Indecente • COMPLETO

By autoramillyferreira

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Não é permitido se apaixonar. Apenas é permitido sentir prazer. Jade West fugiu do convento. A fim de começa... More

Notas da autora
Epígrafe
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
catorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e dois
vinte e três
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
trinta e nove
quarenta
Epílogo
Epílogo 2
Bônus
Notas da autora
Livro novo

dezoito

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By autoramillyferreira

— Puta. Que. Pariu. — Agnes está escandalizada. — Deixa eu ver se entendi… — ela se remexe na cama, buscando uma posição melhor. — Você está… transando com Ryan Blossom? 

Minhas bochechas ficam vermelhas. Odeio quando isso acontece, mas não consigo controlar. 

Balanço a cabeça, concordando. O queixo dela cai. 

— Como você me esconde uma coisa dessas? — ela praticamente grita. — Eu quero saber de todos os detalhes. Desembucha!

Então eu conto tudo a ela, desde o nosso primeiro beijo até o momento em que ele me deu um vibrador de presente. Agnes parece fascinada com a história do vibrador. 

— Cadê ele? Me deixa ver. 

Franzo o cenho. 

— Ver o quê? — questiono. 

Ela revira os olhos. 

— O vibrador, claro. 

Fico boquiaberta. 

— Você quer ver o…? 

— Anda logo, mulher!

Dou um sobressalto e depois obedeço. Vou até a parte escondida do meu guarda-roupa e pego a caixa, levando-a para Agnes. Ela remove a tampa com uma ânsia surpreendente, e pega o vibrador vermelho como se fosse uma espécie de objeto de grande valor. 

— Meu. Deus. Do. Céu. — Ela tem falado pausadamente desde que contei sobre Ryan. — Olha isso aqui. — O vibrador balança no ar. — É um puta vibrador, Jade. Deve ter custado uma fortuna. 

Será que foi tão caro assim? Não quero que Ryan fique gastando dinheiro comigo. 

— Será que é por isso que as mulheres ficam louquinhas atrás dele? Será que ele sai distribuindo vibradores por aí? 

Um sentimento esmagador se apodera das minhas entranhas. Gosto de pensar que Ryan tem esse tratamento especial reservado só a mim. Na verdade, não gosto de pensar em ele fazendo com outras mulheres o que faz comigo. 

— Acho que não… — Mas não tenho certeza. 

— É, também acho — Agnes ainda está estudando o vibrador. — Mas me conta… Ele é mesmo bom de cama como dizem? 

— Acho que "bom" é uma palavra muito insignificante para descrever. 

Ela arregala os olhos e me encara com uma expressão incrédula. 

— Menina! — tem um tom de diversão disfarçado na repreensão. — Quem é você e o que fizeram com a noviça inocente? 

Dou uma risadinha. 

— Qual é o tamanho do pau dele? — sua pergunta me pega desprevenida, e arregalo os olhos para demonstrar minha surpresa. 

— Eu não… como eu vou saber? — Meu rosto está ardendo. — Não é como se eu ficasse medindo com uma régua. 

Ela ri. 

— Mas você deve ter uma noção visual. É desse tamanho? — ela alinha as mãos e depois as separa, indicando um tamanho pequeno. — Desse tamanho? — as mãos dela se separam ainda mais, indicando um tamanho médio. — Ou desse tamanho? — As mãos dela se separam o suficiente para me fazer arregalar os olhos. 

— Por Deus, Agnes! Existe alguém que aguente um pênis desse tamanho dentro de si? 

Ela gargalha. Não aguento segurar a risada por muito tempo e a acompanho. 

— Você já viu pornô, por acaso? — questiona ela. — Tem uns caras que enfiam o braço dentro da vagina. 

Faço uma careta. 

— Ahn… passo. 

Ela dá um sorrisinho.

— Estou feliz que você esteja se divertindo. — Não dá para ignorar a malícia na sua voz. — Mas me conta… quando o bonitão volta de viagem? 

É uma ótima pergunta. Ryan viajou na sexta e pretendia passar o final de semana todo fora, mas não sei exatamente se ele pretende voltar hoje, no domingo, ou amanhã, na segunda. Não nos falamos desde sexta-feira, quando trocamos aquelas poucas mensagens durante o meu jantar com Garrett. 

— Não sei — replico. — Não nos falamos desde sexta. Acho que ele está ocupado com o trabalho. — Quero acreditar nisso. 

— Hum. Bom — ela faz uma pausa —, se você não tem o seu gostosão para te satisfazer, é melhor começar a usar isto aqui — ela balança o vibrador no ar. 

Como resposta, pego um travesseiro e acerto nela. Depois acabamos as duas largadas sobre a cama, rindo. 

A minha segunda-feira está bem cheia. Saí para correr com o meu irmão pela manhã, e fui recebida com uma tempestade de trabalhos na faculdade algumas horas mais tarde. Passei na biblioteca, enchi a mochila de livros necessários e fui para a lanchonete. 

O dia se seguiu turbulento: eu servi milhares de mesas, anotei pedidos até os meus dedos doerem e limpei a lambança que uma adolescente fez ao se chocar com um cara que estava tentando equilibrar seis milkshakes nos braços magricelas — se os romances água com açúcar que estou lendo for mesmo real, eles vão acabar se apaixonando, se casando e tendo dois ou três filhos. 

No final do expediente, estou exausta e faminta. Mal pude desfrutar do meu almoço. Gastei a maior parte do meu intervalo encarando o celular, como se uma mensagem de resposta fosse aparecer magicamente para alegrar o meu dia. Pensei que Ryan iria me procurar na faculdade, mas ele não apareceu. 

Será que se cansou de mim? Será que encontrou uma mulher mais interessante em Nova York, a ponto de não se lembrar de responder a minha mensagem? 

Essas possibilidades fazem meu estômago afundar. 

Também dei uma espiada na oficina quando estava colocando o lixo para fora, mas Ryan não estava lá. Pelo menos não no alcance dos meus olhos.

Talvez… tenha acontecido alguma coisa. Alguma coisa grave. Mas notícias ruins chegam rápido, e eu saberia se, sei lá, o avião dele tivesse caído no oceano.  

Afastei esses pensamentos medíocres e voltei ao trabalho. 

Agora, no fim do expediente, estou exausta. Só de lembrar que, quando eu chegar em casa, um caminhão de trabalhos me espera, sinto vontade de chorar. Quem disse que vida de universitária é fácil? Quem sonha em entrar em uma faculdade, deixe-me contar uma coisinha: não demora muito para o sonho se tornar no seu pior pesadelo. 

— Tudo pronto? — pergunta Agnes, pegando sua bolsa depois de já ter tirado o uniforme de trabalho e vestido calça jeans e camiseta. 

Olho mais uma vez para a porta, esperando… esperando… Mas que diabos eu estou esperando? Ele não vai vir. 

Forço um sorriso quando olho para Agnes. 

— Tudo pronto. 

Despedimos-nos de JP e eu a acompanho até o estacionamento, onde seu Chery QQ está. Estou quase abrindo a porta do lado do carona quando ouço alguém chamar o meu nome. Olho para trás e vejo Garrett vindo na minha direção. 

Ai, merda… 

As coisas entre a gente não terminaram muito bem na sexta-feira, e como hoje, durante a aula, ele não falou comigo, eu imaginei que ele precisava de mais tempo. 

— Garrett — forço um sorriso. — Oi. 

Ele para na minha frente e abre um daqueles sorrisos de quem pede desculpas. 

— Oi. 

Há um momento de silêncio enquanto olhamos um para o outro. Lanço um olhar tenso para Agnes e ela claramente já percebeu o desconforto da situação. 

— Então… — começa Garrett. — Será que podemos conversar? 

Mordo o lábio inferior. 

— Olha, Garrett, é que eu já estou indo para casa e a Agnes vai me dar uma carona, então… 

— Eu posso te levar para casa — sugere ele. — Aí podemos conversar. Isso, claro, se você quiser — acrescenta depressa. 

Olho para Agnes, apreensiva. 

— A decisão é sua — diz ela, como se lesse meus pensamentos. 

— A carona pode ficar para amanhã? — pergunto em um tom de desculpas. 

Ela sorri para me tranquilizar. 

— Claro, amore. A gente se vê amanhã — dá uma piscadela. — Boa noite. 

Agnes entra no carro e fico observando enquanto ela vai embora, com Garrett de companhia. Fica silêncio por um tempo, e eu espero que ele diga alguma coisa, e é justamente isso o que acontece. 

— Podemos conversar no meu carro? — ele pede. 

Aperto os lábios em uma linha fina. 

— Claro. 

Andamos até o Nissan GTR. O carro parece ainda mais bonito cada vez que olho. Ele abre a porta para mim e eu me acomodo no banco do carona, o esperando. Garrett entra no carro momentos depois, mas não dá a partida. Ao invés disso, ele se vira para mim. 

— Jade, eu queria me desculpar por ontem — é direto. — Eu fiquei um pouco chateado por ter sido rejeitado, mas não foi justo com você eu ter agido daquela forma. Entendo que nem tudo é como a gente quer e vou respeitar a sua decisão. Fico feliz em ser apenas o seu amigo. 

Sinto como se estivesse tirando um enorme peso das costas. Às vezes tudo pode ser resolvido simplesmente assim: com uma conversa curta e direta, sem precisar magoar ninguém. Gosto disso. 

— Está tudo bem — digo. — Por que não esquecemos tudo isso e seguimos em frente? — proponho. 

Ele parece realmente aliviado. 

— Acho ótimo. 

Trocamos um sorriso. 

— Bom, agora que tudo está resolvido — emenda ele —, quer comer alguma coisa antes de eu te levar para casa?

— Eu adoraria dizer sim, mas hoje realmente eu preciso ir direto para casa — lamento. — Você viu todos aqueles trabalhos que o professor Reynolds passou? 

Ele ri. 

— Tenho a leve impressão de que aquele cara odeia o trabalho dele — brinca ele. 

— Eu tenho certeza — concordo.

Garrett liga o carro. 

— Então eu vou te levar para casa. 

Conversamos apenas sobre a rotina puxada da faculdade durante o percurso até a minha casa. O clima voltou a ficar agradável de novo, e eu não poderia estar mais aliviada; odeio magoar as pessoas. Mas parece que Garrett já aceitou sua posição na minha vida — a de um amigo — e podemos seguir com as nossas vidas normalmente. 

Quando finalmente chegamos, Garrett desce do carro e abre a porta para mim. Acho isso muito fofo. 

— Bom… — paro em frente à portaria. — Obrigada pela carona. 

— Eu é que agradeço por você ter me escutado — retruca ele. — Estava com medo de você se afastar de mim. 

— Não há motivo para isso — garanto. — Desde que respeitamos o espaço um do outro.

Ele balança a cabeça, demonstrando que entendeu.  

— Bom… Eu preciso subir agora — eu anuncio. 

Ele dá um passo à frente e sou obrigada a prender o fôlego. Seus olhos estão intensos demais, e isso me deixa desconfortável, porque de certo modo parece que, apesar de ele dizer que podemos ser amigos agora, não é totalmente sincero. 

— Só queria que você soubesse que eu gosto muito de você — diz ele. — E se um dia você decidir abrir um espaço no seu coração, eu… — ele ergue a mão e toca o meu rosto. 

Engulo em seco. 

Estou prestes a dizer que não há nenhuma chance de rolar algo entre a gente quando sinto algo vindo na minha direção com uma força bruta, um segundo antes de eu virar a cabeça e ver o olhar de Ryan coberto por uma manta vermelha de ódio. Só tenho tempo de abrir a boca antes de ele empurrar Garrett para longe de mim, fazendo o mesmo cambalear para trás. 

— Fica longe dela! — Ryan rosna, fazendo o rosto de Garrett ficar mais branco que papel. 

Demora um segundo para eu me recuperar do choque. 

— Ryan, o que você está fazendo? — questiono, assustada. 

— Você enlouqueceu, cara? — branda Garrett. 

— É melhor ficar longe dela, ou vai se ver comigo — ele dá um passo à frente, ameaçador, e Garrett recua. 

— Ryan — seguro o braço dele, finalmente atraindo sua atenção. Seus olhos se suavizam um pouco quando encontram os meus. — Para com isso, por favor. O que há de errado? 

Sua mandíbula está tão rígida que temo que vá se partir a qualquer momento. 

— Jade, escuta, fica longe desse cara — seu tom é sério e cheio de aviso. — Ele não é bom para você. 

— E você é um ótimo exemplo para ela, não é mesmo, drogadinho? — Garrett rebate, me fazendo lamentar pela burrice que ele acaba de cometer. Vejo o exato momento em que os olhos de Ryan ficam rubros de ódio e ele se vira em um só giro, acertando o punho na cara de Garrett. 

Ele cambaleia para trás e cai sobre o próprio carro antes de escorregar para o chão. Solto uma exclamação de surpresa e cubro a boca com as mãos, horrorizada. Os punhos de Ryan estão cerrados de uma forma muito violenta, e eu tenho medo do que possa acontecer aqui a partir de agora. 

— Repete, seu merdinha — Ryan o desafia. — Quero ver se você tem coragem. Vamos, diga alguma coisa! — Sua voz demonstra o quanto ele está ansiando para quebrar a cara de Garrett. 

— Seu filho da puta! — esbraveja Garrett, com a mão sobre o rosto. 

— Ryan… — aproximo-mo, temerosa pelo bem estar dos dois. — Por favor, pare. 

Sinto o corpo dele se empertigar quando o toco. Mas ele não olha para mim. 

— Por que não conta para ela, hein? — A voz de Ryan está cheia de sarcasmo. — Diz para ela porque você foi expulso do curso de Direito da sua última faculdade. 

Meu cérebro acende em um sinal de alerta. Expulso? Garrett não falou nada sobre isso. Ele disse que… disse que mudou de curso porque não estava gostando de Direito. Mas percebo que tem algo de errado quando olho para ele, ainda no chão, com os olhos brilhando de raiva, do tipo de quem acaba de ser descoberto. 

— O que…? — pergunto. 

Ryan se vira para mim. 

— Esse babaca de merda dormiu com a filha do professor dele e gravou um vídeo de sexo dela. No dia seguinte, o vídeo estava circulando por toda a cidade. — Então ele se volta para Garrett. — Então, seu merdinha, vai negar que fez isso? 

Fico enjoada. Minhas entranhas dão um nó só de pensar na possibilidade de que eu estava no mesmo carro que um homem tão mau caráter. Mas parte de mim não quer acreditar. 

— Isso é verdade? — pergunto para Garrett, magoada. 

— Claro que não! — ele vocifera. — Você vai mesmo acreditar nesse cara? Ele só está tentando me prejudicar! 

— Hum, será mesmo? — Ryan abre um sorriso sarcástico, beirando a perversidade. — Então eu posso ligar para a Sabrina e ela pode dizer qual dos dois está falando a verdade. 

Vejo o rosto de Garrett ficar branco mais uma vez. 

— Isso não vai ficar assim, seu drogado de merda! 

— Já chega! — Eu grito, fazendo os dois olharem para mim. — Garrett… é melhor você ir embora daqui. 

Ele olha para mim, desacreditado. 

— Mas… — meu olhar o cala. 

Garrett lança um último olhar de ódio para Ryan antes de se levantar. Sinto calafrios quando ele olha para mim. Por fim, ele entra no carro e sai arrancando pela rua como um maluco. 

— Você está bem? 

Sou puxada de volta para a vida real e olho para Ryan. Ele está me encarando com singela preocupação. Meu coração acelera. Eu estava com saudade dessa sensação sempre que ele está por perto. 

— Eu estou bem — asseguro. — Só… um pouco assustada. 

Ele passa a mão pelo cabelo; parece nervoso. 

— Por que não me falou que estava saindo com esse cara? — O tom dele é repreensivo. 

Arqueio a sobrancelha. 

— Se você tivesse respondido minha mensagem, talvez tivéssemos chegado a esse ponto — rebato, mais ácida do que realmente gostaria. 

Seus olhos vacilam um pouco. 

— Você tem razão — ele murmura. — Eu estava… Eu só… Sinto muito. 

Aproximo-me dele, cautelosa. 

— Obrigada por me proteger — sussurro. 

Ele segura o meu rosto entre as mãos e olha dentro dos meus olhos. 

— Senti sua falta. 

Correntes elétricas passeiam desgovernadas pelo meu corpo. 

— Eu também senti — confesso. Meu coração está batendo muito forte. — Mas o que você está fazendo aqui? 

Ele engole em seco.

— Eu não sei. Eu só… precisava te ver. 

Meu coração dá um solavanco no peito, e sinto um friozinho na barriga. 

— Você… quer subir? — pergunto, tentando não pensar muito nas consequências dos meus atos. — Quero saber tudo sobre essa história do Garrett. 

Ele balança a cabeça. 

— Vou te contar tudo. 

Seguro a mão dele e o levo para dentro. 

Peço desculpas a todas as atividades acumuladas que tenho, mas tenho coisas mais importantes para fazer. 

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