(Autora: Início da parte 2, boa leitura!)
Seis anos se passaram e durante estes anos, Morgan teve duas meninas, as quais eram gêmeas, praticamente idênticas, só dava para diferenciar pois uma das meninas tem um olho diferenciado, cujo este era azul claro.
As mesmas já possuíam seis anos, e Megan, a mais velha, treze anos de idade. A garota ainda desenvolvia algumas habilidades de Wise, força é uma delas, mas começava a compreender melhor a diferença entre Morgan e ela.
Percebeu ao ver o sangue de seu pai flutuar, assim que ele cortou sua mão em um acidente na cozinha. A mesma se assustou de início e lembrou que o sangue de sua mãe, não flutuava, sabia disso ao vê-la se machucar certa vez.
As gêmeas, não carregavam todos os "poderes" de Pennywise, já que as mesmas eram meia-humanas, e cada uma herdou três habilidades do palhaço.
Annie possuía a habilidade de transformação, teletransporte e força.
Evie que possuía o olho raro, suas habilidadse são: regeneração, telecinese, e a velocidade.
Evie era tímida e calada. Uma de suas habilidades a irritava e não a deixava em paz. Telecinese. Ela não conseguia controlar, e acabava ouvindo todos os pensamentos de uma vez só, lhe criando grandes dores na cabeça, a fazendo se isolar diversas vezes no quarto até ir dormir, onde sua mente se acalmava.
Annie era o oposto, era uma garotinha cheia de energia e amava seus poderes. Curiosa com tudo que envolvia seus poderes, e era como uma protetora para Evie.
Megan estava em seu quarto, acabava de ler um jornal velho que sempre passava da caixinha do correio na porta. Já que ninguém se importava com aquilo na velha Neilbolt, a menina se interessava.
Lia um jornal pode se dizer "especial" por causa de um assunto que lhe chamou bastante atenção. Escola. Dizia sobre os novos horários das escolas por causa do toque de recolher. A pequena via fotos de algumas escolas no papel e via como há tantas crianças ali.
- Uau... - Sussurrou extasiada.
O jornal também falava como seria as novas matrículas, e isso também chamou a atenção da pequena que lia tudo atentamente.
A ruiva sorriu grande e correu com o papel em mãos para fora do quarto, desceu as escadas enquanto chamava pela mãe. Evie, Annie e Wise que estavam na sala, a olharam atentos e curiosos.
- O que foi, Megan? - Perguntou Annie tentando ver o que era aquele papel cinzento e enrolado - E.. O que é isso?
- A-Ah! Nada não! Só preciso achar a mamãe!
A mesma queria falar sobre o assunto primeiramente com a mãe, sabia que qualquer coisa de fora iria irritar seu pai.
- Está no quarto. - Falou Evie.
- Obrigada! - Saiu em disparada mas foi parada por Wise, aparecendo a sua frente.
- Posso saber o motivo de estar tão apressada?
- Depois! Preciso primeiro falar com a..
- O que está acontecendo? - A voz de Morgan soou pacificamente, Megan sorriu e foi até ela dando a volta no palhaço.
- Mamãe! Podemos conversar sozinhas?
- Claro. - Sorriu e deixou a menina passar primeiro pelo corredor e ficou atrás.
Ao entrarem, Morgan fechou a porta e as duas se sentaram na cama.
- O assunto tem algo relacionado ao jornal que está segurando?
- Sim! - E logo o abriu e entregou. Morgan leu atenta - A senhora já foi para uma escola?
Morgan não entendeu a pergunta, até virar o jornal e entender que estava na página errada, viu uma folha inteira falando sobre escola, e já entendeu onde a conversa iria parar.
- Sim..
- É legal? - Fez a pergunta rápida.
- Bem.. Mais ou me..
- Posso ir para lá? - A interrompeu com o olhar brilhante.
-.. Por que quer ir para lá?
- Tem uma foto que mostra dentro da escola, e tem muitas crianças por lá! Eu quero conhecê-las! - Sorriu animada - Quero fazer novas amizades! Faz muito tempo que não vejo seus amigos. Aí só precisa fazer uma coisa chamada matrícula e pronto! Posso?
- Megan, eu... - A ideia pesava na mente de Morgan, Megan era a cópia idêntica de Pennywise - Eu não sei se isso será bom para você, minha filha. - Disse tentando fazer a filha aceitar só com aquelas palavras. Era difícil dizer um "não" para ela.
- O quê? Por quê não? E-eu.. Iria fazer novas amizades e...
- Filha, entenda. Isso é para seu bem.. Não acho viável você ir.
- Mas...
- Megan.
- Se é porque sou igual o papai.. Eu posso tentar não me teleportar, ou ler a mente de alguém! Ou se for por causa dos meus olhos, posso tentar deixá-los violetas por muito tempo!
- Não, Megan. - Falou seca sentindo um nó se formar.
- Por quê não?! A senhora não confia em mim? - Elevou sua voz.
Deus! Por que ela tinha que se parecer com o Wise até nas falas?! Se perguntou Morgan mentalmente pois já tinha ouvido aquelas palavras.
- Não grite, Megan. Não estou gritando com você.
- Então me dê um motivo! Eu consigo me comportar!
- Mas eu não estou segura disso! - Rebateu em um tom mais alto.
- Por quê?! Eu não vou machucar nin... - Ela se calou na frase e olhou para a sua mãe que estava com os olhos marejados - A senhora acha que posso machucar alguém... Mas eu não vou.
- Você não sabe disso! Agora chega, Megan! E esta conversa está encerrada! - Finalizou irritada com as lágrimas nas bochechas e foi para o banheiro.
Megan deu um grito de raiva e saiu do quarto correndo pelo corredor, e olhou os três que olhavam para ela curiosos.
- Megan.. - A voz de Annie percorreu e Megan só bateu o pé e correu para as escadas.
Assim que a ruiva saiu do campo de visão dos três, as gêmeas se entre olharam e olharam o pai que estava parado e sério.
- Papai? - Chamou Evie conseguindo a atenção do palhaço.
- Deixe ela. Logo tudo irá se esclarecer.
- O senhor não ouviu a conversa? - Perguntou Annie.
- Não. Os gritos foram só de raiva. Agora voltem a assistir. - Falou e não era mentira.
As meninas voltaram a assistir obedecendo o pai.
°°°
Horas depois...
Morgan havia contado para Wise o que Megan queria, o mesmo, é claro, não acreditou e ficou aborrecido. As gêmeas não entendiam o que se passava e só queriam saber de uma vez.
Logo anoiteceu, Morgan pediu para que uma das duas chamasse por Megan para jantar, enquanto a mulher arrumava a mesa.
As duas decidiram ir juntas, o que Morgan não reclamou. As irmãs foram para o andar de cima e bateram na porta de Megan.
- Megan, somos nós! - Falou Annie e a porta se abriu por uma garotinha de olhos inchados e rosto vermelho, Megan havia chorado - Mamãe está chamando para jantar.
- É, será pizza! - Contou Evie.
- Não estou com fome. - Murmurou. Nunca tinha rejeitado sua comida preferida.
- Mas é pizza! - Repetiu Evie.
- Eu sei.
- Não acho que mamãe vá gostar. Sempre comemos juntos! - Lembrou Annie.
- É! - Concordou Evie.
-... Droga. Me dê alguns segundos para eu lavar o rosto, então. - Resmungou e entrou de volta.
- Já ouviu essa palavra? Droga? - Perguntou Evie sem entender.
- As vezes a mamãe ou o papai falam.
- Ah!
- Vamos. - Falou Megan e as acompanhou até a sala de jantar.
Pennywise e Morgan já estavam sentados à mesa, esperando as três que se sentaram. Annie ao lado da mãe, Evie do lado do pai que estava na ponta, e Megan ficou de frente à Annie ao lado da irmã.
Morgan abriu a caixa e dividiu os pedaços, e deu o pedaço com mais carne seca para Wise, o qual aprendeu a comer por um tempo comida humana, mas ainda ansiava por carne humana.
Todos começaram a comer sem notar Megan, a qual não tocou nenhuma vez em seu prato. Evie notou assim que ia pegar um copo com refrigerante, e pensou que a irmã estava com sede.
- Quer refri, Megan? - Todos olharam para Evie e depois para Megan, a qual só faltava entrar dentro da parede enquanto estava encostada na mesma.
- A-ah.. Não. Não estou com fome para pizza. - A fala fez todos ali ficarem confusos.
- Não está com fome.. Para pizza? - Repetiu Annie tentando entender.
- Minha barriga está revirada. Não quero comer isso. - Empurrou o prato para frente e tentava entender o porquê daquilo. Ela estava sim como fome, mas não por pizza.
Até Wise entender ao entrar na mente dela, era fome por carne. Chegou em uma conclusão que a raiva dela havia acordado sua sede por carne humana.
A garota pediu licença e foi para o quarto. Morgan suspirou descontente e guardou o pedaço da filha na geladeira, que quando ela quisesse, ela iria comer.
- Annie.. Você poderia..
- Não. Não peça para ela ir. Eu vou. - Falou o palhaço sério e desaparecendo dali.
O mesmo apareceu na frente do quarto da filha, Morgan o avisou várias vezes para que ele não apareça de repente no quarto da pequena, e então, ele bateu na porta e a chamou:
- Garota? - Ele não obteve respostas e então empurrou devagar a porta e viu o quarto vazio até o banheiro. Sabia que ela não teria fugido, pois sentia sua presença.
Seus passos foram cautelosos, e ele foi até a ponta da cama, e a encontrou no chão e encolhida, abraçando suas pernas. O palhaço se agachou e tocou os cabelos ruivos dela a fazendo olhá-lo.
- Quer um balão para tirar essa cara de mágoa? - Perguntou já com o balão de gás em mãos, o qual estava preso por uma cordinha branca.
Megan deu um sorriso pequeno e aceitou o balão, a mesma o puxou pelo barbante e viu seu reflexo no balão vermelho.
- Por quê sou diferente? Por quê não posso ser igual a mamãe? Eu queria tanto ir para uma escola... E por quê eu sinto fome mesmo recusando a pizza? - Se perguntava e se debrulhou em lágrimas.
Wise sentiu o peito apertar, junto com o nó em sua garganta. Odiava ver uma das quatro garotas ali chorar.
- Então.. Você ainda está com fome. E sabe que precisa se alimentar. Irei trazer algo para você, garota.
Desapareceu e voltou com um prato com carne ali. Se sentou com o prato em mãos e entregou para a filha.
- Tem um cheiro bom.
- O gosto é melhor.
- Essa é a carne que mamãe não pode comer? - O olhou.
- Sim, mas somos diferentes da.. Mamãe. - Nunca se referiu a Morgan dessa forma - Agora, experimente e me diga o que achou. - Colocou as mãos para trás, as apoiando no chão.
Como não tinha garfo nem nada, a garota pegou pela mão e o colocou na boca. A carne era macia e deliciosa para seu paladar, agora sim, sentiu sua fome aumentar.
A ver comer daquela forma, vez Wise se lembrar do dia que Morgan teve que se alimentar com aquela carne, para alimentar Megan ainda na barriga.
- E então? - Perguntou Wise assim que ela terminou e lambia os dedos gordurosos.
- Essa carne é muito melhor que carne seca! - Sorriu.
- Eu sei... Sabe, quando sentir essa fome, é só pedir para mim, pirralha.
- Certo, pai. E.. O que o senhor acha sobre o assunto da es..
- Concordo com sua mãe. Mas caso você queira controlar isso, lembre-se que somos.. Iguais. Ou seja, posso lhe... Ajudar com isso.
- Oh, está bem! Obrigada, papai!
- Tá, tá! Agora ou você fica lá na sala ou vai dormir de uma vez, e esqueça esse assunto de escola. - Falou bagunçando o cabelo da garota, mas ela não riu dessa vez. Pennywise percebeu e sem mais o que fazer, a deixou em paz.
Mas Megan não dormiu, e ficou pensando no que seu pai falou: "controlar isso", seria seus poderes ou sua fome? Se arrependeu por não ter feito essa pergunta antes.
Dia Seguinte...
Megan se via na frente da porta de seus pais, estava um silêncio do outro lado, e ficou aliviada por isso lhe fazendo abrir a porta e correr até a cama e subir em seu pai.
- Papai! Papai! - O empurrava nas costas, e pela primeira vez, Wise estava recebendo uma massagem. Pouca coisa, mas acordou só para falar..
- Argh.. Só um pouco mais para cima... - Murmurou fazendo a menina parar, cruzar os braços e o olhar com um biquinho - Ei!
- Pai. - O chamou sério dessa vez, e Wise virou a cabeça para trás e a olhou atento - Eu quero controlar isso.
As finas sobrancelhas se ergueram de leve, e um sorriso esboçou nos lábios carnudos e vermelhos sangue.
- Oh, então vamos!
- Vão pra onde? - Perguntou Morgan ao acordar.
- Dar uma.. Volta. - Respondeu o palhaço.
- Oh, certo! Então, vou dá uma volta com as meninas. É justo.
-... Tá. Mas.. Não vá muito longe. - Morgan nem se surpreendeu com o palhaço, havia feito um trato com ele sobre dar umas saídas acompanhada das meninas, quando ele estiver caçando.
- Vou me arrumar! - Disse saindo da cama e correndo para seu quarto.
- Vocês vão para o.. Poço ou para a floresta? - Perguntou com a voz seca, e com o olhar perdido para o teto.
- Floresta.
- Tenham cuidado. - Falou sonolenta. Wise riu da fala de Morgan.
- Volte a dormir, Morgie. - Mandou e desapareceu dali.
Wise esperou por Megan, e logo a mesma apareceu já arrumada, após isso, apareceram na floresta, longe dos canos.
- Vamos começar.