Dez Coisas - O diário de uma...

By LarissaSiriani

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Dez Coisas que Não Podem faltar na vida de Melody Schreiber: 1) Festas 2) Popularidade 3) Problemas 4) As sua... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19

Capítulo 18

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By LarissaSiriani

Na terça feira depois da escola, acompanhei as meninas até em casa, onde elas deixaram seus carros e se juntaram a mim no New Beatle. Era um dia de sol brilhante, céu azul e muito vento em San Diego. Me sentia numa cena de filem enquanto dirigia, cantando “My Prerrogative” da Britney, nossos cabelos voando.

Exceto pelo fato de que eu nunca assisti um filme onde uma cena tão perfeita fosse acompanhada do pensamento aterrorizante de não ter um vestido pro baile que seria dali a duas semanas. Ou de não ter absolutamente nada pronto para o baile em duas semanas. Nem pra viagem para San Francisco.

Céus, eu estava ferrada mesmo!

Estacionei em frente à Prom Gown Towne, a loja preferida da Agatha para vestidos especiais. Estava pipocando de garotas animadas de inúmeras escolas. O que não era nada bom. Só deixava minhas escolhas cada vez mais limitadas.

As Sereias se perderam pelos cabides sempre apinhados de garotas. Eu não gostava muito daquela loja. Apesar de ser cara, a maioria dos vestidos não fazia muito o meu estilo. Cheios de estampas e formas e coisas mais... modernas. Eu era muito seletiva quando o quesito era vestidos de baile. Precisava ser muito bonito pra servir pra mim.

Eu já sabia que não ia encontrar nada, mas ainda assim continuei circulando, olhando e analisando. Agatha já estava com uns dez vestidos separados quando nos chamou. Ela era a única que comprava vestidos ali, mas nós tínhamos o resto da tarde ainda. Nos sentamos de frente para o seu provador e esperamos.

Agatha provou um a um, nos mostrando, girando, segurando o cabelo, pedindo comentários. Eu fui a que menos falei. Calada, repassava a minha lista de preocupações mentalmente. Elas não me interromperam. Passamos mais de uma hora enfiadas na loja, até que Agatha se decidiu por um vestido verde escuro mesclado com verde claro, o tipo de coisa que só ela poderia gostar e que provavelmente só ficava bem nela. Com um problema a menos, partimos para a favorita de Nicole.

A Tiza, onde Nicole comprava vestidos chiques desde o seu primeiro evento importante, tinha modelos mais ousados e extrovertidos. Nicole era a mais alta de todas nós, e Deus sabe o trabalho que ela tinha para manter as pernas mais bonitas que eu já tinha visto na vida – eu tinha que admitir, mais bonitas até que as minhas. Circulando pela loja, vi uma ou duas coisas usáveis, mas que pareceriam mais uma fantasia de fada em mim do que um vestido de baile.

Nicole, em compensação, não precisou de muito mais que vinte minutos de provas pra escolher o modelo perfeito. Não que algum tivesse ficado feio. Nicole ficaria bem com qualquer modelo curto, simplesmente porque tinha o que mostrar. O único problema dela era cores. Combinar o tom que ela gostava com o tom que combinava com a sua pele de ébano era sempre uma missão complicada. Ainda assim, conseguimos. Um vestido curto, de saia tipo bailarina, num tom que dançava entre o champanhe e o amarelado.

Já estava ficando tarde quando eu estacionei na frente da Prom Dresses Express, onde ficavam os vestidos mais clássicos de que a Hilary tanto gostava. Ela já estava na porta da loja, e eu mal tinha descido do carro, quando tocou meu celular.

Após uma pequena luta pra encontrar o Prada Pink dentro da bolsa enorme Louis Vitton que eu estava usando naquela tarde, atendi.

- Alô?

- Oi, Mel. – J.J. disse, parecendo feliz – Tenho uma surpresa.

- Surpresa? – fiz sinal para as meninas esperarem. Elas pararam, confusas, em frente a loja, me encarando sem entender – O que é?

- Preciso que você venha aqui em casa descobrir.

Meu coração acelerou, mas eu não podia recusar a proposta. Entrei de novo no carro, pondo a chave da ignição.

- Estou indo praí! – exclamei, desligando. Então me virei pras garotas, já paradas ao lado do New Beatle – Eu volto em mais ou menos uma hora!

- Aonde você vai? – Hilary perguntou, com uma careta triste. Eu sabia que ela queria que eu ficasse para poder ajudá-la a se decidir, mas J.J. em qualquer situação era uma proposta irrecusável.

- Desculpe. J.J. chamando!

Acelerei e saí dali pra não ver sua cara de decepção comigo. Ela ia me perdoar, eu sabia. Só não seria agora.

Dirigi o mais rápido que pude até a casa do J.J., um milhão de coisas em mente. Quanto mais eu tentava adivinhar, menos sabia o que poderia ser. Eu já estava tremendo de ansiedade quando estacionei em frente à casa dele e apertei a campainha.

Ele me atendeu com um sorriso no rosto e um beijo de boas vindas. Me convidou a entrar e, já na cozinha, puxou um pano de prato e cobriu os meus olhos.

- J.J., o que você está fazendo? – eu perguntei, com um risinho meio histérico. Senti o nó que ele deu no pano atrás da minha cabeça, atando a venda aos meus olhos.

- Eu disse que era uma surpresa. – afirmou, me fazendo rir. Pegou minha mão com delicadeza e começou a me guiar.

Andar de olhos vendados me deixava um pouco tonta. Estendi a mão livre para frente, com medo de bater numa parede ou alguma coisa assim.

- Pra onde você está me levando? – indaguei, baixinho. Eu tinha a impressão de que nós andávamos em círculos.

- Estamos quase lá. – murmurou de volta, e eu sorri, cada vez mais ansiosa.

Ouvi uma porta ranger e o clique de uma luz sendo acesa. Então, com uma mão apenas – a outra ainda segurava a minha -, J.J. desamarrou a venda dos meus olhos. Pisquei um pouco pra me acostumar com a luz, e quando o fiz, visualizei o que ele queria me mostrar.

- O que é isso? – eu perguntei, chocada, boquiaberta. J.J. riu atrás de mim.

- Você gosta? – quis saber.

O que era uma pergunta completamente retórica, na minha opinião. Eu estava de frente para o vestido mais bonito do mundo. Ele era rosa bebê, de saia rendada que devia terminar um pouco acima do joelho. Decote em coração decorado com pedrinhas pequeninas, e alças que, olhando mais de perto, eram feitas de pequenas florezinhas cor de rosa. Ergui-o, testando seu tamanho, e o virei. O decote nas costas ia até a cintura.

Eu estava salva!

- Foi o vestido de formatura da minha mãe. – J.J. contou, surgindo, de repente, junto à minha orelha – Eu achei que ia ficar perfeito em você, e ela concorda. Nasceu pra ser seu. – mordiscou minha orelha – Assim como eu.

 Apertei o vestido, sentindo seu tecido macio que não parecia ter mais do que dias de vida, ao invés de anos, e então o soltei de volta na cama. Parecia que meu coração ia junto.

- Eu não posso aceitar. – eu disse, humildemente, recusando a escutar meu subconsciente que gritava que eu estava ficando maluca – Mesmo.

- Você pode e você vai. – J.J. pegou o vestido e o colocou nas minhas mãos – Vista pra mim.

- O quê? – eu quase gritei – Não!

- Por quê?

- Vai estragar a surpresa do dia do baile!

- Então isso é um “aceito”?

- Não, não é nada disso! – balancei a cabeça, vermelha de irritação – Não me confunda, J.J.!

Mas ele foi até a porta e a fechou, ficando de costas para mim, encarando a madeira branca. Fiquei ainda mais vermelha, de vergonha dessa vez. Embora eu não devesse. Quero dizer, eu já tinha feito coisas piores com ele – tipo quase transar com ele no banheiro a primeira vez que eu tinha visitado sua família – do que simplesmente trocar de roupa enquanto ele estava ali.

Mas ainda assim. Corei, mas decidi que poderia ser, sei lá, algo meio sensual. Então comecei a tirar a roupa, de costas pra ele, incerta se ele estava olhando ou não. Peguei o vestido, olhando para ele por um segundo, e então comecei a vesti-lo.

J.J. estava certo, aquele vestido havia nascido pensando em mim. Cabia perfeitamente, acertando em cada curva e cada detalhe do meu corpo. Ajustei as alças nos ombros, feliz de não ter um zíper para subir. Então pigarreei.

Ele se virou lentamente, olhando primeiro para os meus pés, e então subindo o olhar, ao mesmo tempo em que caminhava na minha direção. Quando chegou até mim, as mãos nos meus ombros, o olhar já estava nos meus olhos azuis, gritando silenciosamente o quanto eu estava bonita. Eu nem precisava de espelho. J.J. me dizia tudo o que eu precisava saber sem uma única palavra.

Então, J.J. se inclinou para mim e me beijou. Devagar e delicadamente, e então mais intenso, correndo as mãos dos meus ombros pelos meus braços, chegando às minhas costas. Dançaram pela minha pele, me deixando arrepiada, os dedos ameaçando o vestido. Ele já estava me guiando quando começou a abaixar a primeira alça. Senti minhas pernas roçando algo que só podia ser o edredom da cama atrás de mim, e me inclinei para ela.

Mas alguém bateu na porta e nós paramos. J.J. me abraçou, enquanto eu punha o vestido no lugar, e sua mãe entrou.

Droga!

- Ah, Melody, você provou o vestido! – a Sra. Jackson exclamou, animada, e provavelmente fingindo ignorar o fato de que eu e o filho dela estávamos sozinhos e de porta fechada naquele que possivelmente era o quarto dela – Deixe-me ver você!

Eu sorri de forma meiga, tentando não ficar ainda mais corada do que eu já estava, e andei até ela. Ela juntou as mãos, com um sorriso enorme estampado no rosto.

- Eu tinha guardado pra dar pra Layla quando fosse o baile dela, mas então percebi que só havia uma pessoa digna de usá-lo depois de mim! – veio até mim e pousou as mãos nos meus ombros, exatamente como o filho o fizera – Você está uma princesa!

- Obrigada, mas... – torci o nariz – Tem certeza, Sra. Jackson? Foi o seu vestido de formatura!

- Ele é perfeito pra você, Melody! – o tom era alegre, mas seu rosto estava sério - Aceite. Sem discussões.

Assenti, então, e a Sra. Jackson fez sinal pra que J.J. fosse com ela, me dando espaço pra me trocar. Não que eu precisasse da ausência dele, claro. Se não fosse pela sua interrupção – a segunda, desde que eu e J.J. havíamos começado a namorar – eu não estaria vestindo nada uma hora dessas!

Me troquei, e consultei o relógio. Eu tinha mais meia hora pra voltar até a Prom Dresses Express e pegar as meninas. Hilary ia deixar de ficar brava comigo quando visse o que eu tinha pra mostrar. Ou pelo menos assim eu esperava.

A Sra. Jackson foi ainda mais gentil em colocar o vestido numa capa de proteção e me ajudar a ajeitá-lo no carro de um modo que as Sereias não precisassem se preocupar com ele. Eu tinha apenas mais vinte minutos quando sai de lá. As meninas já me esperavam, Hilary com a sacola no braço, quando cheguei, quase dez minutos atrasada.

- Ok, desculpem por isso. – pedi, em tom de súplica, quando elas entraram. Hilary parecia muito brava – Mas vocês vão adorar o que eu tenho pra mostrar!

                                                         *-*-*-*-*-*

Diário de Melody Schreiber

10 de maio

 

Layla não gostou muito do negócio de eu ter ficado com o vestido de formatura da mãe dela. Na verdade, ela não disse uma só palavra sobre o assunto, mas sua expressão quando eu contei a novidade pra ela hoje de manhã foi suficiente pra eu entender isso.

Considerando o fato de que nós duas somos meio-irmãs – ainda que, graças a Deus, ela tenha total ignorância sobre o fato – acho tudo bem justo, pensando melhor. Quero dizer, as coisas de família geralmente ficam com a irmã mais velha, certo? Tudo bem, a Sra. Jackson não é a minha mãe, mas nós duas temos o mesmo pai, o que me bota na mesma família que ela, o que me dá certos direitos.

Céus, pensar nisso é realmente estranho. Porque imaginar eu e Layla numa mesma família ligadas por laços sangüíneos é a mesma coisa que colocar eu e J.J. na mesma situação, e isso me assusta. Acho que eu morreria se ele fosse meu meio-irmão e não ela.

Ainda bem que alguém lá em cima gosta de mim.

                                                 *-*-*-*-*-*

11 de maio

 

Hoje foi dia de mais testes de penteado. Layla trouxe umas revistas pra ver se eu gostava de alguma coisa, e foi um caos. No final das contas, Hilary, Agatha e Nicole também apareceram, e Layla arranjou mais três preocupações pro dia do baile.

Devo dizer, elas tiveram mais sucesso do que eu em conseguir algo que ficasse bom. Por mais que eu tenha tentado, Layla não acerta. Amanhã é o teste de maquiagem e unha, e espero que dessa vez ela consiga alguma coisa. Temos ainda mais umas duas semanas até o baile, então acho que é tempo que baste.

Ou pelo menos espero que sim.

                                         *-*-*-*-*-*-*

12 de maio

 

Layla disse que vai ter um ataque e vai precisar de reabilitação depois do baile, porque ela está ficando maluca com nós quatro falando sem parar instruções no seu ouvido.

Eu disse que não me importo com o que aconteça depois do baile, desde que tudo ocorra bem até esse dia em questão.

Ela acertou nos tons de maquiagem e entramos num consenso após uma longa discussão sobre a cor do esmalte.

Mas ainda não obtivemos nenhum avanço no quesito cabelo.

 

                                                 *-*-*-*-*

13 de maio

 

J.J. me disse que ainda não alugou um smoking.

Eu tenho vontade de estrangula-lo numa hora dessas. Quero dizer, estamos cada vez mais perto do baile mais importante das nossas vidas – ou pelo menos da minha vida – e ele nem tem o que vestir ainda! Ele só pode estar brincando comigo!

O que não é legal, já que eu ainda não tenho um penteado, nem sapatos, nem jóias pra usar com o vestido perfeito.

É muita coisa pra uma única cabeça.

                                                 *-*-*-*-*-*

14 de maio

 

Levei J.J. para alugar o smoking hoje.

E adivinha? Tivemos um problema! Como se eu não esperasse...

Como está meio em cima da hora, os melhores já foram reservados. Os bons ainda disponíveis vão precisar de um ajuste excessivo, e o preço fica muito acima do que J.J. esperava – e podia – pagar. Ele se recusa a aceitar a minha ajuda monetária, então nós realmente temos um problema.

J.J. disse que vai se virar, que eu não preciso me preocupar com isso porque ele não vai aparecer na minha porta vestindo jeans, tênis e uma camiseta branca sem estampa, como costuma estar vestido. Disse que eu posso ficar tranqüila que ele vai ficar bonito do jeito como eu mereço.

Eu disse que ele ficaria lindo de qualquer jeito, mesmo se aparecesse só de cueca – o que não seria uma má idéia, exceto pelo fato de que, nesse caso, não iríamos para baile nenhum – e que acho bom ele não me decepcionar, porque eu já tenho muito com o que me preocupar.

Como, por exemplo, o fato de que eu também não tenho absolutamente nada pronto pra viagem pra San Francisco logo após o baile.

Eu já estava me esquecendo. Hora de revisar a lista de prioridades.

Uma semana depois...

Diário de Melody Schreiber

21 de maio

 

Falta uma semana.

Aliás, menos de uma semana. Faltam exatamente seis dias para o baile. E sete dias para o show da Britney.

Cara, só de pensar meu coração acelera!

Faltando tão pouco, preciso ver o que já está organizado. Vejamos:

 

*~O Que Está Pronto Pro Melhor Final de Semana da Minha Vida:

 

- Eu já tenho um vestido (que é perfeito);

- Maquiagem e unhas acertadas;

- Sapatos e jóias certas compradas;

- Conjunto de malas comprado;

- Melanie devidamente ameaçada e intimada a cuidar dos meus cachorrinhos.

 

*~O Que Eu Ainda Preciso Ver Pro Melhor Final de Semana da Minha Vida:

 

- Penteado pro baile!!!!!;

- Revisar guarda-roupa;

- Comprar o que for necessário;

- Arrumar as malas;

- Perguntar pra Hilary se as coisas dela estão prontas;

- Tentar relaxar. Ainda está difícil.

 Seis dias depois...

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