A teoria do caos

By AyzuSaki

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Alguns eventos moldam as pessoas. Acontecimentos que transformam o caminho de alguém totalmente, por terem um... More

Capítulo I - O homem que trabalha com lixo
Capítulo II - O menino que brinca com lixo
Capítulo III - Que tipo de herói você quer se tornar?
Capítulo IV - Os gatos de rua de Hosu
Capítulo V - Aqueles encontros predestinados
Capítulo VI - Desvios imprevisíveis
Capítulo VII - Convergindo
Capítulo VIII - Endeavor precisa esfriar a cabeça
Capítulo IX - Sua mãe nunca te ensinou a mentir, mas deveria
Capítulo X -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte I
Capítulo XI -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte II
Capítulo XII - O gato e o novelo de lã
Capítulo XIII - A órbita de um Midoriya
Capítulo XIV - O poder por trás de um nome
Capítulo XV - Os rolês aleatórios de Nora
Capítulo XVI - Um interlúdio antes da desgraça
Capítulo XVII - O paradoxo da força irresistível
Capítulo XVIII - Aquelas reuniões familiares com parentes que tentam te matar
Capítulo XIX - O menino e os monstros
Capítulo XX - As promessas que fazemos e que nos quebram
Capítulo XXI - O Inverno está chegando
Capítulo XXII - O paradoxo de Epicuro
Capítulo XXIII - Uma fúria feita de gelo
Capítulo XXIV - O inverno está aqui
Capítulo XXV - Efeito bola de neve
Capítulo XXVI - O guia prático de como criar caos, por Izuku Midoriya
Capítulo XXVII - Um cego guiando um cego
Capítulo XVIII - A ponta do fio
Capítulo XXIX - Os galhos da árvore

Capítulo XXX- Izuku é uma calamidade de bolso

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By AyzuSaki

"Eu vos digo: é preciso ter um caos em si, para poder dar à luz uma estrela dançante. Eu vos digo: tendes ainda o caos dentro de vós."

— Friedrich Nietzsche

Para se sobreviver na classe de negócios em U.A era necessária se ter algumas habilidades especiais, que nada tinham com quirk: reconhecer potencial e problemas, ser bom em ler pessoas e as manipular estavam entre elas.

Sem essas habilidades, você era devorado vivo. Todos que estavam ali eram tubarões que aprenderam no berço a sentir o cheiro de sangue. Eram eles que garantiriam a engrenagem da indústria de heróis correndo como deveria, que poderiam alavancar a carreira de qualquer herói ou as destruir facilmente. Ninguém, mais do que eles, entendiam aquilo que muitos sabiam que era verdade, mas negavam para se sentirem melhor: ser herói era mais do que uma vocação, mas um negócio hoje em dia.

Nesse sentido, dentro da escola de heróis de mais prestígio do país, aquele era o departamento que olhava para um estudante da classe de heróis e vinha menos uma quirk e mais uma oportunidade.

E ninguém sabia usar uma oportunidade melhor do que Ken Toshiro. Diferente dos seus colegas, ele não tinha um nome famoso ou uma fortuna, mas uma quirk que permitia analisar probabilidades, o que, na classe de negócios, se equivalia a ser um Deus ali dentro.

Por isso também, ao ver Izuku Midoriya saindo da arena, nada abalado enquanto era banhado em indignação pela arquibancada, ele soube que não poderia perder aquela oportunidade.

Na primeira e segunda provas ele havia usado as regras contra os organizadores e irritado com certeza muita gente que não deveria. Na primeira luta ele havia utilizado a quirk do oponente contra ele mesmo, e Ken reconhecia quando alguém fazia algo por pirraça. Era como ver uma calamidade em tamanho de bolso. Não se admirava que alguns dos seus colegas que pareciam entusiasmados momentos antes com a ideia estavam tão calados; como foi observado, Midoriya com certeza estava ganhando muita atenção, a maioria não tão positiva.

Muitos vieram ali para ver o filho de Endeavor, ou o outro garoto que havia tirado primeiro lugar no exame de admissão, os projetos de heróis ideais: popularidade, uma quirk poderosa, boa aparência. Seria fácil os transformar em algo grande. Qualquer um conseguiria.

Como sua mãe dizia, Ken não era qualquer um.

Mako Nakamura, com seus olhos vermelhos filmando tudo com sua quirk ao seu lado, assobiou, impressionada ao ver que as pessoas na arquibancada continuavam a gritar indignadas:

— Agora ele é o inimigo número um, não é? Hei, Toshino, que cara é essa?

Tei Toshino, o melhor amigo de Ken, tinha uma expressão concentrada no rosto. Ele não havia se manifestado em nenhum momento sobre a situação e Ken bem sabia a razão. Provavelmente, de todos eles ali, ele era o único que soubesse.

Olhou o outro garoto, sentado ao seu lado, os punhos fechados no colo e os ombros tensos. Ken sabia o que queria fazer, mas também sabia que não seria uma decisão apenas sua.

—Não é nada, só... Midoriya, onde eu já ouvi esse nome?

Ergueu uma sobrancelha em um questionamento mudo e o outro garoto franziu a testa.

— Ken? Tei? Por que estão se encarando assim?

Quem conseguisse transformar aquela calamidade ambulante no melhor herói com certeza seria o melhor aluno a se formar naquela escola, mas não era apenas por isso que Ken queria fazer aquilo.

Tei apertou a ponte do nariz depois de alguns segundos e assentiu em concordância.

— Nakamura, Toshiro, vamos. Antes que os outros se mexam.

— Eh? Para onde, Tei!? Ken!

.........................................

Quando Izuku saiu da arena, na entrada do túnel, três adolescentes estavam o esperando.

Se Ken Toshiro, ousado estudante da classe de negócios, que sorria para ele agora em expectativa, usasse sua quirk naquele momento, poderia entender como aquele encontro havia sido improvável.

Ele poderia ficar atento a um aluno promissor, mas nunca agiria sem o aval de Tei Toshino, porque era a única pessoa a quem a opinião ele realmente considerava, porque alguém tinha que considerar a opinião de Tei, mesmo que ele nunca considerasse ninguém interessante. Eles tinham esse acordo desde criança, e isso nunca mudaria.

E por que isso era importante? Porque essa decisão, de estar ali naquele túnel, mudaria muita coisa. Uma decisão que só se tornou possível em razão de Hisashi Midoriya ir visitar seu filho anos atrás e dizer aquelas palavras decisivas, o empurrão que jogou aquela bola de neve penhasco abaixo.

Em outro universo, Tei Toshino nunca se interessaria em nenhum herói. Ele nem mesmo queria estar ali, era uma obrigação da sua família.

Tei Toshino se interessaria por alguém sem uma quirk querendo ser um herói, porque ele, ao contrário do que toda a escola acreditava, exceto por Ken, também não tinha uma quirk. Sua mãe havia forjado seu registro, arrancado aquela vergonha da família.

Isso não criaria um grande impacto nessa história, se aquele fosse um aluno comum, o que não era o caso: Tei Toshino era o único filho da presidente da comissão de heróis do Japão, que naquele mesmo momento estava em algum lugar do país, reconhecendo o sobrenome Midoriya enquanto via o festival.

— Izuku Midoriya? Tem um minuto?

.......................................

Maijima apareceu na arquibancada visivelmente agitado. Sua classe estava ao lado dos alunos de Aizawa, mas havia uma clara divisão entre eles (ele não conseguia os culpar, o seu departamento era um pouco intenso demais.). A maioria deles estava com um computador ou celular na mão. Ele quase tinha medo de perguntar o que estavam fazendo.

— Onde está Midoriya? E Nara Ando, o que ainda está fazendo aqui?

Aya foi a única que ergueu o rosto em sua direção e ele quase deu um passo cauteloso para trás. A expressão sempre calma não parecia tão calma no momento.

Depois de algum tempo xingando pessoas nos fóruns ele também não estaria.

(Exceto por Hiro, que sempre parecia muito feliz em arrumar confusão com alguém).

— Ele não retornou ainda. Hatsume foi atrás dele.

— E cadê Hatsume?

Alguns deles trocaram um olhar.

— Shinsou foi atrás dela...

Maijima sentiu sua dor de cabeça piorar. Assim com a vontade de não perguntar, mas ele precisa.

— E cadê Shinsou?

— ...Todoroki foi atrás dele depois.

Maijima se perguntou por um momento se deveria avisar à Shota que mais um dos seus estava se misturando com sua classe, porque já havia ficado claro o quanto isso poderia gerar um desastre.

Antes que pudesse abrir a boca, Hatsume retornou com um gato mal-humorado e um sorriso assustador na cara que dizia para se prepararem para algum caos vindo.

Shinsou e Todoroki estavam logo atrás dela. Ele não conseguia ver a expressão de Todoroki, porque era impossível ler a expressão facial daquela criança, mas Shinsou parecia um pouco traumatizado.

Midoriya ainda estava ausente.

— Ele está vindo. Fez alguns... — Shinsou fez uma expressão complicada. — amigos.

— Ele está fazendo alguma coisa ilegal? Se for, não nos diga. — Aya comentou sem nem mesmo levantar o rosto, seus dedos deslizando nas teclas do computador. — Negação plausível.

Maijima poderia aprender alguma coisa com seus alunos.

Hatsume apenas fez um som feliz e se sentou, olhando para Nara, que já devia estar se encaminhando para a sala de preparação, mas estava ocupado demais cutucando uma formiga no banco.

— Ele disse para eu te dizer que para consertar uma coisa se tem que mudar a forma primeiro.

— Uhun. — Nara respondeu, ainda sem se mexer.

Maijima viu Tako suspirar, fechando seu computador.

— Ele disse para eu te dizer, que ele lembrou você de lembrar a ele para te lembrar qual é a música.

— O quê? — Alguém da classe de heróis sussurrou.

— Não pergunte. — Shinsou avisou, porque Shinsou era sábio assim.

Nara finalmente ergueu o rosto e coçou a cabeça.

—Hum, então eu lembro do que ele me lembrou de lembrar a ele de me lembrar.

Tako pegou Nara como um saco de batatas e o jogou por cima do ombro, pulando da arquibancada em direção a sala de preparo, não sem antes fazer uma reverência em sua direção. Porque Tako era uma das crianças boas de Maijima.

Uma das únicas.

.........................................................

— E LÁ VAMOS NÓS PARA O SEGUNDO COMBATE DO NOSSO TORNEIO! DA CLASSE DE HERÓI, 1-B, NÓS TEMOS JUUZO HONENUKI, O HOMEM QUE CONSEGUE SUAVIZAR A SUPERFÍCIE DAS COISAS. DO DEPARTAMENTO DE SUPORTE, MAIS UMA SURPRESA, TEMOS NARA ANDO, O NOSSO CANTOR QUE JÁ NOS MARAVILHOU HOJE COM UMA MÚSICA QUE NÃO SAI DA MINHA CABEÇA...

— Mic.

— Desculpe, Shota. VOLTANDO, ESSE COMBATE VAI SER TÃO IMPREVISÍVEL QUANTO O ANTERIOR? E VAMOS COMEÇAR, MIDNIGHT LEVANTOU O CHICOTE E...COMEÇOU!

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Nara Ando era um garoto pequeno, pálido, com cabelo cor de sangue e olhos verdes sempre vagos demais, como se estivesse sempre em outro mundo. Se alguém fosse perguntar a algum dos seus colegas do secundário, eles o lembrariam como a criança meio lunática que passava mais tempo desmontando e remontando tudo o que pegava do que socializando.

Sua aparência atraente poderia ter o destacado se estivesse na classe de heróis, mas sua personalidade desinteressada deixava um pouco a desejar. A quirk por ativação de voz também não parecia apresentar muita vantagem em um combate direto, e seu corpo claramente frágil muito menos. Por isso a opinião quase geral era que a luta acabaria logo quando ele entrou no estádio com uma bolsa pesada de equipamento e um microfone na gola de sua camisa, parecendo mais um showman do que um concorrente. Seu rosto também parecia aéreo, como era de costume, colocando o saco no chão e começando a procurar algo lá dentro sem muita preocupação com o mundo.

Juuzo parecia levemente desconcertado quando, mesmo com o anúncio do início do combate, ele continuou como estava, sacudindo a sacola como se o que estivesse procurando estivesse muito no fundo.

Juuzo esperou alguns segundos, cauteloso. Se as provas seguintes o ensinaram alguma coisa, foi ser cauteloso com aquele departamento. Porém, quando o outro garoto não pareceu ter ação alguma, ativou sua quirk e pisou pesadamente no chão da arena, suavizando o chão em linha reta e esperando prender o outro participante e terminar a luta.

E foi nesse exato momento em que ele começou a cantar 'Baby one more time' com o rosto mais indiferente possível.

E, para surpresa geral, o solo que havia suavizado, endureceu novamente antes de chegar ao outro garoto.

.................................................

— Mas que merda aconteceu agora? Como diabos ele fez isso com a quirk do Juuzo??

TetsuTetsu não foi o único a ficar surpreso e confuso com o que estava acontecendo lá embaixo. Até mesmo President Mic parecia tentar entender a situação (enquanto parava para cantar a música junto, mas ninguém podia o culpar por isso).

— Ele parece estar anulando o efeito da quirk dele. — Manoma coçou o queixo, os olhos interessados no que acontecia lá embaixo.

— Mas como? A quirk desse cara não é cantar ou uma coisa assim?

— Hum. — Monoma fez um som ainda mais interessado, a expressão mais ávida. — Ele conserta objetos com a voz quando canta. Então teoricamente, para consertar um objeto ele tem que mudar a matéria do que está consertando de forma momentânea. É um jeito bem esperto de anular a quirk do oponente.

— Acho que não entendi ainda.

— O colega de vocês muda a matéria quando usa a quirk. Ando está a mudando de volta com a música. — A voz os interrompeu e Monoma sentiu um arrepio percorrer sua espinha, virando o rosto levemente e encontrando Izuku Midoriya de pé atrás do seu banco, onde segundos atrás não havia ninguém ali. Alguns bancos adiante as pessoas da classe dele gritaram seu nome perguntando por onde ele andava, mas ele não os respondeu de imediato, os olhos em Monoma, uma expressão interessada. — Essencialmente, eles fazem a mesma coisa com a matéria, em níveis diferentes.

Midoriya virou o rosto levemente, os olhos que pareciam inocentes, mas que Monoma reconhecia como tudo menos isso, o fitando ainda.

— Nem todo mundo percebe isso.

Monoma fez esforço para não desviar os olhos e sorriu.

— Não sou todo mundo.

O outro garoto fez um som de concordância.

— Uma quirk que parece tão simples... — TetsuTetsu comentou, parecendo surpreso. — Para usar assim.

— Toda quirk pode ser perigosa se souber como usá-la, mesma a mais 'inútil' delas. — Midoriya comentou, começando a caminhar em direção ao grupo que o chamava. Monoma se perguntou por que ele estava ali e há quanto tempo estava ali. Ele tinha a sensação de que o garoto sabia exatamente o que estava fazendo deixando todos eles nervosos. — Assim como toda quirk 'poderosa' pode se tornar inútil, se você perceber a fraqueza dela.

Todos ficaram momentaneamente calados, vendo as costas do outro aluno enquanto se afastava. Na arena, Juuzo ainda tentava usar sua quirk, mas sempre que se aproximava ela falhava quando chegava ao alcance da do outro garoto. Que continuava procurando algo na bolsa. Ele parecia cauteloso em se aproximar sem saber o que o outro ia puxar ali de dentro.

Juuzo sempre foi sensato, afinal.

Awase coçou a garganta, afastando a gola da camisa em um gesto nervoso: — Foi só que me senti estranhamente ameaçado com o que ele disse?

Monoma pensou que só um idiota não se sentiria.

— Você é bom em analisar tanto gente como quirk, Monoma. — Era uma necessidade com sua quirk, mas era bom se sentir validado assim. — O que diz dele?

Como colocar em palavras aquela sensação de arrepio sempre que aqueles olhos verdes que pareciam saber demais se colocavam na sua direção? Midoriya não tinha uma quirk para usar, ou que Monoma pudesse analisar e utilizar. O que a maioria não havia percebido, é que ele não precisava de uma. 

Ele se movia como alguém com experiência que não fazia sentido um estudante ter. Ele se movia mais como os professores do que como os alunos. Como os outros não viam isso?

— É difícil. — Terminou por falar, olhando a arena onde o garoto do departamento de suporte finalmente havia tirado algo da sacola, jogando na direção de Juuzo.

— O quê?

Juuzo havia se afastado, tirando os pés do chão no processo. O que quer que o garoto jogou não o atingiu, mas foi absorvido pelo chão quando ele voltou a sua forma natural.

Por um momento não aconteceu nada.

— Como se analisa o caos?

Então o chão explodiu.

.......................................

Presidente Mic ficou mudo por alguns segundos, a boca aberta. A explosão havia empurrado Juuzo, por pouco não o tirando da arena.

— E O DEPARTAMENTO DE SUPORTE MOSTRA MAIS UMA SURPRESA! SERÁ QUE TEREMOS OUTRA VITÓRIA DELES?

.....................................

— Nam. — Os alunos de suporte falaram em uníssono. Uraraka que olhava a tudo com os olhos arregalados, se sentindo ainda mais animada para a própria luta, franziu a testa confusa.

— Mas por quê? Ele parece estar indo muito bem.

Era um pouco enervante como eles se olhavam e pareciam se comunicar assim. Ao seu lado Kirishima brilhou o olhar com a demonstração de camaradagem daquela sala.

— Ele não tem estamina como um aluno da classe de heróis. — A garota de cabelo colorido confessou. — Nem forma física para lutar. Anular a quirk não adiante se ele não pode revidar também.

— Puxa... — Abaixou os ombros.

— E também. — Shinsou comentou, olhando de soslaio para Deku que parecia atento na luta. Ninguém da sua sala perguntou a ele onde ele estava, e Uraraka estava curiosa. Naquele ponto tinha que confessar que estava investida naquela classe. Pessoas que davam a volta nas dificuldades sempre lhe deixavam admirada. — Eu acho que ele já fez exatamente o que foi fazer, não é, Izuku?

O outro garoto fez um som de concordância e alguém da sala deles segurou uma risada.

— O quê?

Ninguém lhe respondeu.

Antes que pudesse insistir, no entanto, a luta lá embaixo mudou o rumo repentinamente.

O garoto do departamento de transporte terminou a música e o silêncio se fez na arena. O garoto da sala B não perdeu tempo e o prendeu no chão até o pescoço.

Não dava para ouvir dali, mas provavelmente houve uma comunicação verbal de desistência.

A luta havia terminado.

Nara Ando não precisou de ajuda para sair do chão.

.................................................

— Eh? Que final repentino. E QUE LUTA, MEUS AMIGOS. E LOGO TEREMOS A PRÓXIMA, OS ALUNOS SEGUINTES, SE DIRIJAM A SALA DE PREPARO!

Yamada coçou a cabeça e olhou para Shota.

— Por que eu tenho a sensação de que ele só não continuou para evitar a fadiga de lutar?

Shota, que havia percebido que de todas as bombas lançadas, aparentemente só uma havia sido ativada, sabia que esse havia sido o caso.

Nara Ando não entrou naquela arena para vencer. Ele ficou apenas o suficiente para o outro aluno usar a própria quirk repetidas vezes.

E ele desconfiava do porquê.

Aquele festival estava saindo bem diferente do que esperado, e por isso tão mais interessante.

...................................................

Nedzu ignorou a chamada no telefone ao ver de onde era o número.

Alguns diriam que não seria sábio ignorar uma chamada da comissão, mas ele estava bem ocupado resolvendo o festival, teria que ser perdoado.

— Hum. — Falou, fingindo-se desentendido quando sabia exatamente a razão da chamada. — Quem diria que meu telefone estaria perdido no meio do festival?

Cementoss olhou para seu diretor e o sorriso inocente e resolveu que não queria saber.

.........................................................

A chamada seguinte para a próxima luta foi rápida, assim como a luta em si.

Shiozaki havia sido uma das mais bem colocadas no exame de admissão, mas era difícil enfrentar a teimosia de Todoroki que queria demonstrar um ponto.

— Ele tinha que congelar metade da arena mesmo? — Kaminari, já recuperado, tremeu de frio, tendo escapado por pouco de ser congelado junto.

Todoroki parecia apenas levemente arrependido.

— Meio-a-meio drama queen. — Bakugou resmungou.

Algumas coisas, não importando o universo, não mudavam.

President Mic anunciou um breve intervalo para descongelar a arena antes da próxima luta. Bakugou olhou para os bancos adiante e viu que o nerd já havia sumido de novo.

— Dois alunos que entraram por indicação e um que não tem uma quirk. — Um dos extras da classe B comentou acima deles. — Bom ou não, Midoriya está em uma desvantagem grande aqui. Acho que esse vai ficar entre Todoroki e Juuzu.

Algumas pessoas nunca aprendiam.

.................................................

A opinião publica ainda pedia para Midoriya ser removido do festival, as ligações da comissão ainda continuavam ignoradas, os jornalistas recomeçaram a vaiar quando Midoriya entrou na arena, e os sites continuaram destilando ódio.

Três alunos da classe de negócio editavam um vídeo recém feito, pronto para adicionar um pouco mais de fogo ao caos.

— Ele atirou bem no alvo. Tem certeza de que podemos publicar isso?

Tei Toshino olhou para a tela, de onde estavam sentados nos últimos bancos no estádio. O rosto de Midoriya tinha uma expressão agradável, mostrando o corredor atrás, um gato em seu ombro e palavras que tinham poder mais do que se podia imaginar.

"Um símbolo." Ele havia dito. "Mais do que relíquias do passado."

Tei Toshino, o estudante de Negócios, sabia do possível desastre que seria.

Tei Toshino, a criança sem quirk crescendo em um ambiente em que tinha que se esconder, via o símbolo. E ele sabia que outras crianças sem quirk tinham que ver aquilo também.

"Nós temos o direito de estar aqui." Ele havia dito. "E ninguém pode tirar isso da gente se não deixarmos."

— É. — Sua voz saiu pesada. Sua mãe ficaria furiosa. — É, nós vamos.

"Eu vou ser um herói, e não preciso de uma quirk para isso. Uma quirk não define quem podemos ser, ou não deveria."

President Mic anunciou o início da luta, a arquibancada começou a gritar novamente contra Midoriya poder lutar.

O vídeo começou o uploud. Os três olharam a barra subindo solenemente.

—Isso vai ser um caos.

Bom. Para mudança acontecer, o caos sempre vinha primeiro.

.......................................................

— E AQUI ESTAMOS NÓS NOVAMENTE, A NOSSA PRIMEIRA LUTA EM TRIO DO FESTIVAL. VOCÊS JÁ VIRAM OS TRÊS, SABEM QUEM ELES SÃO. JUUZO HONENUKI, CLASSE B, O GAROTO QUE TRANSFORMA A MATÉRIA! SHOTO TODOROKI, CLASSE A, FOGO E GELO. Ou só gelo, não sei bem? Okay, okay. Desculpe Shota. E IZUKU MIDORIYA, A CALAMIDADE DO DEPARTAMENTO DE SUPORTE! QUEM SERÁ QUE VAI GANHAR? O que você acha, Shota?

— Difícil dizer.

—Dois alunos indicados, um que não é da classe de heróis, mas que surpreendeu. Essa luta é imprevisível! E VAMOS COMEÇAR.

Na arena abaixo, Midnight abaixou o chicote. Os três alunos, em triangulo na arena, se olharam por um momento.

E então começaram a se mover.

.........................

Notas finais.

Estou viva.

Izuku, olhando para a classe B: vou lá atiçar um pouco meu primo, ele está relaxado demais.

A comissão ligando para Nedzu para tirar Izuku do festival ao ver o nome Midoriya e o caos público.

Nedzu: Esse número está ocupado, ligue depois do beep. Beep.

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