O nome da sombra - Crônicas d...

By FlaviaEduarda10

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Sombra já estava acostumada a ser apenas isso: uma sombra aos olhos da sociedade que a marginalizava há 9 ano... More

Reinado das sombras
Prisioneira de luxo
Cuidada e cheirando a rosas e lavanda
Mania do oráculo
Na escuridão
Mentiras
Calia
Entre uma coisa e outra
O castelo pela manhã
Cobras e outros animais
O treinamento
O belo mundo de porcelana
É necessário conhecer o oponente
Assassino
Limites
O último Galene
Apenas reparação
Pessoas e deuses
Espere o esperado
Confronto
Loucura da realeza
Ladra
Sombra
A entrada não é pela porta
Os dias 14
Curiosidade
Sobre um belo vestido vermelho
Os nuances sobre a verdade
Presente
Tudo que viera antes
O primeiro furto
O buraco
Contradição
O que faz uma resistência
Últimos preparativos
É apenas lógico
Propriedade (de ninguém) do reino
O que uma ladra faz? Ela rouba
Encontro inesperado
Decisões entre cartas e camarões
Hayes Bechen
Roubando um pouco de volta
O sacolejo do barco
A linha tênue entre bom e mau
Fogo e gelo
Bayard
Incapaz de ter um segundo de paz
O que há depois do rio?
A ladra nem precisou roubar
A realeza de Drítan
Drítan não gosta de estrangeiros
Deveria?
Diplomacia e chá
A biblioteca
Confusão e incerteza são certezas
A área particular
Uma flor do deus Ignis
A reação para a ação é justiça
A calmaria antes da tempestade
De respirar a se afogar em um segundo
Teria que ser tudo
Automático
Deusa da (justiça) vingança
Um é a ruína do outro
O fardo do saber
A compreensão de como uma fênix funciona
Reinando das Sombras

Todo o ar do salão

28 8 10
By FlaviaEduarda10

–Nikolai–

Algo do qual era orgulhoso era o controle que podia exercer quase sobre todas as minhas reações –algo que não posso muito ter ao meu comando é o quão forte o sangue bombeará pelo corpo.

Quando assustado, mantinha a face neutra, pétrea mesmo que meu coração encontrasse agitado, o mesmo valia para quando me encontrava ansioso, entre muita agitação ou o que quer que fosse –em resumo, meu coração batia forte contra meu peito mesmo que mantivesse a expressão impassível.

Como era o caso no momento.

Andava e cumprimentava educadamente reis, rainhas, imperadores, princesas, diplomatas com o meu peito acelerado. Deveria ser pelo plano, que precisava ser efetuado hoje.

Hoje e apenas hoje.

Ou... talvez, poderia ser por outro motivo. Outro motivo que deveria ser impossível.

Caminhava entre as pessoas quando notei todos se virando para o que havia atrás de mim, a escadaria e escutei o servente apresentando "Lady Amélia Meeran".

Tentando controlar-me, virei a cabeça lentamente e a vi no topo da escada.

Com passos curtos e delicados, devagar, fora descendo degrau por degrau, todos os olhos sobre ela e soube que minha reação não fora exclusiva, um arquejo coletivo passando pelo salão em resposta à visão de Sombra era naquele momento.

Por um segundo, esqueci que havia ar ao meu redor, roubado dos meus pulmões ao por meus olhos sobre ela.

Trabalhando com o que trabalho, não tem espaço para continuar acreditando em deuses ou qualquer poder supremo quando o que faço é tirar vidas, mas vendo-a ali, tão etérea, parecia o mais próximo de santo que poderia presenciar –religião era sua boca, mesmo que fosse um falso deus. Eu a adoraria guiado por crença cega.

Seus olhos contornados de preto eram como armas mesmo sob a máscara preta e os pousara sobre os meus. De todas as pessoas do salão, seu olhar fora de encontro ao meu.

Com uma respiração funda, desviara sua atenção de mim, concentrada nos últimos degraus da escada. Mal encostara os pés no chão e já tinha Dayna com a mão esticada para recebê-la, levando-a imediatamente à pista de dança.

–Mesmo com a máscara, dá pra ver sua cara patética. –Ophelia surgira ao meu lado vestida com uma máscara prata, parecida com a que seu irmão usava, e o traje de gala dos oficiais, um manto preto, da mesma cor que sua calça feita sob medida, e curto simulando uma jaqueta com mais movimentação, botões e bordados em prata, mais parecido com o que eu vestia do que as outras roupas de oficiais. –Feche a boca antes que comece a babar e a chame para dançar.

Sem sequer ter tempo de respondê-la, a observei afastando-se e refleti seu conselho.

Eu já estava sem salvação, uma dança não poderia me afundar mais.

Reconhecia que a música já estava no final e meus pés, como se tivessem vontade própria, foram me levando até ela, até o campo magnético que tinha ao seu redor, prendendo a atenção de todos com cada giro, cada movimento, cada respiração.

Sabia que não seria o único a tentar ter a próxima dança com ela, então tratei de ser o mais rápido, indo ao sua direção no instante que as mãos de Dayna soltaram as suas.

–Milady, me concederia o prazer dessa dança?


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