Não esqueça quem você é mesmo que esteja ferido. Você está preso em um fio, e em breve, ele arrebentará. - (The river) Aurora
Era pra ser seu grande momento, uma das garotas do carro alegórico da Miss Mystic Falls se machucou e Caroline pediu para que ela substituísse, então iria viver um dia como alguém do passado, era simplesmente a coisa dela. Mas o desânimo por conta dos últimos acontecimentos não deixava a felicidade atingir o nirvana.
De frente para o espelho, a garota de longos cabelos claros se encarava em busca de algo que não estava ali, algo que nunca encontraria porque nem mesmo sabia o que era. Seu vestido bufante a fazia parecer uma dama dos livros que amava, estava linda, mas seus olhos opacos apagavam toda a emoção daquele momento.
Octave que a encarava, parada logo atrás da garota, suspirou imaginando pra onde sua cabeça estava viajando.
Briana era uma pessoa cheia de luz e amor, ela levava felicidade aos lugares que pisava, todavia ela se entregava demais às pessoas que amava. Isso criava a ideia na cabeça deles de que ela sempre estaria ali, então não precisavam tomar cuidado, afinal, não precisavam regar um amor que já era grande demais.
Tave conseguia ver as veias pulsantes de dor inundando a aurea brilhante como vermes famintos por aquela luz, ela só queria esticar os dedos e puxá-las para si. Bria não era alguém que merecia sofrer. Sempre ouviu que apenas colhiamos aquilo que plantamos, mas se era verdade, então por quê sua amiga tinha que passar por tanto? Ela deveria colher apenas amor.
A vidente inspirou profundamente e coçou a garganta ganhando a atenção da amiga, que a encarou através do espelho.
— Estamos atrasadas.
Um sorriso vacilante apareceu no rosto de Ana, e alisando suas saias ela voltou a si, tentando afastar todos aqueles pensamentos irritantes que estava poluindo sua mente.
— Estou pronta.
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Não podia falar que estava confuso sobre o que sentia por Briana, pensava Damon seguindo seu irmão no meio de todos aqueles estudantes com vestimentas de época, a primeira coisa que Stefan faria era tentar afastá-lo dela. Não queria organizar todos aqueles sentimentos em seu peito, não queria assumir, entretanto, tinha certeza que não poderia ficar longe da garota.
Ela não era mais apenas a filha do seu irmão, alguém que poderia usar para atingir seus objetivos, ela era a Briana, sua coelhinha. Mesmo se Stefan tentasse afastá-la dele, não ia desistir de tê-la ao seu lado, mas Bria já estava passando por tantos problemas, não queria dar mais esse pra ela enfrentar.
Por isso ele negou, negou qualquer sentimento que poderia ter por ela, e ainda assim Stefan estava cético.
— Eu estou falando sério. — Insistiu o moreno vendo seu irmão bufar cruzando os braços para voltar-se em sua direção.
— Então por que ela perguntaria de seus sentimentos?
— Não sei, mas eu não sinto nada... — Porém suas palavras foram engolidas quando seus olhos encontraram a loira se aproximando. Ela era um anjo? Era isso o que parecia.
Vestida como uma garota de sua verdadeira época, ela era como uma fada de seus sonhos mais fantasiosos. Nunca teria se apaixonado por Katherine se a tivesse conhecido antes, teve certeza disso, não teria olhos para mais nada no mundo além dela. Tudo teria sido tão diferente.
Seus cachos loiros balançaram com a brisa trazendo seu cheiro predileto até ele, suas mãos delicadas apertando os tecidos de sua saia para que pudesse facilitar seus passos pareciam implorar para serem beijadas. A forma em que sua cabeça se inclinava minimamente para o lado, como se ela tivesse profundamente concentrada em não cair, fez um sorriso surgir em seu rosto. Estava sem ar. Estava... droga, não.
Damon estava apaixonado por sua filha. Stefan teve certeza disso ao observar como ele encarava a mais nova enquanto ela se aproximava. Como ele poderia acreditar no contrário quando parecia que tinha voltado no tempo e estava novamente ao lado de seu irmão muito humano e muito apaixonado pela vida. Não sabia como se sentir sobre aquilo.
— Pai — A voz de Briana o trouxe de volta a realidade, e ele sorriu em direção à ela. Papai, é como ela teria o chamado antigamente, com um tom bem diferente também, mas ao menos ela estava falando com ele agora. — Vou passar o final de semana na casa da Tave.
Os olhos muito azuis do vampiro continuavam pesando intensamente na garota, todavia, ela decidiu ignorar. Era melhor dar um tempo para que ele decidisse logo o que queria da vida, e esse tempo também serviria para ela pensar na própria vida.
— Tudo bem. Vamos conversar quando você voltar pra casa, Aninha. — Stefan sentia a distância emocional que havia aparecido em sua relação com sua filha, mas faria de tudo para reconstruir tudo o que ele estragou.
Bria apenas assentiu e se afastou sem nem ao menos lançar um olhar em direção ao vampiro mais velho, aquilo serviu para afastá-lo do seu deslumbre. Tudo bem, não havia sido aquela a razão, mas sim o coçar de garganta de seu irmão quando Ana já estava caminhando pra longe.
Relutantemente ele arrastou sua vista das costas femininas para seguir até o outro vampiro, que não parecia nada feliz.
— Ahn... Eu — Engolindo em seco, Damon decidiu que sua melhor defesa naquele momento seria se afastar. — Tenho que ir em um lugar. Um lugar por ali.
Não deu tempo de impedí-lo, mas Stefan sabia que ele não poderia fugir para sempre.
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Apesar de ter tido a chance de passar um dia inteiro fingindo ser alguém do passado, desde aquela manhã, Briana sabia que não seria um dia de sorte. Assim que abriu os olhos pela manhã, algo lhe dizia pra não sair da cama, todavia, tinha responsabilidades que deveria cumprir. Porém aqui estava ela agora, deitada na cama de Octave sentindo que algo estava fora do normal dentro dela.
Havia começado como uma leve tensão em seu pescoço, ao longo do dia evoluiu para uma dor de cabeça suportável, contudo, agora parecia que seu cérebro estava inflando e prestes a explodir. Tinha algo muito errado com ela.
Seu corpo estava arrepiado e cargas de uma energia desconhecida corria pelas suas veias. Imagens de Tave a abraçando enquanto ela chorava piscaram em sua cabeça, entretanto, logo foram engolidas por um vazio enorme, qual não demorou a se transformar em dor.
O que está havendo?
Dói demais!
Dor. Era tudo o que seu cérebro captava agora, ela nem mesmo conseguia ver a amiga e Steven a rodeando cheios de preocupação, sem saber o que fazer.
— Temos que levá-la ao hospital. — Anunciou uma desesperada Tave em voz alta enquanto a amiga gritava e rangia os dentes de dor.
Steven não sabia mais o que fazer, tinha dado seu sangue à ela com esperança de que fosse parar, havia sido inútil, no entanto. No momento ele tentava segurar os braços da menina, que em meio a dor tinha começado a arranhar o próprio peito como se tentasse abri-lo para arrancar algo dali.
— Acho melhor ligar para o pai dela. — Sua voz estava grave de preocupação. Chegava a ser quase físico a dor de vê-la daquela forma.
— Foda-se o pai dela! Temos que levar ela ao hospital.
O vampiro estava prestes a pegar a garota loira no colo e seguir o conselho de Tave, quando o quarto ficou em silêncio de repete, e Briana parou de se contorcer. Stev pôde escutar o coração dela se acalmando lentamente.
Tio e sobrinha trocaram um olhar confuso. O que havia sido aquilo?
Mas o silêncio não durou por muito tempo, logo, não apenas Briana tinha voltado a gritar, como Steven também, deixando Octave paralizada sem saber quem atender primeiro.
Tinha algo muito errado em seu peito.
E lá estava Ana novamente tentando arrancar aquela dor dali. Aquilo estava fazendo ela desejar morrer para que parasse. Precisava parar. E, por fim, a intensa dor levou a garota ao esquecimento da inconsciência.
Ey, gente, mil perdões por não postado no dia prometido, me deu um bloqueio e não consegui escrever nada.
Antes que vocês se assustem, decidi dividir o último capítulo, então esse não é o final. Eu quero desenvolver melhor a cena final e acho que esse capítulo já tem muita "informação".
Então...
See u guys!!