NÃO REVISADO:
Amélia Parker:
Mas senti quando Anthony me envolveu em seus braços e me puxou para mim, sem falar ou perguntar nada e foi ali no meio do seu cheiro de banho recém tomado que eu chorei até adormecer.
No dia seguinte quando acordei as malas já estavam prontas, apenas me arrumei colocando uma roupa para o trabalho já que daqui iremos direto para o escritório. Esperei que ele me perguntasse durante o café, depois do meu banho, quando estivessemos no elevador... E Anthony agia normalmente, era gentil e me fazia sorrir.
Quando nos despedimos de todos, respirei aliviada no carro enquanto ele dirigia.
"Não me perguntou" - Digo o vendo focado na estrada e então a sobrancelha dele se franze - "Sobre ontem, achei que ia perguntar"
"Não queria te pressionar" - Sua voz é calma, então levo minha mão a sua perna e acaricio ali - "Pode me falar, se quiser"
"Josh me disse umas coisas, sobre o passado" - Começo e então baixo o olhar - "E me senti mal"
"Não me pareceu só isso" - Ele diz depois de um tempo.
"Conheci Josh no meu estágio" - Falo agora o olhando - "Ele foi meio que meu... Chefe" - Busquei em sua expressão choque ou nojo, mas ele continuava calmo, focado na estrada - "Começamos a namorar, acabei sendo contratada e então passamos a trabalhar juntos. Parecia perfeito, algo que realmente fosse durar"
Anthony apenas assentiu, para que eu pudesse ver que ele entendeu.
"Descobri que ele namorava outra pessoa, no dia que fariamos 1 ano e 6 meses juntos" - Digo lembrando do desastre que foi - "Preparei um jantar, sem ele saber e então às 22:00 hrs pude conhecer o feliz casal"
"Ele estava namorando vocês duas?" - Ele pergunta e eu assinto.
"Eles namoravam a 1 ano" - Dou de ombros - "Quer saber o mais impressionante? Quando terminamos, ele me pediu para voltar e quando eu o recusei pela... sei lá, milésima vez, ele começou a me difamar pelo escritório"
"Ninguém no escritório disse nada?" - Ele pergunta - "Nem sobre o namoro dele ou sobre ele ser um babaca de primeira?"
"Ninguém queria ser demitido" - Respondo sentindo um nó na garganta - "Falar mal do filho do chefe não pega bem. Então por dois meses suportei as piadas, os olhares tortos e tanta merda... Mas a gota d'água foi em um projeto, Josh roubou minhas ideias na maior cara dura e não me deu crédito algum só então percebi que não tinha motivos para continuar ali. Acabei marcando algumas entrevistas no mesmo dia"
"Foi assim que foi para a Art Life?" - Ele pergunta e eu afirmo, uma de suas mãos desce do volante e aperta a minha que está em sua coxa - "Isso... Sinto muito pelo que passou, ele é um tremendo babaca"
"Não precisa pedir desculpas" - Dou de ombros rindo minimamente - "Não foi você, nem sequer estava na minha vida e já faz anos"
"Agora estou na sua vida, não te parece ela ganhou um brilho especial?" - Ele brinca e eu rio, lhe mostrando a língua - "Quem mostra a língua pede beijo Amélia, não te ensinaram isso?"
"O beijo que eu quero seu não pode ser dado sem que você tire os olhos da estrada" - Minha língua afiada solta e eu vejo ele corar - "Tanto ego e narcisismo para você ainda corar!"
"Golpe baixo, linda" - Ele diz mordendo o lábio - "Sabe que vai pagar por isso, né?"
"O que vai fazer, me dá uns tapas?" - Brinco - "Eu gosto, não seria uma punição"
"Que boa garota, você pode mudar de assunto?" - Diz e eu rio ainda mais dele - "Temos um grande projeto pela frente..."
Suspiro, realmente temos. Tive ideias ótimas para o projeto do resort durante essa folga, como vou criar com Anthony temos que discuti-las. Mas por alguma razão agora, no seu carro enquanto o vento fresco bagunçava meus cabelos e ele mantinha a mão junta a minha, não queria falar de trabalho.
"Não queria falar de trabalho agora, que tal se você cantasse backstreet boys pra mim?" - Peço e ele me olha negando - "Só um pouquinho?"
"Não Amélia" - Ele ri.
No final ele acaba cedendo cantando um trechinho e me pego pensando em como ter Anthony perto me faz querer sorrir, brilhar.
Anthony Hastings:
Durante todo o caminho Amélia me pareceu mais leve, talvez só precisasse falar com alguém sobre as coisas que Josh a fez passar, aquele maldito babaca. Agora me parecia fazer mais sentido a forma como ela chegou à empresa, tão fria e focada não me parecia a mulher com quem convivi na última semana que ri de piadas ruins, canta no banho e não controla o rosto de satisfação quando a comida é boa.
Assim que colocamos os pés no nosso andar, todos nos encaram, deveriam ter parado, éramos uma novidade velha agora. Mas creio que nossos secretários tinham a ver com isso pois os dois estavam parados assim que o elevador abriu.
"Isso não me parece bom" - Sussurro para a morena ao meu lado que tira os óculos escuros e encara a menina à nossa frente.
"Fale Lizzie" - O tom de voz é calmo, controlado.
"Max quer falar com vocês" - A voz dela é baixa.
"Agora, você esqueceu de dizer" - O rapaz ao seu lado a corrige e Amélia me olha assustada.
[...]
Não era uma notícia ruim, na verdade havia sido a melhor que poderíamos ter no dia de hoje.
"Brendon e Maicon estão fora" - Ethan diz sorrindo de orelha a orelha para nós.
"O quê?" - Pergunto surpreso e Amélia faz o mesmo.
"Não sei" - Ele responde ainda rindo - "Quando cancelei de ir ao resort fiquei com medo de vocês colocarem tudo a perder quando se encontrassem com os outros... Mas não esperava que fosse ainda melhor"
"Quem te contou isso?" - Amélia pergunta.
"Eles enviaram um email falando que só tinha duas empresas na competição pela conta agora" - Ele explica - "Algo sobre eles não se encaixarem com a estética que querem, não sei. Pouco me importa, estamos perto"
"Isso é bom" - Falo - "Então porque nossos secretários estavam com cara de velório?"
"Não quero que os outros saibam" - Ele diz - "Tudo sobre o projeto será entre vocês e eu, a planta, a animação, os detalhes e qualquer outra coisa relacionada será entre nós"
"Está sendo paranóico" - Amélia fala - "Não acho que alguém aqui faria algo do tipo"
"Sei que não fariam" - Max afirma - "Mas quero tirar o foco de todos disso, vocês já tem atenção demais por serem um casal e ter essa pressão extra pode ser de mais"
Olho para Amélia só para confirmar que está bem com o termo; casal e volto ao meu colega.
"Nosso relacionamento não afeta o trabalho" - Digo - "Mas se não quer que todos os olhos se voltem a isso, então não vamos comentar com ninguém mais"
"Só com nossos secretários" - Amélia cochicha ao meu lado - "Duas línguas difíceis de controlar"
[...]
A hora passou voando quando começamos a criar o modelo base do resort, tivemos discussões acaloradas sobre nossas preferências e ideias até começarmos a concordar com algo e nisso a hora do almoço havia chegado.
"Então decidimos isso" - Ela diz - "Podemos decidir e começar a desenhar de fato depois do almoço"
"Onde quer almoçar?" - Pergunto a Amélia que está deitada sobre o pequeno sofá da minha sala e ela vira para me encarar - "Ou, prefere pedir algo e então continuamos?"
"Quem disse que vamos almoçar juntos?" - Ela arqueou a sua sobrancelha - "Não lembro de termos combinado nada..."
"Não seja má" - Faço biquinho para ela que se senta no sofá e ri, seu cabelo agora está bagunçado e me esforço pra não pensar em como é passar os dedos por entre eles e puxar seus fios... Merda.
"Seu pensamento foi longe" - Olho para cima a encontrando próxima de mim - "Infelizmente tenho algo para resolver agora, mas posso te trazer uma sobremesa para compensar o que acha?"
Levo minha mão até a sua e a levanto para minha boca, beijando levemente sua mão.
"Adoraria linda" - Ela me encara com os olhos avelãs e então puxa suas mãos do meu toque - "Amélia..." - Mas ela saiu feito um furacão carregando sua bolsa junto.
Amélia Parker:
Espero Karl no nosso fast food favorito, precisava contar para alguém ou iria acabar confundindo tudo e para isso, só poderia contar com meu irmão.
Respiro fundo quando o vejo se aproximar e o observo calada enquanto ele senta à minha frente.
"Me fez sair correndo para almoçar aqui, então manda o problema que tem" - Ele é direto, mas não está errado. Fast food = um de nós está metido em algo - "Problemas com a Kira? Ou foi o bonitão?"
"O nome dele é Anthony" - Reviro os olhos e ele ri - "O que eu vou contar não pode sair daqui, então prometa"
Ele me olha sério e então levanta a mão direita na altura do rosto.
"Eu, Karl Alexander Parker prometo manter minha palavra para Amélia Diana Parker mesmo sob cosquinhas" - Ele diz sério e então faz uma careta - "Precisamos atualizar esse juramento, cosquinhas não nos afetam tanto quanto antes"
"Afetam sim" - Respondo - "Quase fez xixi da última vez"
"Não têm provas disso" - Ele diz - "Mas agora que eu jurei, conte"
Olho para ele, como se conta que eu estou em um namoro falso onde eu transo com meu não namorado e que ainda por cima é meu colega de trabalho que eu disputo uma vaga importante como sócio? Certo, isso é muito enrolado.
"Anthony e eu não namoramos de verdade" - Digo de uma vez e ele engasga com a água, tossindo desesperado e eu levanto para lhe dar uns tapas nas costas - "Tudo bem?"
"Sim, sim" - Ele limpa a garganta e então me encara - "Ficou louca?"
"Não" - Respondo me sentando onde estava.
"Como está namorando esse cara de mentira?" - Ele pergunta - "Como se namora de mentira? E porque apresentaria nossas famílias?"
"Devagar" - Peço - "Fizemos um acordo, vamos namorar para nos beneficiarmos em um projeto grande. E quanto às nossas famílias, não foi nada planejado"
"Isso envolve trabalho?" - Ele parece desacreditar - "Não faz sentido, porque inventaria algo assim?"
"Não fui eu que pensei nisso, foi ele" - Explico e o vejo sorrir - "O que foi? Eu só topei porque... Josh está competindo também e fez questão de me enviar mensagem"
"Josh? Seu ex? Josh pau no rabo?" - Afirmo e ele me olha com seus olhos arregalados - "Então encontrou com ele esse fim de semana?"
"Sim, foi horrível" - Digo e logo tratei de dar de ombros - "Mas não é sobre ele que vim falar, eu e meu suposto namorado estamos transando"
Assim que as palavras saem da minha boca, meu irmão paralisa. Balanço minha mão no seu rosto, pra lá e para cá.
"Não disse isso" - Por mais que sua voz tenha saído ele não se mexe - "Não, vocês não estão... Não"
"Na verdade estamos sim" - Digo e logo tratei de dar um longo gole na minha bebida - "Essa é a hora que vamos fazer nossos pedidos?"
"Sim, muita batata frita com cheddar pra mim conseguir ouvir isso" - Ele diz levantando e vai até o balcão fazer nosso pedido.
Quando Karl voltou com nossos hambúrgueres, refrigerantes e batatinhas estávamos prontos para conversar.
"Amélia, não tem como isso funcionar" - Ele quase grita e eu reviro os olhos - "Me diz, quais as chances disso não acabar mal?"
"Altas! Karl, não vamos ferrar tudo porque se fizermos isso nossos empregos ou a chance de promoção vai para o espaço!" - Digo - "Além de não ter chances de eu me apaixonar por ele e tenho certeza que ele também não iria se apaixonar por mim"
"Não pode ter tanta certeza, eu vi vocês dois" - Ele diz firme - "Vocês não estavam transando ainda e eu vi... Vi algo! Sei que não namora desde o babaca e não sentiu algo forte por mais ninguém, mas não acha que brincar de paixão pode ferrar tudo?"
"Não estamos brincando de paixão, credo" - Respiro fundo - "Nosso namoro falso é separado do nosso sexo casual, não me parece difícil de entender"
"Claro" - Ele morde o hambúrguer - "Muito fácil separar as coisas, Anthony concorda com isso? Ele sabe da sua aversão a namoro?"
Suspiro largando meu hambúrguer no prato.
"Eu propus uma coisa casual" - Falo - "Então ele sabe. Também contei o que aconteceu no meu relacionamento com Josh..."
"Contou pra ele?" - Seu olhar está surpreso quando eu afirmo - "Bem, isso... Quando aconteceu você só me contou quando decidiu sair do emprego, em menos de uma semana ele já sabe?"
"Prometemos não ter segredos" - Digo dando de ombros, era diferente contar para meu irmão e para Anthony por alguma razão que eu não sabia.
"Prometeram?" - Ele pergunta.
"Nós temos uma pequena lista" - E então ele começa a rir - "Que diabos, sei que mereço porque sejamos sinceros, minha vida tem sido uma piada. Mas as pessoas estão olhando!"
"Diana, eu vou amar ver tudo isso de camarote" - Ele diz quando finalmente se recupera e eu franzo a testa confusa - "Nossa mãe marcou um chá da tarde com a mãe dele, acho que ela vai te avisar hoje"
"Elas trocaram números?" - Isso não era nada bom, nossas famílias não podiam se apegar uma à outra.
"Claro Amélia" - Ele diz - "Achou que nossa mãe gostaria de um cara que você namora e não iria querer manter a família dele próxima? Sem contar que a mãe dele também me pareceu gostar da ideia"
"Que porra, porque minha família tem que ser tão gentil?" - Karl me olha debochado - "Nosso termino vai acabar com isso, só vamos empurrar até lá"
"Claro, quando vão terminar mesmo?" - Ele pergunta e percebo que realmente não faço ideia! Até conseguimos o projeto? O começo da obra? Quando fossemos entregar? - "Não faz ideia!"
"Onde diabos eu me meti Karl?" - Pergunto.
Depois do meu irmão me acalmar do meu pequeno surto, contei para ele sobre Josh e como Anthony reagiu a isso. Na maior parte do tempo ele apenas ria, me achava louca, mas ria.
"Preciso de duas fatias dessas tortas" - Aponto para o prato que estamos dividindo - "Vou levar para viagem"
"Minha nossa, não sabia que queria tanto essas sobremesas" - Ele do brincando.
"Não é para mim, tonto" - Falo - "Prometi a Anthony que levaria sua sobremesa, já que vim almoçar com você e deixei ele sozinho"
"Oh, pobre Anthony" - Ele dramatiza com a mão na testa e lhe dou um tapa - "Esse tipo de coisa você não faz com ele"
"Idiota" - Resmungo levantando em direção ao balcão.
[...]
Quando entro na sala de Anthony está vazia, sem sinal dele. Começo a revirar os papéis para começar a esboçar algumas das minhas ideias quando a porta é aberta.
Uma loira alta entra e eu levanto o olhar até ela.
"Boa tarde, eu.. achei que o Tony estaria aqui" - Ela me cumprimenta, parece envergonhada.
"Boa tarde, acho que ele saiu" - Respondo - "Você é alguma amiga dele ou?"
"Lilian!" - Anthony aparece atrás dela sorrindo - "Que bom que conseguiu vim, conheceu Amélia?"
"Amélia?" - Ela pergunta e então leva novamente seu olhar para mim e sorri - "Ela é a Amélia!"
"Sim, acho que sou. E você a Lilian?" - Pergunto e ela assente - "Bem vou deixar vocês se..." - gesticulei com as mãos para eles - "Enfim, conversarem e você me encontra depois"
"Não é necessário" - Ele diz quando passo por eles.
"Não, eu vou fazer umas ligações e podemos continuar depois" - Minto - "Lilian, foi um prazer"
"Pra mim também" - Ela sorri, um sorriso perfeito que combina com tudo nela. Jesus, a mulher é linda e eu nem posso negar isso.
Assim que entro na minha sala Lizzie vem atrás.
"Você vai deixar eles sozinhos lá?" - Ela me pergunta.
"O que tem?" - Pergunto - "São amigos"
"Oh sim! Eu ligo para meus amigos mais de 5 vezes por dia e venho vê-lo quando não responde" - Ela diz.
"Como sabe disso?" - Esse escritório é um problema com fofocas.
"O secretário dele me contou" - Ela fala baixo e se aproxima de mim - "Deveria ficar de olho nela, as loira são perigosas Srta. Parker..."
Quando Lizzie sai eu passo a mão pelo cabelo, não. Eu não vou pensar nisso... Mas, meu cérebro não para de repassar a forma informal que eles se tocaram e falaram.
"Trabalho" - Sussurro para mim mesma quando olho o relógio - "É isso que eu preciso"
Estou enfiada em um desenho, quando minha porta é aberta. Anthony carrega o embrulho com a sobremesa que havia lhe trazido ainda fechada.
"Me trouxe sobremesa" - Ele diz sorrindo e eu reviro os olhos voltando para meu desenho - "Não precisava ter saído da sala"
"Precisava sim" - Respondo logo.
"Lilian é uma amiga" - Subo meu olhar para o seu encontrando o azul tão escuro, merda, odeio quando os olhos dele ficam assim me dá vontade de apenas os encarar.
"Sim, amiga" - Desvio meu olhar e começo novamente a traçar as linhas - "O que acha de fazermos um coreto? Parecido com o que ficou escondido e apagado pela sauna, claro que mais bonito e maior"
"Não vou falar sobre isso" - Ele diz e eu o olho irritada - "A ideia é ótima, mas quero saber por que me trouxe sobremesa e saiu"
"Trouxe sua sobremesa por que disse que traria" - Dou de ombros - "Saí para lhe dar privacidade com sua amiga"
"É minha amiga" - Ele repete e se aproxima de mim - "Que tal se jantarmos hoje? Minha casa?"
Me afasto dele.
"Sabia que nossas mães marcaram de tomar chá?" - Pergunto e vejo ele assentir - "O que? Como não me contou?"
"Achei que ia surtar" - Ele aponta para mim que mantenho minha mão no quadril - "E a sua ia falar de qualquer jeito"
"Não foi ela que falou" - Respondo - " Foi Karl, contei pra ele sobre... nós e acabou de contando"
"É só um chá Amélia" - Diz - "Não vamos nem estar lá, então não tem motivos para estresse"
"Vai deixar nossas famílias juntas sem que estejamos lá? Nem pensar" - aponto o dedo para ele - "Prometemos não envolver eles, então vamos fazer o máximo para que eles não se gostem"
Ele passa a mão na testa e me encara.
"De quê tem tanto medo?" - Ele pergunta e se aproxima novamente de mim - "Porque desde antes do almoço estava agindo tão estranho?"
"Estou estressada, só isso" - Respondo, acho que responder que a forma carinhosa e tão cuidadosa que ele me trata é assustadoramente nova e faz com que meu estômago se revire e eu queira derreter a cada toque gentil - "Não temos data pra isso acabar e também, posso estar atrapalhando você e seus... enfim"
"Nosso acordo diz que não cabe outra pessoa nisso, eu mesmo quis isso" - Ele diz colocando sua mão no meu rosto e levantando para que eu o encare - "Acha que eu estou saindo com a Lilian?" - Ele ri e eu dou de ombros - "Não, ela é só uma amiga de faculdade muito presente na minha vida"
"Não precisa me explicar isso" - Digo e ele ri - "Estou falando sério, não precisa. Não temos nada, somos um casal para todos e transamos casualmente quando temos vontade"
"Acho que isso é ter algo" - Ele diz - "Não um relacionamento, mas temos tesão um no outro e quando você não está me gritando por uma parede até gosto da sua companhia"
"Certo, não me quer reclamando então faça tudo certo" - Digo e ele toca seus lábios nos meus, me instigando quando então me beija.
Meus dedos se prendem em seu pescoço, o gosto de cereja do bolo se mistura com o seu de café e me faz buscar por mais. O toque em minha cintura é forte e então passo minhas unhas por sua nuca.
"Temos que trabalhar" - Sussurro assim que nos afastamos e ele ri - "É sério, duas semanas é pouco tempo"
"Eu sei" - Ele diz tirando meu cabelo do rosto e sorrindo para mim - "Mas está tudo certo entre nós? Não precisamos ficar estranhos um com o outro, basta me dizer o que foi e resolvemos Amélia"
"Está tudo bem Anthony. Eu sei, mas nossas famílias..." - Suspiro - "Vamos apenas trabalhar, preciso focar em outra coisa"
"É por isso que vamos jantar juntos hoje" - Ele diz - "Na minha casa, então eu te mostro tudo e podemos ver um filme para distrair"
"Sabe que filme é um código pra sexo né?" - Pergunto e ele ri.
"Não precisamos de código, sexo só depois do filme" - Ele diz rindo - "Ou antes, pode ser durante também... Fico contente com qualquer que seja sua escolha"
"Eu levo pizza?" - Pergunto e ele nega - "E o que está pensando?"
"Vai saber" - Ele me dá um rápido selinho e então se afasta - "Mas precisamos trabalhar pra isso acontecer"
Ainda havia dúvidas rondando em minha cabeça, mas o que eu poderia fazer? Era tarde demais, não tinha volta. E mesmo que tivesse, não acho que eu queira voltar.
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