Cicatrizes - Pjm + Jjk

By Kim_NamHye

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[CONCLUÍDA] Nossas vidas podem ser comparadas com o nosso próprio corpo, mesmo com os momentos bons que vivem... More

Introdução
🎵Playlist🎵
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Bônus: O (Re)Começo
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Fim - Cicatrizes 🩹

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By Kim_NamHye

A fanfic tá chique, agr ela tem uma hashtag minha gnt!! Ela mal foi feita mas já sofreu uma leve alteração, é #CriaturaParruda, para mais surtos eu estarei no twitter acompanhando tudinho!!

Boa leitura!!

🥊📷

É fácil colocar um filho no mundo, é só transar, gozar lá dentro e esperar a mágica acontecer. O esperma se encontrar com o óvulo da mulher formando o zigoto e é isso, o bebê estará prontinho em dentro de nove meses.

Difícil mesmo é cuidar, esse trabalho é quase impossível, mas acabou que eu nem o fiz ou faço (apesar de agora está tentando), trocar a fralda, fazer arrotar, pôr pra dormir ou pra mama. Meu deus, que trabalho deve dá e a minha mãe a fez duas vezes, uma comigo e outra com o pirralho.

Mesmo com todas essas dificuldades, o meu sonho era viver isso com o Jaemin mas... ele cresceu, não tem mais suas fraldas e nem necessita de alguém para o pôr pra arrotar, assim como não usa mamadeira e não precisa de alguém para colocá-lo para dormir. Outra coisa que eu descobri, que essas tarefas mais difíceis são só a pontinha do iceberg, há outras mil vezes piores e são essas que eu estarei vivendo com o meu filho, pelo menos assim espero.

E cá estou eu em um parque esperando Jimin e Jae chegarem, a tarefa de agora é arrumar algum jeito de conversarmos, eu preciso do seu perdão e do seu abraço novamente para viver bem na medida do possível. Preciso recuperar tudo que eu consegui conquistar.

Estou tenso, a vontade de desistir por conta de pensamentos negativos como "você vai machuca-lo de novo" é maior, mas não vou me deixar levar não. Eu vou conseguir, eu não estou sozinho. Jimin me mostrou isso agora que está me ajudando a sair do cigarro e está trazendo o meu filho a esse parque sem que ele saiba que estou os esperando.

É um parque pequeno, com uma caixa de areia, playground com balanço, escorregador e gira-gira e um cara vendendo sorvete. Está vazio, tem apenas nós dois praticamente e isso até que me traz um certo alívio, será mais íntimo para conversarmos. Tentar pelo menos, né.

Como eu vou falar com uma criança que não fala comigo? Só falou uma vez até então e foi só para eu esperar a criatura, então vou ter que dá o meu jeitinho de se comunicar.

Enfim, bato meu pé no chão rapidamente enquanto os aguardo ansiosamente, o cara que vendia sorvete até perguntou se eu estava bem e eu, curto do jeito que sou, disse um "tô" e continuei a roer minhas unhas.

Foi ao olhar para longe que percebo Jimin chegando com o pirralho que contava sabe deus o que para o mais velho, todo animado. Jimin foi o acalmando aos poucos e logo apontou para mim, sempre sereno, o que provocou um olhar medroso que fez o meu coração se apertar todinho.

Que merda de pai que eu sou.

Eles trocam olhares, como se Jae procurasse segurança na dele. Eu me levanto do banco enquanto eles se aproximam e... Bom, clima estranho, né? Normal.

— Oi. — eu consigo começar, provocando um sorriso miúdo em Jimin ao perceber que estou tentando e um aceno leve do meu filho, meu deus, meu filho. — Tá... Ah... Bom...

Alguém me dá aula de como pedir desculpa? Eu realmente só sei fazer essa tarefa enquanto a pessoa está dormindo, que porra.

É difícil para mim, até porque o seu olhar nem demonstra expectativas ou qualquer coisa positiva, nem há se quer algum tipo de brilho. Meu filho com medo, que porra eu fiz?

— Querem ficar sozinhos? — Jimin sugere docilmente e eu só concordo com a cabeça. — Ok, vou ali naquela lojinha e já volto, tá bom? — ele aponta para a loja e espera por nossas respostas, que foi só uma concordância com a cabeça novamente.

Eu suspiro fundo quando percebo o passar dos dedos de Jimin no meu ombro e ouço um "você consegue" baixo, coço o meu pescoço e volto a me sentar no banco, convidando o pirralho ao apontar para o meu lado vazio.

Um silêncio se instala, eu sei que ele não vai falar e ele não tem motivos para tentar qualquer coisa, dá nem para eu cobrar. Então lá vai, vou tentar antes que a coragem se mande para bem longe.

— Eu não sei o que você sabe sobre mim mas é melhor que saiba do principal fato dessa conturbação toda. — inicio, coço a minha clavícula e suspiro para continuar a falar. — Eu fui para a cadeia por um crime que cometi em legítima defesa, mas lá eu sofri muito e isso perturbou a minha cabeça, pra cacete mesmo. Por isso eu sou desse jeito, Jae...

Vovó disse. — ele me interrompe, do nada. Arregalo os olhos pela pura surpresa e me surpreendo mais ainda quando o pirralho volta a falar. — vovó disse que Jungkook sofreu muito em um lugar muito ruim, que é pra mim ter calma com Jungkook mas... Tenho medo.

Não é pai, mas é Jungkook, melhor do que Jeon e eu não estou no direito nenhum de exigir que ele me chama como deveria ser. Nunca fui um pai de verdade pra ele.

— Eu... — tento reagir normalmente, como se ele falar comigo fosse a coisa mais normal do mundo mas eu falho ao demonstrar o choro de uma felicidade que não sabia que poderia invadir o meu peito desse jeito. Mas ok, tenho que continuar, deixa isso pra depois. — Eu sei que já fui muito duro com você e em certos momentos eu te tratei como um ogro mas, poxa, você é meu filho. Eu sempre te quis e vou querer para sempre... Desculpa ter te provocado todos esses medos, eu te amo muito, Jaemin.

Pronto, o bebê chorão que eu sou decidiu brotar pela primeira vez na frente de alguém e esse alguém é justo o pirralho, meu deus. Eu estou chorando muito e por todas as coisas que sinto, principalmente porque vey, Jeon Jaemin está falando comigo, meus deus!

É a primeira vez em anos que eu digo isso para ele, que o amo muito. E Jaemin morde a pontinha dos lábios como se estivesse segurando choro também antes de me abraçar forte e calorosamente.

— É verdade? — ele pergunta em meio a soluços, esse menino tem a quem puxar ser chorão desse jeito.

— Sim, eu te amo e quero começar tudo de novo. — eu confirmo, fazendo um carinho que eu acredito que seja mais caloroso ainda em sua cabeça. — Principalmente agora que você está falando comigo.

Ele sorri pequeno, enxugando as lágrimas de seus olhinhos com uma das mãos antes de entrelaça-la de novo em meu corpo.

— Jimin hyung disse que desse jeito Jungkook ficaria feliz. — ele confessa baixinho, eu só balanço a cabeça em concordância e a vontade que eu tenho de agradecer mais uma vez aquela criatura só cresce.

Ele realmente está virando a minha vida de ponta cabeça e eu não estou reclamando, ele é a bagunça que mais agradeço em ter na minha vida.

— Pois ele não mentiu, estou bem feliz. — revelo, o que faz seu corpo pequeno agitar e se aproximar ainda mais de mim. Todo fofo mesmo. — Eu sonhava tanto com isso.

— Também... — ele confessa, mesmo que todo desajeitado eu deixo um beijo em sua testa.

— Fizeram as pazes pelo jeito. — ouvimos uma terceira voz vindo ao nosso lado, Jimin se senta no lado de Jaemin enquanto segurava uma sacola com sabe-deus-o-que. — O que eu perdi?

— Jimin hyung tem razão, Jungkook ficou feliz agora que falo com ele. — meu deus, ele fala melhor do que muita gente por aí e olha que tem apenas cinco anos, socorro.

Não acredito que perdi uma das fases mais gostosas, se fude viu. O pior de tudo, é que a primeira palavra dele dessa fase foi papai e agora ele só me chama pelo nome.

Bom, melhor do que pelo nosso sobrenome, né?

Dá pra eu conviver com isso por um tempo, mereço sofrer mais um pouquinho depois de tanta merda que eu fiz.

— Viu só, você deveria me ouvir mais vezes, hein, teimoso. — Jimin dá um tapinha fraco em sua nuca, o tirando uma risada. — Teimoso que nem o seu pai, tinha quem puxar mesmo.

— Não sou teimoso, criatura. — agora é eu quem dou um tapa mas é na nuca do Jimin, talvez com certa brutalidade mas não foi pra tanto já que ele não reclamou, só riu e massageou o lugar. — Perdão aí.

— Bom... — ele acerta um tapa na minha nuca, esse idiota, mas nem causa efeito e foi em meio a uma risada então acabo rindo também sem entender onde é que vamos parar com isso. — Agora tá perdoado. — ele pisca e abre a sacola. — Trouxe doces para a gente comemorar a ocasião.

— É sem lactuse? — Jaemin pergunta todo preocupado, o que faz eu comprimir as sobrancelhas sem entender a preocupação ao mesmo tempo que acho tão fofo ele errar algumas palavrinhas ainda, meu deuso.

— Por que a pergunta? Tem frescura sobre essas coisas de lactose ou glúten? Essas porra. — pergunto simples, Jaemin é muito novo pra ficar de frescura, tem é que comer de tudo pra ser saudável e forte como o pai.

Só forte na verdade, minha saúde tá fudida se eu não cuidar dela direito.

— Olha... — Jimin puxa uma barra de chocolate onde a embalagem mostrava "0% leite" com um sorriso humorístico. — Sem lactuse e essas porra eu não sei, mas que é sem lactose é. Jaemin é intolerante.

Meu olhar vai até ele que continua sorrindo enquanto Jimin lhe dá a barra, fico meio triste em saber que ele não poderá aproveitar tantos os doces como todas as crianças aproveitam, mas o que mais me surpreende é que isso ele puxou da mãe.

Sunnie era intolerante a lactose.

Beleza, só isso que eles tem em comum. Graças a deus Jaemin é a minha cara encarnada nesse mundo... Tá, na verdade ele tem um tracinho ali e aqui que lembra a Sunnie sim mas mesmo assim eu o amo, ele poderia ser a cópia dela que isso não mudaria em absolutamente nada. Não dá para culpa-lo, ele é tipo uma vítima nessa bagunça toda.

Eu não sou tão chegado a doces então recuso, mas Jimin insiste e Jae também já que pelo menos chocolate meio amargo eu curto. Essa tarde eu estou descobrindo o quanto realmente o meu filho fala mais que a boca e não, não estou incomodado em ter um tagarela para o resto da vida.

E, surpreendentemente, eu não estou incomodado com Jimin falando muito também. Desde essa madrugada eu passei a admira-lo e agora o admiro ainda mais por ter realmente me ajudado com o pirralho, se o Jimin não tivesse brotado, talvez eu nem estaria tão próximo do meu filho como estou agora, talvez eu ainda acharia que Jaemin fosse mudo e tudo o que eu continuaria a fazer é afasfa-lo como todas as outras vezes.

Obrigado por ter invadido a minha vida novamente, Jimin.

— A professora não é tão legal, mas agora ela fica muito próxima de mim e é estranho, mim incomoda muito. — Jae começa a comentar enquanto está no último quadradinho de seu chocolate, com a boca toda suja.

— Ah... — Jimin me olha rapidamente e depois disfarçar, tenta na verdade porque eu percebi, acabo até ficando sem entender o motivo.

— Aquela vaca nunca de tratou mal não, né? — decido ignorar isso por agora e focar no principal, que ninguém tente machucar esse pirralho.

— Não, mas nunca mim tratou bem também.

Jimin finge está alheio a essa conversa mas eu percebo o seu jeito desengonçado de quando esconde alguma coisa, olhando para o chão e bancando o sonso. Ele acha mesmo que eu esqueci do seu jeitinho todo fofo.

— Você sabe de alguma coisa, Jimin? — decido manifestar mas, como previsto, ele olhou para nós fingindo está confuso.

— O que, falou comigo? — e ainda tem a audácia em perguntar, olha se não é um sonso da pior classe mesmo. — Tá com uma cara de que vai chove a qualquer momento, seria bom já irmos pra casa, né?

Mais uma vez eu digo: sonso, meu deus, que cara sonso! O céu nem está tão escuro assim, ele tá inventando moda pra não contar seja lá o que é.

Mas beleza, aceitamos de bom grado como se nada tivesse acontecido e vamos para casa, até porque acabo de descobrir também que Jaemin não gosta muito de parques ao ar livre já que caiu de uma balança ano passado.

O pego no colo e o ponho em minha cacunda, ele não é tão pesado então acaba não provocando qualquer tipo de dor no pescoço ou sei lá, até porque eu sou bem forte, né?

O caminho todo é repleto de conversa sob conversa entre Jimin e Jaemin, eles falam tanto que chega uma hora que enrolam a língua e começam a falar embolado, o que provoca risadas de minha parte. Não sou acostumado com tanta falação, então a maior parte do tempo sou coberto por silêncio, como o próprio Jimin disse uma vez, eu sou um bom ouvinte.

Que nem, a maior parte do assunto do meio do caminho é sobre as histórias de um tal de Runiterra. Sei lá que porra é essa, pelo o que tô entendendo é algum tipo de filme pois eles ficam falando das histórias de personagens, lugares, culturas e entre outras coisas que acabo deixando escapar.

— Depois a gente joga uma partididi... partiti...

Partidinha. — Jimin complementa, todo risonho enquanto abro a porta de casa. — Lógico, né? Umas quatro se quiser.

— Então tudo isso é um jogo? — pergunto ao ligar os pontos, abrindo a porta e colocando Jae no chão com cuidado.

— E você achava que era o que, Jungkook hyung? — Jaemin me pergunta, curioso. Me fazendo surtar ao perceber que fui chamado de hyung.

Meu deus, hyung, eu odeio que me chamem assim mas... Poxa, Jaemin quem me chamou assim e eu simplesmente amei. Não é melhor do que papai mas serve para mostrar que ele está cada vez mais próximo de mim e é o que quero alcançar.

Eu sorrio um pouco antes de negar com a cabeça, fiquei bastante aéreo com essa situação e acho que Jimin percebeu pois logo sinto sua mão em meu ombro direito, fazendo um leve carinho. Olho para ele rapidamente e um sorriso fofo também estava em seus lábios, essa foi a última imagem que eu vejo antes de abrir a porta totalmente e adentrarmos a casa.

Minha mãe estava na sala assistindo a continuação do dorama quando Jaemin correu até ela todo animado e a abraçou com força pelas pernas, antes dela o pegar e coloca-lo para sentar em sua coxa.

— Que animação toda é essa, menino? — ela pergunta em meio a um sorriso animado também.

— Jungkook hyung pediu desculpa, Jungkook hyung tá se tornando o papai que sempre quis. — ouço ele dizer todo elétrico, eu nunca o vi desse jeito e é tão gostosinho.

Sabe, sempre achei que Jaemin fosse uma criança morta e apática mas pelo jeito, estou completamente enganado. Era eu que provocava situações frustrantes e esse era o meio dele se defender, mas agora não é mais necessário. Fico feliz em saber que meu filho é dono de uma energia tão contagiante e positiva mesmo com tudo que passou desde o momento que veio ao mundo, os seus sentimentos são tão lindos quanto ele mesmo e os olhos do Jimin.

E por falar em Jimin...

Eu o percebo subir rapidamente as escadas, o sigo na mesma velocidade e antes que ele feche a porta do quarto de Jae, eu sou mais rápido em impedir e abri-la com velocidade para assim adentrar.

— Ué, o que tá fazendo aqui? — ele vira para mim, com os braços cruzados e olhar desconfiado que se torna malicioso ao complementar. — Teremos a nossa primeira foda e não tô sabendo?

— Você viaja de um jeito inexplicável, sabia? — solto uma risada e nego com a cabeça, me aproximando dele um pouco mais. — Então, a professora tá tratando o pirralho melhor e você sabe o porquê, desembucha.

— De onde você tirou isso? — Jimin não sabe mesmo disfarçar, ele desvia o seu olhar do meu e observa um lado e o outro, coça a nuca e se vira para ficar de costas para mim.

— Esse seu jeitinho sonso entrega tudo, criatura. Desembucha.

— Ogro. — que ousadia é essa?

— Vai a mer-... — eu paro ao perceber que esse meu lado puto me levaria a sair do quarto e desistir do assunto, me aproximo dele e o pego pelos ombros para o virar a minha frente. — Me diz, vai.

— Que pegada, hein. — ele morde os lábios e sorri malicioso, dá para vê que isso tudo é para não contar seja lá o que é e eu tô começando a ficar mais puto do que geralmente já sou. — tá explicado porque a professora do Jaemin se derreteu toda.

Espera... O que?

Eu solto os seus ombros, aproveito que a cama está atrás de mim e me sento nela sem controlar o meu peso que por sorte não a faz quebrar, pensando direitinho no que o Jimin quis dizer com isso.

Rapidamente me vem a memória do dia que eu me embebedei, eu transei com uma mulher e essa mulher foi a professora do meu filho, agora está explicado a sensação de já ter a visto. Eu a vi e ouvi gemendo que nem louca enquanto fodiamos naquele banheiro.

Puta merda, verdade.

— Eu não queria contar desse jeito mas é, ela me chamou essa semana perguntando se a gente namorava mesmo e eu falei que só foi uma brincadeira boba, ela pareceu até aliviada com isso e, depois de muito insistir, ela me disse a verdade. — ele explica enquanto ainda está em pé, sua voz é neutra e eu não sei nem o que ele está expressando já que não tenho coragem de olhar para o seu rosto.

Que vergonha, senhor.

— Acho que mais alguém está apaixonado por você, por isso está tratando o seu filho tão bem.

— Então vai sofrer pois nunca que eu irei corresponder. — pode ter saído ignorante mas é a verdade, duvido que algum dia eu irá de me apaixonar por alguém, depois de tudo o que eu passei parece ser impossível essa possibilidade.

— Nunca diga nunca. — ele se senta ao meu lado e joga seu braço sobre meus ombros, me abraçando de lado. — Já dizia o seu ídolo.

— Eu não curto Justin Bieber ou qualquer música que eu ouvia antigamente hoje em dia, só pra deixar claro. — anuncio mas isso não deixa a minha vergonha de lado.

Eu transei com a professora do meu filho, porra.

Sabe o peso disso? Transar com a professora do filho, isso é coisa que só acontece em porno, pelo menos é o que eu acreditava até uns minutos atrás.

Jimin me aperta um pouquinho e ri antes de me chamar, todo meigo: — Ei, por que tá assim?

— Não é óbvio? — eu gesticulo com as mãos pausadamente, como se eu estivesse segurando cada palavra e a colocando no lugar. — Eu. transei. com. a. professora. do. meu. filho. Você acha que não existe vergonha maior do que essa?

— Entupir a privada da escola foi a maior vergonha que eu já passei na minha vida. — eu nego com a cabeça, incrédulo com o comentário e caio na risada, fazendo Jimin também ri e socar meu ombro com a sua mão do braço livre. — Não ri, foi uma merda. Literalmente.

— Foi muito bom vê a sua cara toda envergonhada, namoral. — digo sinceramente enquanto ainda rio com a lembrança rasa em minha mente. — Aquela foi a melhor época da minha vida.

— É, digo o mesmo. — ele suspira nostálgico, apoiando a sua mão sobre a minha coxa. — Era tão gostosinho ser apaixonado por você...

Eu travo, mesmo já sabendo que Jimin teve uma queda por mim, não é algo que eu fico martelando em minha cabeça já que é inexistente, eu até tinha esquecido mas agora lembrei, né. Acho que até ele deve ter lembrado de como era a sensação nessa época.

— Hoje em dia eu sou impaixonável, aquela mulher só gosta de mim pela transa. — decido evitar de entrar mais a fundo sobre essa época, me afeta pra cacete o quão burro eu fui de não perceber e ter o magoado ao agir como um homofóbico filho da puta.

— Realmente, ela só gosta de você por causa de uma transa mas isso não significa que você seja impaixonável. — ela ri e se solta de mim, apoiando suas mãos atrás de si para ter um sustento. — Você tem suas qualidades.

— Ah é, tenho. — chego até ri de tão irônico, pelo amor, né, onde é que tenho qualidade? Jimin é bem burrinho as vezes.

— Tem sim, pô. — ele olha para cima como se estivesse lembrando de algum, sua boca começa a abrir e fechar e assim fica durante longos minutos.

Como eu disse, há nenhuma qualidade em mim que deva ser admirada então já era esperado o seu silêncio entre as tentativas de me dizer uma se quer.

— É, imaginava. — enfim, concluo.

— Você não me deixa te conhecer direito, a única qualidade que eu conheço até então é sua força, você é o homem mais forte que eu conheci em toda a minha vida.

— Lutar se tornou qualidade desde quando?

Jimin sorri, pega a minha mão direita entre as suas e nega com a cabeça ao complementar com calma e serenidade: — Estou falando do fato de ter passado por tudo o que passou e não desistir, isso é admirável, Jungkook. Por conta da sua persistência você esta começando a ficar muito bem com o seu filho, sua mãe e... — seu sorriso cresce ainda mais, fazendo seus olhos se tomarem dois riscos em meio a esse rosto tão lindo. — até mesmo comigo.

Eu travo mais uma vez, meu corpo esquece de repente como funciona cada músculo e meus lábios decidem apenas formar uma meia lua sem graça, até coço a nuca de tão sem graça que fico.

— Acha isso mesmo? — pergunto de repente, só para ter certeza de que não estou em meio a um sonho.

— Aham, acho. — ele assente com a cabeça também, sem pensar duas vezes. — Deixa eu te conhecer melhor, vou ficar dizendo direto o que há de bom em você.

— Já tô deixando, não é o suficiente? — digo enquanto admiro a sua expressão leve, meu deus, que cara lindo!

— É... — ele solta uma risada sem graça e passa a mão em minha bochecha, fazendo eu quase ter um colapso diante disso tudo. Que merda tá acontecendo? — Outra qualidade, sua sinceridade. Você diz o que pensa sem se preocupar, quem me dera fazer o mesmo.

Pronto, morri. Meu coração esqueceu como se bate, senhor.

Eu respiro fundo e nego com a cabeça, virando o meu rosto para o outro lado e, em seguida, me levanto da cama para quebrar o contato, já deu de disparos inexplicáveis por hoje.

— Você é doido. — sei lá porque resmunguei isso mas já era, saiu. Enterro a minha mão nos bolsos da calça e olho para o chão. — Vou para o meu quarto, espero que essa doida não corra atrás de mim pois vou dá um belo de um fora.

— Diz que namoramos e pronto, ela fica quieta. — Jimin dá idéia mas eu nego imediatamente.

— Você sabe como eu odeio mentiras, esquece. Só dá um fora que já era.

— Eu disse, sincero. — Jimin se levanta e me aperta em um abraço, encaixando a sua cabeça em meu pescoço. — Já já é eu que me apaixono por você, Jungkook. E não precisaremos transar para isso acontecer.

— Park Jimin! — o repreendo desesperadamente, olha o absurdo que esse garoto me diz. Pode ter sido brincando como quase sempre ele está fazendo mas porra, mexe comigo.

— O que? É verdade. — porra, ele não confirmou ser brincadeira mas só pode ser, ele só quer me deixar mais sem jeito ainda.

— Tá bom. — eu quebro o seu abraço, o viro de costas e, involuntariamente, dou um tapa em sua bunda mas eu juro que não foi por safadeza.

Só... Sei lá, tenho mania de dá tapa e a bunda dele estava disponível no momento... Porra, que errado!

— Tá, tchau. — saio do quarto antes que qualquer merda seja dita e falto morrer quando entro no meu e percebo a merda que eu fiz.

Por que eu fui bater na bunda do Jimin? Que safado, vey. Será que ele se sentiu abusado por eu ter feito isso?

— Nem pra você ter pedido desculpa, Jungkook. — eu reviro os olhos por conta da minha segunda burrice ao me jogar na cama. — Porra, por que você teve que bagunçar meus pensamentos, Jimin?

É uma resposta que nunca terei e que eu tenho que me conformar, pego o meu celular que estava no bolso e entro no aplicativo onde mostra o histórico de ligações, encontrando o número do Jimin. Sem pensar muito, decido salvar colocando o seu nome e um emoji de uma cabeça que explode, pois é isso que ele faz comigo. Entro rapidamente no aplicativo de mensagens agora e percebo a sua foto de perfil, é ele em uma época que estava loiro, com um sorriso grande em seu rosto e os olhos fechados, tão fofo que dá vontade de esmurrar.

Eu jogo o celular ao lado da minha cabeça e solto um suspiro fundo enquanto encaro o teto, penso melhor por alguns segundos e logo pego o meu celular de volta e decido mandar uma mensagem, meio boba mas né, garantia.

|Salva o meu número pois eu salvei o seu, criatura|>

Penso direito e aperto em editar contato, mudando o seu nome para Criatura. É o apelido carinhoso que decidi lhe dá agora.

<|Tá salvo faz tempo, queridão. Não sou que nem vc não|

Ousado como sempre, falo nada.

Sorrio meio bobo e deixo o meu celular ao lado de novo, mas não se passa nem três segundos para eu pega-lo de volta e mandar mais uma mensagem, rapidinho.

|Desculpa pelo tapa, não sou safado e nd do tipo, espero que saiba disso|>

É, melhor falar por aqui do que pessoalmente ou enquanto ele está dormindo, né? Já que pessoalmente eu ficaria tão sem jeito que cairia no chão por esquecer como ficar em pé.

Mas aí vem a sua resposta que me tira uma risada ao mesmo tempo que tiro a conclusão que essa foto de perfil não condiz com o quão safado ele é.

<|Td bem, princeso. Essa é só a primeira de várias😏|

Continua...

Aeeeeh, fé no pai que agr as coisas vão!! (Tanto na relação pai e filho quanto na relação do jikook (mas confesso gostar de ir aos pouquinhos com nosso casal, até porque Jungkook precisava mudar antes de se relacionar com o nosso precioso Jimin, não é?))

Oi gnt, como vcs estão??

Bom, a fic ganhou uma hashtag como vcs viram no início do capítulo, inicialmente seria #Criatura mas como eu quis deixar algo mais único acabei por optar em #CriaturaParruda, oq acharam?? Minha criatividade para isso é 0 mas é oq combina com a história, pelo menos eu acho, ela engloba desde o apelido carinhoso do Jimin até o ogro que existe dentro do Jungkook. Irei amar saber oq acharam de cada capítulo por lá aaaaa já estou ansiosa!!

Acho que agr só falta uma playlist hein :x...

Bom, MT obgda por todo carinho hihi :3 nos vemos no próximo capítulo!!

Com MT amor, Kim!!🥰❤️

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