Só por uma noite

Bởi Autora_Hayka

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Hot🔥 Leonardo sempre sentiu algo muito forte por Beatriz, ele a desejava, mas ela nunca percebeu as intençõe... Xem Thêm

Epígrafe
Cast - personagens
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Epílogo
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Bởi Autora_Hayka

Ela é mo gata, e tem uma cara que não vale nada...

LEONARDO 🚬

Olhei para os lados vendo que tinham muitas pessoas ao nosso redor. Alguns me olhavam como se eu fosse um monstro, outros não tiravam os olhos do garoto ensanguentado que estava jogado no chão. Tinha um grupinho tirando fotos e rindo como se isso fosse uma espécie de espetáculo.

E a Beatriz, ela não parece tão bêbada e não tirou os olhos de mim desde que eu falei que ela era minha garota. Eu posso jurar que os seus olhos verdes estão brilhando, como se fossem duas esmeraldas.

—Vocês dois são patéticos — Daniele apontou o dedo para nós — A sua garota dá para toda a escola, vai brigar com o marcos por causa disso?

Beatriz apertou meu braço com força, Daniele estava gritando muito alto e eu sei que a Bea odeia que gritem com ela.

Descobri isso da pior maneira, quando sem querer eu acabei gritando com ela.

—Leo — Ela chamou baixinho — Me tira daqui, por favor.

Comecei a puxar ela em direção a saída mas Heitor e Pedro vieram correndo na nossa direção e ela parou. Por que eles não cuidaram dela?

—Amiga, o que aconteceu? — Heitor tocou o rosto dela com carinho — Eu estava me preparando para sentar no boy, ouvi uma gritaria e vim correndo para ver, amo um barraco.

Esses dois podiam ter ficado de olho na Beatriz, eles não são obrigados, mas são amigos dela, dar uma olhada as vezes não vai fazer com que eles aproveitem menos a festa.

—Cara, você sempre tem que arrumar uma confusão não é mesmo? — Salete apontou para mim — O cara está arrebentado no chão, eu acho melhor você ir antes que ele resolva chamar a polícia e dê problema para mim.

Segurei o pulso da bea e continuei andando com ela em direção a saída dessa festa maldita. Olhei para trás e vi que o Pedro e Heitor estavam nos seguindo.

Bando de fofoqueiro.

—Você bateu nele? — Pedro perguntou entre risos — Não acredito que você bateu nele, porra.

Olhei para Beatriz que estava pensativa com o dedo na ponta do nariz. Doidona ela.

—Acredita que ele socou a cara do marcos várias vezes? — Beatriz perguntou animada — Eu tentei separar só porque fiquei com medo que batessem no leo, mas no fundo eu gostei de ver o marcos levando uns bons socos.

E eu aqui achando que ela ia me xingar por ter batido no cara.

—Eu também gosto de apanhar viu leo, mas com um pouco mais de carinho — Heitor sorri para mim.

Olha só que criatura safada.

—Deixa de ser talarico Heitor, tá cansado de saber que a Beatriz já colocou a coleira no cara — Pedro diz entre risos.

Olho para Beatriz que está com o olhar distante ainda apertando a ponta do nariz. Ela sempre faz isso quando está pensativa.

Não que eu fique reparando nela, longe de mim fazer esse tipo de coisa.

—Calma leo, meu pé está doendo — Ela Fungou.

Me virei para ela e vi que a mesma estava chorando, mas que porra em.

—Qual foi? — encarei ela — tá chorando por que em maluca?

Pedro e Heitor estavam comprando cachorro quente. É, vou ter que lidar sozinho com uma bêbada chorona.

—Meu pé está doendo e eu estou com dor para todo lado do meu corpo, acho que vou morrer leo — disse entre soluços — Meu pé está doendo muito, eu acho que vou morrer, me ajuda.

Eu não acredito que isso está acontecendo. Por que ela tem que ser uma bêbada tão emotiva? Bom, melhor do que uma bêbada agressiva.

Agressiva...sinto falta da Beatriz de meses atrás, aquela que queria me bater por qualquer coisa e sempre estava sorrindo lendo algum livro. Sinto falta da Beatriz que franzia as sobrancelhas e mordia o lábio inferior para não discutir com o professor quando ele dizia algo que ela não cordava.

Ele tirou o brilho dela, agora ela só gargalha quando bebe. Seus sorrisos são forçados e ela já não lê mais os seus livros de romance, talvez porque deixou de acreditar em um final feliz.

—Vem cá — abri os braços.

Ela sorriu com os dedos cobrindo a boca e veio na minha direção tropeçando nos próprios pés.

Peguei ela pelas coxas e a mesma entrelaçou as pernas na minha cintura. Sua cabeça foi apoiada e eu soltei um longo suspiro quando senti seus lábios rasparem na pele do meu pescoço.

Coloquei ela sentada no banco do passageiro e dei a volta entrando no carro. Em poucos segundos aquela festa dos infernos foi deixada para trás.

Olhei no relógio vendo que era quase duas da tarde, essa festa na piscina deve estar rolando desde as oito da manhã, não é possível a quantidade de gente bêbada a uma da tarde. Beatriz é outra que exagerou na bebida, outra vez.

—Por que eles não entendem? — Ouço Beatriz murmurar.

—O que?

—Por que eles não entendem a palavra 'Não'? É tão difícil assim respeitar uma mulher? — ela suspira massageando as têmporas — Já é a segunda vez que ele faz isso, fora as outras vezes que ele surtou porque eu não quis sair com ele.

Um ódio sufocante me sobe a cabeça, um ódio imenso por ele, aquele escroto de merda. Aqueles poucos socos, ele merecia muito mais, nojentos como ele merecem muito mais do que aquilo.

—Quem levou você nessa festa?

—Pedro e Heitor.

Eu não tenho nada contra os dois, mas já que eles levaram ela, por que não podem simplesmente ver se ela tá bem de tempos em tempos? Eles deixam a garota sozinha e somem.

—Não acho uma boa ideia você continuar saindo com eles para essas festas — ela me olha e faz que sim com a cabeça — O marcos poderia ter feito alguma coisa, todo mundo estava caindo de bêbado, não iriam perceber o que estava acontecendo.

Meu estômago se revira só de pensar nisso, nele a tocando a força, machucando ela...não, ele não vai mais chegar perto dela. Eu não vou deixar.

—Eu deveria ter aprendido a lição na primeira vez que bebi, na primeira vez que algo assim aconteceu.

Tiro meus olhos da estrada para olhá-la, seu olhar é vazio. Ela não parece estar se referindo ao filho da puta do marcos.

—Quer me contar alguma coisa?

Ela me olha com aqueles olhos verdes lindos, um pegueno e leve sorriso se forma nos seus lábios e ela faz que sim com a cabeça, logo voltando sua atenção para estrada.

—Eu tinha quatorze anos, era tudo muito novo e diferente para mim. Aquela idade onde você quer ser grande e acaba agindo por impulso ser nem mesmo saber o que está fazendo — Aperto o volante com força, com medo de ouvir o que vem a seguir — Eu bebi muito naquele dia, coca-cola com uísque.

Não entra na minha cabeça que uma criança de quatorze anos bebe, eu nunca vou aceitar isso.

—Estou ouvindo — falo quando ela fica muito tempo em silêncio.

—Tinha muitas pessoas na festa, mais velhas do que eu e até da mesma idade — ela continua — Um cara se aproximou me chamando para o quarto e eu concordei, acontece que eu estava bêbada demais e não tinha consciência dos meus atos. Me lembro que ele me deitou na cama e veio por cima, eu tentava tirar ele mas tudo estava tão confuso. Eu não tinha forças o suficiente e mesmo bêbada demais, o pânico de ser estuprada se fez presente me deixando desesperada.

Beatriz suspirava e apertava os dedos entre as mãos. Eu não quero ouvir isso, não quero pensar que ela foi estuprada, não quero e não posso aceitar isso.

—Por sorte a dona da casa entrou no quarto que por sinal era dela, sua primeira reação foi xingar nos dois, mas ela parou quando viu o meu estado e me ajudou. — Ela diz por fim.

O ar escapa da minha boca, ar que eu nem sabia que estava prendendo. A sensação de alívio toma conta de mim, eu não sei o que ia fazer se ela me dissesse que foi estuprada. Eu não ia poder consolar ela, não existe consolo para isso.

—Você não sabe como estou aliviado em saber que ele não te tocou — Ela sorri para mim e eu sinto meu peito inflar.

—O cara que tentou abusar de mim morreu uma semana depois da festa, estuprou uma menina em uma favela, que por ironia, era irmã de um traficante. O fim dele foi...nossa, eles cortaram o órgão genital dele com ele ainda vivo e começaram a cortar outras partes do corpo, então colocaram fogo.

—Puta que pariu! — exclamo chocado — Mereceu o fim que teve. É isso o que essas coisas merecem, coisas que não são dignas de serem chamadas de homens, muito menos de seres humanos.

—Concordo — Ela diz baixinho.

Olho para ela que está se ajeitando no banco com os olhos fechados.

Ótimo, estou com uma garota bêbada e sonolenta no meu carro. Para onde eu levo ela agora?

(...)

Já são quatro da tarde, tirei Beatriz do carro e entrei com ela na minha casa, ela não acordou em momento algum e desde então está dormindo na minha cama.

—Bea — Toquei o ombro dela de leve — Acorda, Bea.

Ela murmura um palavrão baixinho e se sente com a cara feia, entrego para ela um copo com água e um comprido e ela me dá um leve sorriso.

—Estamos sozinhos? — Ela pergunta.

—Estamos, safada.

—O que? — ela me encara chocada — Não, não estou insinuando que deviamos aproveitar a casa vazia para transar — Começo a rir e ela faz cara feia — Idiota, eu só não quero ter que me encontrar com o seu pai, você já me disse coisas demais sobre ele.

—É, bom mesmo. Nunca vou deixar ele te ver, Lorenzo não vai destilar em você todo o veneno que ele carrega.

—Por que não gosta do seu pai? Você sempre me conta sobre as brigas, mas nunca diz o motivo.

Me afasto um pouco dela encarando meus pés, isso é um assunto que eu não gosto que toquem. Mas ela não sabe disso.

—Eu...

—Tudo bem se você não quiser falar — ela sorri compreensiva — Não é obrigado a me contar, mas se um dia se sentir confortável, eu vou adorar saber um pouco mais sobre você.

Saber um pouco mais sobre mim. Só agora eu me dou conta de que ela não sabe nada sobre mim e eu sei tanto sobre ela.

Ela confiou em mim tantas vezes, talvez seja a hora de confiar em alguém também.

—Eu quero contar — me assusto com a rapidez que as palavras saem da minha boca — Eu quero falar.

—Não quero que se sinta pressionado.

—Não me sinto, eu só acho que já guardei coisas para mim tempo demais...e...Bom, eu confio em você.

Beatriz me olhou um pouco espantada, acho que também ficaria se alguém dissesse isso para mim.

Sem aviso ela pula no meu colo e agarra meu pescoço enterrando o rosto na minha pele.

Talvez ainda esteja bêbada.

—Obrigada por confiar em mim — ela diz entre um sorriso lindo.

Decido começar a contar tudo para ela, quanto antes eu começar, mais rápido vou terminar.

—Está bem — ela afasta um pouco o rosto e me encara — Meu pai nunca foi o tipo amoroso, ele sempre exigiu demais de mim, muito mais do que eu podia e era capaz de oferecer. Eu não podia brincar com as crianças na rua, ele dizia que eu tinha que estudar. Não podia ter brinquedos, ele falava que essas coisas eram somente para crianças desocupadas. Eu não tive infância Bea, e isso doi muito. Sempre sinto um aperto no peito quando vejo uma criança Brincando, eu não tive nada do tipo porque meu pai não deixou.

Seus olhinhos piscam algumas vezes e ela coloca a mão no meu rosto fazendo carinho.

—Minha mãe era o contrário — Sorrio ao me lembrar dela — Minha mãe era, nossa, ela era simplesmente incrível. Sempre me incentivava a seguir meus sonhos e sempre ia contra as regras do meu pai, e isso sempre gerava uma briga entre eles. A palavra dele sempre era a final, mas ela sempre dava um jeito de quebrar. Minha mãe comprou um carrinho para mim uma vez, puta merda, foi a coisa mais incrível que eu já ganhei em toda a minha vida. Ele era verde, uma peguena caminhonete verde. Ela só não fez mais por mim, porque tinha medo dele.

—Por que ela tinha medo dele?

—Ela não queria continuar casada com ele, mas ele era tão obcecado por ela que disse que se ela fosse embora, ele ia fazer de tudo para me tirar dela. Minha mãe ficou apavorada, ele tinha dinheiro, ele tinha mais poder. Já ela, bom, ela era uma simples balconista de um pegueno bar da cidade.

—Balconista?

—Sim, foi assim que eles se conheceram, ele se apaixonou por ela e ela por ele, na verdade ela se apaixonou por alguém que ela inventou. Me lembro de ouvir ela dizer em uma das discussões "Você mentiu para mim, disse que trabalhava em uma cafeteira mas era filho de um dos homens mais ricos da cidade". Mas já era tarde para ela, eu já estava sendo gerado e ela estava mais do que apaixonada por aquele babaca.

—Porque ele mentiu? — Ela me encara confusa — não entendo.

—Ele se interessou por ela de cara, minha mãe era muito bonita. Os olhos azuis meio acinzentados, alguns sardas se destacavam na sua pele branca, os cabelos loiros, e um corpo perfeito, as vezes eu me perguntava se realmente era filho dela. Bom, ele se interessou por ela de cara, mas não disse quem era porque ficou com medo que ela desse o golpe. Então mentiu.

—E no meio dessa mentira ele se apaixonou.

—Não — discordo da sua observação — Ele nunca a amou, ele era obcecado por ela, é diferente. Ele já tinha seus trinta anos, minha mãe tinha apenas vinte e caiu feito um patinho no papo dele. O Desgraçado logo a engravidou de propósito, na cabeça dele, ela não iria o deixar se engravidasse.

Beatriz arregala os olhos e o medo me invade, medo que ela pense que sou igual Lorenzo.

—Como sabe de tudo isso? Ela te contou?

—Minha mãe sempre escreveu em um diário, depois que ela foi embora, eu encontrei e li o mesmo.

—Embora? Sua mãe foi embora?

—Na verdade não — agarro seus cabelos e enrolo nos meus dedos — Ela está em uma clínica de reabilitação, minha mãe tinha problemas com drogas mas deixou tudo depois que descobriu a gravidez. Ela deixou por mim, mas voltou depois de tudo que o meu pai fez. Eu não julgo ela, só tinha nove anos, eu não era capaz de ajudar. aquela merda foi como uma válvula de escape para ela.

—Posso fazer mais uma pergunta? — Sua voz sai baixa, ela está com vergonha.

—Claro.

—O que mais o seu pai fez?

—Ele não deixava que ela fosse embora, mas trazia mulheres aqui em casa. Era horrível, ela corria comigo para sala e tapava meus ouvidos enquanto mulheres gritavam no andar de cima.  Eles trepavam no quarto e na cama que minha mãe dormia.

Minha garganta seca e eu fecho os olhos com força segurando as lagrimas, não posso chorar, não vou mais chorar por ele.

As lembranças de quando eu era criança me invadem, eu ficava desesperado vendo minha mãe chorando e achava que ele estava machucando as mulheres.

Beatriz percebe que estou me segurando e enterra o rosto no meu pescoço e me abraça com força, a abraço de volta.

O abraço dela me traz uma sensação gostosa. Aquela sensação de voltar para casa depois de vários dias longe.

—Eu sinto muito — ela Sussurra — Se eu pudesse, tirava a sua dor e colocava em mim.

A aperto ainda mais contra mim.

—A quanto tempo você não a vê?

—A minha mãe? — Ela murmura um 'sim' — quatro anos.

—Posso fazer só mais uma pergunta? — Ela me encara e eu sorrio em concordância — A Letícia tem algo mais a ver com tudo isso? O tal do casamento arranjado.

—Não, é somente sobre negócios e nada mais. Eu não vou me casar com ela — Minto.

Isso ela não pode saber, eu não posso dizer a verdade.

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