Segunda-feira na escola foi um verdadeiro inferno.
- Melody, ouvi dizer que você foi traída, é verdade?
- Melody, por que você traiu o Chad?
- Fez bem em ter dado um tapa na cara do Chad, Melody. Eu teria feito o mesmo.
- É verdade que você traiu ele porque ele beija mal?
- Não acredito que você bateu na Cameron!
Meu Deus, o que é isso?
É muito ruim ser popular quando a sua vida está um caos. Todo mundo também sabe disso, e a maior parte das pessoas sai dizendo coisas que não têm nada a ver com a realidade, criando uma bola de neve grotesca e sem sentido. Enquanto eu atravessava o corredor pra primeira aula, escoltada por Hilary, Agatha e Nicole, ouvi não só isso como milhares de outros comentários e perguntas absurdas.
Eu não fazia idéia de como todo mundo tinha dito tanta besteira em tão pouco tempo, mas não seria a primeira vez que uma história sobre mim era retorcida. No entanto, era a única vez que eu queria que todo mundo calasse a boca. Nunca desejei tanto ser impopular.
Mentira. Nem agora eu desejava isso. Eu estava abalada, não maluca.
- Esse pessoal bateu a cabeça! – Nicole resmungou, quando chegamos à aula de história. J.J. estava sentado no lugar de costume, algumas carteiras atrás da minha, e nem prestou atenção quando eu cheguei, mesmo que todo mundo estivesse falando comigo.
A parte boa era que ninguém sabia que eu tinha fechado a noite tenebrosa com chave de ouro tendo uma discussão calorosa com J.J., nem que tinha deixado a festa e encontrado com ele. Eu não podia imaginar onde ia enfiar a minha cara se todo mundo soubesse as coisas que eu tinha dito. Principalmente se soubessem que eu estava mesmo de quatro pelo J.J.
Não conseguia prestar atenção na aula. Na saída, passamos por Cameron, que me deu um sorrisinho presunçoso.
Nicole sacrificou seu precioso pó-de-arroz quando isso aconteceu. A blusa branca que Cameron estava usando ficou morena. Risos foram inevitáveis, assim como os comentários depois:
- É verdade que você atacou a Cameron Troy no meio do corredor?
- Disseram que ela só derrubou chocolate quente, mas eu tenho certeza de que a Melody fez aquilo.
- A Melody é tão vingativa!
É, sou mesmo.
Na hora do almoço, tratei de avisar as líderes de torcida que teríamos treino naquela tarde. O primeiro jogo do semestre seria no próximo sábado, e nós tínhamos que estar afinadas: treino todas as tardes. Pra mim era quase uma desculpa pra não ter tempo de pensar nos meus problemas. Pra elas, era um pesadelo.
- Você está exagerando! – Dakota reclamou, quando eu disse que nós teríamos ensaios todas as tardes naquela semana – Eu tenho horário marcado pra cortar o cabelo na terça, e um trabalho enorme de química pra sexta-feira.
- Desmarque e arranje tempo. – respondi, sem me importar – Temos uma semana pra ficarmos perfeitas, então vamos usar uma semana pra isso. Sem discussões.
- Tomara mesmo que Cameron te dê uma lição!
Aquilo me pegou de surpresa. Ela estava mudando de lado?
Pela cara de mais três garotas presentes, elas também. Fiz minha melhor expressão de superioridade.
- E eu acho bom você decidir logo de que lado você está, Dakota. – afirmei, firmemente – Eu não perco uma briga e não poupo soldados.
Ela pareceu com medo. Era pra ficar.
Treinamos duro naquela tarde. O mesmo na terça-feira.
E foi naquela terça que Chad veio me procurar. Tinha acabado de treinar, estava suado e fedido. Pior do que isso, eu não conseguia olhar pra ele, porque me doía. Nunca achei que ficaria tão triste por algo assim vindo de alguém como Chad.
Imaginei, então, o que aconteceria se J.J. tivesse feito isso. Eu provavelmente teria me matado ou algo do tipo.
- Melody... – ele disse. Todas as garotas pararam de falar e de treinar pra observar nossa conversa – Será que a gente pode conversar?
Olhei pras líderes e elas entenderam muito bem. Voltaram a ensaiar no mesmo instante.
- Longe daqui. – propus. Chad concordou, e andamos pra fora do campo.
Sentamos nas arquibancadas, vendo o time todo de lacrosse aos poucos terminar o treino e ir se dispersando pro vestiário. Vi J.J. brincando com uma bola, e me perdi nessa visão. Ele estava sem camisa. Me fazia querer desmaiar.
- Então... – Chad murmurou, me tirando do transe que o peito nu e o abdômen perfeito do J.J. me haviam colocado.
Olhei pra Chad, e vi que ele estava carregando uma culpa enorme. No fim, percebi que não conseguia ficar brava com ele. Eu estava apenas magoada.
- Eu quero saber o que aconteceu. – eu disse, de repente, respirando fundo – Eu estou tentando entender, Chad, e isso só vai acontecer quando você me disser o que houve.
- Certo... – Chad bufou e coçou a cabeça suada – Foi muito... eu não sei, repentino. Eu estava te esperando, e Cameron apareceu. Disse que você não vinha, porque queria terminar comigo. Eu perguntei por que, e ela disse que era porque você estava apaixonada por outro, que estava me enganando.
Cameron vagabunda. Ela ia se arrepender por isso.
- Eu fiquei chateado, Mel. – continuou, sem poder mais olhar pra mim – Eu não esperava isso de você, e quando eu vi, estava descontando tudo isso na Cameron. Fiquei com ela como se fosse uma forma de vingança.
- Isso é ridículo... – suspirei – Ela não estava mentindo. Eu estou mesmo apaixonada por alguém. Mas eu nunca tive a intenção de te machucar. Quando vi que estava usando você eu... me senti mal por isso, Chad. Eu me importo com você.
- Eu também me importo com você.
- Mas eu estou magoada, porque você sabe que por mais que eu seja doida e use as pessoas quando acho que preciso, nunca faria... o que você fez.
Chad riu e pegou minha mão num gesto de conforto. No final, percebi que estava tudo bem entre nós.
- Somos duas pessoas muito ruins! – ele exclamou, me fazendo rir.
- É bom saber que nem isso tudo pode estragar a nossa amizade. – falei, com um meio sorriso.
Nos calamos, olhando pra frente. J.J. era o único no campo agora, e eu entrei em transe de novo, porque ele estava mais lindo do que nunca, mesmo coberto de suor. Dez longos minutos se passaram antes que eu percebesse que Chad estava olhando pra mim, como se tentasse me desvendar.
- O que foi? – perguntei, calmamente, soltando sua mão suada e nojenta.
- Você está mesmo gostando dele, né? – indagou – Do J.J.?
Olhei dele para o campo, mas J.J. não estava mais lá. Concordei suavemente com a cabeça.
- É uma pena que eu não possa dizer o mesmo sobre ele. – resmunguei, baixinho – Desculpe ter te usado por isso.
- Tudo bem. – ele sorriu – J.J. é um cara legal, só que é meio durão. Ele não mostra o que sente. Quando estamos jogando, nunca dá pra saber o que ele está planejando fazer, porque ele não demonstra.
- Eu o odeio por isso.
- Você o odeia porque não sabe o que fazer por causa disso. Mas sabe o que eu acho?
- O quê?
- Que se você for atrás dele e mostrar o que está sentindo, vai descobrir alguma coisa.
- Eu já tentei fazer isso, Chad. Ele não acredita em mim.
Chad sorriu e me deu um beliscão na bochecha, tão levinho que chegava a fazer cócegas.
- Tente de outro jeito. – sugeriu.
E eu sabia exatamente do que ele estava falando. Chad me conhecia bem o suficiente pra saber o que estava se passando pela minha cabeça numa situação como essa.
Eu precisava criar coragem e fazer o que era necessário pra que J.J. me escutasse e acreditasse em mim.
- Você acha que seu...? – nem conseguia terminar a frase, e não era preciso. Chad entendeu, e deu de ombros.
- Eu acho que você precisa tentar, Mel. – respondeu – Você sempre consegue o que quer tentando tudo o que pode tentar. Corra atrás!
Assenti, devagar, repetindo isso na minha cabeça.
Corra atrás, Melody.
Corra atrás.
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Diário de Melody Schreiber
28 de fevereiro
Amanhã, antes do treino, vou beijar J.J. Tyler.
As meninas ficaram empolgadíssimas quando eu disse isso a elas. Me deram a maior força, me disseram que era isso mesmo que eu tinha que fazer se era disso que ele precisava pra acreditar que eu gostava dele pra valer. Não me deu muito incentivo, pra falar a verdade. Eu continuo completamente nervosa.
Amanhã vou beijar J.J. Tyler.
Eu espero mesmo que isso mude a minha vida pra melhor!
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1 de março
Faltam quatro horas pro início do treino.
Eu estou hiper-ventilando.
Isso não está certo. Eu nunca fico nervosa antes de beijar um garoto.
Ok, esse não é um garoto qualquer. É J.J. Tyler, o cara mais lindo de todo o mundo, por quem eu estou apaixonada. Meu primeiro amor. E, dado o meu estado, começo a pensar que desejo que ele seja o último.
Esse negócio de gostar de alguém é um saco! Quem foi que inventou isso?
Ah, meu Deus. Eu vou morrer.
Meu Pai do Céu, ajude essa filha que te chama. Eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas tudo o que estou fazendo é por amor. Me dá uma forcinha, vai?
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1 de março
Faltam dez minutos pra começar o treino.
Aí vou eu.
Deus me ajude!
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J.J. estava sentado na arquibancada. No campo, só estavam as primeiras líderes de torcida e o treinador do time. Ele nem tinha trocado de roupa ainda. Estava com uma camisa xadrez azul por cima de uma regata branca. Parecia o Ryan de “The O.C.” numa versão mais séria e gostosa.
Me sentei ao lado dele. Ele me olhou brevemente, como se eu fosse um ninguém, e virou a cara.
Aquilo ia ser difícil.
- Até quando vai me tratar desse jeito? – eu perguntei, derrotada, com o coração na mão.
- Cada um recebe o que merece, Melody. – J.J. disse, ainda sem olhar pra mim. Fechei os olhos e mordi a boca por dentro.
- É isso que merece alguém que gosta de você, J.J.?
Ele me olhou com sua fantástica e linda expressão sarcástica.
- Você é só uma garota mimada, Melody. Eu sou só mais uma coisa que você quer.
Balancei a cabeça.
- Não é nada disso!
- Me diga, Melody... – J.J. continuou, cruzando os braços e sorrindo de um jeito muito irritante – Como é a sensação quando a única coisa que você quer é tudo aquilo que você não pode ter?
- Não é nada disso! – exclamei – Desculpe, mas você não me dá outra escolha!
Foi nessa hora que eu puxei e o beijei.
Foi mais rápido do que eu gostaria. Foi só um tocar de lábios, apertado e breve, porque J.J. não me beijou de volta. Ameaçou faze-lo, mas não o fez.
Tentei prolongar o momento em que, enfim, meus lábios estavam encostados nos dele. Era tudo com que eu vinha sonhando nas últimas semanas. Eram macios e perfeitos, e tudo o que eu queria era que ele me beijasse de volta. Não aconteceu. Quando abri os olhos e o soltei, não dava pra definir o tipo de emoção que passava pelo seu rosto.
Então, J.J. apenas se levantou e foi embora. Sem dizer nada.
Ah. Meu. Deus.
Voltei pro campo, onde todas as garotas já estavam reunidas, me esperando. Todas me olhavam e cochichavam entre si. Elas tinham visto. Não ia demorar a todo mundo ficar sabendo do maior dos meus fracassos.
- Você beijou J.J. Tyler? – uma das garotas me perguntou, parecendo surpresa e curiosa. Assenti com a cabeça.
- Tive vontade. – respondi, no tom menos convincente que se pode usar pra uma mentira.
No momento, eu só queria sentar e chorar. Porque eu tinha corrido atrás. Tinha tentado de tudo. E agora, definitivamente, estava acabado.
O amor tinha vencido Melody Schreiber na única briga em que o troféu realmente valia a pena.
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Diário de Melody Schreiber
1 de março
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu quero morrer.
Eu poderia escrever isso pra sempre, mas estou ocupada demais querendo morrer.
*-*-*-*-*
- Melody, você não vai acreditar! – Agatha exclamou, na manhã de quarta-feira. Ela parecia aflita.
Eu nem tinha me maquiado naquela manhã. Coloquei a primeira roupa que achei e fui pra escola. Eu estava um lixo em todos os sentidos, e ao invés de me confortar, elas vinham me dar mais notícias ruins.
Mas, afinal, não dá pra ser pior do que receber todo o desprezo mudo do cara por quem você está apaixonada e fez a besteira de dar um beijo. Eu já estava me sentindo acabada. Nada que ela me dissesse poderia me fazer sentir pior.
Era isso o que eu achava antes que ela me mostrasse uma revista de moda, aberta na sessão de biquínis e afim. A marca era aquela pra qual eu supostamente trabalhava. Os biquínis eram os mesmo com os quais eu tinha fotografado, mas não era eu quem estava nas fotos.
Era Cameron.
Comecei a chorar na mesma hora. Quem liga pra quem está olhando, afinal? Eu já dei todos os motivos pra falarem de mim, e estou oficialmente destruída de todas as maneiras que alguém pode estar. Quem eu quero me despreza, as pessoas falam mal de mim pelas costas, vou aos poucos perdendo o título de Miss Popularidade e quem está me substituindo é uma fraca imitação de mim mesma. Uma imitação do mal que eu mesma havia construído.
Deus estava me castigando por ter sido uma má pessoa. E eu não conseguia aceitar isso como sendo algo justo.
Eu só queria morrer.
Me afastei das meninas, que se olhavam de modo desesperado, e sai fungando e soluçando pelos corredores. O sinal tocou, mas eu não queria ir pra aula. A primeira aula era história, e J.J. estaria lá.
Chad me capturou no meio do corredor, passou o braço pelos meus ombros e me levou pra sala vazia de computação. Lá, me abraçou e deixou que eu chorasse no seu ombro.
- Tudo está um inferno, Chad! – exclamei, soluçando – Eu beijei J.J. ontem e ele não falou nada. Me olhou como se eu fosse um bicho!
- Desculpe a sinceridade, Mel... – Chad começou, e eu sabia que ali viria a próxima bomba – Mas J.J. disse que não gostou do que aconteceu.
Ótimo. Realmente ótimo.
- Me deixe sozinha! – implorei, me afastando dele.
Chad não disse mais nada. Apenas saiu e me deixou ali, me afogando ns minha própria tristeza.
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Diário de Melody Schreiber
2 de março
*~Motivos Pelos Quais eu Não Deveria Ter Beijado J.J.Tyler:
1) Depois que eu o soltei, ele me olhou com uma cara estranha e me deu as costas.
2) Isso foi há dois dias. Ele não veio nem me irritar depois disso.
3) A escola inteira me perguntou porque eu fiz isso, e eu tive que mentir e dizer que apenas tive vontade.
4) Chad veio me dizer ontem que J.J. disse que não gostou do beijo.
5) ...
Não consigo pensar em nada que seja pior do que isso.
A minha vida está completamente acabada.
Onde eu estava com a cabeça?
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3 de março
É oficial. Cameron é a nova Miss Popularidade da St Phillip High School.
Só as Sereias ainda falam comigo. Se é que ainda somos as “Sereias”. Começo a suspeitar que somos de novo apenas Melody Schreiber, Nicole Hillman, Agatha French e Hilary Louis. O lado bom é que elas não parecem se importar com isso. O lado ruim é que eu me importo. A única coisa que me deixava feliz era saber que, acontecesse o que fosse, eu sempre estaria no topo.
Agora não só minha vida está uma droga como também perdi meu reinado pra uma escrava idiota.
Eu poderia reagir se quisesse. Pegar de volta o que é meu desde sempre. Mas estou me sentindo tão derrotada que nem isso eu tenho vontade de fazer.
As meninas acham que eu tinha que tentar mais um pouco. Eu acho que está na hora de jogar a toalha e desistir.
Então decidi que vou fazer os dois. A última tentativa explosiva pra provar que estou desistindo.
*-*-*-*-*-*
E lá vou eu de novo.
Sexta, último ensaio antes do jogo de lacrosse de amanhã. O treinador já está matando alguns jogadores em campo, mas não vejo J.J. em lugar algum. Faço o caminho pro vestiário, que tantas vezes havia feito pra pegar Chad de surpresa. Hoje, eu queria só enfrentar o que não me deixava mais dormir.
Ouvi vozes no vestiário, e entrei como se fosse o vestiário feminino. Cruzei com alguns membros do time ainda trocando de roupa – eles me deram oi e assoviaram quando eu passei – e andei até encontrar J.J.
Ele estava uniformizado, amarrando o tênis. Tomou um sustou quando eu apareci. Parecia... desconcertado.
- Entrou no vestiário errado. – ele disse, pela primeira vez sem desviar os olhos de mim ou fazer uma cara de sarcasmo.
- Não entrei. – respondi, tentando me manter firme, mas já sentindo que ia começar a chorar. Bela porcaria – Preciso falar com você.
- Não tem nada pra falar, Melody.
Ele levantou e ameaçou sair, mas eu o segurei com toda a força que pude e o empurrei de volta. Ele pareceu chocado, mas parou, bem de frente pra mim. Meu pescoço doeu de ficar olhando pra cima, já que ele era tão alto e eu estava de tênis (sim, tênis!!).
- O que você quer me dizer? - J.J. me perguntou, soando meio ansioso – Fala logo porque eu estou atrasado.
- Eu vim até aqui pra dizer que eu desisto. – afirmei, na mesma hora, com a voz trêmula e os olhos já cheios – Eu desisto de você e de tentar fazer você entender. Eu desisto de correr atrás de você. Você estava certo, J.J.! Você é a única coisa que eu quero e nunca vou poder ter!
Ficamos calados, e J.J. parecia seriamente abalado.
- Você está chorando... – ele disse, e eu o interrompi com um grito:
- EU NÃO LIGO! – solucei e limpei o rosto com raiva – Eu descobri como é amar alguém, e sabe o que mais? É UMA DROGA! Eu amo você e nunca vou conseguir te fazer entender isso. Então, eu desisto, J.J.! Eu DESISTO!
Sai correndo dali, soluçando e chorando.
Ensaiei chorando. As garotas falavam de mim, mas eu não me importava mais.
Nada mais importava.
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Diário de Melody Schreiber
4 de março
Acabei de comer uma barra inteira de chocolate crocante Hersheys.
Preciso vomitar urgentemente. O jogo de lacrosse é hoje. Eu estou acabada, mas ainda preciso parecer com uma líder de torcida, e não com um hipopótamo dançante.
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4 de março
O jogo foi ótimo. Ganhamos graças ao ponto de última hora que o J.J. fez.
Hilary está nos levando à casa do Chad, onde será a festa de comemoração. Só de pensar que J.J. estará lá, já tenho vontade de sair correndo e gritar, mas não só Hilary como também Agatha e Nicole insistem que eu tenho que fazer isso. Enfrentar.
Acho que eu já enfrentei coisas demais nas últimas semanas, mas não tem mais jeito. Chegamos.