Porque eu amo você

Galing kay perolaescreve

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"Faz-se porque ama-se." Nesta história coming-of-age, nossos queridos protagonistas e secundários do Bairro d... Higit pa

Capítulo 2: Denise
Capítulo 3: Denise
Capítulo 4: Maria
Capítulo 5: Denise
Capítulo 6: Denise
Capítulo 7: Maria
Capítulo 8: Cássio
Capítulo 9: Xavier
Capítulo 10: Xavier
Capítulo 11: Denise
Capítulo 12: Maria
Capítulo 13: Magali
Capítulo 14: Cássio
Capítulo 15: Cássio
Capítulo 16: Denise
Capítulo 17: Maria
Capítulo 18: Maria
Capítulo 19: Magali
Capítulo 20: Maria
Capítulo 21: Joaquim
Capítulo 22: Magali
Capítulo 23: Cássio
Capítulo 24: Magali
Capítulo 25: Joaquim
Capítulo 26: Joaquim
Capítulo 27: Joaquim
Capítulo 28: Luca
Capítulo 29: Xavier
Capítulo 30: Xavier
Capítulo 31: Cássio
Capítulo 32: Denise
Capítulo 33: Magali
Capítulo 34: Denise
Epílogo: Magali

Capítulo 1: Joaquim

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Galing kay perolaescreve

— Sim, mãe! Eu vou tomar cuidado! — exclamou Mônica no lado de fora do ônibus, provavelmente pela décima vez naquela manhã.

A garota, Joaquim observava, estava sendo esmagada pelos chorosos beijos e abraços de sua mãe, enquanto seu pai recitava recomendações e avisos, o cuidado e o carinho que o casal despendia-lhe tão absolutamente visíveis a qualquer desconhecido que passasse. Em seguida, a família toda se uniu em um abraço, as pessoas ali presentes transformando-se rapidamente em um emaranhado de braços esguios e cabelos de azeviche. A mesma cena se repetia diversas vezes ao redor dos ônibus de excursão, estacionados à frente dos níveos portões do Colégio do Limoeiro, prontos para levar todos os formandos em direção ao oceano. Magali, logo ao lado de sua melhor amiga, pranteava nos braços de seu pai, que também derramava suas próprias lágrimas. Ao deparar-se com a cena, Joaquim riu silenciosamente, pois, por conhecer intimamente os pais da garota, ele sabia também que Seu Carlito trazia um coração de manteiga por debaixo de sua recorrente carranca. Dona Lina observava, também emotiva.

Quim fora o primeiro a adentrar o veículo. Escolhera um assento à esquerda, próximo ao final da fileira, e observava a comoção pela janela. Aquela era a primeira vez que muitos daqueles adolescentes viajavam sem suas famílias, o que era uma experiência nova, mas não somente para os jovens. A preparação para os eventos de formatura ocorrera desde o início daquele ano, mas, para ele, os preparativos se iniciaram há mais tempo: esteve trabalhando dobrado na padaria de seu pai e economizando para regalar-se com a viagem desde o ano anterior. Seu Quinzão recusou-se a oferecer-lhe este presente, não por faltar-lhe dinheiro, mas por não concordar com a ida. Cria ele que tal viagem, recheada de festas, bebidas e companhias diversas, não condizia com os valores cristãos de um bom português. Joaquim, evidentemente, discordava.

A despedida com seu pai, diferente das outras que ainda ocorriam do outro lado do vidro, fora breve e fria. Seu Quinzão de mau grado o levara até a escola naquela manhã, mas Joaquim não estava surpreso ou sequer sentia-se ferido com a reação do pai, pois com ela já estava habituado. A atenção familiar que seus colegas recebiam jamais se repetira em seu lar; para seu genitor, Joaquim nunca seria bom o bastante, a não ser que cresse naquilo que cria e agisse como ele o faria. O conflito entre eles era constante, mas sempre assim fora, de modo que seus amigos mal percebiam.

Ao pensar nisso tudo, o sorriso que lhe colorira o rosto ao observar Magali e sua família logo se desfizera.

Joaquim sentiu o ônibus tremular sob seu corpo, o que significava que seus colegas finalmente embarcavam consigo. Entraram Carmem e Denise, espalhafatosas e ansiosas para viajar logo; Cebola e Cássio, cochichando animadamente entre si; Timóteo e Jeremias, visivelmente sonolentos e quietos; Nimbus e Mauricio, mais conhecido como DC, caminhando juntos após se despedirem de seus pais; Mônica, Magali e Maria Cassandra, todas com aparência chorosa; Milena e Dora, conversando calmamente enquanto a guia da segunda moça, que era deficiente visual, salpicava o corredor com curtos barulhinhos; Marina e Franja, adentrando de mãos dadas, ambos seguidos por Humberto e Isadora. Seguiram-se vários adolescentes, lentamente ocupando todos os lugares, mas nenhum deles, Joaquim sabia, seria Ana. Era de conhecimento geral que a garota escolhera não viajar. Ela já estava bem longe dali.

Enquanto todos os presentes entravam, Quim ouviu o ruído do mecanismo de acessibilidade sendo acionado, o que significava que Luca estava embarcando também. Por estarem em um ônibus moderno, o mecanismo consistia em uma cadeira especial, que se deslocava para fora como um pequeno elevador.

Xavier, por estar auxiliando o embarque de Luca, fora o último a adentrar o veículo. O rapaz loiro se posicionou na entrada, observando os lugares vagos. Joaquim logo percebeu que o único que sobrara era o assento à sua direita.

— Esperando alguém? — indagara Xavier, com um sorriso nos lábios.

Joaquim fitou-lhe e deu de ombros.

— Bom, não acho que esteja faltando ninguém... — respondeu ele, sério.

Sorrindo satisfeito, o rapaz posicionou sua mala de mão no compartimento superior e assentou-se a seu lado. Joaquim cravou seus olhos no rosto plácido de seu companheiro de viagem e observou a silhueta esguia, o nariz diminuto, os olhos de avelã, a pele de alabastro, os cabelos dourados enrolando-se ao infinito. Ele logo percebera que não passava muito tempo com Xavier e que, por este fato, não poderia sequer nomear fatos sobre ele, mas esforçou-se para enumerar tudo o que sabia mesmo assim: filho de pais divorciados; irmão mais novo... namorado de Denise? Frustrou-se ao perceber que não podia continuar a lista.

— Ai, gente, que chororô é esse aqui? — exclamou Denise, levantando-se sobre o burburinho de conversas; ela observava Magali, Mônica e Maria, que, chorosas, observavam as famílias através de suas janelas. — Essa é a viagem das nossas vidas, amadas! Vamos animar aí!

Para sua surpresa, Xavier empertigou-se.

— Nossa, cala a boca aí na frente! Que menina chata! — bradou Xavier, fingindo uma raiva que não sentia; na verdade, trazia nos lábios um sorriso zombeteiro, na voz uma risada abafada. — Quem convidou essa aí? Credo!

Denise, que se encontrava à direita, algumas cadeiras à frente deles, virou-se imediatamente na direção de Xavier. Ela, assim como ele, lançou-lhe um olhar fulminante de raiva inventada.

— É melhor você tomar cuidado, rapaz! Vou te comer na porrada! — Denise respondeu, à altura.

Na primeira cadeira à direita, a voz de Timóteo, longínqua para Joaquim, soou zombeteira:

— Na porrada... sei... — berrou ele, insinuando que os dois protagonizariam outra cena a sós.

O ônibus todo explodiu em risadas, exclamações, zombarias. Quim esperou pela réplica ácida que Denise sempre preparava para qualquer momento, mas, desta vez, ela não veio. Ela apenas girou o corpo na direção de Xavier e revirou os olhos com uma risada, surpresa e indignada com alguma informação não dita. Xavier, por sua vez, ria e negava com a cabeça, espelhando suas emoções. Denise tornou a se assentar.

Definitivamente namorado de Denise.

— Gente, que demora! Quem está faltando? — indagou Magali, levemente recuperada de seu pranto.

— Sei lá... o Dudu? — respondeu Cebola, caindo na gargalhada.

A face de Magali se transformou em um semblante indignado, enquanto ela se virava para encarar Cebola, que se sentava logo atrás dela, acompanhado de Cássio.

— Dudu está no oitavo ano! — Magali exclamou, indignada. — Ainda não é a vez dele... ele ainda é um bebê!

Quim riu silenciosamente ao ouvir suas palavras. Magali sempre fora muito apegada a seu priminho Eduardo. A ideia de assistir a seu crescimento era-lhe terrível ao coração. Cebola certamente mencionou seu nome para irritá-la ou, talvez, para distraí-la da despedida que logo viria com o chacoalhar da condução.

— Olha só, Magá... o careca querendo trazer Dudu para o salseiro! — anunciou Cássio, risonho.

Magali assentiu uma vez com a cabeça e, em seguida, ambos gargalharam da escolha curiosa de palavras.

— Salseiro?! — enquanto ria, a garota repetia. — A gente nem saiu ainda e já está assim, Cascão?

O garoto, então, gargalhou ainda mais intensamente, o que trouxera à moça uma onda ainda mais forte de riso, ambos regozijando-se como bobos com a piada que compartilhavam. Aquela tão alegre cena, no entanto, varreu qualquer vestígio de sorriso do semblante de Joaquim, que, enquanto observava à distância, aguardara pelo ciúme amargo ou pelo pavor intenso de ser trocado por alguém melhor, sentimentos que, durante anos, tanto acometeram-lhe o espírito. Porém, naquele momento, ele não sentira seu coração fragmentando-se como antes. Sentira-o apenas confuso e angustiado por, justamente, não sentir aquilo que já tanto o abatera.

Joaquim, definitivamente, não sentia mais aquele tão intenso e pujante amor por Magali como por tantos anos sentira — e esta percepção ainda era-lhe completamente estranha, pois jamais imaginara a si mesmo existindo sem o nome dela gravado em seu coração.

Qualquer conversa, pensamento ou gargalhada fora interrompida pela entrada de Professora Ana Paula, que carregava um papel nas mãos. Seus olhos consternados varreram todo o ônibus. Ela trazia um ar preocupado e atento, ocupada demais, junto aos outros professores, com os alunos, as bagagens, as papeladas...

— Bom dia, 3ºA! — exclamou ela, sorrindo. — Atenção para a chamada. — e desatou a chamar os nomes completos de todos os presentes.

Ao terminar, ela saiu brevemente da condução, provavelmente para avisar aos outros professores que estava tudo pronto. Licurgo estaria a cargo do segundo ônibus; Rubens, do terceiro.

Após alguns instantes, o motor foi iniciado, o que levou toda a turma para as janelas a fim de acenarem uma última vez para suas famílias. Quim logo sentiu Xavier assomando-se sobre seu corpo para que ele pudesse avistá-los. Tamanha fora a sua surpresa quando percebeu que o companheiro de viagem acenava para ambos seus pais; mesmo divorciados, ali estavam, juntos, acenando alegremente para o filho que se afastava.

Quim esperou que Xavier voltasse a seu assento para indagar-lhe:

— Eu... pensava que seus pais fossem divorciados. — disse ele, sem muitos rodeios, enquanto o ônibus seguia pelas ruas, em direção à estrada.

Xavier riu-se suavemente.

— Eles são. — confirmou o garoto. — Mas não se preocupe, Quim. Você não é o primeiro a se espantar com o fato de que eles sequer conversem ainda. Na realidade, eles são bem amigos. Minha mãe fez questão de me trazer aqui hoje. — ele fez uma careta, revirando os olhos e rindo; as aspas sendo indicadas com os dedos no ar. — Ela disse que "queria presenciar o menino dela virando um homem" ou alguma coisa brega assim.

Sem querer, Joaquim deu uma gargalhada alta. Mentalmente, adicionou mais um item à lista: família tranquila e amigável.

— É sério! — Xavier balançava a cabeça, assentindo. — Que breguice! Quem diz essas coisas?

— Mães, eu acho. — Quim deu de ombros, resoluto.

Xavier concordou, rindo novamente. Até que seu rosto se modificou, tornando-se sério. Quim o observou durante cada segundo.

— Eu não vi a sua mãe, Quim. — ele disse, tentando se recordar. — Ela veio?

O rosto de Quim transformou-se em uma carranca, e ele sentiu a mudança tarde demais para evitá-la. Por um segundo, amaldiçoou-se por ser tão sentimental; o coração sempre saltando-lhe do peito, as emoções sempre exibindo-se como quadros em um museu.

— Não, ela não veio. — murmurou ele, tristemente. — Seus pais são amigos mesmo após o divórcio, mas os meus ainda são casados e não aguentam ficar na mesma sala por muito tempo. — fez uma pausa; suspirou fundo. — Ela voltou à casa dos meus avós há alguns meses...

Xavier arregalou os olhos, espantado. Voltou sua atenção completamente para Joaquim, girando o corpo em sua direção no assento.

— Mas eles moram em...

— É. Portugal.

Xavier balançou a cabeça, triste com a notícia.

— Caramba. — murmurou ele. — Posso te afirmar com certeza que nunca fiquei tão longe da minha mãe assim. Deve ser um saco, Quim.

Quim balançou a cabeça, sentindo-se grato com a compaixão de Xavier.

— É um saco, sim. — concordou. — Mas tê-la por perto consegue ser ainda pior, então... talvez a mudança seja para o melhor. Não é?

Xavier concordou avidamente, ansioso para encontrar um lado positivo, algo que acalmasse e alegrasse Quim.

— Sim, sim! Com certeza! — respondeu ele, prontamente.

Os garotos, então, silenciaram-se. Joaquim observou Xavier apoiar o queixo em seu joelho erguido, os olhos castanhos inquietos, as engrenagens em sua mente funcionando ávidas.

— Ei, Quim... — Xavier balbuciou, levantando os olhos. — Você... já tem companheiro de quarto? — ele fez uma careta; parecia nervoso, por algum motivo. — Quer dizer, esquece! Deve ser a Magali, não é?

Joaquim surpreendeu-se com a pergunta. Pareceu-lhe que Xavier quis fingir que a ideia acabara de lhe ocorrer, mas ele era um péssimo ator. Ele queria me perguntar isso desde o início, pensou o garoto. Porém, não conseguia imaginar o motivo para tanto rodeio.

— Você não gostaria mais de dividir o quarto com a Denise? — indagou Quim, trazendo sua namorada à conversa.

Xavier franziu o cenho, parecendo confuso por um segundo.

— Não. Ela já vai dividir o quarto com a Carmem. — respondeu ele, como se contasse a verdade mais óbvia já vista. — É que... eu estava dizendo que... eu não acho que os professores deixarão meninos dormirem com meninas, sabe? Então, eu pensei que nós poderíamos... dividir o quarto.

As sobrancelhas de Joaquim se elevaram com a surpresa que ele sentira. A lógica era pertinente.

— Tudo bem, então. — Quim respondeu alegremente, e o sorriso que coloriu o semblante de Xavier poderia iluminar a cidade inteira. — Vou ser seu companheiro de quarto.

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