𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.

By akastylessgirl

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Uma noite. Foi tudo o que precisou. Agora eles tem um acordo. • •... More

antes de ler / teaser
01 [ca•su•al]
03 [pro•pos•ta]
04 [ex•ce•ção] (!)
05 [ca•pri•cho]
06 [a•cor•do]
07 [ris•pi•dez] (!)
08 [de•cep•ção]
09 [re•gra]
10 [em•pá•fi•a]
11 [pro•i•bi•do] (!)
12 [hos•ti•li•da•de]
13 [ge•ne•ro•si•da•de] (!)
14 [con•se•quên•ci•a] (!)
15 [hu•mil•da•de]
16 [in•si•di•o•so]
17 [do•mi•na•ção] (!)
18 [con•des•cen•den•te]
19 [a•fron•ta]
20 [ex•clu•si•vo] (!)
21 [a•lu•ci•nó•ge•no] (!)
22 [a•me•a•ça]
23 [dra•ma•ti•za•ção] (!)
24 [ir•re•ve•rên•ci•a]
25 [vul•ne•rá•vel]
26 [con•fi•an•ça] (!)
27 [con•for•tá•vel]
28 [em•bri•a•guez] (!)
29 [con•fli•to]
30 [dis•so•lu•ção]
31 [ci•ú•mes]
32 [re•ca•í•da] (!)
33 [pe•ri•pé•ci•a]
34 [sau•da•de]
35 [ins•pi•ra•ção]
[in•ter•lú•di•o]
36 [va•ri•a•ção]
37 [or•gu•lho]
38 [re•pa•ra•ção]
39 [con•ci•li•a•ção]
40 [a•mi•za•de]
41 [con•jec•tu•ra]
42 [ten•ta•ção]
43 [i•ne•bri•an•te]
44 [êx•ta•se] (!)
45 [su•a•ve]
46 [sub•ter•fú•gi•o] (!)
47 [in•ti•mis•ta] (!)
48 [me•lí•flu•o]
49 [in•ver•são] (!)
50 [fe•ti•che]
bônus [texting]

02 [ten•são]

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By akastylessgirl

[estado do que ameaça romper-se; a nível sexual, é um fenômeno que ocorre quando duas pessoas sentem desejo umas pelas outras, mas escolhem ou não podem consumar o ato.]

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CHARLOTTE

O quarto não está mais escuro como antes, o Sol invade cada canto das paredes e acerta meus olhos em cheio. Me mexo, ainda sentindo preguiça e sonolência, não querendo levantar. Mas então eu sinto algo ao meu lado.

Viro o rosto pra direita e quase tomo um susto. Tem um cara aqui deitado na cama comigo, dormindo. Oh, espera, eu transei com ele ontem a noite. Mas... Por que ele ainda está aqui?

Com muito cuidado, eu começo a me levantar, descobrindo meu corpo nu e colocando os pés descalços no chão. Não é a coisa mais difícil do mundo sair da minha cama, já que eu não tenho uma cama, só o colchão no chão. Me ergo e fico de pé, sendo rápida em ir até o banheiro para não correr o risco de fazer algum barulho no quarto.

Por que esse cara ainda está aqui?

Faço de tudo para não ser muito audível e mesmo assim manejo tomar um banho rápido e colocar algumas roupas. Meu cabelo está um emaranhado de nós, com o comprimento exagerado apenas agravando tudo. Sinceramente não vejo a hora de me livrar de metade desse cabelo todo, mas eu tenho que esperar mais um pouco.

Depois de limpa, trocada e penteada, volto para o quarto conferir o sujeito e, pasma, noto que ele ainda está lá deitado pacificamente. Ele deve ter um sono bem pesado, por isso não se levantou e deu o fora. Mas por que ele se deixou cair no sono pra início de conversa?

Pego minhas chaves e desço os dois degraus que separam a parte de cima do apartamento (sendo meu quarto, o banheiro e um outro quarto que eu uso como closet) e a parte de baixo (que é a cozinha, a sala e uma pequena área de serviço). Assim que desço de um degrau para o outro, o movimento me faz sentir um leve incômodo na região pélvica. Eu havia notado isso no banho, mas não achei estranho. Agora, eu sinto a pressão leve com mais clareza e compreendo logo o motivo da mesma.

Ele.

Tudo bem, ele pode dormir um pouco no meu colchão. Ele foi uma boa foda, merece a gentileza.

Com minhas chaves nas mãos, saio do apartamento e me apresso pra sair do prédio, decidida a comprar o café da manhã antes que o belo adormecido acorde e se encontre sozinho num lugar estranho. Vou até a padaria de esquina e compro o café da manhã mais simples de todos, porque não quero parecer interessada, mas ao mesmo tempo rude. Não é a primeira vez que eu faço isso pra um cara que acidentalmente acabou pegando no sono e acordando ainda no apartamento, e em todas as vezes funciona.

Volto rapidamente para o prédio e quando entro em casa novamente e vou até o quarto, surpresa! O cara ainda dorme. Sorrio pra mim mesma que eu tenha conseguido ser eficiente e devolvo a chave no lugar certo, deixando a pequena sacola de papel pardo e os copos descartáveis com tampa sobre a pia de mármore da cozinha.

Ando até o quarto e olho pra ele dormindo calmamente, ainda nu debaixo do meu edredom branco. Ele é muito bonito, do tipo muito bonito mesmo. Sua pele é clara, mas não sem graça. Ele tem várias tatuagens no braço esquerdo, assim como no torso e nas pernas. Seu cabelo é castanho escuro e cheio de ondas, que emolduram suas têmporas e olhar. Sua mandíbula é bem marcada e seus olhos são de um verde penetrante que pode te fazer sonhar. Além de tudo, ele é britânico, inglês pra ser mais exata, e isso foi como a gota d'água para a minha excitação.

Ontem no bar, assim que coloquei meus olhos nele, senti desejo. Foi imediato, uma loucura, mas a melhor loucura de todas. No momento que ele abriu a boca para falar, eu soube que queria transar com ele, porque ele me instigou de tal forma. E o modo como me comia com os olhos o tempo inteiro... Eu soube que ele também queria transar comigo.

Eu não gosto de receber olhares maliciosos de pessoas que não estou interessada, mas no caso dele pude deixar passar, pois eu estava fazendo a mesma coisa.

Naquele momento em diante, comecei a deixar mais claro que minha atenção estava voltada à ele. Cada sorriso foi calculado, a não ser alguns dos que ele genuinamente conseguiu arrancar de mim. Ele é intrigante, um delicioso atrativo.

Não contei que ele desistiria de falar comigo outra vez, assim que me viu lhe dando as costas propositalmente. Eu me mantive o mais ocupada possível, só para ver qual seria sua reação. Ele não tentou chamar minha atenção como um egóico maluco, mas sei que estava de olho em mim quando deixou o balcão, eu percebi. Ele é do tipo reservado, eu notei isso logo.

Vê-lo na rua, próximo ao bar, quando o fechei, foi uma surpresa, no entanto. Eu realmente achei que ele tinha ido embora depois de algumas horas só me admirando de longe, mas o garotão aqui queria mesmo essa noite comigo.

E ele conseguiu.

Ele é gostoso, lindo, fode bem, mas agora que nossos assuntos já se encerraram, ele tem que ir.

Me aproximo devagar do colchão no chão, encostado na parede no meio do quarto, e decido acordá-lo para que se recolha e saia. Porém, o bonitão começa a se mexer e demostrar que está fazendo isso por conta própria. E eu aqui parada. Assim que ele abrir os olhos, vai pensar que eu estava bancando o Edward Cullen.

Dou passos silenciosos pra trás e saio do quarto, antes que ele me veja lá, afim de parecer que tudo aconteceu de forma natural. Espero alguns segundos na cozinha e passo as mãos pelo cabelo que eu não tive tempo de trançar.

Eu tenho feito tranças na parte da frente do meu cabelo só para que os longos fios não fiquem no meu rosto. Como está super comprido, fica um penteado meio élfico, mas eu gosto. Eu me sinto a próprio Galadriel, porém morena.

Os dez segundos acabam e eu subo os dois degraus, caminhando até o quarto como se quisesse checar o rapaz pela primeira vez e... Dessa vez ele está acordado.

Sentado no colchão, seu tronco definido e desnudo está a mostra para a claridade. Ele coça os olhos com as mãos e boceja, ainda sonolento. A borboleta em seu abdômen chama minha atenção, mas eu não foco nisso agora.

"Veja só o que temos aqui." Digo, parando na porta do quarto, cruzando os braços com confiança. Sua carinha de sono se vira pra mim e ele não está nenhum pouco menos atraente por conta disso. Ao me ver, ele segura o edredom que cobre suas pernas e a região mais interessante de todas, e apoia o peso do corpo na outra mão sobre o colchão. "O cara que não fugiu no meio da madrugada depois que eu fui dormir."

Ele franze o cenho, certamente não entendo porque eu digo isso. Eles nunca entendem.

"A questão agora é... Por quê?" Formulo, olhando pra ele de olhos estreitos, curiosa.

O sujeito continua sem me entender, mas eu não me surpreendo. Aposto que ele não espera esse tipo de atitude de nenhuma mulher, porque sua mente fechada está acostumada com uma coisa só. Eles sempre acham que sabem das coisas, que são os únicos com táticas e movimentos legais, mas não poderiam estar mais errados.

Nós podemos ser tão casuais quanto eles.

"Por que o quê?" Pergunta, confuso; sua voz soando mais grave e rouca que o normal, já que acaba de acordar. É completamente atraente, como tudo nele, mas eu me mantenho firme na minha ideia de despachá-lo.

"Você dormiu e acordou aqui. Percebeu?" Aponto para o meu quarto e sorrio de canto. "A maioria dos caras vai embora logo depois do sexo ou fogem durante a noite. Mas você ficou..." Falo, encostando de lado no batente da porta, ainda de braços cruzados.

Ele engole em seco e passa a mão pelo cabelo, talvez pensando no que responder. "Você queria que eu fugisse?" Indaga, surpreso com a ideia.

Dou de ombros e suspiro, vendo que esse assunto não é necessário já que o que passou, passou. "Veja pelo lado bom, eu comprei café da manhã." Anuncio, mais otimista. "Vou deixar você se trocar agora." Faço um gesto abrangente pra ele se sentir à vontade e saio do quarto sem olhar pra trás.

Mordo meus lábios para conter o riso zombeteiro e ando até a cozinha outra vez. A cara de interrogação dele foi a melhor.

Espero ele se vestir e isso não demora muito. Ele usa o banheiro também, mas rápido, e logo aparece descendo os dois degraus, pisando na cozinha. Novamente com seu jeans claro, a camisa entreaberta de forma perigosa, e a jaqueta preta nos braços, ele para assim que me vê esperando, encostada na pia. O sujeito parece meio sem graça e isso, de certa forma, é normal.

"Oi." Cumprimento de novo, resolvendo abrir um sorriso só para aliviar a tensão. "Eu comprei café, mas como não sei se você pode ou não tomar cafeína, comprei descafeinado. Mas não se preocupe, tem o mesmo gosto." Digo, pegando o copo destinado a ele e a pequena sacola de papel pardo. "Aqui tem dois bolinhos, um sem glúten, completamente vegetariano, caso você não coma nada de origem animal; e outro cheio de chocolate."

Não é sempre que os caras saem do meu apartamento pela noite, alguns acabam ficando, como ele, então eu comecei a fazer isso, como uma forma de dar adeus mais suavemente. Também porquê gosto de ser uma boa anfitriã.

Ele olha para os elementos nas minhas mãos, não sabendo o que dizer. Eu só os entrego em suas mãos grandes e não digo mais nada sobre o fato de que estou lhe dando a comida.

"Bem... Obrigado." Ele agradece, mostrando o copo do café, sorrindo brevemente.

"Não tem de quê." Digo em um ritmo mais rápido que o dele. Algo que notei desde ontem, ele meio que fala devagar. "Olha, eu não quero ser rude, de verdade, mas é que eu tenho esse compromisso agora de manhã e, você sabe, eu vou precisar sair." Lhe dou a desculpa de sempre, já tendo dominado a frase e a emoção que coloco na mesma depois de tê-la repetido algumas vezes no passado.

Suas sobrancelhas se erguem em compreensão e ele é rápido em concordar, "Ah, sim. Claro. Eu já vou, desculpa." Garante, sendo educado.

Ele começa a andar na direção da sala, para ir pra saída, mas eu o impeço, segurando minha risada.

"Não, espera. Eu vou sair com você. Eu tenho que ir agora também." Adianto, já conferindo se estou com meu celular e outros pertences necessários nos bolsos da jaqueta de couro no meu corpo.

"Okay... Claro." Diz, franzindo o cenho mediante a situação toda. Aposto que ele está mesmo perdido, que nunca passou por isso. Ele parece ser do tipo que faz o papel que eu estou fazendo agora.

Pego minhas chaves e indico pra ele o caminho até a saída, deixando ele andar na minha frente, assumindo a frente só para abrir a porta. Saio primeiro e assim que ele faz o mesmo, tranco‐a, logo me virando para seguir pelo corredor. Porém... Vejo o insuportável do meu vizinho saindo no mesmo momento e paraliso no ato, já sabendo que algo virá. Quando me vê, ele ergue as sobrancelhas e faz cara de alívio.

Droga, ele vai vir falar comigo.

"Ah, que bom que estamos nos encontrando logo agora de manhã." Começa dizendo o homem de uns 40 e poucos anos, de terno e gravata, carregando uma maleta na destra.

"Bom dia, Phil." Cumprimento a contra gosto, me esforçando para não deixar a aversão transparecer.

"Bom dia. Você ouviu os barulhos na parede ontem à noite?" Pergunta sem delongas, me fazendo querer revirar os olhos.

Phil é o tipo de cara que acha que tem de cuidar de todos os problemas ao redor dele. Ele concorreu a síndico e perdeu novamente na votação. Desde então, ele ficou ainda mais ranzinza e taciturno, como um velho desocupado. Eu desconfio que o cara tenha TOC, mas o que eu entendo disso?

"Barulho?" Indago, coçando a testa, fingindo interesse na voz.

"Sim, na parede. Aconteceu outra vez. Você não ouviu? Parecia muito vir do seu lado." Ele diz, semicerrando os olhos.

Merda, esse cara é um saco.

"Tem certeza que veio da parede e não do teto?" Jogo a dúvida. "Porque na semana passada eu também ouvi alguns barulhos e vinham do andar de cima."

A partir disso, posso ver a minha questão fazê-lo questionar a si mesmo.

"Do andar de cima? No 203 estavam mesmo fazendo uns barulhos..." Ele reflete a possibilidade e eu me alivio que tenha conseguido inverter a conversa toda.

"O papo foi ótimo, Phil, mas agora eu tenho que ir." Anuncio, já me colocando a dar alguns passos pra longe dele.

Ando apressada até o elevador e noto que alguém me segue, então eu olho para trás, vendo o mesmo cara que ainda está aqui comigo e que participou de toda a interação com o chato do vizinho.

Deus, eu já tinha me esquecido dele.

O sujeito tem um olhar curioso e um ar de riso notável nos lábios. Ótimo, agora ele provavelmente vai fazer alguma piadinha com a minha mentira para o vizinho, já que o maldito barulho veio mesmo do meu apartamento e nós dois temos culpa igualmente.

Entramos no elevador e ele se posiciona do meu lado, ainda segurando o café e os bolinhos que eu lhe comprei. Eu sei que ele quer fazer um comentário sobre aquilo, o sorrisinho na cara dele diz tudo. Contudo, ele não diz nada, apenas se mantém calado. Que bom que ele não quis complicar isso tudo ainda mais, caso contrário toda a minha postura de boa anfitriã seria traída, porque eu não ficaria apenas ouvindo qualquer piadinha que ele pudesse fazer.

Assim que saímos do prédio, paro na calçada e ele faz o mesmo, me olhando com um sorriso de lábios apertados.

"É isso." Digo, acenando levemente a cabeça.

"É, é isso." Ele responde, também não sabendo o que dizer.

"Tenha um bom dia." Falo por fim, não querendo estender isso ainda mais.

Ele estica os dedos que seguram a sacola dos bolinhos e me dá um breve adeus, logo me vendo lhe dar as costas e seguir meu caminho até o meu 'compromisso'.

• • •

Toco a campainha de forma insistente e já ouço os resmungos irritados do outro lado da porta. Ela odeia quando eu faço isso, mas eu faço do mesmo jeito.

"Caralho..." A porta se abre e o rosto aborrecido e sonolento da minha amiga aparece pra mim. "Porra, Charlotte! Eu estava dormindo."

"São..." Confiro meu celular, logo o devolvendo no bolso da calça, "...09:39h da manhã, Naomi." Eu informo a ela, como se fosse um absurdo ela não ter acordado antes.

"Nós trabalhamos durante à noite, sua insensível. Eu tenho todo o direito." Se defende, me deixando pra trás quando vira as costas e entra pra dentro do apartamento outra vez.

"Eu estava brincando, Naenae. Não precisa ficar brava." Garanto, passando pra dentro e fechando a porta atrás de mim.

Ela está de camiseta larga e calcinha, andando preguiçosa até a sala. Eu a sigo e quando passo pelo balcão da cozinha, roubo uma maçã verde de sua cesta de frutas. O apartamento dela é bem maior que o meu, graças às suas boas condições e ambas nos jogamos em seu enorme e confortável sofá.

"Você veio aqui só pra me acordar?" Ela pergunta em meio a um bocejo, apoiando seu cabeça na mão, com o cabelo preto liso bagunçado. Ela está encostada no braço do sofá de um lado e eu no outro, deitadas de forma desleixada.

"Não. Mas eu não posso vir passar um tempo com a minha melhor amiga?" Pergunto, franzindo o cenho, fingindo ofensa.

Ela abre os olhos rasgados pra mim e quando percebe que estou comendo uma de suas maçãs, compreensão se espalha em seu rosto.

"Você estava fodendo por aí de novo, não é?" Diz logo, me fazendo rir, jogando a cabeça pra trás. "Quem foi dessa vez? Eu conheço o cara?" Começa a me interrogar, se animando de repente.

"Eu não estava 'fodendo por aí', Naomi. Para com isso." Minto, não querendo entrar em detalhes sobre o que houve ontem à noite com o bonitão inglês.

"Ah, você estava sim. E esse deve ter dormido no seu apartamento, não é?" Ela acerta em cheio, me intrigando.

"Como você sabe disso?" Questiono, erguendo minha cabeça para encara-la melhor.

"Ahá! Eu sabia!" Comemora, se sentando por completo no sofá, cruzando as pernas entrelaçadas de frente para mim a distância. "Você sempre vem pra cá quando alguns deles resolvem passar a noite toda no seu apartamento. Eu sou o seu 'compromisso', se esqueceu?" Ela diz, fazendo aspas com os dedos.

Reviro os olhos e deito a cabeça de novo, derrotada. "Droga. Eu tenho que arranjar outro lugar pra ir." Murmuro pra mim mesma, olhando para o teto.

"Nada disso. Eu quero saber de tudo." Ela discorda, curiosa pelos detalhes da minha aventura. "Vamos lá, me conta como foi. Quem foi o cara dessa vez?" Ela pega meu tornozelo, o balançando para me incentivar a contar o que quer saber.

"Não foi ninguém, Naomi. Só um cara que eu conheci no bar, só isso." Informo com indiferença, mordendo a maçã verde.

"Ele deve ser alguém pra ter tido a chance de entrar no meio das suas pernas." Ela insiste, usando o elogio para me comprar.

Eu semicerro os olhos pra ela e sorrio falsamente. "Corta essa. Não foi nada especial, só uma transa casual. Eu nem perguntei o nome dele pra você ter uma ideia." Conto, também me sentando e recolhendo os joelhos para o peito.

"Meu Deus, você é tão corajosa. Por que nunca pergunta o nome deles?" Ela indaga, balançando a cabeça.

"Eu não preciso do nome deles pra gente transar. Se eles estão interessados, consentem e estão dispostos, é o que importa." Dou de ombros.

"Como pode confiar tanto nesses estranhos? E se um deles for um esquisitão?" Ela levanta o questionamento, soando preocupada.

"Eu sei quando levar ou não um deles até a minha casa. Eu faço isso a tempo suficiente, eu tenho minha própria maneira de sentir a vibe de cada um até tirar conclusões." A tranquilizo, gesticulando as mãos.

Eu não tenho anos de experiência nesse quesito, mas os meses de solteirice que já tive entre um relacionamento sério e outro me permitiram aprender algumas coisas. Normalmente, os olhos deles entregam de imediato suas intenções. A linguagem corporal, a maneira como falam e como tratam as pessoas ao redor deles. Eu não transo com todo homem boa pinta que aparece na minha frente, mas há, vez ou outra, aqueles que me instigam ao ponto de conhecerem os meus lençóis. Como o bonitão inglês de ontem.

"Ainda assim é perigoso." Ela persiste, passando a mão no cabelo liso.

"Eu tenho spray de pimenta e um taco de basebol caso algo fuja do controle." Informo, soando mais séria, porque sei que o assunto requer isso.

"Tá. Você que sabe." Ela encerra o assunto e eu acho melhor assim. "Mas eu quero saber como foi." Diz, se animando outra vez.

Prendo um protesto na garganta e deito novamente, escondendo o rosto numa das almofadas do sofá.

• • •

De volta ao trabalho, Naomi e eu preparamos o Poison Ivy para receber os clientes daqui à uma hora e meia.

Eu já limpei o chão e todas as superfícies; mesas, cadeiras e o balcão do bar. Enquanto isso, minha amiga faz a contabilidade da noite passada, pois estava cansada demais para fazer antes. Ela é quem cuida dessa parte financeira, mantendo tudo organizado com sua personalidade perfeccionista. Eu mantenho o lugar em ordem e checo se não há nenhum produto em falta que eu tenha que ir comprar. O pessoal na pequena cozinha lá atrás já está trabalhando, adiantando o que der pra ser adiantado. Não servimos muita comida aqui, mas as poucas opções acabam saindo de vez em quando.

Depois de arrumar as cadeiras e os bancos nos lugares devidos, me aproximo da mesa do canto com o acento em formato de U onde Naomi está sentada, e me sento em sua frente. Sua caderneta azul está aberta, com vários post-it's de cores diferentes colados, onde ela faz alguma anotação. Há uma calculadora ao seu lado e em seu rosto, seus óculos de leitura.

"Tudo certo aí?" Pergunto, apoiando o queixo nas mãos, os cotovelos na mesa.

"Uhum. Tudo organizado, do jeito que eu gosto." Afirma, me olhando rapidamente antes de voltar os olhos para o papel.

"E os lucros? Estão cobrindo tudo?"

"Sim, definitivamente. Não teremos problemas com isso se o bar continuar cheio como nas noites anteriores." Ela assegura, finalizando suas anotações e tirando os óculos do rosto.

"Vai dar pra comprar um freezer novo então? Porque o nosso não está mais gelando como antes. Eu tive que trocar as cervejas de três clientes ontem, porque não estavam tão geladas." Conto, apontando o polegar para o balcão, que esconde o tal freezer por de trás, assim como várias outras coisas.

"Comprar um novo? Não sei não. Talvez seja melhor chamar alguém pra olhar primeiro, depois vemos se terá mesmo essa necessidade." Ela sugere, me fazendo cogitar a ideia.

"Tudo bem. Vou dar um jeito nisso amanhã. Eu devia ter feito hoje, mas esqueci." Digo, logo me levantando.

"Ah é. Com o seu novo amante." Ela brinca, mordendo o lábio com um sorriso travesso.

"Vê se cresce, Naomi." Falo pra ela, estreitando meus olhos com desagrado.

Ela junta as pontas dos dedos das duas mãos e os gruda, fazendo um sinal de beijo, enquanto solta beijos com os lábios, apertando meu juízo. Eu rio falsamente pra ela e lhe mostro a língua. Ambas sendo infantis de diferentes formas.

De repente, ouvimos alguém batendo na porta da frente do bar e nossa gracinha acaba. Confiro as horas, vendo que ainda temos tempo antes de oficialmente abrirmos.

"Por falar em lucro..." Eu digo, apontando na direção das batidas.

"Ainda tenho que arrumar algumas coisas aqui." Naomi grita pra mim, já que eu vou me afastando dela pra entrar no corredor que leva até a entrada principal.

"Tudo bem, eu vou avisar." Grito de volta, andando sobre minhas botas de cano curto pelo corredor com o neon rosa ligado, formando a famosa frase What's your poison? que nossos clientes gostam de tirar fotos.

Há outra batida e eu me aproximo da porta o suficiente para que a pessoa do outro lado me ouça.

"Oi. Desculpa, mas ainda estamos nos ajeitando. Volte daqui a 1 hora e o Poison Ivy estará pronto." Eu exclamo do lado de cá.

Há segundos de silêncio e então uma voz nada estranha responde, "Oi. Eu falei com a Naomi pelo telefone mais cedo. Eu sou o músico." Ele informa do lado de lá, me deixando intrigada.

Músico? Que músico? E ele disse que falou com a Naomi, mas ela não me disse nada sobre nenhum músico.

"Só um minuto." Exclamo pra ele, voltando para dentro do bar correndo, até parar perto da minha amiga.

"O que foi?" Ela pergunta, me vendo agitada.

"Por algum acaso você contratou algum músico pra tocar aqui essa noite e esqueceu de me falar?" Indago, colocando o comprimento do meu cabelo pra trás dos ombros.

"Ah! É isso." Ela estala os dedos. "Eu esqueci mesmo. Sabia que tinha esquecido de algo, droga. Ele chegou?"

Faço cara de estranheza e volto para o corredor, a fim de ir abrir a porta para o tal.

Naomi e eu sempre contratamos a mesma banda pra tocar aqui, composta por marido e mulher. Eles são uns fofos e recentemente tiveram um bebê, então não estão mais se apresentando enquanto a criança precisar de tanto apoio. Portanto, ficamos sem nenhuma performance por um tempo, motivo pelo qual compramos outra mesa de bilhar para preencher o espaço vazio, mas parece que isso vai mudar logo.

Se o cara for bom.

Destranco a porta e assim que a abro, vejo o sujeito de costas pra mim, com um violão dentro da capa pendurado no ombro.

"Desculpa a demora, é que eu não sabia que-" Assim que ele se vira de frente pra mim, paro meu discurso no ato, embasbacada.

O mesmo cabelo castanho ondulado, os mesmos olhos verdes, a mesma altura, os mesmos traços marcantes.

Você deve estar de brincadeira comigo.

"Oi. Desculpa se eu me atrasei. Eu ainda não aprendi a andar nessa cidade e eu acabei descendo no ponto errado." Ele se esclarece, segurando a alça da capa do violão em seu ombro largo.

A voz não soou estranha, porque eu conheço esse cara.

Mas que merda...

"Desculpa, mas- Você é o músico?" Pergunto, não conseguindo acreditar que o mesmo cara que dormiu comigo ontem está mesmo aqui outra vez.

"Sim. Quer dizer, eu sou músico, mas não tem nada acertado ainda." Ele diz, explicando melhor. "A Naomi me pediu pelo telefone que eu viesse antes do bar abrir, pra ver seu eu sou mesmo... bom."

"Claro. Claro que ela pediu." Tento agir o mais profissional possível, mas minha mente não consegue parar de pensar em como tem algo errado nisso tudo. "Bom, pode entrar. Aparentemente, Naomi está esperando por você."

Abro mais a porta e me encosto na parede, lhe dando espaço para passar. Ele logo entra no neon rosa e eu fecho a porta, trancando-a em suas costas.

Eu gostaria de dizer que não, mas no momento que nos fecho nesse corredor, posso sentir a tensão entre nós dois. Ele olha pra mim, ainda segurando seu violão às costas, nossa diferença de altura bem perceptível estando aqui em pé tão próximo assim. O rosa brilha na pele clara dele e deixa seus olhos ainda mais interessantes. Ele observa cada traço do meu rosto sem disfarçar e eu faço o mesmo com ele, notando também que sua camisa de botões preta está entreaberta, revelando as tatuagens em seu peitoral, assim como as mangas enroladas nos braços. Pelo visto ele nunca fecha todos os botões. Bem perigoso.

"É por aqui." Digo, mesmo que ele já saiba, indicando o caminho para que o mesmo passe na minha frente.

"Damas primeiro." Responde, insistindo que eu tome a iniciativa.

Ele realmente disse a frase mais cafona de todas?

Suspiro, impaciente, e decido passar na frente. Dessa forma ele não iria ver minha cara de desgosto. Mas eu aposto que o maldito está olhando pra minha bunda.

Chegando no salão do bar, avisto Naomi ainda sentada no mesmo lugar e continuo meus passos até o balcão.

"Tá aí o seu músico." Digo, amarga, apontando para o sujeito atrás de mim com o dedão, logo me enfiando atrás do balcão.

Ele me dá uma última olhada antes de Naomi se levantar e ir cumprimenta-lo.

"Oi, pode se sentar." Ela diz pra ele, logo depois de apertarem as mãos educadamente.

Ele tira o violão das costas e se senta, lançando mais um olhar na minha direção. Eu mantenho a seriedade e sua mandíbula tenciona frente à isso. Pego o pano que uso para limpar o balcão e limpo o mesmo novamente, só para me manter ocupada.

"Então, como eu havia dito na ligação, nós estamos com uma vaga disponível pra apresentação aqui no Poison à um mês e os clientes sentem falta de música ao vivo." Naomi começa dizendo, colocando sua caderneta de lado. Ele presta atenção nela. "Eu sei que o espaço que temos não é tão grande, mas sempre funcionou bem com a banda anterior."

"Particularmente, eu não preciso de um palco pra tocar. Uma cadeira, uma caixa de som e um drink é tudo que eu preciso." Ele afirma, sorrindo de canto pra ela.

Eu reviro os olhos. Quem ele pensa que é? Amy Winehouse? Naomi por outro lado adora ouvir tal frase e sorri contente.

"Ótimo. Então a infraestrutura não será problema." Ela repete a conclusão em que chegaram. "Agora, quanto a performance..."

"Ah, claro. Você queria uma amostra antes de tudo." Ele completa pra ela, pegando o violão pelo braço, já abrindo a capa que o veste.

"Sim, se não se importar. Não que eu esteja duvidando do seu talento, mas você entende, não é?" Ela checa, toda educada e com uma paciência que não me pertence.

"Não será problema, eu entendo." Ele garante, se levantando e pegando uma cadeira das mesas mais simples para se sentar, por conta da melhor mobilidade com o violão em suas mãos grandes.

As mãos dele são grandes mesmo, notei desde ontem. E ele usa vários anéis, todos de diferentes metais e formatos, alguns com pedras e outros sem. Noto que em seu pescoço há uma corrente com pingente de cruz. Ele se veste bem, não posso negar. Ele tem estilo. E não só estilo, mas a boa aparência notável.

Mas será que é bom mesmo como músico?

"Pode pedir uma música, qualquer uma." Ele diz pra Naomi, preparando a palheta em seus dedos.

"Uma música, uma música..." Naomi se põe a pensar, batendo os dedos no queixo. "Droga... Ei, Cookies. Fala uma música aí." Ela recorre a mim, que estou reorganizando os copos dos drinks, fingindo não estar prestando atenção na conversa deles."

"Eu não conheço nenhuma." Minto descaradamente, fingindo indiferença.

"Ah tá, até parece." Naomi zomba, rindo. "Tá vendo essas capas de vinil?" Ela se dirige ao sujeito com o violão, apontando para todas as capas coladas na parede de frente para o balcão. "Todos esses discos pertencem à ela. Desde de os 14, ela coleciona o máximo de discos que consegue. Usou toda a mesada que já ganhou na vida pra isso."

A história faz o rapaz erguer as sobrancelhas, impressionado. Ele se vira pra mim e me mostra sua admiração, sorrindo de canto.

"Obrigada, Naomi, por dividir com um estranho uma informação sobre a minha vida que eu não lhe dei permissão para tal." Digo, sarcástica, sorrindo logo depois.

"De nada." Ela responde, não caindo na minha provocação.

"Já que gosta tanto assim de música, por que não faz um pedido?" Ele se dirige a mim dessa vez, com um tanto de desafio no tom de voz. "Eu tenho que provar meu valor de alguma forma, certo?" Acrescenta e eu desconfio que esteja guardando duplo sentido na frase.

Com certeza há um motivo mais profundo por trás dessa coisa toda. Naomi e ele entraram em contato, logo depois de termos transado ontem, e agora ele aparece aqui pra uma entrevista de emprego? Depois de termos ficado um mês procurando por outros artistas? Não, tem algo à mais nessa história. Ele quer fazer um jogo comigo pelo que parece e se é isso que ele quer, é o que vai ter.

"Tá." Paro tudo que estou fazendo e cruzo os braços, o encarando com os olhos estreitos, vasculhando meu cérebro atrás de uma boa canção. "Conhece Wanted dead or alive do Bon Jovi?"

Ao ouvir o nome da canção, seus lábios sorriem e seus olhos brilham. "Claro. Eu adoro essa música." Responde, ainda sorridente.

Faço sinal pra ele seguir em frente e o mesmo se ajeita com o vilão e se concentra, olhando para o instrumento, logo começando a tirar as notas das cordas. Ele foca na introdução, onde apenas o violão aparece na canção, e faz isso muito bem.

"It's all the same..."

Começa, a voz soando rouca e intensa, como normalmente já é, porém mais envolvente.

"Only the names will change / Everyday it seems we're wasting away..."

Ele diminui ainda mais o ritmo dos versos, para que sua voz seja bem ouvida por nós duas, não tendo pressa em mostrar o que sabe fazer.

"Another place where the faces are so cold / I'd drive all night just to get back home..."

Uma das notas mais altas na canção é alcançada muito bem e ele deixa os olhos fechados, sentindo a melodia.

"I'm a cowboy / On a steel horse I ride..."

E o refrão chega, enquanto percebo que meu cenho franzido se relaxou.

"I'm wanted / Dead or alive..."

Ele abre os olhos novamente e olha diretamente pra mim.

"Wanted / Dead or alive."

A música ainda não havia terminado, mas para sua demonstração, sim. Meus lábios estão partidos e eu o encaro com certo choque. Percebo que assim que ele tira a mão das cordas, que eu gostaria de ouvir o restante da canção em sua voz profunda. Quando ele canta, o sotaque britânico não aparece tanto e é tão diferente.

Porra. O desgraçado é bom.

"Então... O que acham?" Ele pergunta, olhando para Naomi agora. "Vou espantar os clientes?" Brinca, sorrindo mais abertamente.

"Tá brincando? Eu gostei." Naomi declara, sorrindo contente. "O que achou, Cookies?" Ela se volta pra mim e ele também, ambos os olhos esperançosos pelo 'sim' me encarando de longe.

Se disser que achei ruim, vou estar mentindo de forma bem feia. Não houve nenhum problema com a pequena amostra dele e nós queremos mesmo alguém pra tocar aqui algumas noites.

"Naomi, posso falar com você em particular?" A chamo, querendo ser educada na frente do rapaz. Ela demora de se levantar e eu aponto o fundo do bar com a cabeça, já me direcionando pra lá.

"Só um minuto." Ela diz à ele e me segue até perto das mesas de bilhar.

Quando para na minha frente, eu fico ainda mais próxima e abaixo o tom de voz. "Desde quando conhece esse cara?" Questiono, bem séria.

"Desde hoje cedo. Quer dizer, ele me ligou por conta da nota que eu publiquei na página do bar no Google, dizendo que procuramos artistas. Ele quer o emprego e eu quero um artista. Qual o problema?" Ela esclarece, não entendendo minha desconfiança com isso tudo.

"O problema, Nae, é que-"

Se eu disser a ela que ele é o mesmo cara de ontem, além dela encher o meu saco para ouvir mais sobre isso, vai soar totalmente antiético. Eu não posso desclassifica-lo só porque transamos uma vezinha. Será que há mesmo algo tão ruim nisso?

"Quer saber, tudo bem. Eu gostei da voz dele." Confesso, ainda duvidando do que estou prestes a fazer.

"Ótimo. Eu também gostei, então vou logo-"

"Não, pode deixar comigo. Mas vai ser uma experiência primeiro, okay? Eu ainda não tenho completa certeza disso." Exponho minha condição e ela sorri, acenando de cabeça.

"Se a questão é essa, pra mim tudo bem." Concorda, tocando meu ombro como reafirmação.

"Obrigada." Agradeço e ando na direção do sujeito bem apessoado, ainda sentado no mesmo lugar.

Ele mantém os olhos verdes presos em mim, me assistindo chegar perto. Há certo perigo em suas íris, eu posso notar isso. O mesmo perigo que vi ontem à noite, muitas vezes, enquanto ele estava em cima de mim e também abaixo. Paro bem perto, o fazendo se encostar na cadeira e olhar pra cima, inclinando a cabeça levemente pra trás para me fitar. Quando ele o faz, tenho uma boa visão de seu belo pescoço.

"Está livre essa noite?" Pergunto, direta ao assunto.

"Sim, senhora." Responde, claramente usando a educação para me provocar.

"Ótimo. Você vai tocar aqui essa noite." Confirmo e vejo a surpresa em seu rosto.

"Sério? Eu-" Ia dizendo algo, mas eu o corto.

"Uma noite." Faço o número com a mão. "Se os clientes não gostarem, você cai fora. Fui clara?"

Ele sorri com presunção e ergue uma das sobrancelhas. "Cristalina." Diz, com a voz mansa, traçando os olhos pelo meu rosto.

Meus braços estão cruzados e quando eu percebo que meus olhos estão descendo por seu pescoço, até chegar em seu peitoral semicoberto, aperto a mim mesma. Subo os olhos para os dele novamente, vendo seu sorriso malicioso e tenciono a mandíbula. Ele me pegou checando seu peitoral e, não só isso, ele gostou. Flashes de ontem à noite perpassam meus pensamentos como um filme do Gaspar Noé e eu tenho que morder a língua para me trazer de volta a realidade.

"Uma noite." Repito e saio de perto dele o mais rápido possível.

Se essa foi mesmo a melhor decisão, eu ainda não sei ao certo, mas vou descobrir logo mais, quando o bar estiver aberto.

N/A: O que acharam da protagonista nesse primeiro contato? Baddie 💅 ou nem?

Votem e comentem!!!

Espero que tenham gostado do capítulo.
xx

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