capítulo trinta

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Louis Tomlinson
Dois meses antes.

Ganho alta do hospital, depois de cinco dias internado naquele inferno. Preciso aprender a não me distrair, e não me virar na hora errada.

Confesso que fui para a operação com o pensamento longe, e paguei caro por isso. Eu não deveria estar pensando em Harry, enquanto estávamos trocando tiros, mas inevitavelmente, eu estava.

Não sei nem porque precisei ficar tanto tempo no hospital por causa de um mero tiro na bunda. Nem foi grave e tão sério assim.

Me arrependo da minha frase assim que me sento na minha cama, e sinto uma dor excruciante… na bunda.

Cacete…

Com bastante calma me deito, e solto um suspiro alto. Rony, Hermione, Harry e Fred se juntam a mim, e percebo que a Carmen fez um excelente trabalho ao aproximar os quatro, enquanto estava fora. Hermione, para a minha surpresa, aceitou Fred numa boa… e eu me derreto todo ao ver ela lambendo ele como forma de aceitação.

Sinto mais dor que o normal, e acho que os efeitos dos analgésicos estão passando. Preciso me levantar para tomá-los, mas por enquanto, só quero descansar um pouco, na minha casa, na minha cama, com os meus filhos… para matar a saudade que eu estava.

Pego o meu celular pela milésima vez para ver se tem alguma mensagem de Harry, mas para a minha angústia, não há nada. Tem cinco dias que não tenho notícias, e isso me abala, mais até do que imaginei que abalaria.

Preciso dar a ele o tempo que ele precisa, apesar de querê-lo com todas as minhas forças.

Quero saber como ele está, e fico na corda bamba entre ligar e não ligar, por fim, procuro o nome dele em minha agenda.  Observo o número na tela por tempo demais... mas quando estou prestes a ligar, ouço a companhia.

Não estou esperando ninguém, e a única pessoa que sabe que eu ganhei alta é Rivera, que me trouxe para casa, do hospital.

Me levanto com uma certa dificuldade, e por precaução pego a minha arma. É sempre bom estar preparado, ainda mais com tudo que tem acontecido. Olho no olho mágico antes de abrir, e vejo um homem de terno e gravata que nunca vi na vida. Abro a porta e ele me olha sério.

ㅡ Delegado Tomlinson?

ㅡ Pois não? ㅡ Respondo com a mão em minha arma, que está posicionada na parte de trás da minha calça.

ㅡ Meu nome é Teodoro e sou oficial de justiça. ㅡ Ele diz calmamente. ㅡ Estou tentando pela terceira vez te entregar a intimação, mas não tinha te encontrado em casa antes.

ㅡ Intimação? ㅡ Pergunto franzindo o cenho.

ㅡ Sim. A intimação para a audiência de agressão e abuso de autoridade que o senhor ㅡ ele abaixa o olhar para o papel ㅡ Aron Johnson está movendo contra o senhor.

Fico paralisado por um instante, e logo em seguida solto uma risada alta por reflexo, enquanto o oficial de justiça me olha sem reação.

ㅡ O filho da puta está movendo um processo contra mim? É sério isso?

ㅡ Sim, senhor. A audiência está marcada para daqui a um mês. O senhor deve saber todos os trâmites quanto aos procedimentos de uma audiência. ㅡ Ele me entrega o papel, e busca outra folha na pasta que carrega em mãos. ㅡ Por gentileza, assine aqui, para comprovar que o senhor recebeu a notificação.

Solto a mão da arma apenas para assinar a folha. Era só o que me faltava. Aron ainda se acha no direito de me acusar de agressão, mesmo sendo acusado de tantas coisas. O oficial de justiça se retira, e eu fecho a porta lendo a intimação.

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