FORMIDABLE | Joshler

By BanditoDeJoshler

923 82 259

Tyler estava silencioso nas árvores, mas não por vontade própria - ele mal sabia como foi parar lá. Felizment... More

CAPÍTULO 1 | Silencioso nas árvores
CAPÍTULO 2 | Seguro e em paz. E feliz
CAPÍTULO 3 | Diário do Tyler
CAPÍTULO 4 | Diário do Josh
CAPÍTULO 6 | Demônio Urie
CAPÍTULO 7 | Remember me for centuries (1º beijo)
CAPÍTULO 8 | Mágica
CAPÍTULO 9 | Don't forget about me
CAPÍTULO 10 | I'm no good without you
CAPÍTULO 11 | Vsf, demônio Urie
CAPÍTULO 12 | Primeira vez
CAPÍTULO 13 | Desamparado
CAPÍTULO 14 | Ajudinha do além
CAPÍTULO 15 | Sentimentos ruins não enxergam amarelo
CAPÍTULO 16 | My pretty sleeper
CAPÍTULO 17 | Bons novos dias

CAPÍTULO 5 | Joshler

62 5 40
By BanditoDeJoshler

A vida de Tyler mudou muito desde que conheceu Josh. A amizade entre os dois tornou-se o centro de suas vidas. Eles se encontravam na escola, iam para a casa de Tyler e, não satisfeitos, conversavam pelo celular. Sentiam-se inseridos num mundo mágico, onde nada podia realmente machucá-los: Josh não permitia que ninguém agredisse Tyler; e Tyler tinha as melhores palavras para dizer a seu amigo quando este sentia-se triste.

Como eles gostariam de viver apenas no quarto de Tyler e esquecer de seus problemas.

– Tyler.

– Oi.

– Você nunca teve curiosidade de perguntar algo sobre minha mãe?

– Sim, já tive. Você nunca fala dela. Mas eu não queria ser indiscreto ou te deixar triste.

– Entendo. – Dun fechou o mangá que estava lendo e sentou-se mais próximo de seu amigo. – Eu nunca desabafei com ninguém e acho que preciso muito fazer isso.

– Estou aqui para isso, Josh.

O garoto sorriu quase que imperceptivelmente e suspirou, criando coragem para falar de suas dores pela primeira vez na vida.

– Minha mãe era a única pessoa que me amava nesse mundo. Ela tentava me proteger das agressões do meu pai. Um dia eles começaram a brigar dentro do carro. Meu pai perdeu o controle e bateu o carro numa árvore. Minha mãe está em coma desde esse dia. Já fazem três anos.

Sensibilizado pela história contada rapidamente, Joseph deixou lágrimas escorrerem por seu rosto.

– Eu só queria que ela voltasse, Tyler. Eu não aguento mais esperar por esse dia que nem sei se vai acontecer. Eu nunca vou me perdoar por ter feito ela perder anos da própria vida. Isso se ela não perder a vida inteira.

– Josh, a culpa não é sua. Você sabe disso.

– Meu cérebro sabe, mas no meu coração ainda sinto culpa. Ela deveria ter me visto ficar mais forte, eu deveria ter aprendido a me defender bem antes. Nada disso teria acontecido se eu não fosse fraco. A culpa é toda do meu pai!

– Uma hora sua mãe vai acordar, Josh.

– Quase todo dia eu vou naquele hospital. Eu converso com ela na esperança de que ela abra os olhos. Às vezes até sinto que ela está reagindo ao que falo, mas deve ser apenas ilusão. Eu só queria abraçar minha mãe de novo.

– Você vai.

– Inclusive, Tyler. Me desculpa se eu fico te abraçando a todo momento. Desculpa por ser um amigo tão carente.

– Você é meu melhor amigo. E por mim, você me abraçaria ainda mais...

Tyler passou seus braços por volta de Josh e fez carinho em sua cabeça.

– ...muito mais – disse sussurrando, e, provavelmente, Josh não conseguiu ouvir.

Joseph continuou consolando seu amigo com doces palavras, conseguindo até mesmo arrancar sorrisos de seu lindo rosto.

– Tyler.

– Oi.

– Você também é meu melhor amigo.

O garoto sentiu seu coração dar um salto. Ficou alegre por ter seu sentimento correspondido. Eles são melhores amigos e, quem os vê tão unidos e com tanta coisa em comum, poderia afirmar que são uma só pessoa. Kelly os chama de “Joshler”.

•••

– Tyler, lembra que eu ia começar a trabalhar em outro hospital? – Kelly dizia enquanto acompanhava seu filho tomar café.

– Claro, mãe.

– Nessa madrugada fiz meu primeiro plantão no Pronto Socorro. E eu encontrei o Josh lá.

– De madrugada? O que aconteceu com ele?

– Eu não tive tempo de cumprimentá-lo, mas ele não parecia estar machucado. Apenas cansado. Muito cansado.

Tyler pensou que ele poderia ter ido visitar sua mãe. Mas era madrugada e com certeza a mãe dele não estava internada na Emergência. O garoto estava totalmente preocupado e pensando em milhares de hipóteses.

– Ele estava acompanhando alguém?

– Acho que não. Quando o encontrei, ele estava saindo sozinho do hospital.

– Meu Deus.

– Eu não queria me intrometer na vida dele, mas eu fiquei preocupada.

– Obrigado por me contar, mãe.

Joseph terminou rapidamente seu café da manhã para que sua mãe pudesse descansar e para que ele pudesse ir logo para a escola descobrir o que houve com Josh. Preocupado, pensou em mandar mensagens para seu amigo, mas sabia que ele não tinha o costume de usar celular antes de ir à escola.

– Josh, você está bem? – Tyler abraçou forte seu amigo enquanto notava o cansaço evidente em seu olhar.

– Sim, e você? Por que a pergunta? – Eles nunca se cumprimentavam desta forma, o que causou estranhamento no Josh.

– É que minha mãe disse que te viu no hospital essa madrugada. Eu fiquei preocupado.

Josh não sabia o que responder.

– Aconteceu algo com a sua mãe?

– Não! Não, graças a Deus.

– Ainda bem. E você?

– Eu estou bem, Tyler. Não aconteceu nada comigo.

O garoto não queria invadir a privacidade de seu amigo, então apenas o confortou.

– Você parece um pouco abatido, Josh. Se você precisar conversar, eu estou aqui. Não quero ver você mal. Nunca.

Josh, impulsionado pelo ato de carinho, abraçou seu amigo.

– Eu não queria falar isso mas… ontem eu tive uma crise de ansiedade. Eu ainda não sei como essa merda funciona, não sei de muita coisa. Eu apenas não conseguia respirar e nem parar de chorar.

– E você foi no hospital tomar algum medicamento? – Perguntou Tyler depois de seu amigo ficar quieto, olhando para baixo.

– Não. Eu… eu me cortei.

– O quê?

– Eu já tinha feito isso quando era menor. Foi a única coisa que pensei em fazer para aliviar o que estava sentindo. Mas meu braço continuou sangrando muito e por isso tive que ir ao hospital. Eu fiquei com medo.

Tyler abraçou seu amigo e o levou até um lugar mais calmo — seu quarto. Joseph sabia que Josh não conseguiria prestar muita atenção nas aulas.

– Josh, eu posso ver seu braço?

– Não, Tyler. Está horrível. Ninguém pode me ver assim.

– Tudo bem. Mas se precisar de ajuda para trocar curativo, estou aqui.

– Obrigado.

Joseph estava angustiado vendo seu amigo se escondendo debaixo de um moletom num dia ensolarado.

– Eu nunca mais vou fazer isso, Tyler.

– Eu não sei muito bem como funciona a ansiedade, mas o que podemos fazer quando isso acontecer?

– “Podemos”?

– Sim. Eu sou seu melhor amigo. Você pode me ligar se precisar se acalmar. Podemos correr para gastar toda essa energia que você tem.

– Mas isso geralmente acontece à noite.

– Eu sei disso. E estou aqui na hora que precisar.

– Eu não quero te incomodar, Tyler.

– Eu só vou ficar incomodado se tiver que ver você usando moletom num dia quente de novo.

– Claro. Você gosta de ver meus braços, não é? – Josh disse brincando.

– Q-quê? Não. – Tyler sentiu-se envergonhado e Josh deu risada.

– Tyler, obrigado por me apoiar sempre.

– Você que sempre me apoia e faz coisas por mim. Eu apenas converso com você.

– E sempre tem as melhores palavras. Já percebeu que somos o oposto do outro? Eu resolvo as coisas feito um ogro e você é todo educado e fofo.

– Hey, você é educado e fofo também. Menos com quem não merece…

– Por isso sua mãe chama a gente de Joshler.

– Por quê?

– Porque a gente se completa – O garoto exibiu seu lindo sorriso. – Isso é tão gay.

– Gay? – Tyler tomou um susto ao ouvir aquela palavra, que só era dita a ele quando sofria bullying.

– Sim… você tem alguma coisa contra? – Perguntou delicadamente.

– N-não. Claro que não.

– É que a gente parece um casal. Você nunca reparou em como algumas pessoas olham pra gente na escola?

– Às vezes.

Tyler já tinha percebido isso. Já olhavam para ele daquela maneira antes mesmo de Josh estudar na mesma escola. Mas agora o moreno sentia-se seguro de que ninguém faria nada contra ele.

– Josh, você se importaria se eles pensassem que você é gay?

– Não. Isso não é uma ofensa. E você?

– O quê?

– Você se importaria se te chamassem de gay?

– Não.

Na verdade, Tyler gostaria muito que o chamassem de gay — afinal, é o que ele é. Mas todos o chamavam apenas de “viadinho” e “bicha”. Seu sonho é falar abertamente sobre sua sexualidade e ser respeitado.

Joseph estava tão aliviado por descobrir que Josh não é preconceituoso. Sentiu vontade de contar seu segredo ao garoto de cabelo vermelho.

– Josh.

– Fala, Ty.

– Eu… eu também não ia me importar se você fosse gay. Quer dizer, eu ia continuar sendo seu amigo pra sempre.

– Obrigado, Tyler. Digo o mesmo.

Josh ficou um pouco envergonhado. Pensou que Tyler estava desconfiado de sua sexualidade. O garoto ainda não sabia exatamente se era gay e tinha medo de pensar nisso por causa de seu pai. Tentou mudar de assunto.

– O que será que aquelas idiotas estão fazendo na escola? – Perguntou Josh enquanto deitava na cama de seu amigo.

– Não sei. Mas com certeza aqui está bem melhor. – Tyler deitou ao lado de Dun.

Os dois estavam se encarando e sorrindo. Nunca haviam olhado nos olhos do outro durante tanto tempo. E nunca haviam sentido tantas borboletas juntas no estômago. Seus lábios não haviam chegado tão perto assim do outro. O universo pedia que os lábios dos garotos se encostassem pela primeira vez. Mas Tyler apenas beijou a bochecha do amigo.

– Eu gosto muito de você.

Josh sentiu um frio tomar conta de seu corpo e um impulso pedindo mais carinho. Queria sentir mais toda a doçura encantadora do seu amigo. Passou a mão delicadamente em seu rosto enquanto Tyler fazia carinho em seu braço machucado, ainda por cima do moletom.

– Você é tudo para mim, Tyler.

Um barulho brusco na porta fez os garotos se assustarem e praticamente pularem da cama.

– M-mãe? O que você está fazendo aqui?

– Não acha que eu deveria estar fazendo essa pergunta? Por que vocês não estão na escola?

Tyler não sabia o que responder. Ele teria que contar o segredo sobre a ansiedade e mutilação de seu amigo.

– É que eu não estava bem e o Ty me chamou para cá. Desculpa, Kelly.

– O que você tem? Eu te vi de madrugada na Emergência.

– Ele prefere não falar, mãe. Mas ele está bem melhor agora.

– Hum. Deveria estar com diarreia, por isso não quer dizer.

– Mãe! – Tyler sentiu vergonha no lugar de Josh.

– Olha, só não vou brigar com vocês porque vi o quanto o Josh parecia cansado.

– Obrigado, Kelly. A gente promete não matar mais aula.

– Senão eu mato os dois – respondeu brincando, porém com seriedade.

A Sra. Joseph se virou para sair do quarto, sem antes dizer mais uma das suas frases que deixavam os amigos envergonhados.

– Os Joshler são tão inseparáveis que ficam juntos na cama o dia inteiro.

Kelly já sentia que aquilo era apenas o começo. A tendência era os garotos ficarem cada vez mais inseparáveis. Tão harmoniosos e juntos quanto a linda fusão de seus nomes. Joshler.



Notinha esquizofrênica

Não sei se alguém está lendo isso, mas hello! Muito obrigada por estar aqui s2
Espero que esteja muito bem e gostando da história.
Eu ainda não sei usar isso direito e tutupom.
Tenho outra história pronta mas não sei se posto porque um dos meninos é o vilão kk
Enfim, beba água e ouça Anathema.

✺ Ψ ⊬ ☬ ғ̶ᴘ̶ᴇ̶

Continue Reading

You'll Also Like

197K 21.6K 32
Beatriz viu sua vida mudar drasticamente aos 16 anos, quando descobriu que estava grávida. Seu namorado, incapaz de lidar com a situação, a abandonou...
98.7K 7.7K 45
Jeon Jungkook é um Alfa Lúpus puro e um Mafioso obcecado por dinheiro e que entrou na vida do crime muito novo, ele tem tudo quer, na hora que quer...
350K 12.4K 9
Dois melhores amigos que vivem se provocando decidem adicionar um pouco mais de cor na amizade... O que pode dar errado?
143K 19.4K 68
S/N Peña, uma brasileira de 21 anos, é uma jovem estudante de Direito, sargento e pilota da Aeronáutica Brasileira. Além de tudo, ela é convocada par...