Empresário • jikook

By callmeikus

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☆CONCLUÍDA☆ longfic • boss x secretary Jimin lia muitas fanfics, talvez até demais. Então, na cabeça dele, to... More

00. Avisos, o que você tem que saber
01. Jimin, a máquina de vergonha alheia
02. UP2U, a empresa dos loucos
03. Namjoon, o plano B
04. Ups, o cenário do desastre
05. Up, o cenário do desastre ainda maior
06. Yoonji, a atenta
07. Taehyung, o Chicken Little
08. Eunha, a subutilizada
09. Mesa de vidro, a catastrófica
10. Yeonjun, o envergonhado
11. Seunghyun, o invejoso
12. Banheiro, a testemunha
13. Seokjin, o pilar
14. Woohyun, a opção que dói
15. Passado, o corruptor
16. Culpa, a disputada
#ikusweek2021 crossover | parte 2
17. Continuação, a estranha
18. Apartamento, a nova casa
19. Melancia, a nova face
20. Cama, a aproveitada
21. Panquequinhas, as abaladoras
22. Minnie, o recém-chegado
24. Sono, o compartilhado
25. Café, o apaziguador
26. Calça, a arrebatadora
27. Troca, a interessante
28. Chope, o estopim
29. Beijo, o agridoce
30. Silêncio, o necessário
31. Karaokê, o encontro
32. Decisão, a derradeira
33. Pranto, o premeditado
34. Armadilha, a ardilosa
35. Busão, o deslumbrante
36. Cafeteria, a decisória
37. Carimbo, o dispensável
38. Cor de burro quando foge, a combinação
39. Bolinho, o peladinho
40. Bueiro, o imundo
41. Hoseok, o outro
42. Muralha, a gigante
43. Ser, o ser
44. Final | Jimin, o Empresário
45. Epílogo | Começo, o novo

23. Batatinhas, as quentinhas

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By callmeikus

Oiiii, meus upinhos!! Como vocês estão? Espero que bem, hihihi! Nem vou dizer saudades que parece que foi ontem que postei (mas sempre sinto saudades de vocês, aff)

Boa leitura e não se esqueçam de votar!

#JKNãoUsaGravata

»»💼««

 Aquele final de semana a jiripoca não iria piar. Foi o que Jimin aceitou, com um suspiro decepcionado, quando Jungkook contou que sairia com o Seokjin e a Yoonji, e depois com o Namjoon e o Hoseok. Deveria ter previsto... Por que alguém com tantos amigos gastaria os dias livres com um cara que só significava sexo ruim? Pior, com um cara que o assediou? Jimin ainda tinha dúvidas se os dois poderiam estar bem daquele jeito. Estava desconfiado, pois sabia que quanto mais o evento se distanciasse, mais fácil seria para Jungkook fingir que não aconteceu. E o mero pensamento de tal possibilidade apavorava Jimin.

Então no sábado arrastou-se até a cozinha para pegar leite e cereal da geladeira. Tudo normal. Isto é, se sua cabeça não insistisse em lembrar que há exatamente uma semana assistia Zumbilândia com Jungkook e seus fios cheirosos de melancia, carregando no peito o nervosismo de perder a virgindade. Ou que no domingo aquele sonho lúcido continuou, e comia panquecas feitas pelo Jungkook. E foi alimentado pelo Jungkook.

Jimin estava tão satisfeito em morar naquelas memórias que não demorou para notar que tinha um sentimento estranho dentro de si. Ridículo. Sentia tanto conforto e acolhimento que... deveria achar outras memórias.

Ligou a TV e a primeira coisa que fez foi tirar Keep Up With Kardashians da sua lista da Netflix, sabendo ser uma armadilha de sua própria mente. Só assistia quando queria se distrair das coisas que ameaçavam pulsar em seu peito e não tinha maturidade para fazê-lo apenas por entretenimento.

E, só de tirar o reality de sua lista, o catálogo de filmes e séries que nunca lhe interessou pareceu subitamente enorme e rico. Pequeno e assustado diante tanta grandeza, começou a navegar pelos títulos com parcimônia inusitada, chocado em perceber quantas sinopses e histórias tinham ali. Não sabia por onde começar.

Deveria ser fácil. Deveria simplesmente clicar no que parecesse interessante, de um tema que gostasse, certo? Entretanto, logo ponderou que não sabia se gostava de algo. É, não sabia do que gostava. A única pista era ter se emocionado com os filmes que assistiu com Jungkook. Será que ele tinha um fraco por homens bombados? Era esse o tema? Não parecia a resposta certa.

Não confiava nas coisas expostas em "Recomendados para você", pois eram recomendações para o Jimin, e ele queria assistir como o Minnie. E foi descendo a página até que encontrou... Sherlock. Riu, decepcionado com aquela lembrança lamentável de sua entrevista à UP2U, e do seu primeiro dia de trabalho, em que Jungkook fez aquele desenho do chapéu. Sua contratação era o maior mistério do século.

Clicou no título em uma espécie de desafio a si. Já tinha ouvido falar sobre a série e, se a memória não falhava, Jungkook chegou a dizer que gostava. E Jimin andava gostando das coisas que ele gostava. Um pouco intimidado com uma responsabilidade que parecia grande demais para ele, afundou no sofá com o cereal em mãos.

Tinha medo tanto de amar quanto de odiar. E, com um suspiro, percebeu que tinha medo de sentir. Deu o play.

Como se fosse ensaiado, Taehyung apareceu na sala logo quando os créditos do primeiro episódio rolavam pela tela e encontrou Jimin chorando copiosamente, agarrado à tigela de cereal vazia. Encarou a tela, esperando encontrar algum filme melodramático, especificamente Marley & Eu, porque achava mais provável ver Jimin chorando por causa de bicho do que por humano, mas leu o título e estranhou ainda mais.

— Bom dia, bro... — Sentou-se ao lado de Jimin, ainda tentando lembrar se Sherlock era algo tão emocionante. Não que tivesse assistido, raramente tinha tempo para assistir um filme; a faculdade, o trabalho, os eventos de caridades e idas às pistas de skates ocupavam quase todo seu tempo. Não cabia uma série ali. Nem choro, nem pausas para se preocupar com o rumo da vida. — Chorando a essa hora da manhã?

— Ah... — Jimin, imerso naquela gama de sentimentos pouco familiares, aqueles que nunca deixava virem à superfície, enxugou os olhos, confuso com a aproximação de Taehyung. — Desculpa...

— Não desculpo de jeito nenhum! — Taehyung riu, puxando ele para um abraço. — Tá contra as regras da casa chorar, não vai rolar. Deu mole demais.

— A gente tem regras da casa? — A voz de Jimin era fraca. Taehyung gargalhou mais ainda.

— Não. — O tom era de obviedade. — Quer dizer que é pra chorar, sim, bro.

Jimin assentiu letárgico, perdido em pensamentos. Taehyung decidiu dar um tempo de recuperação a ele e foi até a geladeira pegar algo para comer. Como Jimin tinha matado o cereal, fez um misto. Tinham que passar no mercado.

Como forma de se recuperar do choro, Jimin foi tomar banho, fazendo Taehyung mudar os planos e ir se arrumar até poder usar o banheiro para escovar os dentes. Vestiu roupas um pouco mais sóbrias do que as de skatista, mas nada demais, e preparou um lanche, dando exatamente o tempo para que o banheiro vagasse.

— Vai para o... asilo? — Jimin perguntou timidamente ao vê-lo arrumado. Deveria ao menos saber os lugares que o amigo frequentava, certo? — Suas provas terminaram?

— Hoje não, vou prum outro evento de caridade. — Taehyung sorriu e deu um suspiro aliviado ao pensar que as provas terminaram, assentindo para a pergunta de Jimin. Pausou os afazeres por um momento, reflexivo e levemente nervoso. — Quer... ir?

O convite pegou não só Taehyung, mas também Jimin de surpresa. Ele estava pouco acostumado a ser convidado para qualquer tipo de lugar, imagine um evento de caridade. E ficou confuso, porque não sabia o que esperar. E com medo, muito.

Ao notar o próprio nervosismo, Jimin decidiu que precisava ir. Precisava enfrentar aquele incômodo. Enfrentar todos aqueles sentimentos assustadores, sem fugir. Contudo, sua expressão ao aceitar demonstrava tanto choque quanto a de Taehyung ao ver que ele aceitou.

Após analisar brevemente como Taehyung tinha se arrumado, foi se vestir de forma similar enquanto o enfermeiro incrementava o lanche para que tivesse uma porção para Jimin. Parte de Taehyung consumia-se em felicidade, mesmo, pelo interesse de Jimin em ajudar.

Logo Jimin, que sempre achou aquilo inútil. Porém, inevitavelmente, começou a ficar preocupado... Jimin saberia tratar os outros bem? Afinal, eram pessoas fragilizadas. Saberia lidar com elas da forma certa?

No final, apesar de todas as dúvidas, resolveu confiar. Não era como se ele mesmo fosse perfeito ou tivesse controle sobre todas as situações. Aceitou que iria apoiar e ajudar da forma que podia. Era um primeiro passo para o Jimin.

E, em vez de pegar um ônibus, viu-se dentro de um Uber pago no cartão do pai do Jimin. Era desconfortável usufruir dinheiro que não era seu, apesar de parecer valer muito pouco pela displicência com a qual Jimin o utilizava. No final das contas, aquele dia estava tão estranho para Taehyung quanto estava para Jimin.

Quando chegaram no local do evento — dessa vez um pátio cedido por uma igreja —, Jimin automaticamente encolheu-se atrás de Taehyung, que ficou sem saber o que fazer para acalmá-lo; não estava acostumado a vê-lo daquele jeito. Não que estivesse acostumado com Jimin chorando, rindo, dando abraços, perguntando sobre sua vida e aparecendo de cabelo torto em manhãs aleatórias também.

Caminhou até a organização com Jimin colado atrás, como uma sombra, enquanto observava curioso e chocado a quantidade de pessoas naquele lugar. Era muita gente. E muita gente muito diferente. Jimin definitivamente estava intimidado, a anos-luz da sua zona de conforto.

— Bom dia! — Taehyung cumprimentou uma das organizadoras. — Trouxe meu amigo comigo hoje também, o que tem pra gente fazer?

— Bom dia, Tae e amigo. — A mulher sorriu e folheou uma lista que tinha por perto. — Hm... Acho que vocês podem ajudar a organizar o estoque de agasalhos. Tentem deixar uma parte para distribuir no turno da tarde, não é todo mundo que tem a chance de vir de manhã. As coisas estão lá atrás.

— Tudo bem, obrigado! — Taehyung dirigiu-se junto com Jimin para o lugar que tinha sido apontado, isto é, até ser interrompido por algo que achou ser um empurrão. Jimin afastou-se, assustado. — Yoon?

Assim que entendeu que o tal empurrão na verdade era um abraço um tanto bruto e desesperado, Taehyung correspondeu com um sorriso. Como uma mulher magrinha como a Yoonji conseguia abraçar com tanta força era um mistério, mas apertou forte de volta também.

Ao encontrar Yoonji, os olhos de Taehyung buscaram automaticamente Jungkook e, talvez, Seokjin — se este já não estivesse ocupado com algum tipo de consulta. E o achou com facilidade, logo atrás dela, vestindo uma expressão de confusão misturada a um sorriso. Bem, aparentemente só Seokjin estava sabendo que ele e Yoonji talvez fossem mais que amigos. Não muito mais que amigos, só um pouquinho, mas era o suficiente por enquanto.

Jimin, já espantado em ver a Yoonji, ficou estranhamente tímido ao perceber Jungkook. Deu um passo para mais perto de Taehyung, tentando passar despercebido.

— Você tá bem? — Yoonji perguntou, envergonhada, após perceber sua impulsividade afastou-se. Taehyung, com um sorriso, a puxou de volta para um abraço, deixando que a mulher escondesse o rosto vermelho em seu ombro. — Faz tanto tempo que não responde minhas mensagens...

— Tô bem, brigado. — O enfermeiro sorriu. Estava com saudades dela. — O Jimin desinstalou quase todos meus aplicativos durante as provas porque eu ficava muito ansioso com os grupos da minha turma, mas agora já passou. Vou instalar de volta pra poder te responder.

— O Jimin contou... e não precisa... — ela murmurou.

— Precisa, sim. Vai ser top, é uma honra saber que você me mandou mensagens! E você pode me ligar, se o caso for esse... ou atender minhas ligações.

Yoonji corou mais ainda, porque sabia que uma parte da dificuldade de comunicação durante aquele período foi causada pelos medos dela. Mas pelo menos tinha sido capaz de mandar as mensagens e era uma vitória, mesmo pequena. Na maioria das vezes, era Taehyung que quebrava o silêncio com alguma piadinha ou até mesmo flerte. E suspirou, porque realmente foi solitário sem ele.

Jimin ruborizou também, mas por outro motivo, mesmo que não soubesse explicar. Seu plano de esconder-se de Jungkook falhou em uma velocidade assustadora e observou ele chegar perto com aquele sorriso gentil no rosto. Por que estava tão nervoso em ver Jungkook? Literalmente via ele a semana inteira e ainda tinham passado o último final de semana juntos.

— Veio com o TaeTae hoje, Minnie? — perguntou retoricamente quando ficou próximo o suficiente. Segurou o rosto de Jimin para deixar um beijo em sua bochecha. O estagiário suspirou baixinho, porque ter a boca de Jungkook tão perto de seu rosto além de ser muito doce, lembrava-lhe de outros tipos de beijo, aqueles que não podia dar sem o contexto do sexo. — Vai trabalhar juntinho comigo no final de semana também?

— Não sei. — Jimin segurou-se com afinco na racionalidade, um dos poucos traços de personalidade que ainda poderia chamar de seus. — Provavelmente não, já deram uma tarefa pra mim e pro Taehyung e a de vocês deve ser diferente.

— Chato... — Jungkook bufou, manhoso, antes de enlaçar os ombros de Jimin e apontar para o casal que ainda parecia entretido em sua conversa particular. — E esses pombinhos? Você tava sabendo? Sou o único lerdinho?

— Ah... A Yoonji meio que deu a entender que gostava do Taehyung aquele dia... mas não sabia que tava tanto assim — respondeu, consciente demais do calor de Jungkook contra seu corpo. Droga, ele estava tão confuso, deveria ter ficado em casa mesmo.

— Verdade, né... A Yoonzinha desse jeito é muito fofa. — Riu baixinho e puxou Jimin para longe, a fim de dar mais privacidade aos dois amigos. Isto é, se fosse possível ter privacidade de fato em um pátio lotado de uma igreja. — O que você e o TaeTae iam fazer juntos? Eu faço com você, vamos deixar os dois curtirem um pouquinho isso aí que eu nem tava ligado que eles tinham.

— Organizar o estoque de agasalhos, lá. — Apontou para onde a organizadora indicou. — Tem que dar um jeito de sobrar pro turno da tarde, algo assim.

— Ah! Eu já fiz isso, vai ser molinho, molinho — Jungkook exclamou, tão genuinamente animado que Jimin sentiu que ofuscava sua visão. Mas Jungkook sempre era assim, inclusive na UP2U, e sempre trabalharam juntos. Não sabia por que parecia tão difícil não ser engolido pela presença calorosa dele naquele instante.

No final, apenas deixou que Jungkook segurasse sua mão e o puxasse até o tal estoque. Apenas deixou que ele o guiasse no trabalho desconhecido, mostrando como agrupar e separar as peças de roupa para os diferentes turnos do evento. Apenas deixou que Jungkook tocasse seu corpo cuidadosa e respeitosamente para que não ficasse esbarrando nele enquanto movimentavam-se no estoque apertado.

Esse era o problema de estar com Jungkook. Apenas deixava tudo acontecer como se fosse natural e rotineiro. Como se ele vivesse parte daquela mesma realidade de Jungkook, em que era considerado um amigo, em que era tratado com zelo.

E mesmo que agora considerasse ser o Minnie, não mais o velho Jimin, ele podia aproveitar? Ele merecia estar na posição que estava? Muito falava-se de segunda chance, mas aquela parecia ser a milésima depois de tudo que passaram, e parecia ser uma chance muito mais gentil do que devia receber. Estava confuso e sempre mergulhava na mesma questão.

Contudo, nem mesmo a confusão impediu que fosse engolido pelo ritmo de proximidade gentil e carinhosa que Jungkook ditava. Era como se seguir aquele fluxo fosse quase compulsório. Como se fosse normal, apesar de não ser. Como se fosse esperado ter os ombros enlaçados enquanto seguiam para a próxima tarefa, como se pudesse sentir todo aquele calor de Jungkook, como se lhe fosse permitido, ao perceber que estava levemente cansado das tarefas tão incomuns para si, apoiar a cabeça no ombro do homem que o abraçava.

E o dia, que parecia tão cheio de detalhes, passou rápido demais, como se nada houvesse acontecido. Jimin estava definitivamente perdido. Não notou quando encontrou-se sentado em uma mesa de bar ao lado de Jungkook, observando Seokjin — que como de praxe apareceu no final do evento — contar revoltado sobre um cara que comprou o cacho de bananas que ele estava de olho no mercado primeiro, há uma semana. Como ele tinha recordações de algo que ocorreu há uma semana? Jimin não lembrava nem do caminho que fez até ali.

Yoonji, à sua frente, tentava fazer uma cara de tédio para o amigo psicólogo, mas um sorrisinho esboçava-se em seu rosto. A grande dúvida da mesa era se esse sorriso realmente era causado pela história da banana ou por Taehyung, que tinha apoiado o braço no encosto de sua cadeira e inclinado-se na direção dela, diminuindo aos poucos a distância que ambos gostariam de ultrapassar.

E Jimin estava lá, participando com pequenas risadas tímidas que não sabia se deveria deixar soarem, beliscando um ou outro aperitivo por insistência de Jungkook e tomando uma cerveja com calma — tinha aposentado seu lado fusquinha turbinado. Tudo parecia muito estranho, completamente fora de sua zona de conforto. Nunca foi a um bar com amigos e não sabia o que fazer. Quais eram os modos à mesa? Poderia rir das piadas ou seria mal educado? Poderia ironizar, usar sarcasmo? Poderia mesmo comer aquelas batatas fritas na sua frente? Poderia estar ali, no meio dos outros quatro que já pareciam tão acostumados com a presença um do outro e àquele tipo de situação?

Como se notasse todas as dúvidas de Jimin, Jungkook resolveu servir a ele parte da porção de batatas, já que não parecia confortável em beliscar como todo mundo fazia, comendo até menos do que deveria. Daquele jeito, ao menos garantia que o estagiário comeria o que estava no prato. Esperava que Jimin ficasse menos tenso na situação que deveria ser relaxada, mas era o primeiro dia indo ao bar com o resto do pessoal, até Taehyung ficou meio tímido em sua primeira vez.

Deu um sorriso quando Jimin olhou espantado a pilha de batatas no prato, e apoiou a mão no joelho dele, com nenhuma outra intenção além de mostrar que estava ali. Jimin corou, não por estar excitado com aquele toque, e sim de vergonha ao perceber que Jungkook estava ciente de seu nervosismo patético.

Mas aceitou, mesmo que soubesse que não merecia todo o cuidado. Comeu aos poucos a batata em seu prato, intercalando com uma atividade que descobriu gostar muito: brincar com as pulseiras que Jungkook usava, assim como admirar o contraste das unhas pintadas de roxo na mão grande.

— Quando vocês vão se beijar? — Seokjin, sabendo que se dependesse de Yoonji, a mulher negaria aquela opção até o final de sua vida, meteu-se no namorico dela e do Taehyung. Até que gostava de se prestar ao papel de velho chato, ia adotar como seu desvio de caráter de estimação.

— Cala a boca, filho da puta! — Foi a resposta da mulher, vermelha como um tomate. Nem sabia onde enfiar seu rosto. Por que tinha um melhor amigo cuzão daquele jeito? Taehyung, ao seu lado, riu baixinho tanto por achar Yoonji encantadora até xingando quanto por perceber que também corou com tal pergunta.

— Em algum momento especial. — O enfermeiro tomou então a iniciativa para responder com um sorriso. Beijou os cabelos lisos e cheirosos da mulher ao seu lado, fazendo com que ela enrubescesse ainda mais. Pensar em beijar Taehyung já era motivo o suficiente para seu coração, que antes parecia tão endurecido, martelar como um louco, beijar Taehyung em um momento especial era um gatilho para seu peito explodir. — Assim é massa, né?

— Uhum... — Yoonji concordou baixinho, meio envergonhada, mas completamente eufórica. Sempre imaginou como seria se apaixonar e ser recíproco, mas agora que estava apaixonada perguntava-se se era para estar tão terrivelmente boba daquele jeito.

Seokjin sorriu para o casal, satisfeito em ver que Taehyung parecia carregar a iniciativa que faltava em Yoonji e, ao mesmo tempo, sabia respeitar o ritmo da mulher. Estava genuinamente alegre, porque a amiga merecia experimentar como era ser feliz com outra pessoa também, sempre independente demais. Não que aquilo fosse ruim, eram apenas experiências diferentes, mas uma experiência que ele achava válida ser vivida.

Em sequência, pousou seu olhar em Jimin e Jungkook, refletindo se deveria jogar alguma piada ácida sobre estar parecendo um candelabro naquela mesa. Não era difícil notar a mão de Jungkook agora na coxa de Jimin, e a proximidade cada vez maior dos dois. Sabia que seu CEO era uma pessoa de toques, mas era levemente diferente com Jimin. Ficou curioso em como aquilo tinha mudado, já que os dois pareciam tão aflitos um com o outro depois daquele enorme incidente na UP4U.

Desistiu da ideia ao observar Jimin, que carregava um olhar assustado de animal silvestre prestes a ser atropelado na estrada. Talvez ele ainda não estivesse no momento de ouvir piadinhas. Seokjin ficou ainda mais curioso, porque o Jimin que conhecia até então não parecia carregar dúvidas e, em contrapartida, tudo que via naquele Jimin que agora sentava na mesa do bar era uma grande interrogação.

Será que foi Woohyun? O colega comentou que Jimin frequentava as consultas religiosamente. Achou até um pouco engraçado, porque no senso comum era bom viver com mais certezas do que inseguranças, porém aquilo parecia ser algum tipo de evolução em Jimin, mesmo que não soubesse com completa certeza.

Sem a opção de provocar o outro quase casal, ou seja lá o que eram, Seokjin voltou a pensar em qual tipo de piada ou história ele poderia contar para entreter-se. Não era fácil estar em uma mesa em que as outras pessoas pareciam estar concentradas em apenas uma em especial. Talvez fosse a hora de arranjar uma namorada.

O resto da noite foi tranquilo, com Seokjin puxando a maior parte dos assuntos com o auxílio de Taehyung e Jungkook, dois extrovertidos experientes que logo perceberam que tinham que dar uma ajudinha também. Depois, o psicólogo obrigou Jungkook a dar carona para todo mundo, mesmo que ele já estivesse mais do que acostumado em fazê-lo e sempre oferecesse.

A primeira parada foi o apartamento de Jimin e Taehyung. O enfermeiro, com as mãos entrelaçadas às de Yoonji, não parecia tão disposto a terminar aquela noite, tão boa depois de tantos dias corridos por causa das provas que pareciam intermináveis. Como consequência, convidou todo mundo para assistir um filme.

O primeiro a topar foi Jungkook, que imediatamente começou a procurar vaga na frente do prédio deles. Seokjin argumentou que não era o plano dos sonhos assistir filme com quatro pirralhos, mas que não tinha nada melhor para fazer de qualquer jeito, e Yoonji nem falou nada, simplesmente sorriu fraquinho para as mãos ainda unidas dela e de Taehyung.

Jimin ficou desestabilizado com a ideia de até mesmo seu apartamento ser preenchido com aquela naturalidade amigável que não deveria fazer parte de sua rotina. Taehyung notou e pediu desculpas silenciosamente através do olhar. Jimin apenas deu de ombros, pois Taehyung tinha o direito de levar quem gostava no apartamento dos dois, se achasse ruim poderia simplesmente ir até o próprio quarto.

Não que ir para o próprio quarto fosse uma opção, não quando Jungkook comentava animado com o resto do pessoal sobre qual filme deveriam assistir. Muito menos quando ele ajeitou-se entre suas pernas, apoiando as costas no sofá no qual estava espremido junto com Taehyung e Yoonji, Seokjin tendo conquistado a poltrona individual na lateral da sala com muito afinco.

E lá estava Jimin, mais uma vez vidrado na narrativa de um filme, preenchido por uma tranquilidade que não era merecedor, enquanto acariciava os cabelos longos e macios de Jungkook, entre suas pernas. Notando até demais o calor que compartilhava com Jungkook, que apoiou os pés pequenos dele em cima de suas coxas. Mais uma vez, encontrou-se preso naquela naturalidade bondosa e assustadora.

Seokjin foi embora antes do final do filme, alegando ser velho e ter hora certa para ir dormir. Jungkook resolveu dar uma carona ao psicólogo, e Yoonji e Taehyung foram à cozinha preparar alguma coisa enquanto isso. Jimin continuou sentado no sofá, lembrando do calor de Jungkook contra suas pernas e encarando a imagem agora estática do filme que nem sabia o nome, mas o cativava mesmo assim, na tela. Estava tudo tão cheio.

Foi ao banheiro e, depois disso, pensou em oferecer ajuda aos outros dois que cozinhavam uma porção enorme de macarronada, mas considerou melhor deixá-los a sós. Voltou a sentar no sofá e pegou o celular para passar o tempo. Não que soubesse se distrair com o aparelho desde que apagou o Tumblr nsfw, os vídeos que tinha gravado e o aplicativo no qual lia os yaois. Um mundo inteiro em sua mão, e não sabia o que viver nele.

Ficou aliviado quando Jungkook voltou, mas felizmente não percebeu tal reação ou poderia acabar enterrado em pensamentos aflitos de que ele o influenciava demais. O timing foi perfeito, porque Taehyung e Yoonji tinham terminado de fazer a macarronada e os quatro encheram-se de comida antes de voltar a assistir o filme.

E, mesmo com a poltrona que Jin estava usando vazia, Jungkook voltou a sentar no chão, entre as pernas de Jimin. E, mesmo determinados a assistir o filme até o final, os quatro adormeceram, a sonolência potencializada pela quantidade de macarrão que comeram.

Jimin, porém, foi tomado pelo sono com uma dúvida assolando a possibilidade de sonhos doces: poderia estar aproveitando tanto o jeito que o seu sono era embalado pelos sons do filme que ainda passava, pelo calor tão próximo de Jungkook ressonando contra suas pernas? Poderia dormir tão feliz e sentir-se tão diferente na sala que era tão normal?

Dormiu querendo muito poder.

»»💼««

A calmaria da fanfic... nem parece Empresário, né hsuahuas Espero que tenham gostado, aaaaaaaa!

E aí, qual foi a cena preferida de vocês? Gosto do Jungkook e as batatas fritas, acho muito atencioso quando reparam esse tipo de detalhe!

Muito muito obrigada a quem lê, comenta, dá votinhos e surta comigo lá no #JKNãoUsaGravata, vocês são tudo pra mimmmm!!!

Ah, agora eu tenho um instagram (sou @callmeikus lá também!) e TÁ ROLANDO A DIVULGAÇÃO DO LIVRO DE CROACK NA VIOLETA!! Se puderem me apoiar, tanto comprando quanto surtando pelo livrinho, vai ser mto mto importante pra mim, pq é meu primeiro livro publicado e pode me abrir muitas portinhas, por favor!

Beijinhos de luz e até dia 26/06 às 19:00!

Amo vocês!

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