Não revisado!
Anthony Hastings:
O jantar, a conversa, o sexo com Amélia haviam sido incrível, em parte porque nossa química era realmente boa. Mas também porque havia verdade, tanta que transbordou pelos nossos olhos e nossos toques.
Acordar e não encontrá-la ao meu lado machucou mais do que eu quero admitir, não havia nada que eu pudesse fazer. Talvez eu tenha sido idiota presumindo que ela ficaria, mesmo sabendo que tudo estava acontecendo rápido demais.
Quando entro no escritório, logo vejo que há algo errado. Todos sentados em suas mesas, o silêncio ali dava a entender sobre quem era o assunto.
“Bom dia Hastings” - Lucy apareceu ao meu lado, seu sorriso era um dos mais forçados que já vi.
“Bom dia” - Respondo estranhando seu comportamento.
“Sabe onde Amélia se meteu?” - Ela pergunta e me pego surpreso.
“Ela não veio pra cá?” - Pergunto e ela nega.
“Tenho questões de um contrato com ela” - Ela explica - “Deixamos para resolver hoje… Vocês brigaram ontem? Ela me contou que iriam jantar juntos”
“Não” - Respondo baixo - “Vou tentar falar com ela… Lizzie sabe de algo?”
“Não me contou nada” - Lucy suspira - “Ligue para ela, talvez consiga falar com ela”
“Farei isso” - Digo - “Agora posso saber porque o escritório estava falando de mim?”
“Como sabe?” - Ela pergunta rindo minimamente - “Eles não sabem ser discretos… Estão dizendo que você terminou com Amélia e... ”
“Eu?” - Rio, pois sejamos sinceros, é mais fácil que ela faça isso - “Certo, vamos lá” - Falo alto, atraindo a atenção de todos que me olham surpresos.
“O que vai fazer?” - Lucy me pergunta surpresa e eu ignoro, olhando para as pessoas espalhadas.
“Se vão falar de mim ou do meu relacionamento ao menos poderiam ser discretos” - Os olhos de todos parecem saltar - “Agora voltem ao trabalho, cuidem de suas próprias vidas não tem nada para fofocar aqui”
O resto da manhã tentei ligar para Amélia, tudo que recebi foi uma mensagem: “Está tudo bem, resolvi sair com meu irmão” nenhuma explicação a mais.
Quero perguntar o que aconteceu, quero dizer que gosto quando ela prende o cabelo quando não consegue resolver algo, como odeio a mania que ela tem de morder meus lápis quando estamos desenhando juntos e que adoro sua risada por coisas que não fazem sentido. Mas não digito nada disso.
“Cara, fiquei sabendo da bronca que deu no pessoal hoje” - Ele entra na minha sala fechando a porta atrás de si - “Aconteceu alguma coisa?”
“Não é um bom dia” - Respondo e ele se senta na cadeira - “Só veio atrás de fofoca?”
“Não, vim ver como meu amigo estava” - Ele me encara - “Sei que seu mau humor está relacionado com sua namorada, então vamos lá! Se abra e eu lhe darei os melhores conselhos”
Olho para ele, Ethan era um bom amigo e um péssimo conselheiro. Mas eu precisava falar com alguém e ele estava ali então não custaria nada.
“Tivemos uma noite incrível" - Digo e ele me lança um sorriso de segundas intenções - “Mas ela foi embora, quando acordei ela não estava lá e fiquei magoado"
“Espera” - Ele diz rindo - “Ela te usou e foi embora?” - Afirmo e ele ri ainda mais.
“Era pra isso que queria que eu te contasse?” - Pergunto irritado.
“Não” - Ele respira fundo - “Convenhamos Anthony, você melhor que ninguém via como a garota agia pelo escritório sempre tão focada, profissional e além de Lucy e a própria secretaria ela nunca foi realmente próxima de mais ninguém"
“Ethan, ela só… É complicado ok?” - Digo lembrando de tudo que ela me contou sobre seu ex, como as pessoas do antigo trabalho a fizeram se sentir - “Ela tem seus motivos e acredite eles são o suficiente”
“Certo, se você sabe os motivos então sabe que talvez não seja fácil pra ela” - Levanto o olhar até ele - “Sabe, se envolver e realmente deixar que alguém entre pode ser complicado para alguém que passou tanto tempo fechado”
“Diz isso por experiência própria?" - Pergunto e ele ri sem graça.
“Talvez eu só tenha passado por algo parecido” - Ele deu de ombros - “Sei que realmente gosta da morena desde que colocou seus olhos nela e ela não via nada até começar a irritá-la para conseguir que ela te olhasse… Então se gosta dela, talvez deva ter paciência, já namoram então algo ela sente”
Deixo que ele saia da minha sala e afundo na cadeira. Ethan estava certo, pelo menos em um ponto, ela deveria sentir algo ou dormir ao meu lado seria banal.
Pego o celular e envio apenas uma mensagem: “Espero que esteja tudo bem linda”
Amélia Parker:
Era oficial, eu tinha perdido meu juízo por completo. Olho para meu irmão deitado ao meu lado no sofá da minha sala e ele começa a rir.
“Então você fugiu?” - Ele perguntou virando seu rosto em minha direção.
“Karl, eu não sabia o que fazer!” - Digo - “Por um momento, eu achei que tinha sentido algo e isso me apavorou”
“Achou?” - Ele pergunta rindo - “Achou, mas agora tem certeza que não?”
Assenti e ele negou.
“Tanta certeza e resolveu que hoje nem sequer ia trabalhar?” - Ele perguntou - “Diana, desde que priorizou o trabalho não faltou nem quando estava me formando! Foi ao trabalho e só chegou quando eu recebi o diploma”
“Hoje eu quis” - Digo desviando meu olhar dele e olhando para minha mesa de centro - “Precisava, não sei. Só não queria estar lá”
“E não tem relação nenhuma com seu falso namorado?!” - Diz e eu reviro os olhos.
“Não gostei de ter dado um tempo nos namoros, só resta a minha vida pra falar” - Digo irritada e ele ri - “Nenhuma garota te chamou atenção?”
“Na verdade, tem uma” - Ele diz distraído - “Mas acho que não vai rolar nada, estou dando um tempo de relacionamentos"
“Porquê?” - Pergunto - “Ela namora?”
“Tenho medo de acabar estragando tudo” - Ele deu de ombros - “Ela é muita amiga de um amigo meu, acho que ele não gostaria”
“Karl, você deveria tentar” - Sorrio para ele - "Seu amigo vai entender"
“Você acha?” - Ele pergunta sorrindo e eu assinto - “E quanto a você, não acha que deveria tentar também?”
“É mais complicado que isso” - Suspiro - “Não posso gostar dele, não seria a escolha mais inteligente”
“Está esquecendo uma coisa” - Karl fala - “Se apaixonar não é uma escolha”
“Têm muito em jogo” - Ele ri e então sua mão se junta a minha.
“Algumas coisa Amélia são mais simples que parecem” - Ele sorri pra mim - “Só precisa baixar sua guarda para isso”
“Você está usando maconha?” - Pergunto rompendo o clima sentimental ali - “Ou um dos cogumelos do Chad?”
“Por incrível que pareça é a voz da maturidade” - Ele diz e nós rimos - “Amo você sua cabeça dura, só quero que seja feliz, sabe disso não é?”
“Sei sim” - Sinto meus olhos lacrimejarem - “Amo você seu idiota, mas apanha minha almofada cara do chão ou eu te expulso daqui com a vassoura”
[...]
Quando Karl foi embora já era noite, não queria pensar em Anthony ou na sensação crescente no meu peito ao recordar a noite de ontem então me enfiei nas cobertas após o banho e decidi que não ia recuar.
Talvez meu irmão estivesse certo, e eu poderia deixar as coisas simplesmente acontecerem.
Anthony Hastings:
Meu café com Lilian e Faith se resumiu na loira me enchendo de perguntas sobre Amélia.
"Então como estão agora?" - Ela pergunta animada após contar do nosso jantar romântico, sem o final é claro.
"Bem, ela está me ignorando desde que saiu escondida da minha casa" - Digo e seu olhar cai em decepção - "Minha reação foi bem essa ontem de manhã"
"Que horror!" - Ela diz - "E sequer foi ao trabalho ontem?"
"Não deu as caras, se resolveu com a secretária e me enviou apenas uma mensagem" - Dou de ombros.
"Ela me parecia com ciúmes, sabe quando me viu" - Lilian diz rindo - "Quase saiu correndo, explicou a ela a situação?"
"Sim, falei de você" - Ri ao lembrar da cara que ela fez ao me pegar falando com Faith - "Mas ela não faz ideia que Faith é minha afilhada, então a ligação ela não sabe quem era"
"Afilhada favorita!" - A ruiva diz e eu assenti - "Essa Amélia, a mamãe tem falado dela com você é sua namorada?"
"Ela é" - Faith é inteligente, mas não confiaria nela para compactuar com uma mentira.
"E eu vou conhecê-la no sábado?" - Ela sorri animada e eu nego - "Porque? Ela não gosta de crianças? Pode dizer que eu já sou uma mocinha…"
"Não é por isso querida" - Lilian ameniza meu lado.
"Ela só está trabalhando, mas logo vai conhecer ela" - Digo nervoso - "Amélia é muito bonita e inteligente, tenho certeza que irá adorar você"
Faço meu caminho de sempre até o escritório e quando o elevador abre dou de cara com Lizzie de saída.
"Bom dia Sr. Hastings" - Ela sorri - "Parker quer falar com o Sr, ela já está na sua sala"
E então entra no elevador e eu sigo para minha sala, encontrando Amélia muito bem sentada na minha cadeira com seus saltos sobre minha mesa.
"Está atrasado" - diz sorrindo e eu fico confuso, sua expressão estava calma e eu não entendia nada - "Vai ficar parado? Vamos entre, tenho ótimas ideias e quero ver o que pensa delas"
Entra na sala e fecho a porta, afrouxou minha gravata e olha para ela que mantém o sorriso em minha direção.
"O que é isso?" - Pergunto sentando-me na ponta da mesa ao lado dos pés dela que estão lá.
"Ideias para nosso projeto" - Amélia diz e eu nego - "Então o que?"
"Isso" - Aponto para seus lábios - "Você foi embora da minha casa, ontem não apareceu no trabalho e hoje está…"
"Estou?" - Ela pergunta e eu quero rir, porque é claro que ela está brincando comigo.
"Sem jogos, quero a verdade" - Falo meio sem paciência, Amélia agindo como se nada tivesse acontecido me desconcerta.
Ela tira os pés da minha mesa e se coloca de pé bem na minha frente.
"Anthony, quer que eu seja sincera?" - Assinto e ela respira fundo - "Fui embora aquela noite porque me assustei, não quero confundir as coi…"
Alguém bate na porta e nos viramos vendo Max entrar.
"Estou atrapalhando algo?" - Ele vê nossa proximidade e tão Amélia se afasta, ficando apenas ao meu lado.
"Não, pode falar" - Digo nervoso.
"É sobre o Santorini?" - A mulher ao meu lado pergunta.
"Sim, na verdade ele quer promover um evento" - Max diz sorrindo - "Um grande anúncio e nele teremos o resultado de qual empresa fecha a conta"
Sinto meu sangue gelar, seria uma coisa grande. Paolo queria a mídia nisso, obviamente se conseguirmos ganhar será uma ótima publicidade.
"Isso é grandioso" - Amélia parece nervosa.
"Sim e eu não queria falar disso para vocês" - Max esfrega suas mãos uma contra a outra, nervoso - "Mas se não conseguimos essa conta, talvez eu precise fazer uns cortes"
"O que isso quer dizer?" - Pergunto.
"Tivemos alguns contratempos, gastos excessivos…" - Nosso chefe do - "Não vamos fechar, mas vai ter um pessoal que será cortado e eu não quero fazer isso"
"Como não nos falou antes?" - Amélia pergunta aflita - "Isso coloca nossa responsabilidade em outro nível, Max!"
"Concordo, já imaginou se nessa viagem tivéssemos ferrado tudo?" - Pergunto.
"Vocês são os melhores! Como um casal então estão superando minhas expectativas" - O homem à nossa frente diz - "Confio em vocês, vão conseguir isso"
"Talvez" - Amélia diz - "Estamos bem com ele agora, mas não sei… Max a gente tem que estar preparado para o sim e o não que podem vir"
"Pilar adorou vocês!" - Max diz e eu fecho os olhos contendo minha língua. Não posso gritar o chefe, não posso me irritar por essa informação adicional.
"E nós a adoramos, mas nada está ganho!" - Amélia rebate.
A olho e vejo que parece ansiosa, era um balde de água fria saber que havia empregos dependendo de nós.
"Só precisava falar isso de uma vez com vocês" - Max parece sem jeito - "Sei que não podem fazer o impossível, mas temos que tentar ao máximo"
Com o silêncio que ele deixou, percebeu que não tínhamos sequer o que dizer e saiu.
"Isso muda tudo" - Amélia diz passando a mão por seu pescoço, a aflição era visível em sua testa enrugada - "Merda Anthony, o que vamos fazer?"
"Não sei, talvez continuar o excelente trabalho que temosfeito" - Tento acalmá-la - "Estamos indo bem, sabe disso"
Seus olhos avelã estão assustados, caminho até ela e lhe envolvo em um abraço deixando um beijo em sua testa. Sinto seus braços me envolver, me apertando mais para si e não evito o sorriso nos lábios.
"Não sei o que está acontecendo, Anthony" - A voz dela é baixa e sei que está falando de nós - "Fui idiota ao sair de fininho, tenho sido idiota a um bom tempo, não deveria ter feito isso com você, não merece esse tipo de coisa"
"Está tudo bem" - Digo deixando minha mágoa de lado - "Só saiba que pode conversar comigo, sobre qualquer coisa"
"Não tive nada parecido com isso" - A voz dela é baixa, ainda abraçada a meu corpo - "E estou assustada, não sei o que isso significa ou se seria melhor acabar com tudo"
Me afasto dela quando as palavras chegam a mim e a encaro, vejo a confusão nos seus olhos.
"É isso que quer? Acabar com tudo?" - Pergunto me sentindo meio perdido.
"Não é o que quer?" - Ela pergunta e eu nego com a cabeça.
"Não estou nos dando um rótulo, nem te pressionando a fazer algo que não queira" - Me aproximo novamente dela, deixo minha mão envolver seu pescoço e trazer seu rosto para próximo do meu - "Só não se afaste, deixe que o tempo nos diga o que está acontecendo"
"Não quero ficar longe" - Ela leva sua mão até meu rosto, as pontas dos seus dedos desenhando meu maxilar e queixo tão perdida em me observar que mandei meu controle para longe quando a beijo, sem promessas, sem desculpas ou medo.
Éramos apenas duas pessoas com algo queimando entre elas, bastava esperar para ver que o fogo não é algo que se possa controlar e o que ele escolhe consumir em chamas não é de nossa escolha.
Eles que se cuidem!!
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Um beijo!!!