IN(QUEBRÁVEL) | ✓

By angelsfloyd

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Spin-off de IM(PERCEPTÍVEL) Amber Lewis passou sua vida toda sendo castigada e julgada por todos. Ela já esta... More

In(quebrável)
Epígrafe
Prólogo
01| Presa
02| Fica bem
03| Caos
05| Sonho
06| Paralisada
07| Amigos duvidosos
08| Sem lógica
09| Alerta vermelho
10| Paz... Ou não.
11| Entre ameaças e preocupações
12| Sequelas
13| Sem freio
14| Acidente
15| É possível lutar contra isso?
16| Entre dúvidas e certezas
17| Misto de sentimentos
18| Fogo e gasolina
19| Sorriso fácil
20| Aceitação
21| Respostas
22| Falta de diálogos
23| Profundamente ligados
24| Incontrolável
25| Perigo invisível
26| Antiga personalidade
27| Insano prazer
28| Recuperação
29| Reencontros
Epílogo

04| Promessa

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By angelsfloyd

D O M I N I C

Olho a cidade lá embaixo, vendo a vida das pessoas seguirem como se nada tivesse ocorrendo ao seu redor. E muitos desses indivíduos nem se importam com o que acontece com os outros que não fazem parte de seus laços sanguíneos. E isso me deixa terrivelmente puto.

Eu sempre fui o tipo de cara que tenta ao máximo ajudar o próximo. Escolhi minha profissão justamente por isso. Alguns dizem que eu solto bandidos, e por isso, muitas vezes me julgam. Já eu, interpreto de outra forma. Eu ajudo pessoas a voltarem para suas vidas e terem a chance de se ressocializar na sociedade. Mesmo alguns deles voltando a praticar seus crimes.

Meu próximo caso é muito interessante e me faz questionar tudo. Amber Lewis é uma verdadeira incógnita para mim e mesmo sabendo de tudo que ela fez, não consigo a ver apenas como uma assassina. Eu vejo além. Eu vejo nela uma garota que foi extremamente machucada e destruída tentando salvar outras crianças de um destino ruim. E por isso, eu não julgo. Acho que se tivesse a chance de fazer algo para ajudar vítimas, também faria.

Ainda mais quando penso que eu tenho um filho que poderia facilmente ser alvo de alguém sem escrúpulos e com certeza, eu não iria pensar duas vezes em matar qualquer um que ousasse o machucar. Por isso, eu entendo ela. De uma maneira errada, mas ela sempre tentou ajudar.

Escuto passinhos leves se aproximando e rapidamente um sorriso surge em meu rosto. Me viro e visualizo meu filho vindo na minha direção, com sua chupeta na boca.

Me agacho esperando por ele que abre os abraços se jogando em cima de mim.

— Oi papai… — diz, me dando um abraço logo em seguida.

Deposito um beijo em sua bochecha e me afasto da parede de vidro, indo em direção a cozinha

— Vamos fazer seu café? Terminei esquecendo… 

Ele sorri, escondendo seu rosto em meu pescoço.

— To com fome…

— Desculpa o papai, terminei indo fazer outras coisas antes do café… Vamos preparar uma vitamina bem reforçada para o campeão.

Ele bate palminhas, com suas mãos gordinhas, animado com o que eu disse. Seu rosto amassado de sono é a coisa mais linda do mundo. E eu sou completamente apaixonado por esse pequeno.

Coloco ele na sua cadeirinha e vou pegar os ingredientes para fazer seu café. Enquanto isso, ele bagunça um pouco, pegando tudo que ver em cima da mesa e derrubando. Como sempre, ligado nos 220v.

Quando termino de fazer a vitamina, coloco na sua mamadeira e entrego nas mãozinhas dele, que parece ansioso para comer, e isso me faz sorrir novamente. Meus dias com ele sempre são os melhores. Acho que não consigo me visualizar sem esse pequeno humano na minha vida.

E pensar nisso me faz pensar na mãe dele, que cogitou o tirar e não me dá a chance de o ter ao meu lado. Acho que meu ódio por ela vem justamente por causa disso. Principalmente porque ela só o teve porque eu paguei por isso, e com certeza, isso é algo que vou omitir por um tempo dele. Não quero que ele ache que não é amado. Porque se tem uma coisa que eu faço, é o amar incondicionalmente.

Observo ele terminar de tomar a vitamina e logo depois me entregar a mamadeira. Pego ele meus braços, saindo da cozinha e subindo as escadas para meu quarto. Preciso dar banho nele antes de Ana – sua babá – chegar.

Ao perceber para onde estamos indo, ele logo se anima, tentando tirar sua roupinha de dormir.

— Papai… Banho… Ebaaa — diz separadamente, super animado.

— Isso mesmo, campeão.

Coloco a banheira para encher e vou no seu quarto buscar uma roupa confortável para ele. Assim que voltamos, tiro minha roupa e entro com ele dentro. Ele balança seus braços, jogando água por tudo que é lado, balbuciando palavras que não entendo. Geralmente algumas coisas que ele fala não saem muito compreensíveis, então, sempre luto para entender as vezes.

Após alguns minutos, depois de insistir muito, saio do banheiro junto com um Ian emburrado em meus braços, afinal, ele é extremamente apaixonado por água, e depois que entra em uma banheira, dificilmente quer sair logo, mas infelizmente, preciso ir trabalhar.

— Filho, eu prometo que quando chegar a gente fica um longo tempo na banheira, ok?

Ele vira o rosto para o outro lado fazendo birra.

Pego sua fralda, colocando nele e logo depois o vestindo. Ele me ignora como se realmente eu tivesse feito algo muito grave. Já estou acostumado com isso todos os dias.

— Papai ama muito você filho… — digo, após terminar de pentear os cabelos dele.

Ele finalmente me olha e solta um sorriso tímido.

— Também papai. — diz, me abraçando logo em seguida. Iluminando meu dia com isso.

(...)

Ao entrar na minha sala, vejo uma pilha de documentos em cima da minha mesa e logo me lembro dela. Seu caso vem consumindo tudo de mim, e mesmo tendo vários outros que precisam da minha atenção, de Amber é um que merece todo meu foco, principalmente depois que ela me pediu para ajudá-la.

Me sento na minha cadeira abrindo o primeiro documento, lendo a decisão final do juiz, que infelizmente foi morto a dois meses atrás e não poderá voltar ao seu caso. Dessa forma, poderei administrar tudo que vai acontecer a partir de agora. Molhando algumas mãos, com a ajuda de alguém amigos, tudo dará certo. E finalmente, poderei vê-la ter a chance de recomeçar.

Acho que de todos os clientes que já tive, ela é a única que estou passando por cima dos meus princípios para conseguir a tirar da cadeia. Dessa vez, farei o que for possível, e até mesmo impossível, para a tirar de lá.

Ontem a noite eu enviei o pedido de reabertura do caso, e ainda não fui respondido, mas acredito que até o final do dia terei algo positivo para comemorar.

Com todo plano que tenho em mente, dentro de três meses, no máximo, ela estará fora do presídio, podendo viver sua vida livremente.

Antes que continue lendo os documentos escuto uma batida na porta, desviando minha atenção.

Minha secretária entra, se aproximando um pouco apressada da minha mesa.

— Senhor, acabaram de ligar do presídio informando que a sua nova cliente foi gravemente ferida e teve que ser levada para um hospital.

Ao ouvir suas palavras, rapidamente me levanto da cadeira pensando nela. Não é possível que ela não tenha me escutado. Pedi tanto para ela ficar longe de problemas. Que porra!

— Certo. Informaram para qual hospital estão levando ela?

— Sim.

— Ok, eu vou até lá, me passa o endereço pelo celular.

Não espero por uma resposta, pego meu casaco e saio do cômodo sem olhar para trás.

Espero seriamente que ela fique bem, não posso falhar dessa vez, não posso!

(...)

Avisto um grupo de policiais na entrada e outra quantidade considerável na recepção, o que me faz pensar que eles realmente a ver como alguém muito perigoso, afinal, precisa de tanta gente para não a deixar supostamente fugir, o que não acho necessário. Só consigo ver alguém indefeso quando olho nos olhos dela, o que pode ser muita inocência da minha parte.

O cheiro de hospital me deixa nervoso. Odeio esse lugar e tudo que ele me lembra, mas neste momento não posso pensar muito, apenas preciso ter notícias dela.

Me aproximo do grupo e rapidamente notam minha presença. Pelo olhar de alguns, provavelmente sabem quem eu sou e o que vim fazer aqui.

— Olá, bom dia a todos! Vocês têm notícias da minha cliente Amber Lewis? 

Um deles se aproxima, com um sorriso nem um pouco amigável no rosto. Poderia me assustar, mas já estou acostumado.

— Se ela morrer não vai fazer muita falta.

Semicerro meus olhos, me preparando para dar uma resposta, mas sou “impedido” pela voz de uma mulher.

— Ela está em cirurgia no momento. Não sei exatamente o que aconteceu, mas ela se envolveu em alguma briga com uma pessoa muito barra pesada lá dentro, acredito que se ela ficar viva, corre muito risco ao voltar para lá, se eu fosse você, tentaria uma transferência com urgência.

Me viro na direção da pessoa que está falando, e pelo o que li nos arquivos de Amber, ela deve ser a diretora do presídio.

— E você fala isso como se fosse algo normal?

— Você sabe muito bem como funciona lá dentro… Me surpreendi por ela ter conseguido ficar lá por tanto tempo sem um arranhão…

Ignoro suas palavras e vou ao assunto que realmente me interessa no momento.

— Quero saber como ela está… Isso que importa.

— Bom, os médicos disseram que ela teve uma hemorragia interna e pelo impacto forte, afetou seu figado, uma das pernas foi deslocada, e devido a pancada na cabeça, pode ser que quando acordar, apresente sequelas.

Porra.

Fecho meus olhos me afastando. Isso realmente não poderia ter acontecido. Não mesmo.

— Vaso ruim não quebra rapaz… Acredite, ela sairá dessa. Já vi coisas piores acontecer com essas mulheres e elas ficam bem. Quanto mais bate, mais forte elas ficam.

A maneira como ela se refere a ela me deixa com raiva, e de verdade, eu não entendo porque, mas eu sinto que ela é mais do que isso que pintam dela. Ela é um ser humano que sofreu demais e precisa de ajuda. Não só esse monstro que falam.

Me sento na cadeira próxima que vejo e pego meu celular para avisar a minha secretária que não voltarei lá hoje. Só saio daqui quando souber notícias dela. Principalmente ao perceber que essas pessoas não se importam. Mas eu me importo, e só terei paz quando finalmente a ver.

(...)

Após algumas horas, vejo um médico se aproximar, aparentemente muito cansado. Sua cara não entrega que as informações vão ser boas e eu espero que seja coisa da minha mente. Seria trágico vê-la ir embora sem ter a chance de tentar ser feliz.

Me levanto indo na direção que ele está indo, provavelmente falar com os policiais. Preciso ouvir o que ele tem a dizer.

— A senhorita está no quarto 15. Essas horas serão decisivas, mas, pela forma como ela reagiu a cirurgia, posso dizer que ela estará bem dentro de umas duas semanas, basta saber quando ela acordar se ficará sequelas diante das pancadas na cabeça.

Solto a respiração que nem sabia que estava prendendo e um alívio grande me atinge. Saber que ela não corre riscos já é uma vitória.

Vejo o médico se afastar e dois policiais o seguirem, provavelmente estão indo fazer guarda na porta do quarto dela.

Me adianto e os sigo também. Não sei porque, mas sinto que só poderei dormir em paz depois de pôr meus olhos nela. Preciso me tranquilizar totalmente.

Quando os policiais percebem que estou logo atrás, viram na minha direção.

— Posso saber para onde você pensa que está indo?

— Eu só preciso ter certeza que ela está bem… Me deixa vê-la, por favor.

Os dois se olham e logo depois olham na direção do médico, que acena positivamente, talvez afirmando que eu posso entrar.

— Dois minutos. Entra, olha e sai. — diz, ríspido.

Assim que chegamos na porta com a numeração 15, eles me olham e logo em seguida abre a porta me dando espaço para entrar.

Ao passar, fecho a porta e me viro na direção dela.

Seu rosto está pálido, e cheio de machucados. Isso me choca, e me deixa completamente nervoso. Não consigo lidar com esse tipo de situação. Sempre fui cheio de frescuras, e ver alguém machucado me deixa fora de mim.

Me aproximo dela, vendo sua respiração bem lentamente, o que me deixa um pouco mais tranquilo. E sem perceber, toco em sua mão pequena, que já praticou coisas horríveis por aí. Mas eu não me importo com isso e com toda certeza as pessoas devem me considerar um louco por isso.

Ela errou, e eu sei disso. Eu vejo em cada ação dela. Mas não consigo ter medo ou repulsa. E realmente não sei o porquê disso. A única certeza que eu tenho é que agora ela pode contar comigo.

— Eu prometo para você que nunca mais irão te machucar. Eu vou te tirar daquele lugar.

Afirmo, mesmo sem ter 100% de certeza, mas se tem algo que eu tenho convicção é que para aquele lugar ela não volta mais, mesmo que para isso eu precise fazer coisas que não concordo. Quando eu faço uma promessa, eu cumpro. E eu não vou falhar com ela.

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