que a polícia vai sair da minha cola eu posso cuidar disso. Como as coisas estão? - Falo baixo, me aproximando da janela.
— Os desgraçados estão em seu próprio inferno, estão sofrendo como nunca imaginaram, pagando por cada dor que causaram em você. - Explicou.
— Amanhã daremos um fim nisso, chega de prolongar a morte deles. - Digo olhando para o mesmo.
— É assim que se fala! - Sorri e se afasta da janela.
— Até mais tarde! - Falo alto e ele acena de costas.
Coloco o cinto e então começo a dirigir em direção ao The Empire, eu ficaria lá trabalhando com Emma até anoitecer e depois iríamos para casa nos trocar.
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