RELUTANTE

By trouxapeloharry

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Harry é abandonado no dia do seu casamento, e para sua surpresa, seu noivo está tendo um caso. O que ele não... More

livro físico - RELUTANTE
ebook de relutante 🖤
trailer
prólogo
capítulo um.
capítulo dois.
capítulo três.
capítulo quatro.
capítulo cinco.
capítulo seis.
capítulo sete.
capítulo oito.
capítulo nove
capítulo onze.
capítulo doze.
capítulo treze.
capítulo quatoze.
capítulo quinze
capítulo dezesseis.
capítulo dezessete
capítulo dezoito
capítulo dezenove
capítulo vinte
capítulo vinte e um
capítulo vinte e dois
capítulo vinte e três.
capítulo vinte e quatro
capítulo vinte e cinco.
capítulo vinte e seis
capítulo vinte e sete
capítulo vinte e oito.
capítulo vinte e nove
capítulo trinta
capítulo trinta e um
capítulo trinta e dois
capítulo trinta e três
capítulo trinta e quatro
epílogo
curiosidades & agradecimentos

capítulo dez.

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By trouxapeloharry

ㅡ Como você está se sentindo hoje, Harry? ㅡ Dr. Antony me pergunta e eu paro para pensar.

Os últimos dias têm sido bons. Tirei a tipóia e consigo movimentar meu ombro sem sentir muita dor. Troquei o número do meu celular, e joguei o antigo chip fora. Não tenho pensado em Aron com tanta frequência. Tenho aprendido a ficar sozinho, com a minha própria solidão, por mais que às vezes ela me machuque. Eu e Louis interagimos somente o necessário. Não tenho tanta vontade de chorar como eu tinha.

Acho que estou melhorando..

ㅡ Estou melhor. ㅡ Respondo firme.

Dr. Antony levanta os olhos do caderno e me olha com um sorriso terno nos lábios.

ㅡ Você nunca disse a palavra melhor em uma consulta nossa. ㅡ Ele diz. ㅡ Você sempre dizia "estou indo" ou "estou ok", mas, nunca utilizou melhor para definir. Acredito que temos um avanço, estamos em em progresso, Harry.

ㅡPode ser que sim. ㅡ Sorrio de volta.

ㅡ Aconteceu mais alguma coisa depois do que conversamos na última consulta?

ㅡ Não. Nada de relevante que eu me lembre.

ㅡ E como estão as coisas no trabalho? Com Louis?

Dr. Antony sabe de Louis, afinal, ele foi mencionado várias e várias vezes durante as minhas sessões de terapia. Nas primeiras vezes, por ser amante de Aron. Depois, por ser o meu chefe. Agora, por simplesmente ser um pé no saco.

ㅡ Está normal. ㅡ Respondo. ㅡ  A gente se evita o quanto pode.

ㅡ E você tem se sentido seguro lá? Tem sentido alguma espécie de ansiedade? Medo? Pânico? ㅡ Ele ajeita os óculos enquanto me analisa.

ㅡ Não. Eu gosto de trabalhar naquele departamento. Inclusive, tenho feito amizades. Zayn é um doce de pessoa, e agora, tenho me aproximado também de Dean, mais conhecido pelo o último nome, Feyden. Ele também é um doce.

ㅡ E alguns dos dois te causa algum tipo de sentimento? Que extrapola a amizade?

Paro para pensar. Ambos são lindos.
Zayn é uma beleza mais exótica. Feyden em contrapartida, é comum, mas não deixa de ser bonito.

ㅡ Acredito eu que não.

ㅡ Certo. ㅡ Ele cruza as pernas e se inclina um pouco. ㅡ Chegará um momento, Harry, que você vai voltar a gostar de alguém. As barreiras que você está construindo em seu coração vão começar a tremer. É natural que você repele qualquer tipo de sentimento desse tipo, você sofreu uma grande decepção. Mas, acredite em mim quando eu digo que haverão pessoas pelas quais vale a pena derrubar as muralhas que demoramos tempo demais construindo. Quando isso acontecer, não se impeça de viver. Todos aqueles que entram em nossa vida, irão nos decepcionar de uma forma ou de outra, é o curso dos sentimentos. Somos diferentes, pensamos diferentes, temos sonhos diferentes. A diferença é que alguns vão saber reparar os danos, e outros não. Um coração partido ainda pode bater forte por um outro alguém.

Apesar de absorver as palavras que ele acabou de me dizer, eu ainda tenho uma certa relutância. Não acredito que eu consiga me envolver com mais ninguém. Talvez seja um trauma passageiro, mas só de pensar em me entregar, já me bate uma ansiedade. Posso até ficar com outros caras, mas me apegar, não penso tão cedo.

ㅡ Certo. ㅡ Respondo.

ㅡ Você tem escrito os seus pensamentos no caderno que Gemma te deu? ㅡ Ele pergunta, e eu penso em mentir, mas acabo sendo sincero.

ㅡ Tenho esquecido. ㅡ Digo envergonhado.

ㅡ Tente não esquecer, Harry. É uma boa maneira de você exteriorizar sentimentos que talvez você não tenha coragem de dizer em voz alta. ㅡ Ele diz me entregando um bloco de notas novo e eu assinto. ㅡ Vou diminuir as nossas sessões. Não vejo mais a necessidade de duas sessões por semana. Passaremos a nos ver apenas uma vez na semana. O outro dia, que era para você estar aqui, use para fazer algo que você goste. Assista um filme que você gosta, caminhe pelo parque, jogue algum jogo, tanto faz, mas faça algo que você goste.

Assinto mais uma vez, e por um instante fico feliz. Se ele está me dispensando um dia, é sinal que eu deva estar realmente melhorando.

*

Chego mais tarde na delegacia, por causa da consulta, e vejo uma van branca parada na porta, com alguns policiais que não conheço. Louis está entre eles, então passo direto e vou para a minha sala.

Ao sentar na minha cadeira, abro o bloco de notas que Dr. Antony me deu. Penso no que posso começar a escrever, mas apenas uma coisa vem à minha mente. Pego uma caneta e escrevo:

Eu odeio o Louis.

Solto um riso baixo, e fecho o bloco de notas, começando a ligar o computador. Quando estou na metade de um relatório, ouço a voz de Louis no corredor. Ele está alterado, e por um instante paro para ouvir a conversa.

ㅡ Você é um filho da puta. Lucra através do sofrimento dos animais. Infelizmente a lei é falha, e eu não posso te enfiar atrás das grades porque você é réu primário. ㅡ Ele vocifera. ㅡ Mas, juro por Deus, que se eu ver você vendendo qualquer animal na internet, ou em criadores clandestinos, eu vou até o inferno pra te achar, e faço questão de que todos na prisão saibam o que você faz.

Inclino a cabeça para olhar com quem ele está falando, mas é um homem aleatório que eu não conheço. Paro para reparar e Louis está segurando... um gatinho no colo? Sério?

Quando o homem é dispensado, não me contenho em levantar e ir até Louis para ver se estou ou não alucinando. Mas, não estou. Ele realmente tem um gatinho no colo. Me aproximo e ele me nota.

ㅡ Isso é um gatinho? ㅡ Digo me abaixando um pouco para olhá-lo.

ㅡ Não. É um trigre. ㅡ Ele diz, revirando os olhos.

ㅡ Oi amiguinho. ㅡ Passo os dedos pelo seu pêlo macio. ㅡ Se eu fosse você, não ficava no colo de certas pessoas. Pode ser extremamente tóxico. Vai que a doença que ele tem é transmissível. Você pode pegar, toma cuidado.

Louis me ignora, e começa a caminhar com o gatinho em direção à porta da delegacia.

ㅡ De onde são esses gatinhos? ㅡ Pergunto curioso, indo atrás dele. Louis não para me responder.

ㅡ São de um criador clandestino. Estavam em situação precária. Recebemos a denúncia, e fizemos a apreensão deles.

ㅡ E pra onde os policiais vão levar eles?

ㅡ Para a clínica veterinária. ㅡ Ele para e se vira me olhando com um semblante intrigado no rosto.  ㅡ Você gosta de bichos?

ㅡ Depende do bicho. De você, por exemplo, eu não gosto. ㅡ Digo sério e Louis revira os olhos mais uma vez.

ㅡ Não sei nem porque me dou ao trabalho. ㅡ Ele se vira e volta a caminhar, parando em frente a van.

ㅡ Posso ver os outros?

ㅡ Eles estão nas caixinhas de transporte. ㅡ  Ele responde seco.

ㅡ E por que esse não está? ㅡ Insisto e Louis se vira com o semblante irritado.

ㅡ Porque ele estava agitado. E como tenho três gatos, sei como lidar com eles. Por isso peguei ele no colo por um instante, para ver se ele se acalmava.ㅡ Ele diz e eu arqueio as sobrancelhas em surpresa.

ㅡ Você? Tem três gatos?

ㅡ Tenho. ㅡ Ele entrega o gatinho para um dos voluntários. ㅡ Levem eles para a clínica parceira da polícia e me avisem quando tiverem notícias do estado deles.

O voluntário assente e coloca o gatinho cinza em uma das caixinhas de transporte. Louis se vira e dá de cara comigo.

ㅡ Você está aqui ainda? ㅡ Ele ergue uma sobrancelha.

ㅡ Só fiquei curioso. Como uma pessoa como você tem três gatos.

ㅡ Uma pessoa como eu? ㅡ Ele sorri sem humor. ㅡ Você age como se me conhecesse bem. ㅡ Ele passa por mim e volta para a delegacia. ㅡ Quando há resgate como esses, e algum gato tem algum problema, eu acabo adotando.

ㅡ Como assim problema? ㅡ Eu pergunto e ele para abruptamente, me fazendo trombar com suas costas.

Ele se vira e eu me ajeito, fingindo que nada aconteceu.

ㅡ Alguns animais de resgate sofrem maus tratos. E quando o gato fica com alguma sequela, dificilmente são adotados. Eu fico com dó, e adoto. Simples assim. ㅡ O olhar dele se encontra com o meu.

ㅡ Os seus têm sequelas?

ㅡ Você é meio burro, não é? Acabei de dizer que sim. ㅡ Ele diz sem paciência  ㅡ Tenho o Rony, a Hermione e… o Harry. ㅡ Louis arregala um pouco os olhos, como se estivesse se amaldiçoando por falar demais.

ㅡ Mentira. Você tem um gato chamado Harry? ㅡ Solto uma risada sem humor. ㅡ Que irônia do destino.

ㅡ Se eu soubesse, eu teria colocado o nome dele de Voldemort. ㅡ Ele diz sorrindo sarcástico.

ㅡ Você não faria isso com o bichinho.

ㅡ Eu não trocaria de roupa, florzinha. ㅡ Nossos olhos se encontram e ficam presos por um instante, mas Louis desvia rapidamente.  ㅡ Rony é um gatinho amarelo, carinhoso  e cego de um olho, nunca soube o que fizeram com ele, e nem quero saber. Hermione é preta, terrível e paraplégica, foi atropelada quando bebê, mas isso não impossibilita ela de correr pelo apartamento fazendo bagunça. Harry é um gatinho cinza, e é traumatizado. Também sofria maus tratos e perdeu a patinha da frente.

Tento não sorrir ao ouvir ele falar dos gatos. Ainda mais da semelhança do Harry comigo.

ㅡ Ou seja, juntando todos, dá um inteiro.
ㅡ Solto uma risada genuína e Louis encara a minha boca. Seus olhos passeiam pelos meus lábios para então encontrar meus olhos. Engulo em seco e paro de rir. ㅡ Não teve graça, desculpa.

Ele nega com a cabeça lentamente e volta a caminhar. Me ignorando.

ㅡ Tem algum assim hoje na apreensão? ㅡ Pergunto e ele para mais uma vez, se virando para me olhar.

ㅡ Tem dois... um branco e um preto. O branco perdeu o rabo. E o preto é cego de um olho. Tô pensando em ficar com os dois, apesar de não ter mais espaço na minha casa. 

ㅡ Eu fico com um. ㅡ Digo rápido, e Louis me olha fazendo uma careta.

ㅡ Você?

ㅡ Sim… ㅡ respondo seguro. ㅡ Moro sozinho, nunca viajo, e preciso de uma companhia. Você fica com o branquinho, já que tem um preto e eu fico o preto pra mim.

ㅡ Tem certeza? Eles não são bichos de pelúcia para serem descartados. ㅡ Ele diz e eu reviro os olhos.

ㅡ Para sua informação, eu já tive gatos e todos morreram de velhice. Satisfeito? ㅡ Ele ergue a sobrancelha e dá de ombros

ㅡ Eles ficarão na clínica por um tempo.

ㅡ Não tem problema, eu espero. Bom que preparo o apartamento para recebê-lo. Eles são machos ou fêmeas?

ㅡ Ambos são machos.

ㅡ Fred ou Jorge, escolhe. ㅡ Falo rápido e Louis me olha confuso.

ㅡ O quê?

ㅡ Fred e Jorge Weasley, os irmãos gêmeos de Rony, Harry Potter.. 

ㅡ Eu sei do que você está falando. ㅡ Ele me interrompe, colocando as mãos na cintura. ㅡ  Só não estou entendendo.

ㅡ Fred ou Jorge, Louis? ㅡ Digo sem paciência, e ele solta um suspiro.

ㅡ Fred. ㅡ Ele responde por fim.

ㅡ Ótimo, eu queria mesmo Jorge. Me avisa quando puder buscá-lo na clínica. ㅡ Passo por ele e volto para a minha sala.

Volto a escrever o relatório de onde tinha parado, mas sou pego por pensamentos que me invadem, então eu paro. Abro meu bloco de notas e pego novamente uma caneta.

Risco o "Eu odeio o Louis" e escrevo em baixo:

Eu não gosto do Louis.

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