Dez Coisas - O diário de uma...

By LarissaSiriani

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Dez Coisas que Não Podem faltar na vida de Melody Schreiber: 1) Festas 2) Popularidade 3) Problemas 4) As sua... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 11

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By LarissaSiriani

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei foi pegar uma cerveja. Não um copo, mas uma garrafa. Eu odeio cerveja, mas estava mal e queria beber qualquer coisa. Encontrei com Josh na cozinha da casa de Chad, que parecia bem feliz apesar de não estar mais no time.

Bebi a primeira garrafa em menos de meia hora. Voltei pra pegar a segunda, e encontrei com Chad. Ele me perguntou como eu estava, e eu menti dizendo que estava bem.

Voltei pra sala, onde Hilary, Agatha e Nicole estavam, e Chad veio comigo. Ele também estava bebendo um bocado. A casa estava lotada e a música estava alta.

Foi aí que eu vi.

Sentados nos degraus da escada, conversando. Ele estava sorrindo de um jeito que eu nunca tinha visto antes, exceto talvez por aquela foto que constava na pasta de informações que eu tinha dele. Ao lado dele, a Jordin Sparks dos meus pesadelos, magricela e ainda mais bonita.

Não podia ser. Não pode ser. É ruim demais pra ser verdade.

Virei o resto da garrafa e decidi que precisava de algo mais forte.

Indo e voltando na próxima hora, sempre bebendo mais e mais, os dois pareciam mais íntimos, mais próximos, e J.J. emanava felicidade. Ele me viu passando então, e eu parei quando seus olhos grudaram em mim. Eu já estava bêbada a esta altura.

- Oi. – soltei. Aquela que eu tinha certeza de que era Kimberly deu um sorriso encantador.

- Oi. Eu sou Kimberly. – sua voz era anasalada e irritante. J.J. olhava de mim para Kimberly como se estivesse sendo partido ao meio.

- Melody Schreiber. – me apresentei, meio tonta, meio desesperada, muito bêbada – Você que é a ex-namorada do J.J., então? Era mais bonita na foto!

- E você é a patricinha irritante? – retrucou, com um sorriso – Não é nada diferente do que eu imaginava!

- Olha aqui, garota...

- Melody! – Chad apareceu em meu socorro. Ele não estava muito melhor do que eu em questão de sobriedade – Oi. – acrescentou pra Kimberly, e foi me arrastando.

- Aquela vadia! – eu exclamei – Chad, eu quero outra garrafa!

- Eu vou buscar, fique sentada ai! – me colocou sentada no sofá, e foi buscar algo pra mim.

Passei a noite enchendo a cara e observando os dois. Num certo momento, parei de prestar atenção no que estava fazendo.

Talvez seja por isso que eu acordei no domingo e não fazia a menor idéia de onde eu estava.

Me sentei, e o lençol que me cobria caiu. Só então eu percebi que estava... nua.

Ai, caramba!

Se eu estava nua, isso queria dizer que eu estava com alguém, porque eu não durmo nua. Além do mais, eu sabia onde eu estava, agora que olhava direito. Paredes verde-oliva. Cortinas brancas encardidas. Lençol azul manchado. Pôsteres de futebol e um pôster enorme de Heath Ledger como Coringa. Uma coleção enorme de carrinhos.

E Chad bem do meu lado.

Eu tinha passado a noite com Chad e não sabia disso. Eu devia estar mesmo muito mal!

Pra piorar, me lembrei que eu não tinha como voltar pra casa, porque Hilary tinha me levado até o jogo, e do jogo até a festa. Então, eu estava mais do que ferrada.

Cambaleei pra fora da cama em busca das minhas coisas. Achei minhas roupas jogadas no chão, e a minha bolsa caída, com tudo espalhado. Encontrei o meu LG quase sem bateria, e disquei o número que sempre me vinha à cabeça em momentos de desespero.

Chamou e chamou. Até cair a linha. Insisti, e nada. Após várias tentativas, a bateria acabou, e eu bufei. Me contive da vontade de gritar, porque não queria que Chad acordasse. Eu não queria que ele me visse ali, porque eu na queria estar ali.

Fui até o telefone na mesinha de cabeceira e disquei. Ao terceiro toque, Hilary atendeu.

- Chad? – ela disse, com um tom tipo “por que você está ligando?”

- Hil, é a Melody! – eu disse, aos sussurros.

- Sua piranha! – ela gritou, mudando de confusa pra agressiva num segundo – Vem tentar falar comigo depois de ontem?

- O que houve? – eu perguntei, surpresa, meio alto demais. Chad se mexeu na cama.

- Você tentou beijar o Josh, Melody. Bem na minha frente. – respondeu, histericamente – Não me ligue nunca mais!

E desligou.

Agora sim eu estava ferrada.

Sentei e comecei a chorar.

                                                                 *-*-*-*-*-*

Diário de Melody Schreiber

5 de março

 

Agora que a minha vida está completamente acabada, não faz mais diferença. Mas  vou fazer essa lista para sempre me lembrar dos absurdos que ocorreram nas últimas 24 horas.

 

*~Dez Coisas que Se Deve Fazer Quando Queremos Desistir Completamente de Algo. Ou Alguém.:

 

1) Chegar na cara do cretino do J.J. e dizer que desiste.

2) Gritar com ele quando ele disser que você está chorando.

3) Comer uma barra de chocolate Hersheys. Todo mundo sabe que chocolate é extremamente terapêutico.

4) Vomitar a barra de chocolate Hersheys. Todo mundo sabe que ela é extremamente calórica.

5) Ir à festa de comemoração da primeira vitória do time de lacrosse do St Phillip High School, na casa de Chad Brown.

6) Começar a beber muito quando você vê J.J. conversando com uma garota idêntica à foto que você viu de Kimberly-Praga-Newton

7) Tomar um verdadeiro porre

8) Acordar na cama de Chad Brown. Com Chad Brown.

9) Ligar pra sua melhor amiga Hilary, que não quer ouvir sua voz porque você tentou beijar o ex-namorado e paixão da vida dela, Josh Abba, enquanto estava bêbada.

10) Chorar muito, porque a sua vida está um verdadeiro inferno.

 

                                                 *-*-*-*-*-*

Fechei o diário no momento exato em que Chad acordou. Se espreguiçou e deu um bocejo que eu já reconhecia pelas nossas noites anteriores, enquanto ainda éramos namorados. Sentou-se num tiro quando me ouviu fungando.

- Mel? – ele disse, primeiramente meio assustado. Então foi ficando relaxado e preocupado, entortou a boca e me puxou pra ele.

Fiquei uns dez minutos sentada, ainda nua, no colo do Chad, chorando feito uma criança. Eu sei, é embaraçoso. Mas eu me sentia tão péssima que nada poderia deixar minha vida pior, nem mesmo o fato de que eu estava me afogando em lágrimas no colo do cara com quem eu tinha passado a noite.

E lembrar que tínhamos passado a noite juntos só me dava vontade de chorar ainda mais.

- Mel, me desculpe. – Chad pediu, implorou no meu ouvido – Ontem a noite eu não estava tão bêbado que não soubesse o que estava fazendo. E você estava tão desesperada por causa do J.J. que eu acabei tentando te ajudar fazendo ciúmes pra ele.

Tentei responder, e só saiu um soluço longo. Patético.

- Eu sei que eu não devia, mas posso jurar que ele prestou atenção quando eu comecei a te beijar! – continuou, e isso me fez diminuir o choro. J.J. tinha prestado atenção? Será que ele tinha ficado com ciúmes de verdade?

- Mesmo? – perguntei, tão baixinho que não sabia se ele conseguiria me escutar.

- É! – Chad confirmou, e suspirou – Ai eu me animei, e te trouxe pra cima e... você já sabe. – moveu minha cabeça até que eu olhasse pra ele – Me desculpe, Mel, eu prometo que nada assim vai acontecer, ok? Eu nunca mais vou abusar de você desse jeito!

- Tudo... bem...

Chorei mais um pouco, e depois peguei minhas roupas e fui tomar um banho. Já estava ferrada mesmo. Chad me trouxe toalhas limpas, e continuou se desculpando até a hora em que chamei um táxi pra me pegar. Ele fez questão de pagar a corrida pra mim.

Agora eu também teria um Chad e arrependido me perseguindo. Era tudo de que eu precisava!

Quando cheguei em casa, Lady veio me receber. Sua barriguinha já estava rechonchuda, e me lembrei de Melanie dizendo algum dia daqueles que não ia demorar muito pros filhotinhos nascerem. Fiquei um pouco mais alegre em pensar nos Poodles pequeninos correndo pela casa. Mas minha alegria não durou tempo suficiente. Minha cabeça ainda me lembrava que eu precisava resolver tudo com a Hilary.

E eu não fazia a menor idéia de como faria isso.

Pensei em ligar pras outras, mas me perguntei de que lado elas estariam. Eu não esperava que estivessem do meu, embora precisasse disso. Eu era a traidora da vez e merecia ser punida – até eu concordava com isso. Elas só estavam seguindo o código. Não importava o quanto eu tivesse bebido, eu não tinha o direito de atacar Josh. Ainda mais na frente da Hilary.

Eu estava ferrada.

No caminho pro meu quarto, ouvi meus pais discutindo no quarto. Ótimo. Além do caos na minha vida pessoal, tinha que enfrentar o caos em casa. Quando papai não estava viajando, isso acontecia com freqüência: brigas. Ele discutia com a mamãe porque ela era ausente e gastona, e ela discutia com papai porque ele nunca estava em casa. Não era agradável aos ouvidos de ninguém.

Quando os gritos cessaram, resolvi que talvez fosse uma boa hora pra dar uma olhada no meu pai. Minha mãe poderia ser consolada pelo advogado – ela não precisava e nunca precisou de mim, do mesmo modo como fazia muito tempo desde que eu havia precisado dela.

Bati à porta do escritório, de onde vinham fumaça de charuto, cheiro de incenso e o som irritante de Bethoven e sua maldita música clássica. Papai me convidou a entrar, e eu respirei fundo.

Melanie não estava com ele. Graças a Deus. Ter que expulsar minha terceira pirralha menos favorita não seria algo que fizesse meu papai ficar feliz.

- Oi, papi. – eu disse, com um sorrisinho fraco, depois de entrar. Meu pai deu um sorriso ainda pior que o meu.

- Oi, minha flor! – apontou a poltrona de frente pra dele – Sente-se.

Obedeci. Papai ficou me olhando, esperando que eu dissesse alguma coisa.

- Ouvi vocês discutindo. – murmurei, e ele pareceu exausto por um segundo.

- Problemas com contas, filha. – suspirou – Mesmo com todo o meu salário, não posso mais administrar os gastos. E não só da sua mãe. Os seus também.

- Meus?

- Seu cartão de crédito vai ser bloqueado, filha. Me desculpe. Você vai ter que aprender a se virar com pouco.

Aquilo me atingiu como um soco na cara, e eu não sabia o que dizer. Pra não discutir nem piorar as coisas, me levantei e saí. Papai não pediu pra que eu ficasse. Agora sim tudo estava de cabeça pra baixo.

Quando a gente acha que está no fundo do poço, precisa se lembrar de que as coisas sempre podem piorar!

                                                        *-*-*-*-*-*-*

Diário de Melody Schreiber

6 de março

 

Acabei de chegar na escola e estou morrendo de medo de sair do carro.

Eu sei que elas estão todas muito bravas comigo. Eu sei que eu mereço. Eu sei também que eu tenho que consertar as coisas de algum jeito.

Mas eu estou morrendo de medo.

Eu definitivamente não sou mais a Melody Schreiber de antes. E eu não sei o que é isso que eu virei!

Preciso ter coragem!

                                                *-*-*-*-*-*

Arranjei coragem e saí do carro. Hoje, pelo menos, eu tinha prestado atenção no que tinha vestido: uma calça jeans e uma camiseta lilás sem estampa. Não era bonito, mas eu não estava mais no topo da cadeia de popularidade, então não faria diferença.

Ao contrário de Cameron. Ela estava rindo e conversando com um monte de gente que costumava me cercar, vestindo várias roupas que eu a tinha ajudado a comprar. Ela ainda achava que podia ser igual a mim. Adoraria que ela soubesse que, depois de pega-la aos beijos com quem era meu namorado na época, eu tinha dormido com ele. Isso eu tenho certeza de que ela não teria coragem de fazer nem mesmo bêbada.

Não que eu me orgulhasse. Eu me sentia mesmo era um lixo!

Cada passo que eu dava em direção à mesa que ainda ocupávamos, era um aperto no coração. Hilary não ia me perdoar. Não ia me perdoar nem um pouco. Eu tinha perdido a minha melhor amiga, eu tinha perdido a minha grande e maravilhosa melhor amiga...

- HILARY, ME PERDOE! – eu berrei, quando alcancei a mesa. E comecei a chorar.

Hilary, Agatha e Nicole me olharam com uma surpresa que eu nunca vi antes, assim como todos à nossa volta. Eu estava assinando meu atestado de óbito social e não me importava, porque minha melhor amiga valia tudo isso. Então, eu ia mesmo abrir o maior berreiro se precisasse disso.

Sentei-me na minha cadeira de costume e agarrei a mão negra da Hilary com força, implorando:

- Me desculpe por ter sido tão piranha, eu sei que eu não mereço, mas me desculpe, eu estava doida, eu tinha bebido demais, e eu vi o J.J. com aquela menina e eu comecei a beber e...

- Melody! – Hilary exclamou, mas eu não parei.

- Eu sou horrível! – continuei – Eu sou a pior amiga do mundo, mas não me abandone agora! Eu sei que você está brava, eu sei que eu mereço ser punida, mas eu não posso fazer nada se não puder ter vocês por perto, vocês três! Voc6es são minhas únicas amigas e...

- Melody, RESPIRE! – Nicole quase gritou, já impaciente.

Então eu fechei a boca e limpei o rosto com as mãos. Ainda bem que eu não tinha passado nada de maquiagem. Estaria tudo perdido a essa altura.

Olhei pras meninas. Hilary estava inexpressiva, Agatha estava pasma e boquiaberta e Nicole estava um misto de surpresa e impaciência só dela. Respirei fundo e me controlei.

- Me desculpe. – murmurei de novo.

Hilary bufou, então levantou e veio até mim. Pra minha surpresa e grande felicidade, ela me abraçou.

- Eu te perdôo por ser uma piranha bêbada! – ela riu – Claro que eu te perdôo. Eu não vou te abandonar nunca!

Então Agatha e Nicole me abraçaram também e eu sabia que, pelo menos agora, tudo estava bem.

                                                        *-*-*-*-*-*

Diário de Melody Schreiber

7 de março

 

Meus pais estão discutindo de novo. Mais alto agora. Dá pra ouvir perfeitamente tudo o que estão dizendo, por mais que eu não queira.

Eu odeio quando isso acontece. Minha família é um caos, e não é à toa que eu esteja tão desequilibrada com tudo o que tem acontecido, ou que odeie esse negócio de amor. Só dá problemas.

Falando em amor, nem sinal do J.J. hoje, assim como ontem. Ele simplesmente faltou à escola, mas Chad disse que ele foi ao treino de lacrosse. Disse que ia investigar porque ele anda tão sumido, mas eu tenho certeza de que a razão atende pelo nome de Kimberly. Aquela insuportável podia muito bem ter ficado lá em Washington – ninguém a quer aqui. Muito menos eu. O J.J. já me odeia sem que ela esteja por perto, mal posso imaginar como se sente tendo ela pra comparar.

E só de imaginar os dois juntos me dá náuseas e eu começo a chorar e chorar e chorar sem parar. A vida é tão injusta...!

Estão batendo na minha porta.

 

                                                 *-*-*-*-*-*

Eu não queria ver ninguém quando começaram a bater freneticamente à porta do meu quarto. Eu tinha cochilado quando cheguei da escola, e sonhei que eu e Kimberly-insuportável-Newton éramos duas gladiadoras que disputávamos até a morte pra ter o amor de J.J.

Ela ganhava, e eu acordei suada e chorando. A lembrança do fato de que J.J. a achava muito melhor do que eu em qualquer sentido me deixava maluca, a ponto de sonhar que eu estragava meu corpo, minhas unhas e meu cabelo numa disputa sangrenta. Eca.

Mesmo assim, fui até a porta e a abri, depois que quem quer que estivesse ali não me deixou em paz, apesar dos cinqüenta “vá embora” que eu gritei.

Era Melanie. E ela parecia aflita.

- Melody, vem logo! – ela exclamou, histérica – A mamãe está fazendo as malas, Melody! Ela disse que vai embora!

- ELA DISSE O QUÊ? – eu berrei, completamente pasma. Até Lady se levantou de seu sono de grávida e começou a latir – NÃO!

- Vem logo!

Segui minha irmã pelo corredor, até o quarto dos nossos pais. A porta estava aberta, e mamãe atirava um monte de roupas pra fora do seu closet. Havia uma mala aberta em cima da cama, do tipo que se leva pra longas viagens de avião.

- Mãe, o que você está fazendo? – eu quase gritei, quando entramos. Lady ainda estava latindo, e eu a peguei no colo.

Minha mãe continuou fazendo aquela bagunça no quarto, e notei que meu pai estava num canto, assistindo tudo enquanto fumava um charuto. Não parecia triste, apenas surpreso.

- O que você acha? Fazendo as malas!

Mamãe saiu do closet com os braços cheios de roupa. Jeane Schreiber era nada menos do que eu com várias décadas acrescentadas. Os mesmos cabelos louros e ondulados – embora os dela começassem a ficar brancos – e os mesmos olhos azuis intensos – embora os dela tivesse botox aplicado nos cantos. Era magra de um jeito meio doentio, e se vestia muito bem. E tinha toneladas de roupas.

- Mas aonde você vai? – eu perguntei, sentindo o desespero me sufocar. Ok, minha família era um lixo. Nem por isso eu queria que ela se desfragmentasse!

- Vou pra Los Angeles com o Sr. T. – respondeu. Sr. T. era o jeito como eu chamava nosso advogado, porque eu nunca lembrava o nome dele. Só sabia que era senhor T.

- Papi, você vai permitir? – Melanie perguntou, completamente histérica, indo até o nosso pai – Papi!

- Sua mãe fez a escolha dela. – meu pai respondeu, apenas – Melody, podemos ter uma conversinha?

Ops. Eu estava ferrada. Pra variar.

Assenti, e meu pai me acompanhou até o lado de fora. Descemos até seu escritório e ele fechou a porta. Engoli o medo e me sentei na poltrona de frente para a dele, onde ele veio se sentar logo em seguida.

- Eu sei que essa não é a melhor hora... – ele suspirou, parecendo ainda mais cansado do que eu jamais tinha visto – Mas eu tenho uma boa e uma má notícia.

Fiz uma careta. Não era bem isso que eu estava esperando.

- A má notícia é que você mentiu pra mim e eu estou muito chateado, Melody. – continuou, e eu baixei a cabeça. Lady fez um grunhido tristonho – Você sabia que sua mãe tinha um caso e não me disse nada. Eu esperava mais confiança da minha própria filha.

- Me desculpe, pai. – eu pedi, num sussurro – Eu achei que se eu dissesse, seria pior pra todo mundo. Essa casa já era um inferno, mas eu não queria que algo como o que está acontecendo agora acontecesse algum dia.

- Eu entendo. Mas não muda a minha mágoa.

- Me perdoe...

Ficamos em silêncio por um minuto ou dois. Eu não sabia o que dizer.

- Qual é a boa notícia? – perguntei, então, baixinho. Meu pai deu um meio sorriso triste e me entregou uma chave adornada com um chaveiro cor de rosa em formato de coração, onde se lia meu nome.

- Eu já havia comprado o seu carro novo antes de descobrir isso. – me respondeu.

O meu grito de alegria foi inevitável.

- CARRO? – berrei, rindo e pulando com Lady no meu colo – MEU DEUS, UM CARRO NOVO PRA MIM?

- Sua Mercedes está muito velha! Aproveite!

- AH, EU TE AMO!

- Também amo você!

- UM CARRO!

Ainda estava gritando quando corri pra garagem e acendi as luzes. O Peugeot 360 branco conversível da mamãe estava lá, ao lado do Tucson preto brilhante do papai, que costumava ficar ao lado da minha Mercedes.

Mas, no lugar da Mercedes, estava um New Beatle branco maravilhoso e conversível. E ele era todo meu!

Ainda estava gritando de alegria quando subi no carro, dei a partida e saí por ai, sem destino nenhum, tendo apenas Lady como companhia.

 

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