Meu Eterno Shelby

By Raayot7

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⚠️ 2 Temporada já disponível!!! Hanna e John tinham uma relação um tanto diferente, amigos de infância e ao m... More

01.Bem vindo de volta
02.Leilão
03.Ainda é um mentiroso
04.Sequestro
05.Eu estou bem aqui agora
06.Casamento
07.Passado
08.Te amar me enlouquece
09.Como explicar
10.Apenas eu e você
11.Deixe-me ser aquele
12.Eu lutarei por você
13.Os Cooper
14.Expansão
15.Aquele sorriso
16:Personagens
17.Homem de sorte
18.Promete Shelby?
19.Poetas tentando escrever
20.Felicidades Tommy
21.Confiar em você?
22.Antes que você vá
23.A jovem prodigio
24.Eu já sabia que te amava
25.Nosso para sempre
26.O amor é um jogo
27:Trailer
28.Quer jogar?
29.Familia
30.Jogo perdido
31.De novo não
32.Não quero ficar aqui
33.Dente por dente
34.Meu império
35.No meu lugar
36.Presente
37.Tentativas
38.Estranhos novamente
39.Um motivo
40.Sol
41.Ainda não acabou
42.Caminho de volta
43.Regra número 1
44.Amor e lealdade
45.Momentos
46.Um piscar de olhos
47.Espaço
48.Você não é ela
49.Um toque
50. 5:30 PM
51.Outra alma
52.Uma chance
53.Entre paginas
54.Novo inimigo
55.Intenso e Genuino
56.O inicio da caça
57.Responsabilidade
58.Amar pode machucar
59.Acusação
61.Quarto do pânico.
62.Inferno
63.Proxima vida
64.A dama de vermelho
65.A musa de Londres
66.O retorno
67.Familia
68.Xeque-mate
69.Conectados
70.Minha Coroa
71.Grande Noite
72.Uma Promessa
73.Mais perto
74.Arrepios
75.Aquele olhar
76.Fim de um ciclo
77.Chamas ou Paraíso
78.Paraíso
79.Noite estrelada
80.Hora do Show
81.Apenas um bilhete
82.Ultimo Adeus
83.Sempre foi você
84.O baile dos Shelby's
85.Jogo da verdade
86.Noite de luar
87.Sacrifios
88.Passagem de ida
89.A verdade
90.Distantes
91.Unica chance
92.Uma decisão
93.Noite em familia
94.Segredos
95.Brincando com fogo
96.A queda dos Shelby's
97.Segunda chance
98.Um recomeço
99.Amor em alto mar
100.Seja minha
101.Lar doce lar
102.Dívida paga
103.Traidor
104.Segredos
105.Não me deixe
106.Prova do nosso amor
107.O grande dia
108.Marido e Mulher
109.Lados do paraiso
110.Os gemêos Shelby
111.O fim de uma era (Final)
112.Epílogo
2 temporada
Surpresa!!!

60.Dois covardes

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By Raayot7

Ethan tentou me acalmar durante todo o caminho, enquanto olhava o paisagem das ruas de Londres pela janela, não pude parar de pensar na hipótese de que os Floyd, principalmente Dominic, esteja por trás de tudo isso. Ele estava empenhado em ser meu pior pesadelo, e eu odiava admitir que estava conseguindo, ele estava fazendo aos poucos meu lado frágil se aflorar, e isso me deixa sem controle, vulnerável.

Assim que cheguei ao The Empire, sai do carro as pressas nervosa e corri para dentro, enquanto subia as escadas da entrada correndo pude ouvir a voz de Ethan gritando por mim. Continuei a correr e subi para o segundo andar, passei pela mesa de Emma e a mesma me encarou, chamando por mim também. Sem dar ouvidos entrei em meu escritório e fechei a porta com força, a fechando de chave. Eu estava cega de ódio, nunca fui afrontada dessa maneira e não podia deixar ele ver que estava conseguindo o que queria.

Tomada pela raiva peguei o telefone e liguei para o número que o mesmo havia deixado, não demorou muito para que alguém atendesse.

— Alo? - Dominic atende.

— O que pensa que está fazendo?! - Cerrei os dentes.

— Pelo visto o detetive Jones já bateu em sua porta, dessa vez você passou dos limites em Hanna, matou um Bennett...Que crime! - Debochou.

— O único crime que cometi que você se importa é ser uma mulher, uma mulher poder! - Falei com raiva.

— Uma mulher com poder vai contra as leis naturais. - Disse tranquilamente. - Os homens nunca se curvaram ao sexo frágil! - Endureceu sua voz, demonstrando ódio.

— E ELES PAGARAM POR ISSO! - Gritei.

Desliguei o telefone com força, o colocando em seu lugar. Eu estava enlouquecendo, estava desesperada e não tinha ao que recorrer. Já não bastava meu império em risco, agora eu estava sendo acusada por um crime que jamais cometeria e em breve as notícias iriam se espalhar, eu estava prevendo pela primeira vez uma crise no The Empire.

[ ⚠️Alerta gatilho! ]

Senti minhas pernas tremerem e ao contrário delas minhas mãos estavam formigando, imediatamente me sentei no sofá e comecei a encara-las, o ar agora começava a ter dificuldade em vir, eu estava tendo um ataque de pânico.

— Mecha os dedos... - Sussurrei com dificuldade, encarando minhas mãos. - Respira... - Tentei puxar o ar. - Mãe? Aparece de novo por favor...Ta acontecendo...Ta acontecendo de novo. - Passei as mãos pelo cabelo.

Jogando a cabeça para trás, passei as mãos pelos cabelos enquanto lutava tentando puxar o ar. Enquanto olhava para o teto, comecei a ver tudo girar como se eu estivesse tonta, aquilo era horrível. A porta então é arrombada por Ethan, que quebra a fechadura e entra correndo. Ao se deparar com a tal cena ele corre até mim.

— Ei Hanna, Ei! - Se ajoelha em minha frente. - Se concentra na minha voz, ta tudo bem ok? - Encarou meus olhos. - Você consegue, continua respirando fundo. - Juntou nossas mãos.

Ainda tonta, me concentrei na voz de Ethan e encarei os olhos do mesmo, enquanto falava ele acariciava minha mão, o que ajudou com que eu me acalmasse e fez o ar voltar a fluir normalmente em meus pulmões.

— Como sabia...? - Falei baixo.

Eu não sei, eu apenas sabia que você precisava de mim. - Ele sorriu fraco.

Suas palavras me tocaram de uma maneira inexplicável, não sei explicar o que senti naquele momento e nem sei se um dia poderei entender o motivo. Foi como se as palavras de Ethan fosse um passaporte que me levasse de volta para casa, me fizessem sentir como se eu estivesse em casa, de volta aqueles maravilhosos anos que passei na infância, era algo inexplicavelmente familiar.

Emma entrou na sala com seus olhos cheios d'água, ela era sensível, odiava me ver assim. Ela se aproximou e se sentou ao meu lado com um sorriso meigo.

— Aguente firme, você tem estrelas nos seus olhos, o sol vai surgir novamente. - Pegou em minha mão. - Aguente firme, só mais um dia. Aguente firme, você sabe que encontrará um jeito. - Sorriu com lágrimas nos olhos.

Foi inevitável não sorrir, sem dizer nada me levantei, juntamente com os dois e os abracei em grupo fortemente. Eu nunca pensei que outras pessoas além dos Shelby's fossem de tornar tão importantes para mim, mas Ethan e Emma me provaram o contrário. Sem os dois eu não sei se estaria aqui, Emma entrou em minha vida quando eu estava perdida me deparando com uma nova realidade. E Ethan me encontrou no meio de meu caminho e foi como se um elo existisse nós e nos juntasse.

[...]

A noite havia chegado, Ethan e Emma ficaram por um longo tempo comigo, até eu os convencer que estava bem, eu não podia faze-los pararem suas vidas por mim. O The Empire tinha acabado de abrir e já estava um tanto cheio, eu já havia avisado a Emma que não cantaria essa noite. Permaneci em meu escritório tentando focar em algo, mas era inútil, além de diversos pensamentos, a dor de cabeça agora me atormentava e estresse absurdo também.

Com as mãos sobre a testa e os cotovelos apoiados na mesa, eu tentava amenizar tudo o que eu estava sentindo. Alguém então bateu na porta, vendo que a pessoa não foi anunciada por Emma, presumi que a mesma estivesse no salão. Rapidamente respondi com um "entra", com a voz expressando estresse. A porta então foi aberta, e eu ouvi passos de salto alto entrando.

— Sr.Hanna os figurinos já estão prontos. - Ouço a voz de Mia, a dançarina que me chamou atenção.

— Não irei supervisionar os figurinos hoje, como o esperado eles devem estar perfeitos, não é necessário que eu veja. - Suspirei fundo, ainda de cabeça baixa.

— Esta tudo bem? - Ela disse se sentando em minha frente.

— Está sim, apenas estou um pouco cansada e estressada. - Olhei para a mesma.

— Eu entendo, as vezes também fico assim. Sabe, as vezes ficamos muito focados no trabalho e esquecemos de nos mesmos, cansa. - Ela diz com simpatia.

— Pois é, acho que tenho trabalhado demais ultimamente. - Falei encostando as costas na cadeira.

— Acho que posso te ajudar, tem um calmante que eu sempre tomo quando estou estressada nos ensaios. - Ela explica. - Você deve imaginar como é cansativo e estressante treinar várias e várias vezes uma coreografia, ele é o melhor de todos, eu me sinto leve!

— Hum calmante...É tão bom assim? -Falo pensativo.

— Ele me ajuda muito, se quiser eu lhe trago um agora mesmo. - Ela sorri.

Penso por alguns segundos sobre, eu não era de tomar remédios para tal coisa, mas quem sou eu para julgar. Sendo que em vez de remédios uso outros tipos de drogas, incluindo o álcool. Eu estava prestes a explodir, se continuasse assim não iria conseguir nem pregar o olho essa noite, nem ter meros cochilos de alguns minutos, o que vem acontecendo nessas últimas noites.

— Por favor. - Peço para ela.

— Vou pegar na minha bolsa e já lhe trago.

Ela imediatamente se levantou e foi buscar, se passaram cerca de 2 minutos até que Mia voltasse com o comprimido em mãos. Sem demora ela o deu em minha mão e eu o coloquei na boca, logo bebendo água para que o engolisse.

— O efeito dele é bem rápido, já já você estará se sentindo melhor. - Ela diz. - Trouxe mais dois caso você precise.

— Obrigada Mia. - Sorrio fraco para a mesma e guardei os outros dois.

— Se me dá licença preciso voltar para o salão. - Ela diz sorrindo.

— Claro, pode ir. - Faço um movimento, apontando em direção a porta.

[...]

Se passaram cerca de 10 minutos e pelo que percebi o calmante começou a fazer efeito, senti meu corpo mais leve e a dor de cabeça estava sumindo de forma rápida. Deixei com que o peso de meu corpo decaísse por completo sobre a cadeira, eu estava me sentindo como um pena, até meus olhos estão leves, eu poderia até dizer que parecia que eu iria dormir ali mesmo.

Aproveitei por alguns minutos o ótimo efeito que o tal comprimido havia causado, mas de repente senti um estalo no corpo, uma disposição que imediatamente me fez levantar. Eu não estava aguentando ficar sentada, ao mesmo tempo que eu estava leve e calma, eu estava me sentindo disposta, disposta e elétrica demais!

Sai do escritório em passos largos e desci até o salão, a música alta do local foi como um gás pra mim, estrondava em meus ouvidos e causava um eco em minha cabeça. Caminhei pelo em direção a perto do palco, aonde logo e encontrei com Emma.

— Hanna você não disse que não iria descer hoje? - Ela me segura.

— Pois é, mas eu mudei de ideia Emma! - Falei eufórica sorrindo.

— Ta tudo bem? Você estava tão indisposta a algumas horas atrás. - Ela olha em meus olhos.

— Claro que está! Acho que eu não me sentia tão bem assim a dias. - Balanço a cabeça positivamente.

— Hanna seus olhos estão estranhos, sua voz e respiração parece eufórica e disposta. Mas seus olhos transparecem outra coisa, você usou alguma coisa?! - Segura meu rosto.

— Nadinha, não fiz nevar e nem usei outra droga, apenas tomei um calmante. - Sorrio fraco.

— Apenas um calmante... - Ela disse me analisando.

— Eu vou cantar Emma, conversamos depois. - Corri para o palco.

Assim que subi no palco todos comemoraram, fiz um sinal para que as luzes se apagassem e focassem em mim, e assim fizeram. Novamente a leveza voltava ao meu corpo, a euforia parecia ter se escondido e eu me sentia leve e tranquila novamente. Leve ao ponto de cair ali mesmo se não me concentrasse em manter minhas pernas firmes, eu já estava confusa com o que estava acontecendo comigo, eu estava em uma montanha russa de emoções.

Senti minhas pernas ficarem dormentes e por alguns segundos meus olhos quiseram se fechar sozinhos. Optei por me sentar sobre o piano e comecei a toca-ló calmamente, assim que ouvi o som das teclas foi como se eu viajasse para outra dimensão, essa noite eu deixaria minha dor transparecer atrás das notas.

{ Música }

Meu coração viu coisas que eu gostaria que não
My heart's seen things I wish it didn't

Em algum lugar eu perdi um pouco da minha inocência
Somewhere I lost some of my innocence

E eu sinto falta disso
And I miss it

tenho saudade
I miss it

Ficar acordado a noite toda pensando que é maluco
Stay up all night thinking it's twisted

Coloquei minha alma por completo naquelas notas, enquanto cantava pude ver as pessoas sentindo a emoção, admirando e todas perdidas em suas próprias mentes. Assim que terminei de cantar as luzes se acenderam e todos aplaudiram, agradeci os aplausos e desci do palco com a ajuda de Emma.

Sentei-me em minha mesa de sempre e ali fiquei, tomei apenas uma doce de Gin e fiquei observando cada canto do salão. Eu estava tonta, mas não era a tontura agonizante de antes, algumas pessoas se aproximavam querendo conversar, o que me deixava mais tonta ainda. Pessoas em cima de mim, música alta, palavras soltar, eu não estava conseguindo entender nada.

Não aguentando mais me levantei dali e avisei para Emma que eu estava indo para casa mais cedo, ela concordou e eu me dirigi até o lado de fora, logo entrando em meu carro.

[...]

Após um tempo dirigindo cheguei a mansão Cooper, com um pouco de dificuldade estacionei o carro da melhor maneira que consegui e fui para dentro da casa. Olhei para os lados e não vi ninguém, eu estava morrendo de sede então corri para a cozinha. Enquanto bebia água ouvi passos se aproximando e ao olhar para trás vi minha tia Charlotte.

— Finalmente você chegou! - Ela diz baixo.

— O que foi? Perdi alguma coisa? - Falei dando outra gole na água.

— Escuta Hanna, precisa prestar atenção no que eu vou dizer. - Segurou em minhas mãos. - Ouvi meu pai e William conversando no escritório. - Ela sussurra.

— Conversando sobre o que? - Cocei os olhos.

— Meu pai estava com um papel na mão e pelo pouco que consegui ouvir eles falavam sobre um bebê, uma criança! - Ela diz eufórica, tentando não aumentar a voz. - Seu avô guardou o papel na primeira gaveta da mesa dele, você precisa entrar lá e pegar! - Ela diz.

— Uma criança... - Falo pensativa. - Não vai ser tão fácil assim, ele pode acabar me pegando no flagra. - Explico.

— Deixa que eu cuido dele, daqui a pouco o jantar será servido, posso enrolar para que ele não vá ao escritório até lá. - Ela diz confiante.

— Certo então! - Sorrio confiante. - Vou subir agora mesmo.

— Boa sorte minha garota! - Ela me incentiva.

Sorrio para a mesma e então saio da cozinha às pressas, me aproveitou da euforia que ia e voltava em meu corpo e cuidei para chegar lá o mais rápido possível. Abri a porta do escritório lentamente e vendo que estava vazio, corri para a mesa. Abri a primeira gaveta com pressa e comecei a vasculhar, tinham várias pastas, mas após vasculhar mais acabei por achar um único papel escondido em meio a elas, papel esse que era igual ao que minha tia havia falado.

Não quis perder tempo vendo o conteúdo do papel ali, alguém poderia chegar a qualquer momento e me ver. Tratei de arrumar as coisas como estavam para não deixar rastros, foi inevitável não me lembrar de Arthur já que foi ele quem me ensinou eles detalhes importantes, fechei a gaveta e corri para fora do escritório. Olhando para os dois lados do corredor, fechei a porta devagar para não fazer barulho e corri para longe dali.

[ P.O.V NARRADOR ]

Anne andava pelos corredores da mansão Cooper, quando avistou Hanna saindo com pressa do escritório de seu avô, imediatamente a garota se escondeu e observou tudo com atenção. Hanna olhou para os dois lados e logo fechou a porta sem fazer um barulho sequer, assim que a mesma se virou se costas e começou a andar rapidamente na direção ao contrária de Anne, Anne saiu do local aonde estava e avistou na mão de Hanna um papel, papel essa que a mesma guardou em seu vestido enquanto andava.

Encucada com o que estava acontecendo, Anne correu para o quarto de sua tia e entrou desesperada.

— O que foi Anne? - Margaret diz levando um susto com a entrada repentina de sua sobrinha.

— Hanna está tramando alguma coisa, aqui de ver ela saindo escritório com um papel suspeito em mãos. - Anne diz nervosa.

— O circo está se fechando, esta cada vez mais difícil manter essa garota aqui. - Margaret diz se levantando da cama. - Ela não vai descansar.

— Como assim tia? - Anne arquea uma das sobrancelhas.

— Ela está tentando encontrar a criança que foi tirada de sua mãe Anne! E não fazermos nada ela vai conseguir. - Margaret fica furiosa. - Eu não irei suportar mais um filho daquela mulher nessa casa, não mesmo!

— E o que devemos fazer? - Anne diz preocupada.

— Vamos ter que aceitar o acordo, é o único jeito de acabar com ela. - Encara o espelho de forma diabólica.

— Finalmente vou conseguir tirar a coroa dessa maldita. - Anne sorri.

— Parte do plano já deve estar em andamento, ele mesmo garantiu. - Se vira. - Só precisamos fazer a nossa parte, hoje.

— Bem que eu reparei que ela estava andando um pouco estranho. - Anne solta uma gargalhada.

— Você vai cair do seu trono Hanna, e ninguém vai poder lhe ajudar. - Disse encarando a lareira. - Vamos começar essa noite, não me decepcione.

[ P.O.V HANNA ]

Eu estava indo de encontro a minha tia, quando vi que a mesma estava indo em direção a sala de jantar com meu avô. Antes de os seguir para jantar também, fui para o meu quarto e me sentei no sofá perto da lareira. Eu estava suando, sendo que a noite estava fria. Era como se houvesse uma chama dentro de mim queimando, me deixando eufórica, as vezes essa chama se apagava, e assim vinha a fraqueza, sono e tontura.

Fiquei por ali por alguns minutos, mas logo me levantei, eu precisava participar desse jantar e analisar cada um ali presente na mesa. Em frente ao espelho retoquei minha maquiagem e ajeitei meu cabelo, logo saindo para fora do quarto. Cheguei na sala de jantar e todos já estavam na mesa, como sempre os olhares vieram sobre mim.

— Boa noite filha. - Meu pai diz sorrindo.

— Boa noite. - Falo me sentando.

Olhei para os lados e vi Margaret e Anne olhando fixamente para mim, mais do que o normal, fiz o mesmo e as encarei fixamente até que as mesmas desviassem seus olhares.

[...]

Por um tempo o jantar foi como todos os outros, as vezes o silêncio pairava, as vezes alguns assuntos desinteressantes ao mesmo ver reinavam, parecia que eu estava participando de uma peça de teatro. Mas logo o ar do local mudou, eu definitivamente estava estranha, tentava controlar o suor que insistia em descer e o estresse que aumentava.

Margaret de repente começou a soltar algumas palavras soltas que pareciam ser diretas a mim, os ataques discretos da mesma continuavam e eu estava perto de meu limite. Em outras situações eu manteria a calma e a responderia a altura, mas agora parecia impossível, eu estava como uma bomba prestes a explodir. Minhas mãos estavam suadas, meu coração acelerado e parecia que as palavras ecoavam em minha cabeça.

— Preciso de mais vinho. - Me levantei rapidamente e fui até a mesa de bebidas.

Eu estava escolhendo qual vinho iria beber, quando Anne se pôs ao meu lado e começou a fazer o mesmo. Tentei ignorar sua presença ao meu lado.

— Nem você consegue esconder mais, você não se encaixa Hanna. - Ela diz tranquilamente.

— Me deixa em paz. - Engulo seco.

— Pela última vez, eu estou pedindo pra você ficar longe de nós. - Disse pegando um copo e se aproximou se meu ouvido. - As pessoas se machucam perto de você! - Sussurrou.

No mesmo momento me vi em transe, a voz de Anne ecoou várias e várias vezes em meu ouvido. E imediatamente um rápido flashback veio em minha mente com meus momentos com minha mãe e meu tio, a culpa caiu sobre mim como um peso, talvez fosse verdade, eu fui amaldiçoada desde o ventre.

— Você parece gostar de bebidas Hanna, é mais parecida com a sua mãe do que pensa. - Margaret comentou alto. - Acho que as poucas vezes que eu a vi, ela estava bêbada.

Aquilo foi a gota d'água para mim, senti como se a chama tomasse conta de mim e quando vi que eu já estava com a garrafa de vinho em minhas mãos e a joguei no chão com toda a minha força. Com os olhos cheios de ódio, gritei com toda a força de meu pulmão, encarando todos ali.

— EU CANSEI! - Gritei com o olhos cheios de água. - ESTÃO ME OUVINDO? EU PERDI TUDO, EU PERDI TODO MUNDO. - Bambeei os passos para o lado e coloquei as mãos na cabeça.

— Hanna controle-se! - Meu avô ordenou.

— Maldito foi o dia em que eu pisei nessa casa. - Falei encarando os olhos do mais velho. - Boa viagem vovô. - Me referi a viagem que o mesmo faria amanhã de manhã.

Sem mais nem menos sai dali com passos pesados e corri pelos corredores sem olhar nada em minha frente, acabei por derrubar algumas coisas no caminho e entrei na primeira porta que vi, entrando na biblioteca. Fui até o sofá e antes eu eu caísse no chão, consegui sentar no mesmo. A porta logo foi aberta por minha tia que correu até mim.

— Hanna querida, precisa me escutar. - Ela segurou meu rosto. - Não pode deixar que eles conseguiam o que querem!

— Ele mentiu...Ele fez eu acreditar que eu era uma pessoa forte, mas eu não sou nada disso! - Me referia ao meu tio. - Nada tá dando certo e ninguém ta me ajudando, e eu to completamente sozinha! - Olhei para ela.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo. - Pega em minha mão.

— Nada vai ficar bem, sempre vai ser uma bagunça. - Olho para cima.

— O que vai ser uma bagunça! - Acaricia minha mão.

— Minha vida, toda a porra da minha vida! Todo mundo quer se afastar de mim. - Coloco uma de minhas mão no coração. - Por que? O que há de errado comigo?

— Nada! Não há nada de errado com você, nada! - Falou com firmeza, apertando minha mão. - Eu já me senti assim como você, não foi fácil crescer na casa, ainda mais cedo a filha "rebelde". Você não está sozinha Hanna, e você sabe disso!

Ela me tranquilizou com suas palavras e parecia que eu estava voltando ao normal daquele estado que nem eu sabia explicar, eu apenas estava ainda cansada, fraca. Lutando contra a fraqueza que tomava conta de meu corpo, mostrei para minha tia o papel que peguei no escritório. No papel estava escrito um endereço, parecia ter sido escrito a muito tempo atrás, o papel tinha a aparência de velho. Não sabíamos o que esse endereço tinha haver com a bebê de minha mãe, mas descobriríamos.

O telefone então tocou e minha tia foi atender, assim que a mesma atendeu, um sorriso se fez presente em seu rosto e o afastou de seu ouvido.

— Tem alguém querendo falar com você. - Ela disse sorrindo.

— Quem? - Arqueei a sobrancelha.

— A sua âncora, mais conhecido como John Shelby. - Ela coloca a mão no coração.

No mesmo momento levantei e corri para o telefone, me senti patética por essa reação e minha tia riu enquanto me dava o telefone. Sem dizer nada a mesma saiu da biblioteca, me sentei no batente da janela e coloquei o telefone em meu ouvido.

— Alo. - Atendi.

— Eu não posso estar com você ai agora, mas quero que me escute. - John diz. - Não tenha medo de ficar sozinha, não tenha medo de sair da sua zona de conforto. Eu sei que é difícil ficar longe de casa, e que não é fácil ficar sozinha.

— Eu não entendo por que sua voz parece tão reconfortante, me faz me sentir segura. - Encosto a cabeça no vidro e solto uma risada.

— Sua voz está estranha, Hanna ta tudo bem? - Ele diz preocupado.

— Eu só queria que você soubesse...Que amor, você foi o melhor. - Falei baixo com dificuldade.

— Você sabe, você sabe que eu te amo muito. - Consigo ouvir o mesmo suspirar.

— John Shelby, John Shelby...Nós somos uma bagunça, o que nós somos? - Brinco enquanto fecho meus olhos.

— Nós somos dois covardes, fingindo que estamos bem, forçando uma amizade. - Ele joga as palavras fora com força. - Negando o que queremos, dizendo que não existe amor, quem foi que falou?!

— Quem falou errou... - Suspiro.

— Então quem de nós dois errou? - Diz baixo.

— Eu não sei... - Balanço a cabeça.

— Você está estranha, sua voz esta fraca. - Ele diz. - Você quer que eu vá te buscar?

— Não há nada para você aqui. - Encosto a cabeça na parede.

— Você está ai! - Ele diz nervoso. - Você precisa de proteção, você deve confiar em mim agora. Os Cooper sempre colocarão os interesses deles acima dos seus.

— Você me oferece tanto, eu juro que se pudesse correria para você agora mesmo, mas eu não posso agora! - Passo as mãos no cabelo. - De alguma forma, eu sei que você entende. Se você quer odiar alguém, me odeie.

— Se eu fosse capaz disso eu odiaria. - Ele suspira.

— Eu sou um desastre John, estou indo ladeira a baixo. - Lamento abaixando o tom da voz. - Não sirvo para esse mundo da Elite.

— Ei! Ei! Não diga isso, você fez um ótimo trabalho! - Ele diz animado. - Me escuta, eu estou muito orgulhoso de você, olha aonde vocês chegou!

As palavras de John me tocaram de uma forma inexplicável, foi inevitável não me derramar em lágrimas enquanto ouvia a voz de John animada pelo telefone. Minha tia estava certa, ela era como a minha âncora.

— John... - Falo entre as lágrimas.

Eu morreria por você, eu mentiria por você, eu roubaria por você! - Ele diz com firmeza. - Eu nunca mais farei você ter dúvidas sobre o meu amor.

E de repente senti meu peito transbordar, não adiantava o quanto eu fugisse, ou quanto tempo passasse, eu e John permanecíamos os mesmos. Em meio a tanta tempestade, ele foi como um arco-íris no final de meu dia, sua voz grossa e firme era como música em meus ouvidos.

••••

E ai? O que está achando da história até agora? Por favor, vote e comente!🥰

Parece que nosso casal está voltando a se encontrar no caminho...Sentiram uma evolução nós dois?

Escutem a música que Hanna cantou, é muita boa!❤️

Amei a participação de vocês no último capítulo, isso deixa meu coração quentinho!❤️

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