Só por uma noite

By Autora_Hayka

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Hot🔥 Leonardo sempre sentiu algo muito forte por Beatriz, ele a desejava, mas ela nunca percebeu as intençõe... More

Epígrafe
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Epílogo
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By Autora_Hayka

Acho que esse teu jeito combinou com a minha vibe

BEATRIZ 🍄

Sábado 13:57

Hoje era um daqueles dias que o sol estava tímido, o dia nublado era um tanto quanto depressivo. Mas não posso negar que amo o frio. Roupas quentinhas, brigadeiro e uma boa série. Na maioria das vezes eu maratono séries antigas e assisto a filmes que já vi, não tenho paciência para procurar por coisas novas. As vezes eu até procuro, mas prefiro ficar com os que eu já vi. Os filmes atuais perderam toda a essência.

Ouvir música, eu amo ouvir música. Não sou do tipo de pessoa que tem um gosto específico para determinado gênero. Eu me considero eclética, amo uma música antiga, aquelas bandas nacionais que piravam a cabeça dos adolescentes em dois mil e cinco. Não dispenso uma boa música internacional, de preferência dos anos oitenta e noventa, são lindas e profundas. As internacionais de dois mil e onze até dois mil e treze, também tem um lugar reservado no meu coração.

Funk, eu diria que alguns funks são a cura da minha depressão, eu posso estar quase morrendo em cima de uma cama, mas se eu ouvir um funk, me levando rapidamente e mexo a minha bunda mesmo sem saber dançar direito.

Estou desde as dez da manhã criando coragem para sair de casa, mas a preguiça sempre fala mas alto e eu acabo jogada em um canto qualquer da casa me xingando mentalmente por ser tão antissocial a ponto de não querer sair da casa para não ter o desprazer de ver várias pessoas em vários lugares.

Eu sei que é estranho, mas eu não consigo me sentir avontade ao lado de muitas pessoas, acho que é porque eu não saio muito e acabo criando uma barreira.

Caminhei até a frente do espelho notando uma espinha na minha testa e alguns cravos no meu nariz. A alguns anos atrás isso me incomodava muito, mas hoje em dia eu sei que é algo normal na minha idade. Então eu lavo meu rosto várias vezes ao dia e isso ajuda a não ter uma quantidade excessiva de bolinhas desagradáveis no rosto.

Dei uma ultima olhada no espelho analisando a roupa que eu estava vestindo. Uma saia jeans branca que vai até metade das coxas, um top preto e um allstar também preto de cano baixo. Meus cabelos estão soltos e as pontas estão mais enroladas do que o normal.

Pedro me chamou para sair e isso me animou muito, nos afastamos um pouco esse ano e isso já estava me incomodando.

Esses dias estão sendo bons, Armando não fica tanto no meu pé e eu saio quando tenho vontade, mas não me arrisco em dormir fora de casa. Ele me parece um pouco depressivo ultimamente, talvez esteja começando a entender que está...com câncer.

Com câncer, ainda é tudo novo para mim e eu não entendo como estou conseguindo lidar com essa situação com tanta naturalidade. Talvez porque eu eu não amo armando do mesmo jeito que amava quando era criança, talvez porque ele me machucou tanto que já não me importo mais com ele.

A única coisa que ainda me prende nessa casa, é a futura culpa que eu posso sentir por ter deixado ele nos seus últimos momentos de vida. Eu não quero carregar a culpa, apesar de tudo, ele é meu pai e cuidou de mim por um tempo...por um tempo.

(...)

A lanchonete ficava em um lugar um pouco mais afastado, o bairro só não é tão agradável pelo fato de vários caras sentados na calçada bebendo, fumando e ouvindo músicas que me inojam. Deviam ter um pouco de respeito pelos moradores.

Parei em frente a lanchonete olhando com atenção cada detalhe, lanchonete da dona Maria. Era aqui que marcos iria me trazer caso eu tivesse aceitado o seu convite meses atrás.

É um lugar simples mas muito bonito e aconchegante, tem algumas mesas e cadeiras de madeira espalhadas pela calçada, elas estão ocupadas por uma porção de pessoas que estão bebendo cerveja e comendo carne, muita carne. No interior da lanchonete tem muitas pessoas, o jogo de futebol grita em uma televisão peguena que está presa em um apoio na parede.

Procurei Pedro com os olhos e encontrei ele em uma cadeira perto do balcão. Um grito alto saiu da sua boca quando o cara da televisão gritou "Goooolllllllll".

—Beatriz — Gritou assim que me viu e me puxou pelo braço — Cara, Eu te amo tanto garota.

Pedro bêbado fica muito emotivo.

—Eu também te amo — Me ajeitei em uma cadeira ao lado dele — Por que me chamou aqui? Sabe que um lugar cheio de pessoas não é muito a minha praia, não mais.

A última vez que sai e me misturei em um lugar com muitas pessoas, foi na festa em que eu me embebedei e fiz Leonardo de babá.

—Percebi que você está muito distante e achei que seria uma boa te chamar para vir aqui, é um bom lugar, eles bebem mas não arrumam briga com ninguém e só ficam felizes.

Direcionei os olhos para as pessoas que bebiam próximo a porta de entrada, eles dançam sorrindo, tão felizes. Queria que Armando fosse assim quando bebesse, mas ele vira o próprio diabo.

—Talvez você esteja certo — Dei de ombros —Mas você não me chamou aqui só para isso não é mesmo?

—Na verdade...tem algo que eu queria te contar e aproveitei o álcool no meu organismo para poder falar com mais facilidade — Sorriu — Só não sei se você vai gostar do que eu tenho para falar, mas eu preciso.

Me ajeitei na cadeira e fixei meus olhos em Pedro, ele estava bêbado e isso me assustou um pouco, quando está assim, fala mais do que deveria e eu realmente não sei se quero ouvir o que ele tem para dizer.

—Pode falar Pedro.

—Então — Coçou a cabeça — Depois da pricila...depois de tudo o que aconteceu...eu não me envolvi com ninguém, sabe que eu sou assim não é mesmo? Prefiro me fechar para não sentir a dor outra vez. Mas acontece que eu acho que me apaixonei, mas não sei se ela sente o mesmo por mim...acho que ela não sente.

Mordi o lábio inferior segurando um sorriso sincero antes de ouvir meu amigo terminar de falar. Saber que ele se apaixonou de novo é muito bom, eu fico imensamente feliz por ele.

—Achei que iria se fechar e não daria espaço para alguém outra vez tão cedo, estou feliz por você Pedro, de verdade.

—Eu acho que também estou — murmurou — Mas ela é muito fechada e não tem olhos só para mim, eu nem sei se ela tem olhos para mim do mesmo jeito que tenho para ela.

—Quem é a garota? Eu conheço?

—Conhece — Suspirou — Acho que você vai se surpreender bem mais do que eu imaginava, mas é normal. Eu também achei estranho quando percebi que sentia algo por ela. É a Viviane, eu acho que estou apaixonado pela Viviane.

Minha boca se abriu em um "O" e eu tentei me recompor antes que meu amigo percebesse a minha cara de sonsa chocada. De todas as garotas, Viviane era a última que eu desconfiaria.

Ela e Pedro sempre foram muito amigos e sei que ele não é do tipo que mistura relacionamentos amorosos com amizades.

Ele está me olhando cheio de expectativas mas eu não sei o que dizer, as palavras desapareçam da minha boca assim como o meu dinheiro no fim do mês.

Viviane não é o tipo de pessoa que se entrega a uma única pessoa, relacionamentos sérios nunca fizeram parte do seu vocabulário e eu não sei se vai fazer agora. Mas eu espero do que meu amigo não saia magoado dessa história toda, ele já sofreu muito com Garotas e eu não queria que Viviane fosse mais uma a machucar ele.

—Diz alguma coisa — ele tocou meus ombros e sacudiu de leve — para de me olhar com essa cara de corna conformada.

—Por que 'Corna conformada'?

—Porque Cornas conformadas são idiotas, e você está com cara de idiota — Deu de ombros.

Por que bêbados tem que ser tão estranhos e engraçados ao mesmo tempo? Essa piada foi tão idiota e engraçada ao mesmo tempo.

Meu humor é quebrado.

—Não sei o que dizer — Suspirei — De todas as garotas, ela é a única que nunca passaria pela minha cabeça.

—Por que? Você acha que ela é boa demais para mim não é? Eu sei disso.

Sua alegria evaporou e eu me senti uma desgraçada por não ter explicado direito o que eu quis dizer.

Pedro tem essa insegurança, ele acha que não é o bom o suficiente para ninguém porque nenhum dos seus relacionamentos foram para frente. Mas a culpa não é dele, Pedro é bom demais e as pessoas abusam disso.

—Não é isso o que eu quis dizer — Toquei sua bochecha com carinho — É que...vocês nunca deram sinais e pensei que eram o tipo de amigos que não ficam, bom, pelo menos era isso o que vocês diziam.

—É...eu sei.

—Pedro, você é mais do que suficiente e não importa o que aconteça, nunca se esqueça disso. Você é tão incrível que as vezes eu não acredito que tenho a sua amizade. Se os seus outros relacionamentos não deram certo, não foi culpa sua, bom, talvez tenha sido por se envolver com garotas que não mereciam você, mas esse tipo de coisa acontece e não podemos evitar. Nunca mais abra a boca para falar que não é o suficiente para alguém, da próxima vez eu quebro essa coisa linda que você chama de cara.

Ele sorriu, o sorriso que eu tanto amo e tanto senti falta desde que nos afastamos esse ano. Abri os braços e ele sorriu apoiando a cabeça no meu peito enquanto minhas mãos traçavam desenhos desconexos nas suas costas.

—Eu estava tão envolvido com os últimos acontecimentos que acabei me afastando de você — Ele parecia triste — Amigos cuidam dos amigos. Me senti mal por ver que o Leonardo estava tão preocupado com você, enquanto eu estava preocupado em como conquistar uma garota que não quer ser conquistada.

—Me paga uma Coxinha que eu perdoo você.

—Passa fome — murmurou.

(...)

Segunda- feira

Eu estava quase chegando na escola quando de longe ouvi o barulho alto do sino indicando que era para os alunos irem para as salas. Fiquei até tarde assistindo the originals e acabei indo dormir depois das três da manhã. Uma merda já que tenho que acordar as cinco para conseguir chegar aqui dez minutos antes das sete.

Corri pelos corredores desejando encontrar alguém para eu não me sentir tão envergonhada quando entrasse atrasada na sala de aula, isso se eu entrasse. Mas não encontrei ninguém.

Avistei Pedro entrando na biblioteca e sorri em meio a falta de ar pela corrida indesejada. A conversa com ele me fez um bem enorme.

Parei na porta da sala e vários pares de olhos foram voltados para mim, sei que eles podem estar olhando apenas por olhar, mas mesmo assim sinto que vou explodir de vergonha. Odeio que me olhem.

A professora de matemática acena com a cabeça e eu entro sala a dentro.

Tento controlar um sorriso idiota quando meus olhos param em Leonardo, ele está no mesmo lugar de sempre, atrás de mim. Todo jogado como um boneco de posto de gasolina.

Meus passos se tornam lentos na média que analiso ele de cima a baixo. Os cabelos estão mais bagunçados que o normal e a cara de tédio da lugar a uma expressão divertida quando me vê. Ele está usando uma camiseta preta lisa e uma calça jeans também preta. Ele umedeci os lábios e eu posso jurar que seu hálito cheira a menta.

Lhe lanço um sorriso tímido antes de me sentar e ele retribui o mesmo. Rapidamente ele se ajeita na cadeira e sinto suas mãos nos meus cabelos, ele enrola os fios entre os dedos e puxa algumas vezes para me irritar.

—Eu adoro o seu cabelo — Ouço ele murmurar — Principalmente quando enrolo na minha mão e puxo ele com força.

—Leonardo — Me viro para repreendelo — Se comporte pelo menos na sala de aula que está bem cheia por sinal.

Corro meus olhos pela sala de aula e por sorte eles estão mais preocupados em ouvir a Suzana falar sobre a vida dela, adoro quando os professores fazem isso.

—Você quem me transformou nisso — sorriu passando a ponta dos dedos no meu braço — Lembra como eu era antes de você? Todo inocente, aí você chegou com a sua safadeza e fodeu com tudo.

—Aquilo era um bom disfarce.

Por um instante eu comecei a pensar em tudo o que aconteceu antes de mim. Será que ele já transou com outras garotas aqui na escola? Será que já fez com elas tudo o que já fez comigo?

—Não era um disfarce, e se quer saber, eu nunca transei com nenhuma garota dessa escola que não fosse você — deu de ombros — Eu realmente era daquele jeito. Na verdade, eu ainda sou. Só para você eu mostro um outro lado meu.

Não consegui esconder o sorriso que se formou nos meus lábios. Leonardo tem uma coisa que eu não sei...eu sinto que posso confiar nele e acredito em tudo o que sai da sua boca. Talvez eu esteja sendo burra e uma completa idiota, mas prefiro acreditar que não estou.

—Por que me diz essas coisas? Por que tenta fazer com que eu saiba que confia em mim?

—Eu não sei, linda.

Fiquei perplexa olhando para ele, esse 'linda' de certa forma, mexeu comigo mais do que eu gostaria. Ele disse com tanta naturalidade que eu acho que nem percebeu.

—O que foi? — Franziu o cenho e um sorriso brotou nos seus lábios — Gosta que eu te chame de linda?

E aquela mesma sensação de dias atrás voltou com tudo; um frio estranho na barriga, as mãos suando frio. Como ele consegue me deixar tão nervosa?

—Eu....eu acho que....talvez seja intimidade demais — confesso.

—Ah, normal — Deu de ombros — As pessoas pegam uma certa intimidade depois de foderem várias vezes, linda.

Me virei para frente rapidamente ignorando aquele sorrisinho idiota que enfeita os seus lindo lábios vermelhos.

Ele só falou em foder, e eu já senti uma vontade...eu nem sei o que eu senti.

(...)

Heitor e Pedro conversavam animados sobre uma festa, mas eu não estava dando a mínima. Estava muito ocupado observando o quão sexy o Leonardo fica comendo uma maçã.

Oh meu Deus, eu estou secando o cara a metros de distância.

Me virei rapidamente para os meus amigos percebendo o quão patética eu estou sendo. A gente não tem nada, por que eu tenho que me comportar assim?

—Você vai? — Heitor pergunta.

Eu não prestei atenção em nada que ele falou, nada mesmo.

—Onde?

—Festa na casa da Salete  — Pedro responde.

Mais uma festa que vai estar cheia de adolescentes bêbados fazendo coisas idiotas.

—Não sei se quero ir — de longe avisto marcos — Da última vez eu fiquei bêbada e não foi legal, não sei se quero repetir.

—É só não beber muito — Pedro insiste — Estamos indo para nos divertir, e não para beber até esquecer o nome ou acabar pelado em uma cama com um desconhecido.

—Igual quando você bebeu para cacete e acordou pelado na cama com uma das tias da limpeza que tinha por volta de uns quarenta anos e tinha um caroço enorme no nariz? — Heitor gargalhou.

Não consegui conter as gargalhadas. Isso aconteceu no ano passado, fomos em uma festa na casa de um ex colega de turma. Pedro ficou muito bêbado e acabou no quarto de uma das funcionárias da casa, ele não chegou a transar com ela. Dormiram juntos porque ela tentou tirar ele da cama mas não conseguiu.

Todos nós sabemos que não aconteceu nada, mas não perdemos a chance de irritar ele.

—Nossa que engraçado, estou morrendo de rir — Ele diz forçando uma risada — Por que vocês não fazem um negócio? Sabe, entra um no cu do outro...entra um no cu do outro e vai para casa do caralho.

—Calma Cirilo, não precisa se descontrolar — Toquei seu ombro ainda rindo.

—Sem gracinhas, bando de palhaços — Apontou — Mas e aí Gambá, vamos?

—Eu acho que...acho que eu vou — Me dou por vencida e eles sorriem em comemoração.

Ah, é só uma festa. O que pode dar errado?

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