O nome da sombra - Crônicas d...

By FlaviaEduarda10

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Sombra já estava acostumada a ser apenas isso: uma sombra aos olhos da sociedade que a marginalizava há 9 ano... More

Reinado das sombras
Prisioneira de luxo
Cuidada e cheirando a rosas e lavanda
Mania do oráculo
Na escuridão
Mentiras
Calia
Entre uma coisa e outra
O castelo pela manhã
Cobras e outros animais
O treinamento
O belo mundo de porcelana
É necessário conhecer o oponente
Assassino
Limites
O último Galene
Apenas reparação
Pessoas e deuses
Espere o esperado
Confronto
Loucura da realeza
Ladra
Sombra
A entrada não é pela porta
Os dias 14
Curiosidade
Sobre um belo vestido vermelho
Os nuances sobre a verdade
Presente
Tudo que viera antes
O primeiro furto
Contradição
O que faz uma resistência
Últimos preparativos
É apenas lógico
Propriedade (de ninguém) do reino
O que uma ladra faz? Ela rouba
Encontro inesperado
Decisões entre cartas e camarões
Hayes Bechen
Roubando um pouco de volta
O sacolejo do barco
A linha tênue entre bom e mau
Fogo e gelo
Bayard
Incapaz de ter um segundo de paz
O que há depois do rio?
A ladra nem precisou roubar
A realeza de Drítan
Drítan não gosta de estrangeiros
Deveria?
Diplomacia e chá
A biblioteca
Confusão e incerteza são certezas
A área particular
Uma flor do deus Ignis
A reação para a ação é justiça
A calmaria antes da tempestade
Todo o ar do salão
De respirar a se afogar em um segundo
Teria que ser tudo
Automático
Deusa da (justiça) vingança
Um é a ruína do outro
O fardo do saber
A compreensão de como uma fênix funciona
Reinando das Sombras

O buraco

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By FlaviaEduarda10

–Eu não sei andar a cavalo. –Disse a Nikolai tentando esconder meu desespero de frente ao animal.

–Nunca montou? –Silenciosamente, sem desviar meu olhar dos olhos do belo animal, assenti com a cabeça. –Não fique com medo, o mais difícil, realmente, é subir e descer da cela. Deixe-me ajudá-la com isso. –Receosa, aceitei que ele se aproximasse de mim, seu corpo se assomando sobre o meu por trás. –Posso?

Novamente, sem falar, balancei a cabeça positivamente e senti suas mãos em minha cintura, levantando-me sem esforço e colocando-me sobre a cela do cavalo.

–Agora é só pegar as rédeas. Para andar, segure-a desse jeito. –Ele demonstrava segurando as rédeas antes de dá-las para mim. –Para galopar, segure assim. Se quiser virar para algum lado, é só puxar para onde você quiser e para parar, aperte um pouco mais as rédeas.

Já segurando a corda, tentei seguir o que Nikolai dissera, no entanto, o cavalo tinha outro planos, aparentemente, e começara a rebelar-se contra mim, batendo os cascos com força no chão, assustando-me quando começara a sair do meu controle, escutando Nikolai ao lado tentando acalmar o animal revolto, o cavalo levantando-se do chão, ficando apenas nas patas traseiras, derrubando-me de costas no chão.

Nikolai viera correndo em meu auxílio, afastando-me de maneira segura do animal que recusava-se a acalmar.

–Você está bem? –Seus olhos me percorriam, procurando pontos em que eu poderia ter me machucado.

–Estou, não se preocupe. –Respondi em uma careta de dor pelo choque do chão contra minhas costelas, ainda sabendo que rapidamente me recuperaria. Depois de convencer-se de que eu estava bem, Nikolai levantou-se para acalmar o cavalo que dava coices no ar e ficava de pé nas patas traseiras, relinchando nervoso.

Apoiei-me no chão sobre meus cotovelos a fim de observar melhor a cena, Nikolai domando o cavalo com as mãos para frente, calmamente, até que ele parasse e se agitar, o auxiliar da Rainha agora acariciando sua pelagem marrom brilhante.

–Acho melhor você ir comigo. –Ele alegara enquanto se aproximava, oferecendo-me sua mão para que me pusesse de pé.

–Acho que nunca concordei tanto com você. –Concordei aceitando sua ajuda, meu fôlego recuperando-se.

Nikolai, antes de levantar-me do chão e me por sobre a cela de seu próprio cavalo, ajudou-me a retirar o restante de feno, grama e terra das minhas roupas, já que eu não tinha tempo (ou paciência) de trocar-me apenas por uma leve queda, dando leves tapas na minha blusa branca enquanto eu o fazia com a calça bege/marrom, ele subindo logo seguida, ficando atrás de mim em uma distância respeitável, ainda que desse para segurar as rédeas à minha frente e me pegar caso eu caísse.

–Você não tem com o que se preocupar com Flynn, ele é muito esperto para gerar confusão.

Com um sorriso distraído, mesmo tendo plena noção da nossa proximidade, tentei virar-me o máximo a ele para que ele conseguisse ver meu rosto.

–Flynn é o nome do seu cavalo? –Seu foco estava preso à estrada, mas deu-me uma breve olhada de esgueira.

–Sim, por quê? Não gostou desse nome?

–Gosto de Flynn, só imaginei que, vindo de você, seria algo mais... –relacionado a assassinatos, pensei.

–Algo como "matador" ou "sanguinário"? Que pensamento ultrapassado.

Teria Nikolai acabado de falar uma piada? O encarei e soltei uma risada contida, não conseguindo dar continuidade à conversa, perdendo-me em meus próprios pensamentos, voltando à forma como ele havia corrido até mim quando caíra com preocupação em face e logo percebi: ele não fizera aquilo por mim, por se importar comigo.

A resposta é clara e simples –eu não seria útil em Drítan se estivesse gravemente machucada. Precisam de mim em minhas plenas condições.

Perder a vantagem de ter Sombra era o que preocupara Nikolai, voltando a me deixar séria durando o galope de Flynn.

Não se esqueça, menina ladra, para eles, você é apenas um peão no jogo deles, nada mais. Deixe que eles pensem assim, que é fácil de ser manipulada. É melhor do que se descobrirem a verdade –que não é uma peça e, sim, uma jogadora.

A caminho do Buraco, o mercado que vivia sob a visão da lei do reino, onde pode se conseguir de tudo, desde raridades contrabandeadas até itens furtados, nos encontrávamos em silêncio, os cascos de Flynn sendo o único barulho entre nós na estrada, sem contar os viajantes ocasionais que passavam por nós até notar como nossas mãos se encontravam perto uma da outra, o anel que ele havia presenteado marcando presença –não era culpa minha o objeto ser tão belo.

–Não cheguei a te agradecer pelo presente. –Disse encarando minhas mãos, baixo e em um único fôlego, talvez para que ele não entendesse o que eu havia acabado de proferir.

–Não precisa. Contanto que tenha gostado, eu fico satisfeito.

–Não teria como não gostar, fui eu quem o escolheu. –Respondi em um sorriso involuntário, achando graça no fato de que o anel, inicialmente, viera de um simples furto porque o tinha achado bonito.

–Está se esquecendo de que eu escolhera a dedo o que minha barraca tinha, então, teoricamente, eu que escolhi. –Balancei os ombros de costas para ele, divertida em como a conversa se desenvolvia.

–Se isso te faz sentir melhor... –Não conseguia ver sua expressão, mas quase senti que ele estava sorrindo daquele seu jeito contido.

____________

Ao chegarmos ao Buraco, um pouco longe da estrada convencional que levava até a capital, perto das fronteiras da cidade com o objetivo de se manter escondido.

Parecia mais um pequeno vilarejo, com tavernas, estábulos e algumas parcas construções, supus que se tratavam de estalagens, à frente ao Buraco em si, algo similar a um labirinto, corredores inacabáveis dentro de uma grande construção entre madeira e concreto, inúmeras pessoas do lado de dentro, fumaças, vozes, odores e barganhas se sobrepondo enquanto entrávamos, nossos olhos acostumando-se à pouca iluminação do lado de dentro, recebendo luz de lanternas ao longo do lugar e do brilho do sol que passava pelas entradas.

–Sombra, escute-me. Se quisermos encontrar o veneno para você mais rápido, vamos nos separar e depois nos encontraremos aqui. –Antes que ele seguisse para o outro lado, segurei-o pelo braço e o puxei para perto, sussurrando baixo suficiente para que ele pudesse ouvir.

–Não me chame assim em público. Aqui não é o castelo, as pessoas do Buraco conseguem escutar até o cair de uma folha se for de seu interesse e as opiniões sobre a minha personalidade são bem variadas por aqui. Não me coloque em perigo apenas por idiotice ao chamar-me pelo nome errado. –Sem afastar-se de mim, retornou-me no mesmo volume.

–Então como quer que eu te chame? –Aquilo era uma pergunta complicada, parei para analisar, principalmente levando em conta o ambiente em que nos encontrávamos.

Fazia trocas e vendas de objetos furtados por muito tempo no Buraco, dando um nome diferente a cada novo acordo. Eles não perguntavam sobre a precedência dos meus produtos, era uma regra implícita para qualquer um que quisesse fazer negócios no Buraco, no entanto, para que não desconfiassem como eu conseguia tantos objetos de valor e raros, iria alternando meus contatos.

Eu não conseguiria dar um nome específico a Nikolai, qualquer um poderia estar escutando.

–Chame-me de irmã, de desgraçada, de qualquer coisa que não seja Sombra ou algum nome definitivo. Eu não tenho desses aqui.

Sem nos prender mais, o soltei e seguimos nossos caminhos, reconhecendo os caminhos como as palmas da minha mão, quais corredores evitar, a quem desejar bom dia se quisesse um desconto em seus produtos, com quem não tentar barganhar até chegar às barracas que eu mais confiava.

–Davina, quanto tempo não aparece por aqui. –Escutei uma voz familiar falando em minha direção, sabendo que tratava-se de Acasius, quem mais gostava de comprar os objetos que eu trazia sem se importar com a precedência deles. Eu o oferecia qualidade e ele me oferecia discrição. Tinha certeza que ele possuía ciência de que meu nome não era Davina, apenas não ligava.

–Muita coisa pode acontecer em algumas semanas. –Eu que o diga.

Se me dissessem algum tempo atrás que depois de alguns dias, eu estaria intimamente relacionada à intrigas políticas, teorias e traições, eu diria que é loucura –o que eu ainda acho, na verdade.

Não sei como vim parar a esse ponto, só sei que cheguei.

–Você parece mais arrumada também, mais limpa. –Soltei uma risada com as sobrancelhas arqueadas em reação ao insulto/elogio.

–Obrigada, suponho.

–Trouxera algum material de troca ou venda? –Acasius era um homem visivelmente estrangeiro, nem nativo de Eirlys nem de Antiga Althaia, ao norte. Sua pele era mais escura que a minha, talvez mais parecida com a de Cordélia, no entanto, era notável que não era sua cor de nascimento e, sim, a tonalidade adquirida pela impiedade de anos sob o sol, o cabelo castanho claro com mechas claras indicando anos ao ar livre, suas mãos com cortes em linhas e calejadas para o resto da vida, os olhos azuis cheios de vivências. Ele parecia estar na casa dos cinquenta, no entanto, talvez ele fosse mais novo, envelhecido na aparência pelo antigo estilo de vida que eu desconhecia. Quem sabe, Acasius, se realmente se chamasse assim, tenha sido um pirata antes de fixar-se no Buraco.

–Não dessa vez. Vim atrás dos seus serviços. –Acasius inclinou-se dentro de sua sessão de madeira, apoiando seus cotovelos em sua bancada, curiosidade brilhando em seus olhos.

–O que posso fazer por você? –Engraçado, pensei que, ao jogar minhas exigências acerca do veneno a Nikolai, não teria que envolver-me em sua busca. Minha presença aqui me provava o contrário.

–Pode me conseguir Naone? –Ele me encarara sem mudar a expressão, neutro.

–Não sou um envenenador, Davina. –Mas é o melhor contrabandista que eu conheço, quis dizer. Ele poderia conseguir o que quer que fosse.

Coloquei a mão em um saco preso ao meu cinto repleto de moedas de ouro e prata, talvez totalizando algo perto de dois pekins, fazendo-as retinir, meus olhos presos aos dele.

–Eu sei.

Ficamos alguns segundos nos estudando até que um canto de sua boca subira em um esboço de sorriso maroto, meus lábios repetindo a ação enquanto ele se levantava.

–Cuide da minha sessão, volto logo. –Sem se demorar mais, saiu de trás da bancada e entrara no meio dos diversos corredores, obedecendo-o e cuidando para que ninguém o furtasse.

Que ironia.

Me contentei a passar meus olhos pelos itens de Acasius, desde amuletos, para quem acreditava em magia ou algum tipo de poder superior, até joias belíssimas, brilhantes, possivelmente raras e definitivamente caras –contive-me, não é ideal roubar parceiros (principalmente parceiros do Buraco).

Analisava o brilho de um colar com uma pedra azul no centro contra a luz quando senti as mãos de alguém sobre minha cintura.

–Quando me disseram que tudo se encontrava aqui, não acreditei. –Estava quase segurando o braço da pessoa e o entortando quando ouvi a voz de Torryn perto da minha face, provocando-me um sorriso divertido.

–Nunca te avisaram que você não pode se aproximar de pessoas perigosas por trás? –Proferi enquanto me virava, dado ao fato de que ele me soltara rapidamente pelo ambiente em que nos encontrávamos, com pessoas por perto e não poderíamos nos arriscar sermos vistos com tamanha proximidade, nossos corpos a poucos centímetro de distância, me permitindo estudar os lábios que eu beijara apenas ontem por alguns segundos.

–Então você é perigosa? –Devolvera-me com um sorriso, provocativo.

–Tenho uma grande reputação, nunca ouvira? É melhor esconder as crianças. –Ele rira, perpassando seu olhar pelo meu rosto. –Por que está aqui?

–Uma senhorita muito mandona e teimosa me disse para encontrar um veneno muito específico para ela.

–Oh, ela deve ser alguém terrível.

–Ela não é tão terrível. –Dissera sorrindo, tentando provocar-me e, em reação, abrira a boca como se estivesse ofendida e lhe desferi um leve tapa no braço, aumentando-lhe o sorriso enquanto desviava o olhar para algo atrás de mim, sentindo, novamente, alguém segurando-me pela cintura.

–Você está aí, meu amor. Estava te procurando. –Nikolai proferira sorrindo, lançando seu escrutínio sobre mim como se realmente estivesse feliz em encontrar-me, atuando muito bem como... meu marido, supus, até voltar-se a Torryn, o sorriso dos dois esmaecendo. –E o senhor, quem é?

Torryn sorriu e eu soube o porquê: Nikolai era formal demais, esse não era o habitat dele, junto e contrabandistas, charlatões, ladrões todos os tipos de ocupações ilegais (embora, de certa o forma, o garoto assassino exercia algo ilegal). Nikolai acabara de se acusar como parte da realeza.

–Sou um vendedor.

–E o que vende? –Nikolai desconfiava dele, percebi, aquilo era uma interrogação, vendo até onde Torryn poderia ir ser se perder no personagem.

–Magia. –Suas respostas vinham rápidas, naturais, ainda com um sorriso descontraído na fala, como se achasse graça nas perguntas do homem sério.

–Se incomodaria se eu pedisse para ver? –Torryn poderia não ter expressado preocupação, mas eu certamente sentira por ele, tentando salvá-lo de sua mentira entrando na cena com Nikolai, interpretando a amável esposa, depositando minha mão em seu peitoral.

–Querido, não importune o trabalhador.

–Não há problema, será um prazer demonstrar. –Torryn interviu, fazendo com que eu voltasse meu foco a ele como se dissesse "eu estava te ajudando, idiota".

Ele tinha ações relaxadas, seguro de si, aproximando-se de mim e colocando meu cabelo para trás da minha orelha e retornando com uma flor amarela em sua mão, dando-a a mim.

–Uma flor! –Nikolai soltou em um tom que quase falava "então um vendedor que trabalha com magia no buraco distribui flores? Que história mal contada", me deixando nervosa e controlando-me para que não demonstrasse.

–Poderia fazer com que uma joia aparecesse, porém não queria ofendê-la, senhorita. Nem a mais linda peça poderia compensar sua beleza. –Que piegas, pensei, adorei, não conseguindo conter um sorriso que surgia em meus lábios, não deixando passar despercebido a maneira como dissera "senhorita" quando, pela atuação minha e do Nikolai, eu seria "senhora", por, teoricamente, ser casada. –Espero vê-la novamente, bela senhorita. –Torryn curvara-se para mim e desferira um beijo solene nas costas de minha mão, os olhos não deixando os meus para se afastar logo em seguida.

Antes que Nikolai me fizesse qualquer pergunta, Acasius aparecera caminhando até nós, finalmente desfazendo-me do braço de Nikolai ao meu redor.

–Davina, aqui está o que pedira. –Antes de repousar o frasco em minhas mãos, ele lançara um olhar desconfiado e cauteloso a Nikolai.

–Não se preocupe, ele está comigo. –Ainda receoso, levantara o braço e depositara em minha mão o pequeno frasco com um líquido similar a água, pagando-lhe no mesmo instante.

–Apareça mais, Davina. Gostaria de me certificar se ainda está viva.

–Acasius, não sabia que se importava tanto comigo. –Disse em tom de brincadeira, zombeteira.

–Onde encontraria alguém para me fornecer itens tão bons quanto você? –Gargalhei em resposta a sua alfinetada, voltando meu foco sobre ele.

–Não encontraria. –Depois de desejar um breve adeus, em pouco tempo, já encontrávamos do lado de fora do Buraco e Nikolai me colocava mais uma vez na cela de seu cavalo.

Com o veneno na bolsa e a caminho do castelo, Flynn cavalgando por estradas terrosas, Nikolai decidiu quebrar o silencio entre nós.

–Era ele, não era? –Confusa com a falta de contextualização, girei-me o tanto que podia sobre o animal a fim de encará-lo.

–Do que está falando?

–O rapaz no Buraco. Ele foi a pessoa para quem você escapou do castelo para encontrar, não foi. –Prendi minha respiração, forçando para que cada músculo do meu corpo não me entregasse.

–Não, eu não o conheço. –Nikolai não poderia saber que eu conhecia Torryn, Torryn não poderia ser alguém importante para ser gravado na memória de Nikolai principalmente por ser um dos líderes da resistência.

Era perigoso demais sequer arriscar –além de que se Torryn, no futuro, viesse a ser pego, se eu denunciasse alguma conexão a ele, poderiam fazer a ligação acerca da resistência até mim.

Melhor que eu falasse que tal pessoa não existe mais em minha vida.

–E também não há mais ninguém, não precisa mais pensar sobre isso.

Continuamos a cavalgada em silêncio, agradecendo que ele não quisesse fazer mais perguntas, contentando-se com minha alegação breve.

Queria proteger Torryn.

E, acima disso, queria me proteger.


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