𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷�...

By Srta_Lokidottir

409K 28.4K 19.7K

Morgan Russell, é uma jovem de dezoito anos que vive na pequena cidade Derry Mayne, a cidade assombrada. Seu... More

Personagens
Prólogo
1 - Losers Club
2 - Outra Vez Biblioteca
3 - Primeira Aparição
4 - Não Irrite A Coisa!
5 - Pânico
6 - Poupando A Vida
7 - Vinte Minutos De "Liberdade" .
8 - Pesadelo Sem Fim
9 - Jejum
10 - Floresta
11 - Ilusões E Cookies
12 - Trégua
13 - Revolta Por Poucos Minutos
14 - Obsessão..?
15 - Sonho Perigoso
16 - Grande Surpresa
17 - Happy Birthday To...
18 - Como Tudo Aconteceu.
19 - Momentos Inesperados
21 - Tentando Uma Chance
22 - Positivo
23 - Flutuar...
24 - Sinais Nada Bons
25 - Filha Igual O Pai
26 - Coisas Estranhas Acontecem
27 - Amar
28 - Fazendo Amigos
29 - "Ajuda"
30 - "Estado De Pânico"
31 - Tartaruga
32 - Vestido De Noiva?
33 - Cinco Dias
34 - Distrair
35 - Último Dia
36 - Não Está Morto...
37 - Um Pedido De Ajuda
38 - "Ele Não Tem Culpa"
39 - 1.460 Dias
40 - Ele Voltou
NÃO É CAPÍTULO
JÁ DISPONÍVEL
Happy New Year!

20 - Punição

12.8K 641 312
By Srta_Lokidottir

(Autora)

Morgan ainda se via desacordada, e lembrava-se muito bem do que aconteceu — culpa dos flashes dos acontecimentos —, mal sabia ela, que sua tortura iria começar naquele momento.

A mesma se engasgou com a água gelada entrando em seu nariz a fazendo acordar. Assim que abriu os olhos, ela notou o palhaço segurando um balde já vazio, analisou o rosto do mesmo, e este estava tão sério que sua face se tornava sombria e fria.

Os lábios de Morgan tremiam e seus dentes batiam um no outro, tudo culpa do gelo da água. Sua camisa se via encharcada, e seu cabelo molhado o que lhe fazia sentir um frio terrível.

Lembrando de tudo que aconteceu, ela se encolheu e tremeu agora de medo e pavor.

- Você o matou... - Após sussurrar, ela se encolheu e sentou abraçando suas pernas se pondo a chorar.

Pennywise estava com raiva, tal raiva que ele não podia mais controlar. Para aumentar a tortura, Morgan sentiu seu cabelo ser segurado, e gritou de dor quando o mesmo foi puxado com força para trás. A garota tocou na mão com luva, e tentou fazer soltá-la, mas era inútil. Pennywise agachou um pouco só para ele observar o rosto dela.

- Você conseguiu... Você conseguiu o que tanto queria!   - Disse ela alto enquanto chorava -   Conseguiu sua ilustre vingança, e agora ele está morto. Meu pai está morto!   - Gritou sentindo sua garganta doer aos poucos -  Agora, vamos! Vai me matar? Me libertar? Com certeza irá ficar na primeira opção.   - Deu uma risada amargurada -  Então vamos! Acabe logo com isso de uma vez, Wise!    - Implorou. Morgan havia sido tomada pela loucura, mais nada lhe faria mais sentido. Perdeu seu pai, e não sabia se havia perdido seus amigos, e isso tudo, formava uma enorme bola de neve. Morgan estava despedaçada, como uma louça quebrada. Ela riu.

- É. Então é assim que é ficar louca... Deve ser dessa doença que você estava a falar na festa... Loucura...  - Esboçou um novo sorriso mas doentio -... Agora vamos. Por favor, seje rápido. Prefiro uma morte rápida, e não dolorosa...   - Soltou a mão dele enquanto o fitava -  Não. Por favor, não faça doer. Já sofri de mais só neste mundo.   - Sussurrou -  Quero fazer outro pedido.. Não mate minha mãe. Não, ela não merece isso. Já perdeu o marido, e logo saberá da minha morte. Ela irá superar. Sim. Irá sim.    - Comprimiu os lábios -  Vamos. Me mate. Acabe de uma vez com isso.

Wise, por sua vez, não demonstrou nada. Continuou sério sem alguma reação. Os seus olhos ainda se viam vermelhos. A tortura com Morgan o satisfazia, ele iria fazê-la pagar, até seu divertimento chegar ao fim. Iria torturá-la até saber a hora de parar.

O palhaço dançarino se afastou dela com uma risada arrastada. Morgan o olhava perplexa, com a boca entreaberta, ele desapareceu.

- Não... Inferno!   - Gritou e não se importou mais com nenhuma dor em seu corpo, se levantou e caminhou para perto da porta, chegando bem próximo, a mesma se fechou e trancou em um passe de mágica.

- Não! Wise! Vamos! Me mate, seu palhaço de merda!   - Gritava e xingava enquanto esmurrava a porta, e tentava forçar a maçaneta para abrir - Vamos, seja homem e termine logo com isso! Vamos!

Sangue.

Ela lembrou de um detalhe sobre o palhaço, sendo arriscado ou não, ela já não se importava com mais nada. Só queria tirar um fardo de seus ombros.

Correu para o banheiro e deu um murro no espelho, os pequenos cacos lhe adentraram em uns de seus dedos, ignorando a dor, pegou um caco grande que soltou. Ali mesmo, cortou a palma da mão em um corte grande.

Voltou para o quarto e ergueu a mão que sangrava.

- Vamos, venha! Sei que gostas deste sangue! Apareça!  - Gritava com todas as suas forças. Mesmo sentindo-se esgotada, desistir estava bem longe de ser uma opção para ela.

Mas nada. Nada aconteceu. Pennywise não apareceu, e não iria aparecer tão cedo. Só lhe restava chorar, e foi isso que fez ao escorregar pela porta e chegar ao chão.

- Merda de palhaço...   

Mesmo durante a noite, o palhaço não apareceu. Iria deixá-la sozinha como parte da punição/tortura. Morgan ficou encolhida naquelas cobertas, o quarto parecia ter tomado um ar mais sombrio, o que não a deixou dormir até amanhecer.

A porta não foi destrancada em nenhuma hora. Mas isso não foi um problema, Morgan queria ficar sozinha, nem a fome a incomodava. Sem mostrar reações, com um olhar frio enquanto estava sentada na cama abraçando as pernas.

Wise aparecia oculto do campo de visão dela, e a observava de longe. Mesmo assim, o palhaço não demonstrava nada.

Mais um dia se passou, ela sabia que alguma hora ele iria destrancar a maldita porta. Agradeceu a todos os seres celestiais por seus livros estarem ali, em uma escrivaninha. “Isso pode ter sido um erro que o palhaço não notou” pensou ela pegando um dos livros. Começou sua leitura em total silêncio.

Wise que assistia tudo, esboçou um pequeno sorriso. Sabia que foi um deslize ter esquecido dos livros ali mas não se importou em retirá-los.

Mesmo com ele oculto, Morgan sentiu estar sendo observada. Olhou para cada canto do quarto à procura de algo ou alguém, poderia até ser uma pelúcia, ela iria estranhar.

- Se você estiver aqui.. Por favor, saia.  - Disse séria. Wise deu risada, sabia que ela não iria ouvir. Garota abusada. Pensou ao lembrar quando a mesma dormiu em seu ombro.

Mas Morgan não obteve uma resposta. Trazendo para si que é coisa de sua cabeça. Balançou a cabeça e continuou lendo.

...

(Morgan)

Eu não sabia quantos dias eu fiquei aqui, me senti como uma personagem de filme de terror ou até de suspense, daqueles que tem um vilão e a prisioneira. E o vilão não deixa de jeito algum a prisioneira sair até que um milagre aconteça!

“Isso porque é um filme. E o vilão tem que seguir o roteiro, não é, Morgan?”

Uma das muitas falas dele. Bufei revirando os olhos. Além de lembrar da maldita voz dele, eu sempre escuto outras, não só de conhecidos, até de gente que nem conheço. Com certeza é a casa novamente me fazendo perder os sentidos.

- Oras! Já estou louca mesmo! Ouvir vozes só faz parte do show!   - Digo rindo de forma grotesca.

E então, dias e mais dias se passaram, e a cada dia, me sentia sufocada. Agora sinto medo em se sentir tão só por bastante tempo; não duvido que isso seja só uma nova doença com alguma coisa de fobia no final.

Realmente, essa solidão toda fazia com que o quarto ficasse mais silencioso, até parecia que ficava menor e menos espaçoso, nem conseguia puxar uma canção, qualquer coisa me fazia lembrar-se de mamãe, mesmo que isso era o essencial para eu desejar. Mamãe. O carinho dela, o abraço quentinho dela... Me coloquei a chorar certa vez por causa da saudade. E então, veio à tona as lembranças do que aconteceu, e pela manhã no outro dia, eu sabia que eu estava um caco, e que meus olhos estavam inchados e avermelhados.

- Eu nunca deveria ter tido a ideia de ir para lá...    - Digo ao me abraçar com a voz embargada -   Deveria ter ficado... Sim... Isso nunca teria acontecido...    - Arregalei os olhos e soltei o ar  — que nem percebi que havia o segurado —, bem devagar.

- É a minha culpa.   - Minha barriga roncou mas a ignorei. Eu já estava cansada de chorar e de gritar. Já mal possuía voz! A morte de papai.. Foi minha culpa... 

A porta foi aberta de forma bruta me fazendo ir ao chão, já que eu estava encostada na mesma; o palhaço parecia ter ficado maior, comigo deitada assim.

Eu me sentei e me arrastei indo para trás, voltando para o quarto. Seu sorriso e sua cara de mal ainda estava ali, um calafrio surgiu em minha nuca.

- Olá, Morgan.    - Deu um passo adentrando no quarto, fui para trás novamente se afastando.

Eu não o respondi. Meu lado egoísta e raivoso gritava para eu não dar crédito para esse aí, sendo que é o único que está aqui agora.

Ele deu uma risada arrastada, a qual já não ouvia deste que me prendeu aqui. Notei seus olhos. Fiquei surpresa por estarem azul mas não mostrei reação. Pouco me importei se ele estava decifrando cada reação que eu iria dar de agora em diante.

- Você não está nada apresentável para uma dama, Morgan.    - Sorriu com escárnio. Palhaço filho da.. Respirei fundo fechando os olhos, me mantendo calma e paciente, abri os olhos lentamente já o fitando. Continuei calada.

- A tortura lhe fez ficar muda? Pois eu ouvi o tanto que você gritou e implorou.  - Deu uma risadinha idiota.

- Você deve estar muito satisfeito com isso.    - Finalmente lhe respondi, da forma mais séria possível. Estava sem alguma força para dar uma risada nem que seja a mais falsa possível.

Por sua vez, Wise deu um novo passo esboçando seu sorrisinho debochado.

- Então, ainda fala.   - Enfatizou a palavra e não dei muita importância -  Eu pensei que não teria nem mais língua, mas olha ela aí.    - Riu com sua própria “piada” sobre mim. Vendo que eu não irei mais responder, sua face mudou rapidamente de divertida para séria -   Espero que tenha aprendido a lição.

- Deixa eu ver...   - Fingi de desentendida - Ah! A que eu estava errada em ter ido para a festa? Só isso que aprendi, e pouco me importei se estiver errado.   - Respondi sem mover um músculo.

- Não. Aquilo serviu de bom agrado até.   - Riu novamente -  Mas.. Por você ter ajudado seus amiguinhos idiotas e ter tentado salvar seu pai.

Tentado...

Engoli em seco. Se não tivéssemos perdido tanto tempo em conversa.. Ele ainda poderia estar vivo. Olhei para Pennywise e o mesmo ainda me fitava de cima.

- Você.. Matou eles?

- Tsc!   - Virou o rosto com raiva.

- Então.. Eles conseguiram fugir...  - Dei um sorriso pequeno.

- Eu tinha outras coisas para me importar no momento.   - Dá seu sorrisinho idiota.

-... Você já decidiu o que irá fazer? Se irá me deixar viver ou se irá me matar?    - O olhei entediada.

- Não precisa de resposta para saber o que irei ou não fazer. Você vai saber.

- E isso é uma decepção.   - Digo me pondo de pé e ficando na sua frente erguendo os braços para o lado -  Vamos. Me devore.

Ele me observou, deu um passo a frente deixando uma curta distância perigosa. Um sorriso cínico apareceu em seus lábios, então se afastou e deu as costas. Minha cara de incredulidade acho que foi grande quando ele saiu do quarto e ainda deixou a porta aberta. Se for um teste, adoraria reprovar só para o desejo que eu ainda anseio, acontecer.

Ao cruzar o corredor, o palhaço olhou-me sem se virar para mim, só sua cabeça se entortou um pouco para o lado para eu notar seu sorriso desafiador.

- Você não vem, Morgan?    - A pergunta veio junto com um aroma delicioso de comida. Minha barriga roncou baixinho e me abracei para que ela parasse.

Voltei a ficar séria, e caminhei o olhando, e percebi que não havia mais mãos querendo me puxar para o inferno da escuridão. Cheguei perto dele e o mesmo abriu mais seu sorriso horrível. Wise se afastou e sua mão aberta, me direcionou para a cozinha.

Caminhei rápido até a mesa e vi ali, diversas comidas. Carne e mais carne, arroz, espaguete, batatas fritas, refrigerantes, havia até uma salada. Dessa vez ele se superou.

Peguei meu prato e comecei a escolher tudo o que queria, meu prato estava feito e cheio. Comecei a comer feito uma condenada, a qual não comeu por sabe sei lá deus quantos dias que fiquei no quarto. Não demorou para que eu sinta a ilustre presença do palhaço aqui, o qual apareceu a minha frente. Almocei ou jantei  — não sei que horas eram — sem me importar com o ser alienígena na mesa.

Assim que acabei de devorar um pedaço de carne, bebi um gole grande de Coca-Cola.

- Então.. A carne estava mesmo boa, não é?    - A voz dele soou e o olhei sem entender, havia um sorriso malicioso ali.

-.. O quê..?  

- Nada de mais. Só.. Um ingrediente especial da carne.   - Deu uma simples risada como se eu tivesse entendido. Deixei o garfo no prato e o olhei seriamente.

- O que colocou na carne? Veneno? Finalmente resolveu me matar?

- Não se trata do que eu coloquei na carne. É a carne.   - Então seu sorriso diabólico se abriu, fazendo seus olhos arregalar aos poucos -   Vamos, Morgan, me responda, qual seria a grande diferença entre carne animal ou humana?   - Engoli em seco. Não. Ele não faria isso. Ou faria? Claro que faria, ainda estou dentro da tortura que ele criou para mim! Ainda estou sendo punida. Lágrimas prenderam em meus olhos -  Parece que alguém não gostou da brincadeira.

- B-Brincadeira?! Você é louco!

- Eu sempre fui, Morgan.   - Sorriu assustador -  Não vai terminar o que começou?    - Olhou para o prato de comida e para mim.

Verdade ou não, fiquei pensando o que ele fez... Carne... O nome de meu pai também soou em minha cabeça e senti uma imensa vontade em vomitar.

- Ah não. A carne de seu paizinho.. Acho que eu nunca iria compartilhar. Mas talvez de outros humanos...

Humanos. Sem tempo para banheiro, virei a cabeça e vomitei ali mesmo. Escutei ele murmurar um “Eww” e pouco me importei com sua presença. Por fim, peguei um guardanapo que apareceu magicamente perto de mim, e limpei meus lábios.

- Sente-se melhor?   - Ele usou seu sarcasmo sujo.

- Vai a merda, Wise.    - Rebati.

- Para alguém que estava morta de fome, não deveria ter esvaziado sua barriga assim.

- Isso é culpa sua.

- Eu sei.   - Ele ri -  Mas também é sua em grandes partes.

- Por quê não me deixa em paz?    - Estava me descontrolando. A raiva começou a aparecer.

- Você quer mesmo voltar para o quarto e ficar por mais dias, né, Morgan?

Dias...

Não... De novo não... Aquela solidão novamente não...

- Pelo visto, não.   - Ouvi sua voz de novo -   Agora, chega de debater.

- O quê?! Mas...

Ele me lançou um olhar assustador. Respirei fundo e abaixei a cabeça. Sim, ele se parecia muito com o meu... Velho.

- Ótimo! Some da minha frente, garota.

Antes de sair da mesa, olhei para o chão e o mesmo já estava limpo. Era de se esperar. E então, o obedeci sumindo de sua frente. E depois disso, não trocamos nenhuma palavra, e agradeci muito por isso.






































Continue Reading

You'll Also Like

84.1K 19.9K 187
Atenção, está é uma tradução de uma novel bl chinesa! outros títulos: ~Uma multidão de espíritos malignos se alinha para confessar a mim ~ 万千厉鬼排队表白我~...
10.2K 1.1K 21
(concluída)Essa História e a continuação da Fic de Duskwood Jake é você, que contará sobre tudo que nossos personagens estão vivendo após tudo o que...
103K 10.2K 31
Depois que seu navio afunda, as ondas o levam a uma estranha ilha cheia apenas de homens. (Não possui fotos, pertence aos seus legítimos proprietário...
27.3K 5.4K 49
𝕸𝖎𝖘𝖙𝖊́𝖗𝖎𝖔, 𝖙𝖊𝖗𝖗𝖔𝖗, 𝖗𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 𝖊 𝖚𝖒𝖆 𝖈𝖆𝖘𝖆 𝖎𝖓𝖋𝖊𝖗𝖓𝖆𝖑.🔦 ─ Em 1998, na cidade de Derry, três pessoas morreram igualment...