Escolhida para mim - [DEGUSTA...

FernandaSantana__ द्वारा

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Sinopse: O que você faria se fosse obrigado a se casar com uma completa desconhecida? Thiago Borges levou um... अधिक

Apresentação
Personagens Principais
Prólogo
Nota de autora
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Capítulo 1

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FernandaSantana__ द्वारा

Thiago


— Já terminou aí? — pergunto a Felipe logo que entro em sua sala, no setor de Recursos Humanos da empresa.

A sala é ampla, já que ele trabalha em uma equipe de mais de cinco funcionários. Meu melhor amigo é gerente de RH da Naturalize, indústria de cosméticos da minha família.

Meu pai herdou a empresa do meu avô e assumiu o cargo de CEO logo após a sua aposentadoria. Como ele não tem irmãos, esse império ficou todo para ele.

A sede da indústria é localizada em Contagem, cidade vizinha à capital mineira, onde é concentrado o polo industrial. Além disso, temos pontos de distribuição por todo país, crescendo um pouco mais a cada ano. Eu vim trabalhar aqui como assistente aos dezoito anos, logo que concluí o Ensino Médio. Desde o início eu sempre soube que queria trabalhar aqui e continuar o legado da família. Eu me formei em Administração pela UFMG, para me dar uma melhor base para lidar com os negócios.

Minha meta de vida é assumir o cargo de CEO quando meu pai se aposentar. Hoje, com dez anos de empresa, atuo como gerente geral, supervisionando todos os setores da empresa. Na ausência do meu pai, sou eu quem assume as rédeas por aqui e tenho verdadeiro amor pelo que faço.

— Agora sim. — Ele desliga o monitor e alonga o corpo quando se levanta da cadeira.

— Está a fim de um chope agora? — pergunto quando ele se aproxima e o vejo arquear a sobrancelha para mim.

— Em plena terça-feira ao meio dia? Aconteceu alguma coisa?

— Você nem imagina... Podemos ir naquele restaurante japonês que tem um chope incrível?

— Fechado! Estou curioso para saber o que houve.

Andamos pelas instalações da empresa, cumprimentando alguns funcionários até chegar ao elevador. O prédio administrativo é amplo e tem cinco andares, localizado ao lado do galpão da fábrica. A Naturalize ocupa um quarteirão inteiro da Cidade Industrial.

Descemos até a portaria e logo pegamos as ruas do bairro, sentindo o sol bater em nosso rosto. Cubro os olhos com as mãos e praguejo baixinho por ter esquecido os óculos escuros dentro do carro. Cheguei tão atordoado na empresa que nem me lembrei de descer com eles.

— Você está me deixando curioso, cara... — Felipe comenta ao me ver andar apressado pelo bairro.

— Só depois do chope... Eu preciso beber para te contar isso, você não está me entendendo.

— Puta merda... — resmunga e eu rio, sem humor.

— É... Puta merda mesmo.

Continuamos nosso trajeto até avistar o restaurante que gosto muito. Entramos e assim que nos sentamos, peço dois chopes gelados.

A bebida chega e eu dou um longo gole, vendo meu amigo me fitar através de seus olhos azuis.

— Desembucha logo, Thiago.

— Eu vou me casar. — Solto de uma vez sentindo meu coração se apertar ao proferir essas palavras.

— Como é que é? — Felipe engasga com a bebida e eu balanço a cabeça, esfregando os cabelos com a mão.

— É exatamente isso que você acabou de ouvir. Eu vou me casar e o meu noivado é sábado, lá em Timóteo. Onde raios fica essa cidade?

Bufo frustrado puxando meus cabelos.

— Acho que é perto de Ipatinga... Aquela cidade que tem um time de futebol. Eu sei por que a família do namorado da minha prima é de lá.

— Ah, temos um ponto de distribuição em Ipatinga. Não sabia que era perto de lá.

— Mas espera... Seu noivado é sábado? Como assim? Com quem?

Dou de ombros e ele arregala os olhos para mim.

— Você não sabe? — pergunta incrédulo e eu solto um riso amargo.

— Eu não tenho nem ideia de quem ela é. Meu pai quis me mostrar uma foto dela ontem, mas me recusei a ver. Que diferença isso vai fazer? Eu apenas fui avisado do meu casamento, sem chance de escolha. Maldita tradição de família!

— Eu não estou acreditando nisso, cara... Nós estamos em pleno século vinte e um e ainda existem casamentos arranjados pelos outros?

— É porque você não é da minha família... E nem da igreja que ela frequenta. Eu sabia que esse dia chegaria, eu já te falei sobre isso...

— Eu sei... Mas eu tinha esperanças de isso ser só uma lenda urbana, sei lá.

— Infelizmente não é, Felipe. Para você ter ideia, hoje logo que cheguei na empresa meu pai já estava com um joalheiro para medir a porra do meu dedo!

Bebo mais um gole do chope sentindo o corpo inteiro tremer. Ainda não está dando para acreditar nisso.

— Puta que pariu, Thiago... E não dá para fugir disso, cara? Negar? Falar que não quer? Você não pode ser obrigado a isso.

— Eu até posso... Mas se fizer, meu pai me deserda e me demite na mesma hora. Você sabe que eu amo aquela empresa e que o meu sonho é assumir o cargo dele. Não posso jogar os meus sonhos e a minha carreira fora por causa disso.

— Mas se casar com quem não conhece não é pior? Você está se ouvindo, cara?

— Eu nunca tive sonhos de casamento, você sabe disso. O máximo que pode acontecer é sermos dois amigos vivendo debaixo do mesmo tempo. E acho que posso conviver com isso.

— Meu Deus! Isso é loucura...

— E eu não sei? Mas é isso, ou ferrar com a minha vida para sempre. Um casamento não pode ser a pior opção.

— Você pelo menos sabe o nome dela? A idade? Ou o que faz?

— Não faço ideia. Eu só sei que ela é dessa cidade que eu nunca ouvi falar.

— E você vai lá sábado para noivar?

— Ahã...

Aceno para o garçom e peço mais um chope e o nosso almoço. Sei que não podemos extrapolar por estarmos em intervalo de trabalho, mas eu precisava muito beber para espairecer um pouco.

Quando o garçom volta com a bebida, dou mais um gole com meu amigo me avaliando.

— E você sabe quando será o casamento?

— Segundo o Seu Inácio, daqui a seis meses.

— Seis meses, Thiago? Por Deus do céu... Nem vai dar tempo de conhecer a sua noiva melhor.

— E nem vou. Não vou ficar viajando para ver alguém que não faço a mínima questão de conhecer. É bem capaz que eu a veja de novo só para o casamento.

— Mano...

Felipe resmunga e eu rio sem humor.

É, essa definitivamente não é a vida que eu queria. Mas é melhor engolir esse casamento arranjado pela igreja dos meus pais do que estregar todos os meus planos para o futuro.

Parece um plano de merda, mas acho que vou conseguir superar.

Eu preciso muito conseguir.

******


Monalisa


Jogo o peso do meu corpo de uma perna para outra, enquanto abraço o meu fichário de forma impaciente. Logo hoje que eu preciso que a van que faz o transporte para a faculdade chegue mais cedo, está sete minutos atrasada.

Olho para o celular e vejo as mensagens de Natália vibrando de curiosidade na tela. Eu pedi a ela que separasse um lugar para mim ao seu lado na van, pois tinha que contar algo muito sério. E nos últimos minutos, ela não tem me dado sossego.

A verdade é que ontem, quando cheguei da faculdade, pouco depois das onze da noite, encontrei meus pais acordados me esperando na mesa da cozinha. Pelo olhar dos dois, eu sabia que a coisa era séria, mas não pensei que seria tanto.

Finalmente o dia que eles me prepararam a vida toda chegou.

O dia em que o conselho da igreja encontrou o noivo ideal para mim.

Somos membros da Igreja Cristã Florescer e pela sua tradição, são os membros do conselho que escolhem os casamentos, por julgarem ser o melhor para nós. Isso acontece há anos, por gerações, e eu fui preparada para isso desde criança. Eu só não imaginei que seria tão rápido, já que ainda estou na faculdade e acabei de completar vinte anos.

Papai garantiu que eu vou continuar a faculdade mesmo após o casamento, mas isso não me deixou muito segura.

Mais do que a ideia do casamento em si, o que tem me assombrado é a mudança que vai ocorrer na minha vida.

Eu não vou só me casar com alguém que foi escolhido para mim, como vou me mudar para Belo Horizonte, já que o meu futuro noivo é de lá.

A verdade é que eu fui poucas vezes à capital mineira e não me vejo nunca saindo do interior para morar em um lugar tão movimentado. Moro em Timóteo, capital do aço inox, desde que eu nasci e amo a minha cidade. Adoro a tranquilidade do meu bairro e o fato de ter tantas coisas acessíveis perto de mim.

Eu nunca me imaginei saindo daqui. Desde que comecei o curso de Administração, sempre sonhei em montar meu próprio negócio aqui na cidade mesmo e me estabelecer por aqui.

E me casar com alguém de Belo Horizonte não estava em meus planos.

Na verdade, eu sempre pensei que conseguisse um noivo aqui no Vale do Aço mesmo.

Ledo engano...

O fato de termos congregações em todos os cantos do país gera possibilidades assim, mas eu nunca pensei que isso fosse acontecer logo comigo.

O som do motor da van se aproximando interrompe meus pensamentos e pouco depois estou subindo no veículo, encontrando minha amiga esticando os braços para mim lá no banco dos fundos.

— Precisava escolher logo o último banco? Vamos pular em todos os quebra molas — reclamo quando me sento ao seu lado e ela cruza os braços para mim.

— Você fez tanto suspense, que eu quis privacidade para nós duas... Agora anda, desembucha logo!

Olho para a minha amiga de longa data e solto um suspiro. Eu nem acredito que vou contar isso para ela.

Natália é minha amiga desde a época do Ensino Fundamental, e somos como carne e unha. Não foi difícil para nós escolhermos o mesmo curso e a mesma faculdade, já que temos sonhos tão parecidos.

— Amiga, eu vou me casar... — Solto sem rodeios e a vejo arregalar os olhos para mim.

— Casar? Como assim, Mona? Com quem?

— Você sabe que um dia essa hora chegaria, né? Você sabe como são as coisas lá na igreja...

— Sei...

— Então ontem quando cheguei em casa, meus pais estavam me esperando para me contar que um noivo já foi escolhido para mim.

— Nossa, amiga...

— Eu já esperava por isso, Nat. Mas não esperava agora. Eu pensei que fossem pelo menos me esperar formar...

— E quando vai ser?

— O noivado será sábado e neste dia marcaremos o casamento. Mas pelo que meu pai disse, será daqui a seis meses.

Minha amiga me olha espantada e eu balanço a cabeça.

Eu também estou em choque.

Eu sei que fui preparada a vida toda para isso, mas ainda assim...

Uma coisa é você ouvir a vida toda. E outra bem diferente é de fato ver acontecer.

— E quem ele é? Você viu uma foto? Alguma coisa assim? — pergunta curiosa e eu me permito sorrir.

— Ele é lindo.

Pego o celular na bolsa e mostro as fotos que minha mãe me enviou do Thiago ontem.

Meu futuro noivo tem a pele clara, os cabelos castanhos e lisos e olhos escuros. A sua boca é perfeitamente desenhada e ele tem um sorriso muito marcante.

Penso em como ele deve chamar atenção por onde passa...

Mas o que mais me surpreendeu mesmo foi as suas tatuagens. Ele tem os braços fechados de tatuagem e isso me deixou bem curiosa, já que não é algo comum em nossa igreja.

— Nossa, Mona... Ele é um gato. Como se chama?

— Thiago... Thiago Borges — sussurro e ela sorri para mim.

— Senti um suspiro aí, dona Monalisa? — brinca comigo e eu rio.

— Ele é mesmo perfeito... Pelo menos nisso capricharam, já que não puderam escolher um noivo mais perto de mim.

— Como assim? Ele não é daqui?

— Ele é de BH... — respondo suspirando e vejo seu olhar se entristecer.

— Ah, não... Você vai se mudar para longe de mim?

— Infelizmente, Nat... — Encolho os ombros e a vejo me abraçar.

— Ele bem que podia se mudar para cá, né? — comenta e eu acho graça.

— Capaz, né? Ele tem o emprego dele e a vida toda dele lá... Sou eu que vou precisar acompanhar o meu marido agora...

— Marido... Meu Deus, amiga. Não acredito que a minha baixinha vai se casar.

Aperto mais seu corpo contra o meu e estremeço.

— Nem eu, Nat...

Nem eu...

******


Olá, meus amores!

Começamos com tudo, hein??

O que estão achando??

Quero saber de vocês!

Um beijo e até sexta,

Fê Santana

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