In Your Hands × jikook

By Armydios

2.8M 409K 658K

[CONCLUÍDA] Park Jimin é um garoto de vinte e um anos, que fugiu de casa aos dezoito, logo se vendo metido em... More

AVISOS + TRAILER OFICIAL
LEIAM ANTES DE INICIAR
Prólogo
Capítulo 1 - Distração| jjk
Capítulo 2 - O primeiro e último| pjm
Capítulo 3 - Cachorrinho obediente| jjk
Capítulo 4 - Três razões| pjm
Capítulo 5 - Certeza| jjk
Capítulo 6 - Crises| pjm
Capítulo 7 - Labirinto| jjk
Capítulo 8 - Quem?| pjm
Capítulo 9 - Bola de neve| jjk
Capítulo 10 - Desconfianças| pjm
Capítulo 11 - Pergunta indecente| jjk
Capítulo 12 - Febril| pjm
Capítulo 13 - Delírios e desavenças| jhs
Capítulo 14 - Mil versões de Park Jimin| jjk
Capítulo 15 - Um encontro?| pjm
VAMOS CONVERSAR SÉRIO
Capítulo 16 - Máscaras caindo| jjk
Capítulo 17 - Namorado?| pjm
Capítulo 18 - Precipitado| jjk
Capítulo 19 - Algodão doce| pjm
Capítulo 20 - Jogo de sedução| jjk + pjm
Capítulo 21 - Péssimo mentiroso| jjk
Capítulo 22 - Mau-caráter| jhs
Capítulo 23 - Bottom obediente| jhs
Capítulo 24 - Elevadores do inferno| pjm
Capítulo 25 - Melhor abrigo| jjk
Capítulo 26 - Dezenas enrascadas| pjm
Capítulo 27 - Dois demônios| jjk
Capítulo 28 - Primeiros sentimentos| pjm
Capítulo 29 - Complicações| jhs + jjk
Capítulo 30 - Talento nato| pjm
Capítulo 31 - Que a verdade seja dita| jjk
Capítulo 32 - Clichês| pjm
Capítulo 33 - Segundo motivo| jjk
Capítulo 34 - Palavras disfarçadas| pjm
Capítulo 35 - Minha completa euforia| jjk
Capítulo 36 - Ótimos remédios| pjm
Capítulo 37 - Meu herói| jhs
Capítulo 38 - Cores da paleta| pjm
Capítulo 39 - Visita inesperada| jjk
Capítulo 40 - Divindade rara| jjk
Capítulo 41 - Tiro no escuro| pjm
Capítulo 42 - Encurralado| jjk
Capítulo 43 - O primeiro do Jungkookie| pjm+jjk
Capítulo 44 - Segredos reveladores| jhs
Capítulo 45 - Real liberdade| jjk
Capítulo 46 - Mínimos detalhes| pjm
Capítulo 47 - Bateria perfeita| jjk
Capítulo 48 - Porto seguro| pjm
Capítulo 49 - Um plano estúpido| jjk
Capítulo 50 - Guerra de sangue| jjk
Capítulo 51 - O último toque| pjm
Capítulo 52 - O nascer do ódio| jjk
Capítulo 53 - Conto de terror| jjk
Capítulo 54 - Colisão formidável| pjm
Capítulo 55 - Terror sombrio| pjm
Capítulo 56 - O anônimo| jjk
Capítulo 57 - Mil e uma sensações| jjk
Capítulo 58 - Olhos galácticos| pjm
Capítulo 59 - A gravação| jjk
Capítulo 60 - O nascimento de uma flor| pjm + jjk
Capítulo 61 - O típico bom início de um romance| jjk
Epílogo + agradecimentos
× 2 TEMPORADA ×

Capítulo 62 - Para todo o nosso sempre| pjm

18.8K 2.2K 4.2K
By Armydios

Agora quem vai se despedir é o Jimin :(( porém vamos manter a calma pq depois desse capítulo, tem o epílogo que tá bem gostosinho okay?

tenham uma boa leitura panquequinhas...

🥞

Park Jimin
Duas semanas depois…

Exatos quatorze dias se passaram, já estamos no décimo quinto, desde aquele em que todas as tragédias que caíram em nossas vidas, nublando-as com as piores catástrofes que possam existir. Todavia, é o décimo quinto dia que a paz está reinando novamente, nos trazendo uma aura fresca, revigorando cada partezinha do nosso interior e depositando novas forças em nossos corações antes agoniados.

Estamos conseguindo seguir em frente, embora ainda estejamos lidando com algumas questões sobre tudo que envolve a denúncia da Himeros.

Charles — o advogado de Jungkook — vive nos visitando ou ligando para falar sobre algo novo que surgiu, porém sabemos ser necessário para a boa energia continuar a pairar sobre nossas cabeças. É por isso que ouvimos cada mínima palavra que ele tem a nos atualizar, nos atentando a todas elas, para que quando a data do tribunal for marcada, possamos estar preparados para lutarmos com todas as nossas garras, assim sendo uma boa arma contra Choi Kwan, Min Yong, Kim Kyu e todos os outros cúmplices que contribuíram para os péssimos crimes cometidos nos últimos anos, pela boate Himeros. Cúmplices esses que já foram descobertos, pegos e devidamente presos.

Apesar dessa história ainda assombrar a nossa rotina, estamos contentes que as provas que conseguimos arrecadar,  estão sendo o suficiente para segurar essa gente podre no lugar dela, ou seja; a cadeia. Totalmente agradecidos às pessoas que não só deram esse grande passo conosco, como também nos deram coisas concretas, ajudando ao extremo nesse caso complicado.

Sem contar que esse caso chegou nos ouvidos de influências ainda maiores e totalmente corretas, as quais se comoveram com toda a história, assim fazendo tudo e todos se virarem contra os homens culpados, estes que mesmo sendo ricos, tiveram as mãos largadas pelos seus amigos e até advogados. Agora se encontram abandonados e se depender de nós, irão mofar na prisão.

É uma pena, não é mesmo?

Uma das melhores notícias que recebi nesses últimos dias, foi que as vítimas da Himeros estão em um abrigo, o qual está recebendo apoio daqueles que tiveram compaixão e estão doando para ajudar os ex-strippers, lhes dando até mesmo emprego, uma vez que só ficarão no local até encontrarem um lar para se acomodar e chamar de próprio. Torço para que, em breve, todos estejam empregados e firmes nessa vida, prontos para seguir em frente.

Pode ser que Jooheon estivesse correto quando disse “Eles só estão ajudando para ganhar fama em cima disso”, até porque era visível que muitos sabiam da exploração que acontecia na cidade ao lado. Contudo, fico feliz que ao menos toda essa denúncia serviu para abrir os olhos de muitos e as vítimas serem tratadas como, de fato, merecem.

Não nego, eu não estava preparado para dar um passo tão grande quanto esse. Talvez nunca estivesse, porque sou medroso demais e Choi me colocava medo até mesmo estando longe, entretanto, fico extremamente aliviado que a vida tenha me empurrado para resolver essa questão de uma vez e que tudo tenha dado certo para nós.

Porque o bem venceu.

Talvez eu tenha me equivocado ao dizer que esse se trataria de um filme no qual os mocinhos se dariam mal, porque diante dos ótimos momentos que venho vivendo, caso se tratasse mesmo de um filme, este se trataria de um onde os reais protagonistas conseguem dar um jeito nos vilões e destrancar o tão sonhado felizes para sempre.

Bem, continuando… Elliot Foster ainda continua na cidade, ele até pretendia retornar à França, todavia, desistiu da ideia assim resolvendo aguardar o dia do julgamento, quando Yoongi pediu para que ele ficasse, oferecendo o seu apartamento como um lugar para ele morar durante esse tempo e dessa forma podendo aproveitar para desfrutar da boa ligação que começaram a ter. Elliot não tardou em aceitar o pedido feito com tanto afeto, uma vez que trabalha com o padrasto e está de férias devido a tantas coisas que se sucederam neste pequeno espaço de tempo. Eles estão parecendo verdadeiros irmãos, daqueles que foram criados juntos e não se largam por nada.

Pelo menos uma coisa boa, Min foi capaz de os proporcionar.

Soomin, por sua vez, foi embora da casa de Jungkook na semana passada, alegando ter vendido aquela em que morava a sua família, somente para ela e a mãe darem um fim na última ligação que tinham com o ex-marido da mulher, o qual também se encontra aprisionado. Agora elas estão reconstruindo a própria vida e conseguindo se compreender, algo que constatei nunca ter acontecido enquanto estiveram na presença do homem. Nabi até mesmo anda sorridente, parece que tirou um grande peso das costas, libertando-se.

Jooheon está morando com elas duas, ajudando nas despesas já que Soomin não poderá trabalhar até a gravidez chegar ao fim, porém ela continua com a vaga garantida em um dos melhores restaurantes, o seu sonho irá se tornar realidade em alguns meses, tanto o de ser mãe quanto o de ser cozinheira de mão cheia. Enquanto isso, está trabalhando com a mãe, vendendo coisas online, uma espécie de loja de roupas muito bem conduzida e arrumada. Até que estão se saindo super bem neste quesito.

Inclusive, quando veio buscar o resto de seus pertences com o futuro esposo, Soomin nos contou sobre a história de sua progenitora; Nabi havia fugido de casa assim que terminou o ensino médio, tentando fazer algo bem arriscado para chamar a atenção dos pais, que não davam a mínima para si. Ela caiu no papo de Kwan, como todos os outros e passou a ter uma vida ruim. Só que o senhor Bae a encontrou nessa situação medíocre, por conta de frequentar o local, a reconheceu de imediato e a comprou das mãos de Kwan, logo fazendo um acordo com os pais dela, que envolvia ele não contar sobre a vida que a mulher estava levando, casar-se com ela e assim unirem as forças dos negócios da família. Dessa forma, erguendo outros impérios e ganhando ainda mais dinheiro, pois ele sempre fora ambicioso e a ela restou ter que viver atrás de sua sombra.

Nabi nunca pôde decidir algo em toda sua trajetória, sempre teve o destino escrito por mãos alheias e cem por cento asquerosas, contudo, Soomin nos garantiu de que irá deixá-la escolher cada passo que dará, daqui para frente.

A loira também nos deu uma outra boa notícia — a nossa fada dos desejos realizados —, ao dizer que havia visto no jornal que Cora Jones também foi pega pelas autoridades, enquanto tentava viajar para fora do país. Na manhã seguinte, mesmo odiando  jornais, Jungkook assistiu comigo. Não nego, sentimos muita pena do pai da mulher, este que Jungkook garantiu que conhece e está ciente de que não compactuava com nada que a filha fazia, talvez nem mesmo soubesse, já que tinham gênios tão diferentes. Ele se trata do típico pai que sempre deu tudo para a filha, somente por conta de sua rebeldia após a morte da mãe. Tentou lhe dar um bom futuro ainda que sozinho, no entanto, Cora visivelmente não soube acatar seus bons conselhos e intenções.

Seokjin, por um pouquinho de infelicidade, se despediu de nós, quatro dias após a prisão de seu desejado ex-marido. Fomos deixá-lo no aeroporto, trocando diversas palavras acolhedoras e, antes de embarcar para uma cidade nova, o seu empresário — que o acompanhou e descobrimos chamar-se Kim Namjoon — garantiu que cuidaria dele da melhor forma possível, porque o ama o suficiente para sempre querer garantir a sua real felicidade. Acredito que ambos serão felizes, Seokjin merece uma segunda chance. E irá aproveitá-la por bastante tempo, porque nos garantiu que só voltará quando for necessário, até lá terá muitos meses para se acomodar no novo lar e até mesmo continuar a trabalhar sem muitos problemas. E, quem sabe, desfrutar de um puro amor.

O Jungkook não demorou para descobrir a verdade sobre a sua tia, essa que não possui nem um tipo de envolvimento com tudo de ruim que Yong fazia, apenas ficou em choque com o que estavam acusando o seu marido. A sua ficha demorou para cair e entendemos essa parte, porque deve ser difícil dormir com uma pessoa por anos e, do nada, saber que ela não era nada daquilo que se mostrou esse tempo todo, apenas uma vilã sem escrúpulos. Com a ajuda de Jeon Hyun — que preferiu continuar na cidade para nos ajudar quando precisarmos —, ela está conseguindo se recompor, dando a volta por cima após a descoberta de um marido que lhe manipulou e a usou de todas as formas possíveis.

Eu pude conhecer a mãe de Jungkook de uma forma mais formal, até mesmo marcamos um jantar, o qual foi bastante tenso de início, porém, depois de tantos encontros caseiros, conseguimos nos adaptar melhor com a presença um do outro, assim podendo colecionar diversas boas lembranças em uma pura e calorosa união.

James Jackson não demorou para sair do hospital, se recuperou rápido e conseguiu um emprego na mesma velocidade. E melhor, na empresa Jeon’s, onde está desempenhando o cargo de segurança. Enquanto isso, Boo Aera está repousando em casa, descansando para garantir o bem estar do fruto que carrega, de vez em quando ela e Jack vêm nos visitar, somente para que possamos mimar o nosso futuro sobrinho ou sobrinha.

Sim, eu e Jungkook fomos convocados para esse grandioso cargo e não poderíamos estar ainda mais animados.

Nesse tempo que se passou, também pude conhecer melhor os amigos de Jeon, no caso, Kim Taehyung e Jung Hoseok. Pudemos ficar bastante próximos, temos múltiplas coisas em comum e o senso de humor dos dois me deixa flutuando em nuvens.

Ainda que tenha desenvolvido mais afinidade com Taehyung, incluindo, às vezes, sairmos para colocar o papo em dia, assim dividindo conselhos de todos os tipos, logo que James anda ocupado demais para fazer algo desse gênero de forma costumeira. Isso não é ruim, para ser sincero, até que estou gostando que estamos seguindo as nossas vidas, não perdendo o contato e, de brinde, estou expandindo o meu ciclo de amizades, tendo mais boas pessoas para poder contar minhas amadas conquistas.

Até mesmo consigo ajuda quando estou oscilando entre duas coisas, ajuda essa que não é de James ou de Jungkook, as únicas duas pessoas que eu tinha. Porque, bem, agora tenho muito mais e isso está me renovando. Ainda que eu saiba que não preciso de muitos amigos ao meu redor para ser feliz, porque, ultimamente, até mesmo sozinho ando me sentindo extremamente realizado.

Há momentos em que, quando deito a cabeça no travesseiro sem Jeon por perto, passo a matutar sobre alguns passos do meu futuro. Não do profissional, porque este já estou completamente decidido; irei procurar um emprego passageiro, juntar uma boa quantia para pagar a minha tão almejada faculdade de dança e, também, ajudar nas despesas de casa, mesmo que Jungkook me diga que não é necessário.

Na verdade, penso sobre minha antiga vida, aquela em que levava na casa dos meus pais. Fico refletindo sobre que passos darei para tentar consertá-la, já que é algo que ainda me tira o sono. Porque ouvir Soomin falar sobre a sua mãe e estar a ajudando a se livrar das garras de um homem ruim e tóxico, me fez raciocinar bem e concluir que a minha também era vítima de um.

Talvez ainda seja.

Penso muito em revê-la e poder ter forças para lhe ajudar nessa questão, na verdade, irei fazer isso algum dia. Mas, por ora, ainda estou buscando me preparar física e psicologicamente para avançar este passo tão enorme, porque há muitas coisas na minha cabeça e ainda estou digerindo a maioria delas.

Eu só espero, do fundo do meu coração, que você esteja me aguardando, Park Minji.

— Que bonito, além de não me ajudar, está pensando na morte da bezerra.

Sou arrancado dos meus devaneios com a voz divertida de Jungkook, logo vendo-o negar com a cabeça enquanto continua a cortar a grama, como se estivesse desapontado comigo.

Bato os cílios com força, ainda um pouco grogue devido a tantos pensamentos em tão poucos segundos. Bebo um pouco do suco que está repousado na pequena mesinha ao meu lado, sentindo-o um pouco morno por conta do sol estar forte demais, derretendo em segundos os diversos gelos que joguei dentro do copo.

— Eu nunca disse que ia te ajudar, me lembro muito bem de ter mencionado para você aparar a grama para marcar presença na vizinhança, e eu ficar sentado observando. Inclusive, a vista está linda.

O lembro da conversa que tivemos em um dos primeiros dias de convivência. Ele gargalha com minha audácia, movendo o corpo todo suado pelo calor escaldante, com a pele já pegando uma certa melanina. Está usando uma regata branca transparente, a qual já se encontra inteiramente encharcada. Na parte inferior do corpo, se encontra uma calça de pano cor preta, bem apertada na cintura fina que ele contém. O tecido é quase social, deixando-o estiloso embora só esteja fazendo algo super simples na frente de casa.

Eu estou da mesma forma em relação a pele; suado e com uma cor causada pelo sol estridente. A sorte é que passamos protetor solar antes de sairmos para fora, um ainda-não-casal totalmente precavido.

— Então se entendi bem, você não vai me ajudar, Park?

Ele questiona, cruzando os braços na altura do peitoral, franzindo as pálpebras em conjunto com a mandíbula que se aperta de maneira sexy, dando-lhe um quê sedutor.

— Não, não vou.

Eu digo de imediato, cruzando as pernas ao depositar o suco de pêssego na mesinha novamente, aspirando e levando bastante ar para dentro dos meus pulmões. Feito um verdadeiro príncipe descansando no jardim de seu palácio muito bem limpo e cheiroso. Contudo, o meu reinado chega ao fim quando sinto algo molhar os meus fios, me fazendo abrir a boca em uma pura surpresa e indignação.

Uso as mãos para tentar impedir o fluxo de água que cai em meu rosto, me impedindo de enxergar à minha frente, só assim podendo avistar Jungkook segurando uma mangueira apontada em minha direção, enquanto solta diversas risadas da situação nada agradável em minha concepção.

— Eu já estava pronto para mais tarde, Jungkook!

Grunho bravamente, levantando-me da cadeira para tentar fugir de sua pontaria. É minha vez de negar com a cabeça, ao ver minha roupa ser totalmente molhada, a qual iria usar no jantar que teremos a noite, uma vez que a minha situação não está das piores, só precisaria de um outro banho, perfume e uma boa maquiagem nos olhos. Porém uma lavagem decente e não esta que estou levando do moreno.

— Que dó de você, Park.

Ele caçoa, parando com a brincadeira a fim de molhar a si mesmo, deleitando-se enquanto a água gelada é jogada em seu rosto. E quando passa a lavar o próprio abdômen marcado e inteiramente definido — por conta dele ter voltado a usar a academia de casa —, usando uma mão para levar os fios para trás, ele volta a me olhar, me pegando no flagra.

— Veja só, você ainda é apaixonado por mim da mesma forma que era quando nos conhecemos.

Volta a brincar com a minha cara, a tonalidade usada sendo cem por cento presunçosa.

Desde quando ele ficou tão convencido assim? Grr, me irrita não poder tirar a sua razão porque, sim, ainda estou caidinho por cada ação sua, por mais mínima que essa seja. Todavia, faço um esforço para revirar os olhos, e dizer:

— Espere só mais algumas semanas, em breve estarei enjoado da sua cara, do seu jeito, do seu toque, beijos… Credo, acho que já estou.

Faço uma careta, fingindo estar com nojo de tudo que envolve ele.

E, como sempre, não sou levado a sério, suas gargalhadas voltam a preencher todo o espaço, não sendo cortadas nem sequer pelo forte vento que passa a fazer.

— É fácil dizer isso tão longe de mim, quando não estou te beijando, te tocando, te provando o contrário.

Se convence novamente, desta vez avançando alguns passos em minha direção, o que me deixa estagnado, somente a espera da nossa distância ser vencida. Contudo, não é o que acontece, porque ele ainda está ligado a mangueira, a qual o faz parar no meio do caminho.

Saindo do meu transe, faço um outro grande esforço para rir de sua cara.

— Acho que você vai ficar querendo me beijar, me tocar, me provar o contrário.

É minha vez de fazer chacota, estudando o peito, inteiramente esnobe.

— Qual é, venha aqui, isso é maldade.

Ele rosna, logo fazendo birra com alguns sons irritados, feito uma criança pedindo guloseimas aos pais.

— Só se você prometer me dar muitos algodões doces.

Torno a me aproveitar desse assunto, o qual ele perpetuamente fica perdido quando citado. Jungkook até hoje não descobriu que isso se trata de um apelido para o seu beijo, esse que para mim é tão adocicado e viciante quanto o próprio algodão doce. Uma vez, quando o pedi um, ele me apareceu com literalmente vários e quando questionei o porquê, ele apenas disse “ué, você vive me pedindo, eu trouxe”, e então, ficava bravo por eu zombar de sua cara.

Por falar em braveza, ele não está muito diferente neste exato momento.

— Vai começar com essas metáforas sem sentido?

Indaga com o  semblante fechado e incomodado.

— Eu até te diria do que se trata, mas você não está merecendo.

Bato o pé esquerdo contra a grama verdinha, freneticamente, semelhante a uma mãe brava pelas péssimas atitudes de seu filho, até um típico barulhinho com a boca, eu faço.

— Não queria saber mesmo.

Finge indiferença, voltando a prestar atenção no que antes fazia, agora com um bico extremamente grande nos lábios finos. Eu mordo o inferior, contendo minha risada. Em longos passos, o alcanço, agarrando sua cintura, erguendo os pés para beijar o seu pescoço e logo dizer:

— Quer a resposta? Me beije.

Dito isso, me posiciono à sua frente, depositando minhas mãos nas laterais de seu rosto, para logo depois pressionar minha boca contra a sua, sentindo-o tentar resistir de início, mas se entregando ao passo que aprofundo o selar.

Não demora para a minha cintura ser enlaçada pela sua mão livre, enquanto uma minha sobe até seus fios, os segurando com firmeza, nos deixando ainda mais próximos durante o ósculo tardio, ainda que ávido.

Nos separando com selinhos, pronuncio baixinho:

— Te beijar é como comer um algodão doce, coloco na boca, derrete e anseio por mais. Vira um vício a sensação de senti-lo derretendo, o gosto adocicado se fazendo presente no meu paladar, tão macio, tão bom. Descrever um algodão doce, é como descrever o seu beijo. São duas coisas totalmente iguais, sem tirar nada.

Repito as mesmas palavras que surgiram em minha mente, quando o beijei pela primeira vez na cozinha de casa, uma troca tão boa e deliciosa que me fez rapidamente constatar isso com todos os detalhes possíveis, sendo deveras minucioso.

Ele fica confuso de primeira, como se estivesse digerindo, em seguida deixa uma risadinha envergonhada escapar perante minha mínima declaração.

— Diz que está enjoado de tudo que me envolve, mas parece muito viciadinho, Park.

Seu olhar passa a vagar por todos os cantos possíveis, incapaz de fazer contato visual comigo.

— Quer falar de mim quando você nem mesmo consegue me encarar, depois de ter te elogiado?

Retruco, cutucando seu abdômen por saber que ele sente cócegas, querendo chamar sua atenção. Logo o presencio contraí-lo enquanto me olha novamente, rapidamente me oferecendo um outro beijo, todo desnorteado e completamente sem jeito ao tentar aprofundar o selar mais uma vez, somente para fugir do assunto. Ainda com vontade de gargalhar de sua reação tão fofa, me dedico a beijá-lo de volta, ajudando-o nessa questão.

É incrível como podemos fazer isso todos os dias, a qualquer hora ou momento, mas nunca irei me cansar. Sempre quis saber como era essa sensação, a de querer ficar com uma pessoa por toda a eternidade, de não se esgotar dela nem por um segundo sequer — com algumas exceções —, de esperá-la com muita ansiedade, mesmo que tenham se visto outras vezes ao dia, de fazer coisas tão bobas, porém tão significativas somente por estar com ela. E, bem, Jeon Jungkook está me fazendo provar de todas essas inúmeras agradáveis sensações.

— Eu amo você, meu bem.

Ele diz, ainda com os olhos fechados, me dando um último e demorado selinho, como se estivesse me livrando do momento de sempre; aquele onde acabo por ficar estático, ainda sem saber como pronunciar essas três palavrinhas, as quais se encontram entaladas na minha garganta.

Me sinto péssimo por não poder retribuir embora sinta tudo o que ele sente, mas também me sinto extremamente bem, por ele estar sabendo esperar por isso de forma calma. Eu sei que não está fazendo mais que a sua obrigação, entretanto, poucos fazem. E saber que Jungkook não mede esforços para isso, só me faz crer de que ele é mesmo para ser a pessoa com a qual quero continuar a trilhar o meu caminho.

E ele é, definitivamente, a minha pessoa. Sempre foi, eu tive a certeza disso desde o dia em que o vi pela primeira vez, lá na Himeros. Creio que um dia irei conseguir dizer isso em voz alta, porque há um momento certo para cada coisa em nossas vidas, para isso não será diferente.

Como Jungkook mesmo diz; não precisamos ter pressa, teremos a nossa própria eternidade.

Só nos separamos quando Hyun chega acompanhada de Soomin, Nabi e Jooheon, nos mandando subir e tomar um banho decente para quando os convidados chegarem, ao jantar que organizamos com todos os nossos amigos, semelhante a uma reunião familiar.

— Andem logo, Seokjin está viajando até aqui somente para nos rever, se apressem seus moleques!

Ela finge brigar, batendo no ombro de Jungkook para empurrar o filho com uma certa força, logo depois fazendo o mesmo comigo, só que na bunda.

— Sim senhora, estamos indo.

Ele diz, me puxando para dentro enquanto ouvimos os outros gargalharem em alto e bom som, até mesmo a mãe de Soomin, essa que — como dito lá em cima — está com um novo humor.

Livrar-nos de certos homens que só nos fazem mal, é realmente libertador. E é ainda mais libertador, eu finalmente poder dizer; experiência própria.

— Ainda não acredito que Seokjin está vindo apenas para nos reencontrar.

Digo quando chegamos em seu quarto, ainda embasbacado com essa notícia, pois o homem havia garantido que não voltaria até que fosse de fato necessário. Me sinto importante por ele ter mudado de ideia, aceitando o nosso convite para dormir em nossa casa após o reencontro com todos, um minuto depois de o termos feito.

— E eu ainda não acredito que não teremos o dia só para nós, é a minha folga e não posso aproveitar só contigo.

Ele resmunga falsamente, abraçando-me por trás ao mesmo tempo em que despeja selinhos em meu pescoço.

— Não seja ingrato, são nossos amigos.

Estapeio seu braço, me desvencilhando de si para me locomover até o seu banheiro, o qual venho usando bem mais do que o meu. Para ser sincero, estamos praticamente dividindo o mesmo quarto. Só durmo no outro, quando temos alguma espécie de briga, porém são coisas que não duram muito, que passam com um beijo e simples pedidos de desculpas. Felizmente conseguimos nos resolver de forma rápida, sem muita complicação.

Me surpreenderia caso não, justo que brigamos por coisas fúteis, como por exemplo; você comeu a última panqueca que estava no microondas? Eu tinha guardado para mim.

Enfim, a vida de quase-casados.

— Eu não estou sendo ingrato, nem querendo reclamar porque gosto da presença deles, nos faz bem. É só que eu queria passar o dia agarradinho com você, não posso desejar isso?

Ele faz manha, tirando a roupa molhada, jogando-a dentro da pia do banheiro para logo depois entrar debaixo do chuveiro, puxando-me junto, embora eu ainda estivesse trajado.

— Pode, mas um outro dia, ok?

Sentencio, deixando-o agarrar a barra da minha camisa para me despir. Ele faz isso com as outras peças que visto, me livrando de todas elas.

O nosso banho é calmo e inteiramente inofensivo, trocamos carícias o tempo todo, até mesmo demoramos para passar mais alguns minutos juntinhos, ao encher a banheira, nos aconchegamos nela e engatamos em um assunto banal. Risadas passaram a preencher toda a extensão do banheiro e até do quarto.

Risadas verdadeiras, totalmente sinceras e repletas de muito amor.

Só nos apressamos para descer quando Hyun veio nos atentar novamente, dando uma bronca através da porta, por estarmos demorando demais e todos já terem chegado e estarem só nos aguardando para comer. Eu pediria desculpas para a mulher, porém, não posso fazer nada se o relógio parece parar quando estou ao lado de Jeon.

Quando estamos descendo as escadas, forço a mão na do moreno, nos fazendo parar no meio dos degraus para passar a admirar cada pessoa presente na enorme sala; Jeon Hyun arrumando a mesa juntamente a irmã de seu falecido marido. Bae Soomin organizando os talheres, tendo a ajuda de sua mãe e de seu namorado Lee Jooheon. Lee Taeyang sentado em uma das cadeiras com a sua adorável família. Min Yoongi e Elliot Foster envolvidos em uma boa conversa. Kim Taehyung e Jung Hoseok gargalhando, enquanto se infiltram na conversa dos meios-irmãos de um jeito agradável, ainda que Yoongi esteja visivelmente tímido em socializar com ambos os homens. Kim Seokjin e o seu empresário barra novo namorado, trocando algumas carícias na mesa, evidenciando o carinho que sentem um pelo outro. E James Jackson acariciando a barriga de Boo Aera, como se estivesse brincando com a mesma, enquanto mantém um enorme sorriso na cara.

Definitivamente todos estão aqui.

Alguns deles desmarcaram compromissos, outros viajaram especialmente para essa reunião que organizamos, e o restante rapidamente aceitou, garantindo que iriam fazer isso, mesmo se tivessem outra coisa já programada para esse dia.

Sem controle dos meus lábios, os deixo se estenderem em um lindo e amável sorriso, deixando claro a minha felicidade em estar na presença de cada uma dessas pessoas. As quais formam a minha mais nova família.

Seja lá o que acontecer daqui por diante, tenho a total certeza de que não estarei sozinho, que terei cada um deles para me resgatar, assim como ambos poderão contar com cada pedacinho de mim, porque também terão todos eles.

E mesmo que ainda esteja faltando um membro nessa nossa comunidade, sei que não preciso me preocupar, já que em breve irei buscá-lo, porque Park Minji terá eternamente o meu coração.

— Venham logo pombinhos, ou a comida vai esfriar.

Uma voz brada, nos causando um susto por estarmos perdidos em reflexões.

Desviando minha atenção para os movimentos que se fazem presentes ao meu lado, vejo Jungkook se posicionar à minha frente, oferecendo-me sua palma. E quando deposito a minha na sua, tendo-a capturada pelos seus lábios em um beijo casto e logo seu olhar se prende ao meu, tenho a certeza de que o moreno está recriando uma das cenas do filme Titanic, o qual, dias atrás, citei como um dos meus preferidos, fazendo-o assistir comigo por vários finais de semana seguidos.

— Você aceitaria vir comigo, Park?

Ele pergunta em um tom brando, os olhos tão marejados quanto os meus, o que deixa óbvio que não se trata de um pedido referente apenas a esse momento em si, e sim para o resto de nossa trajetória. E, Jeon Jungkook, eu nunca tive tanta certeza de quem me acompanhará na minha.

— Para todo o nosso sempre, Jeon.

🥞

Betagem por: chi1mmy

¹os jikook no solzinho aparando a grama na casa deles * choro muito choro *

²todos eles juntinhos, eu que pedi por isso senhor

³espero não ter decepcionado vocês com a despedida do ji...

⁴bem, ainda tem o epílogo viu??? me aguardem que venho com ele e NOTÍCIAS!!!!!

FINALMENTE O JUNGKOOK DESCOBRIU O QUE É ALGODÃO DOCE SENHOR!!!

DEIXE AQUI O SEU AMÉM!!!!!

beijinhos e até breve bebês...

Continue Reading

You'll Also Like

166K 7.7K 23
Richard Ríos, astro do futebol do Palmeiras, tem uma noite de paixão com uma mulher misteriosa, sem saber que ela é a nova fisioterapeuta do time. Se...
2.8K 181 7
não tenho intensão de magoar ninguém muito menos os meninos e por favor perdoe os erros de português caso tenha algum
4.3M 363K 77
Após perder seu grande amor para um acidente trágico, o alfa Jungkook jurou nunca mais amar ninguém. Bom, isso foi até conhecer o melhor amigo d...
160K 13.7K 28
Jeon jungkook era um famoso e criminoso gangster na Coreia , e park Jimin era um fotógrafo criminal , que proucura provas para colocar jeon na cadeia...