Além do arco-íris

By EstefanySantosR

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Siena encontrara seu verdadeiro amor ainda na juventude, mas por consequência das escolhas eles não viveram o... More

Depoimentos ♡
1 Coríntios 13:1-7 ♡
1 - Bem vindos a Violet Britt
2 - Tudo em família
3 - Um Reencontro Inesperado
4 - Encontros desagradáveis
5 - Seja paciente, mas Perseverante
6 - Palavras que nunca foram ditas
7 - Amigos? Será?
8 - O baile
9 - A paz de viver além do arco-íris
10 - Refúgio
11 - Você quer a verdade?
12 - O amor lança fora o medo
13 - Uma nova chance
14 - Verdadeiro, fascinante e esplêndido
15 - Eu não estou brincando
16 - Uma visita Maravilhosa
17 - Marcas da sua bravura
18 - Turner's House
19 - Chuva de vida
21 - A Comitiva Itinerante de Teatro
22 - Novas amizades
23 - Uma missão
24 - Uma Flor de Cedro
25 - Sem culpa e sem remorso
26 - Me concede a próxima dança?
27 - Medo de ser feliz
28 - A Viagem Missionária
29 - Brilho do Espírito Santo
30 - Será sempre assim: Deus, você e eu!
31 - A bondade do seu coração
32 - Propósito na dor
33 - Estive pensando em nós
34 - Uma proposta
35 - Dever cumprido
36 - Mayfair, Londres
37 - O verdadeiro enfadonho
38 - Ou você pede ou perde
39 - Eu sempre soube que seria você
40 - Uma notícia boa e outra ruim
41 - A despedida
42 - Tenho pressa de te amar
43 - Viver ou sonhar, tanto faz
44 - Além do arco-íris

20 - Poderia ter sido diferente, mas...

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By EstefanySantosR

Dois dias depois do encontro com seus amigos, Siena está ajuntando seus livros para ir para casa, acabara de dar aula de aritmética a Liam Balt que já apresenta bons progressos com a dedicação. E pensa em Sebastian que não aparecera nos últimos dias para o chá da tarde, Siena preferiu não o procurar, queria evitar falatórios, já que seu nome tem andando na língua de muita gente do vilarejo após a volta de Sebastian.

Ao sair para fora da escola, ela olha para o céu que está nublado, mas nem tanto. Não parecia que ia chover, as nuvens estão claras demais para conter muita água. Siena aprecia a caminhada de alguns quilômetros — uma das coisas que ela ama é caminhar pelas alamedas de pedras de Violet Britt — o vilarejo é lindo demais para não admirar as belezas naturais do lugar.

O ar dali é puro e o vento bate em seu rosto deixando a ponta do seu nariz gelado. Violet Britt é um dos lugares mais seguros do mundo, se podendo caminhar a qualquer hora da noite, o vilarejo é limpo e organizado, a praça principal um encanto, com pais e filhos caminhando por ali. A cada esquina é possível ver lampiões para iluminar a cidade, os estabelecimentos são rústicos e com fachadas que mais parecem saída de livros de contos de fadas, com placas coloridas e flores silvestres ornamentando as entradas.

Siena passa em frente a Thomless Cake's e sente o cheiro de biscoitos amanteigados sendo assados, o pequeno comércio é referência quando se trata de bolos e biscoitos, os Thomless são um casal de meia idade, extremamente atenciosos e queridos, que vieram da França e se instalaram em Violet Britt. Por fora Siena nota que o lugar está cheio.

Ao lado há um pequeno estúdio de balé comandada pela sra. Fincher, com a fachada de cor rosa e em frente há a estalagem do sr. Morson, a única hospedaria do vilarejo de dois andares. Seguindo o caminho pela rua de pedra, Siena chega ao fim dela, onde a estrada de chão que a levará para casa dá o ar da graça.

Depois de alguns minutos de caminhada, Siena avista sua casa, que é rodeada por relva verde e jardins. A casa segue o mesmo estilo das casas do vilarejo, toda feita de rocha e com um ar ancestral, diferenciando apenas no charme próprio que Siena acrescentara, seus jardins bem cuidados, as árvores bem podadas, pequenos jogos de mesa e cadeira de aço espalhados pelo quintal. Ao atravessar o pequeno "portãozinho", Siena avista Camile sentada no banco de pedra com Sophie no colo, aguardando.

— Camile, que bom ver vocês duas — Diz Siena sinceramente.

— Viemos te ver titia — Camile fala como se fosse Sophie.

Siena se aproxima delas, coloca suas coisas no banco de pedra e pega a afilhada no colo.

— Porque não entraram, aqui fora está muito frio, poderiam ter me esperado lá dentro, a chave fica no mesmo lugar de sempre, debaixo do tapete.

— Na verdade acabamos de chegar, Sophie estava encantada com os pássaros voando pelo jardim e não se preocupe, ela está bem agasalhada.

Siena acaricia os cabelos da menininha, deixando breves beijos suaves no topo de sua cabeça.

— Como sua mãe está?

— Está ótima. Na verdade, está mimando Sebastian como se ele fosse um garotinho. Ele pegou um resfriado depois de dançarmos na chuva. Ele não foi o único, Alexander e Meggy também.

— Não estava sabendo disso, estão todos bem? — Siena tem a face preocupada.

— Graças a Deus é apenas um resfriado e eles estão se cuidando.

— Sebastian está na sua mãe?

— Sim, na verdade ele fica mais lá do que na estalagem, mas esses dias está entocado no quarto, tomando chás e sopas.

Siena repara que Camile tem um sorriso contido no rosto e ela entendera tudo, sua amiga foi até ali apenas para lhe trazer notícias de Sebastian, mas no fundo ela se sente grata por tal feito.

— Vamos entrar? Irei preparar o jantar e seria maravilhoso ter vocês duas de companhia — Siena muda de assunto.

— Nós gostaríamos minha amiga, porém, estamos com um jantar marcado com alguns amigos de August, então preciso correr para preparar o nosso jantar. Mas não faltará oportunidade.

— Decerto que não, vejo vocês logo.

Siena enche Sophie de beijos nas bochechas e a entrega a mãe, depois de abraçar Camile as duas partem.

Já passa das sete da noite quando Siena caminha até a casa de Marilla. A noite traz consigo um vento frio, Siena agradece por estar com seu xale lhe protegendo do vento. O céu contém poucas estrelas, a lua está minguante em toda a sua beleza e se pode escutar gafanhotos cantando ao longe.

A caminhada até a casa da sra. Evans é breve. Ao chegar em seu destino, Marilla lhe recebe como sempre, com abraços e a mesa posta para uma bela refeição.

— Que bom que você chegou, terminei de preparar uma sopa de canja para Sebastian. Não foi porque eu que fiz, mas está uma delícia, você precisa experimentar — Diz a senhora prendada.

— O cheiro está delicioso, não posso deixar de provar.

Siena se senta ao lado da amiga na mesa de madeira e ambas degustam da sopa, acompanhado de pão italiano, enquanto Marilla lhe atualiza sobre os preparativos para a viagem missionária, que acontecerá dentro de algumas semanas.

— Certamente você irá participar, não é mesmo?

— Como de costume, não perderei essa viagem por nada — Responde Siena — Já sabem para onde iremos dessa vez?

— Ainda não sei minha filha, mas não deve ser muito longe daqui. Já que serão apenas cinco dias.

— Não vejo a hora de colocarmos em prática todos os ensinamentos do pastor Simon — Pronuncia Siena animada.

— Espero que Sebastian ainda esteja aqui, para nos acompanhar.

Siena não responde, mas com sinceridade deseja o mesmo, seria bom tê-lo juntamente a elas na viagem, e naquele momento percebe o quanto já está tão apegada a ele.

— Creio que você veio visitá-lo, certo?

— Sim, fiquei sabendo hoje sobre o resfriado, espero que ele esteja melhor.

— Não se preocupe, ele já está bem melhor, você sabe que os meus chás para resfriados fazem efeito rapidamente, mas preferi que ele descanse por esses dias.

— Será que ele já está dormindo? — Pergunta Siena com receio.

— Decerto que não, ele estava lendo e já está na hora dele jantar. Quando subir até lá, poderia levar a bandeja, por favor?

— Decerto que posso.

Após terminar sua sopa, Siena pega a bandeja preparada por Marilla que está em cima da mesa, onde há uma cumbuca com sopa, pedaços de pães italianos e um copo de chá com algumas flores de sabugueiro. Siena sobe as escadas e ao parar na primeira porta no corredor, segura a bandeja com uma mão e com a outra bate de leve na porta.

— Está aberta, mãe — Diz Sebastian do lado de dentro.

Siena abre a porta e o avista deitado na cama com um livro nas mãos.

Ao fitar os olhos de Siena, ele instantaneamente abre um sorriso de covinhas. Por reflexo e sem perceber, Siena se pega sorrindo de volta, da mesma forma.

— Não é a sua mãe, mas lhe trouxe o seu jantar. — Siena fecha a porta e caminha até ele.

— Perfeito, que visita agradável. Uma pena estar nesse estado deplorável, foi por isso que pedi que não te avisassem.

Siena percebe que o nariz, as bochechas e abaixo dos olhos dele estão num tom avermelhado e ao seu lado em cima da cama, há uma caixa com lenços.

— E alguém consegue deter Camile? — Siena profere arqueando a sobrancelha.

Ela acomoda a bandeja sobre o colo de Sebastian, e se senta numa cadeira posta ao lado da cama, observando que ele opta por tomar primeiro o chá, com goles pausados.

— Este chá não é dos melhores ­— Reclama.

— Mas dentre dois dias você nem se lembrará que estava resfriado, pode apostar. Todos procuram sua mãe para fazê-lo quando precisam.

Siena passeia os olhos ao redor do quarto, ela estivera ali uma única vez — quando ela decidiu que não mais importava se ele fosse ficar quatro ou oito anos fora, o que importava é que ela o amava e que esperaria por ele — e naquele dia ela estava tomada por emoções e certezas que ela nem notara o quarto, mas parecia que nada havia sido trocado de lugar, tudo parecia da mesma forma. Os móveis de madeira bem rústico e com um ar potente, assim como ele.

Siena sente-se pouco à vontade invadindo um lugar tão particular, ela não gosta da ideia de estar sozinha dentro de um quarto com Sebastian, mesmo que Marilla estivesse no andar de baixo. Então se levanta da cadeira e caminha até a janela, mas não enxergando quase nada devida a escuridão do lado de fora.

Sebastian toma sua sopa e come os pedaços de pães calmamente.

— Eu a deixo nervosa? — Pergunta ele repentinamente.

Siena vira-se revirando os olhos.

— Claro que não.

— Mas estar sozinha comigo dentro deste quarto sim. — Constata ele.

Siena não responde, seus olhos estão fixos em qualquer outro lugar, menos nos olhos dele.

— Se te deixar mais confortável e quiser abrir a porta. — Sebastian dá de ombros.

Siena que está com os braços cruzados, olha de Sebastian para a porta, então declarando que ele está totalmente certo e ela totalmente nervosa, caminha até a porta e a escancara.

"Assim é melhor", pensa. Então volta para cama e senta-se aos pés dele.

— Está com medo de não resistir aos meus encantos? — Pergunta Sebastian com um sorrisinho descarado.

Siena arqueia a sobrancelha, daquele jeito que só ela consegue fazer.

— Não! — Responde subitamente e por fim conclui em voz alta — O meu maior medo é de não resistir aos meus limites.

E evitando o olhar de Sebastian de propósito, Siena fixa os olhos no criado mudo, não acreditando na sua coragem de pronunciar aquelas palavras.

Sebastian sente o corpo se contrair em resposta, os músculos ficando rígidos e tensos, tornando cada vez mais difícil de respirar. Sebastian a fita com um olhar penetrante, nem em seus melhores sonhos ele imaginaria ela dizendo aquilo, o rosto de Siena está corado e ele pensa, que não havia nada mais impressionante e lindo que o rosto dela daquela forma.

— Porque você não me conta sobre a base militar? — Pede Siena, mudando de assunto, desejando acabar com aquela eletricidade que havia entre os dois.

Sebastian está se sentindo cansado e apenas dá um sorrisinho fraco, ele não queria que aquele momento acabasse, mas entendia que seria melhor assim, não queria deixá-la ainda mais envergonhada. Então coloca a bandeja em cima do criado mudo e cruza os braços, encarando Siena.

— O que você quer saber?

— Tudo! Como é lá? Sempre quis saber se vocês vivem em tendas ou em casas.

— Quando se é soldado viajamos com muita frequência, então dormimos em tendas, não era nada confortável. Mas por fazer parte da equipe de espionagem, mesmo quando viajo ainda fico em alojamentos na base militar. Nós possuímos um local de total sigilo, que é de onde comunicamos com os soldados nos campos. O nosso alojamento possui muitos quartos, divido o meu com mais quatro colegas, totalmente sem privacidade. Mas não posso reclamar, eu escolhi essa vida, é de lá que eu posso proporcionar uma vida boa para minha mãe.

— Você sempre quis dar o melhor para ela — Afirma Siena.

— O que eu faço por ela ainda é pouco, diante de tudo que ela fez por mim e por minha irmã, sendo praticamente uma mãe solteira depois que o meu pai morreu no combate.

— Ela tem muito orgulho de você.

— Eu sei, mas sei também que lhe dei muito descontentamento e sofrimento por escolher seguir os mesmos caminhos do meu pai — Responde Sebastian cabisbaixo, pensando na preocupação que a mãe sofria.

— O importante é que você está aqui — Diz Siena com um sorriso, tentando encorajá-lo — E seu pai também se orgulharia do homem que você tornou.

— Se ele ainda estivesse aqui, penso que tudo seria diferente. A vida da minha mãe e principalmente a "nossa" vida — Enfatiza Sebastian sem tirar os olhos de Siena — Você já pensou nisso, que tudo poderia ter sido diferente?

Siena desvia os olhos e encara a lamparina em cima da mesinha, com um ar pensativo e ainda sem olhar para ele, responde:

— Antes eu pensava sobre isso, em como tudo poderia ter sido diferente. Só que hoje eu entendo que precisávamos viver este processo, antes de realmente começarmos a nossa história. Acredito fielmente em tudo que Deus faz, acredito que há tempo para todas as coisas e que onde estamos agora é onde realmente devemos estar.

Siena fita os olhos de Sebastian quando termina de falar e ele tem um sorriso no rosto.

— Antes eu me perguntava como você poderia ser tão jovem e sábia? Uma das coisas que sempre me encantou e até hoje me encanta, é a sua fé. Mas vejo que isso é só um reflexo de quem Deus criou você para ser. Você foi criada para ser confiante.

Siena dá de ombros gostando daquele comentário, até mesmo porque a única coisa que quer é que as pessoas enxerguem Deus através dela.

Sebastian toma mais um pouco do seu chá fazendo uma careta a cada gole.

— Vocês podem receber visitas na base militar?

Sebastian solta uma gargalhada, mas o riso não chega aos seus olhos.

— Incrível a forma como você vai direto ao ponto sem se abalar.

— Acho que não tenho que fingir subterfúgios com você, tenho? — Siena questiona de forma imponente.

— Decerto que não, você sabe que me tem rendido aos seus pés. Mas respondendo a sua pergunta, não podemos levar ninguém, mas os rapazes sempre dão um jeito de levar as suas conquistas para lá.

Siena fita os olhos de Sebastian e ele já enxerga a pergunta em seu olhar.

— Você também já deu um jeito de levar alguém para lá? — Pergunta sem se abalar mais uma vez.

— Eu sabia que essa seria a próxima pergunta — Diz rapidamente.

Sebastian solta um pigarro ficando imediatamente desconfortável, seus olhos estão enevoados e sombrios.

— Sim, eu já levei — Responde por fim.

O coração de Siena parece estar esmagado no peito, ela na verdade esperava aquela resposta, mas no fundo tentou se enganar.

— Siena, eu preciso te dizer que depois que eu fui embora daqui eu me transformei, se você encontrasse comigo não me reconheceria e tenho certeza que iria me odiar ainda mais. Eu fiz coisas das quais não me orgulho e que me arrependo. Eu não fui santo, usei mulheres e fui usado por elas também, eu só pensava em me divertir e...

— E não precisa continuar. Eu não quero saber — Fala Siena em um tom próprio para não encorajar a continuidade da conversa — O importante é que você se arrependeu e que isso gerou mudança. O que importa para mim é esse Sebastian que está aqui na minha frente.

Sebastian solta o ar cansado, ele não esperava por aquilo. Ele realmente se arrependeu e entendia que o perdão de Deus ele havia conquistado. Ele carrega suas culpas, mas não as deixa o dominar, porque o Deus a quem Ele serve não atribui culpa sobre ele. E fica feliz em saber que Siena pensa o mesmo.

— Obrigado por acreditar em mim quando nem mesmo eu acreditava — Termina Sebastian com o rosto impressionantemente sério.

Ela o encara com a mesma seriedade, mas o olhar de ambos com certa intensidade.

— Não tem o que agradecer, mas agora eu preciso ir para casa, antes que fique tarde — Diz Siena se levantando.

— Queria poder te acompanhar.

— Não se preocupe, lá fora está frio e só pioraria o seu resfriado. Descanse e fique bem logo.

Siena se aproxima de Sebastian e como ele faz quando se despede dela, ela deixa-lhe um beijo em sua testa.

— Boa noite, Bash.

— Boa noite, Siena.


Aiii como amo as conversas desses dois <3 Tenho vontade de guardar o Sebastian num potinho e quanto a Siena nem se fala, quanta maturidade e fé. Quero ser como você Siena! :)

Estão gostando desse casal? Me contem ;)

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Essa história não é de minha autoria. Publicação autorizada História de Ana Leticia Bittencourt