IN(QUEBRÁVEL) | ✓

By angelsfloyd

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Spin-off de IM(PERCEPTÍVEL) Amber Lewis passou sua vida toda sendo castigada e julgada por todos. Ela já esta... More

In(quebrável)
Epígrafe
01| Presa
02| Fica bem
03| Caos
04| Promessa
05| Sonho
06| Paralisada
07| Amigos duvidosos
08| Sem lógica
09| Alerta vermelho
10| Paz... Ou não.
11| Entre ameaças e preocupações
12| Sequelas
13| Sem freio
14| Acidente
15| É possível lutar contra isso?
16| Entre dúvidas e certezas
17| Misto de sentimentos
18| Fogo e gasolina
19| Sorriso fácil
20| Aceitação
21| Respostas
22| Falta de diálogos
23| Profundamente ligados
24| Incontrolável
25| Perigo invisível
26| Antiga personalidade
27| Insano prazer
28| Recuperação
29| Reencontros
Epílogo

Prólogo

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By angelsfloyd

10 ANOS ATRÁS

A M B E R

Eu corro como se não houvesse amanhã tentando sentir que estou livre. Ainda parece ser absurdo que finalmente eu não estou presa naquela gaiola sem saber qual vai ser o próximo passo dele. E isso me faz sorrir. Eu estou liberta de tudo. E eu me sinto feliz pra caralho por isso.

Olho para o céu nublado com os olhos cheios de lágrimas por ser a primeira vez que o vejo. Faz anos que eu não sei o que é sentir isso. Sentir o vento gelado batendo no meu rosto. Parece ser algo simples, mas pra mim, é muito importante.

Algumas horas se passam e eu sinto que não aguento mais correr, tudo dói no meu corpo, e a fome começou aparecer junto com a sede e eu me arrependo de não ter vindo no carro dele, mesmo não sabendo dirigir. Se eu consegui trazer ele até onde deixei o corpo dele, conseguiria andar mais um pouco. Que droga!

Mas não dava. Mesmo nervosa eu precisava agir com inteligência, por isso tive que abandonar o carro naquele terreno. Eu não poderia ter deixado ele naquela casa porque eu queria que ele fosse encontrado, mas que ninguém soubesse da minha existência. Apenas.

Me sento no chão, olhando para a estrada querendo chorar. Não sei o que fazer, nem para onde ir.

Levo minhas mãos até os cabelos querendo gritar, mas não o faço. Preciso controlar minhas emoções. Preciso aprender a lidar com a nova vida que vou criar para mim.

Fecho meus olhos tentando pensar no que fazer e antes que eu consiga raciocinar, escuto o ronco de um carro e isso me assusta automaticamente, me fazendo abrir os olhos. Mas percebo que não tem como correr, porque a pessoa para o veículo na minha frente e rapidamente desce.

Automaticamente me levanto, assustada.

Vejo uma mulher de aparentemente quarenta anos se aproximando, me fazendo dar um passo para trás. Seus olhos são tão escuros que me assustam mais ainda.

— O que houve com você criança? — pergunta, tentando se aproximar mais uma vez. Mas eu não deixo.

Ela me avalia e percebo que seu olhar está aterrorizado e talvez seja pelos machucados no meu corpo.

— Quem fez isso em você?

Respiro devagar cogitando responder. Talvez eu consiga comer algo com ela.

— Água e comida. Você tem? — pergunto, ignorando sua pergunta.

Estranho minha voz. Está muito rouca.

Ela continua me olhando assustada, mas acena, correndo em direção ao carro.

Rapidamente ela volta com uma garrafa de água e um pacote de alguma coisa estranha.

— Eu não tenho nada que possa te manter em pé por muito tempo, mas eu moro bem perto daqui, se você quiser, posso te levar a minha casa... Assim você terá como tomar um banho, comer e descansar um pouco — diz, assim que me entrega o alimento junto com a água.

Olho para ela tentando entender porque ela quer me ajudar. Minha mente faz eu pensar em várias maneiras dela me fazendo mal e por isso fico cogitando essa possibilidade.

Tomo a água ainda a olhando, pensando seriamente em qual decisão tomar.

Ela parece ser muito indefesa, talvez não me faça mal.

— Eu sei que você está com medo, mas eu te prometo, não vou te machucar. Só quero te ajudar criança.

Sua voz é muito suave e me faz querer a ficar ouvindo, e eu estranho isso. Talvez seja porque eu nunca tive contato com nenhuma outra pessoa a não ser ele.

— Ok, eu vou confiar em você — falo, assim que termino de tomar minha água, percebendo minha voz bem melhor.

Ela sorri, tentando se aproximar mais, e como não entendo o que ela pretende, me afasto.

— Só quero te ajudar a chegar no carro, mas se você conseguir sozinha, ok.

Avalio seu comportamento e acho que ela realmente só quer me ajudar, então, sem perceber, me aproximo, tentando dá um sorriso amigável.

Ela se volta em direção ao carro entrando no lado do motorista e fica me esperando.

Vou até a outra porta, com um pouco mais de dificuldade ao andar, percebendo que meus pés estão com calos.

Assim que entro, ela logo liga o carro e segue na direção que eu estava indo, me levando para um lugar que eu não conheço. E espero de verdade não me arrepender de ter confiado nela.

Não sei o que me aguarda no futuro, mas com certeza ele não será muito bonito. Minha vida nunca foi. Não vai ser agora que será.


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