Eu estava dançando na chuva. Eu me senti viva e não posso reclamar, mas agora me leve para casa. Me leve para casa onde eu pertenço. Eu não aguento mais. - (Runaway) Aurora
Ciúmes era uma coisa muito feia, mas na opinião de Briana, mais feio era aquela cena se passando à sua frente. Onde estava seu pai? E por que a namorada dele dançava com Damon na frente de todo mundo? Não gostou nada daquilo, e o fato da morena se parecer com Katherine a deixou um pouco insegura. E se ele confundisse seus sentimentos e acabasse interessado pela Gilbert?
Contudo logo ela parou de prestar atenção na situação quando seus olhos captaram Jeremy mais próximo acompanhado da Anna vampira. Aquele era o seu momento de descobrir o que estava acontecendo para ele a evitar da forma que andava fazendo.
— Jer — Chamou Bria parando ao lado do casal, todavia, o moreno suspirou desviando o olhar. Ela não aceitaria recusas dessa vez. — Jeremy, o que está acontecendo?
— Briana, depois.
— Nem depois ou daqui a pouco. Me diz porque você está me evitando. — Quando ele bufou tentando se afastar, Ana agarrou a mão maior dentro das suas o obrigando a encará-la. — Por favor.
Assim que seu semblante assumiu um aspecto carrancudo a loira até mesmo se afastou encolhendo-se imperceptivelmente. Sentia que não vinha coisa boa por ali, e seu peito já estava adiantando a angústia.
— Você mentiu pra mim. A pessoa que eu mais confiava olhou na minha cara e mentiu pra mim. — Tudo o que Bria conseguia pensar é que não deveria ter iniciado aquela conversa, ela queria que ele parasse por ali. Não saberia lidar com a raiva do Gilbert quando só tinha recebido coisas boas dele. Mas do quê ele estava falando? — Eu li o diário da minha irmã, Briana.
E então ela soube do quê ele falava. Vampiros, Vicki... por culpa dela... Céus.
— Jer, eu — Iniciou tentando se aproximar, porém o garoto desviou de seu toque a interrompendo.
— Não, só... me dá um tempo, tá legal?!
Vendo o melhor amigo sumir com uma Anna vitoriosa entre as pessoas, a Branson engoliu em seco sentindo uma bola de ar parada em sua garganta. Seus olhos queimaram e ela teve que prender o lábio entre os dentes para não soluçar audivelmente. Ela não conseguiria ficar sem o Jeremy. Achou que sair dali era o melhor a fazer quando percebeu que não daria conta de continuar se segurando.
O vampiro de cabelos negros, que apesar de estar dançando com Elena como um favor ao irmão, tinha seus olhos azuis focados nos movimentos da garota de branco passeando por ali, parou o que estava fazendo e seguiu Briana que parecia alterada. Tinha escutado sua conversa com o Gilbert e não conseguiria deixá-la sair dali sozinha quando parecia tão vulnerável.
A morena que acabava de perder seu segundo par na mesma noite, olhou ao redor um tanto quanto desconfortável por ter sido deixada sozinha sem ao menos uma palavra, mas sorriu para disfarçar quando notou olhares de pena em sua direção. Ela iria matar Damon Salvatore.
●●○
Seus olhos estavam embaçados desde que havia deixado a festa para caminhar mata a dentro sozinha com seu coração pesado, mas ainda conseguiu identificar o vampiro atacando uma garota loira logo à sua frente.
Seu pai. Seu pai estava pendurado na garganta da menina desconhecida para ela, parecendo um daqueles vampiros monstruosos que via nos filmes. Mesmo sabendo desde cedo o que seu pai era, nunca havia o imaginado daquela maneira, e agora ali estava ele, assustando o inferno pra fora dela.
Seu grito repercurtiu entre as árvores fazendo Stefan largar Ambar, uma das garotas que deveria estar concorrendo para ser a nova miss Mystic Falls. Quando seu rosto virou-se em direção a ela, a assustou pela primeira vez. Aquele não poderia ser seu pai. Com olhos vermelhos e rosto manchado do líquido carmesim, o vampiro chiou muito longe da sanidade para reconhecer a própria filha. Todavia, antes que pudesse fazer algum movimento contra a loira, Damon apareceu à frente dela.
— Stefan, se acalma! — Gritou esticando os braços em direção ao irmão como se lidasse com um animal selvagem, não estava muito longe disso.
Como tudo aquilo tinha acontecido? Há alguns dias atrás, Stefan estava protegendo Briana dele, e agora ali estava ele apavorado com a ideia de Stefan machucá-la.
Mas o Salvatore mais novo se encontrava perdido demais para a sua sede de sangue pra entender o que estava fazendo. Atacou o irmão o jogando longe, exibindo suas presas e rosnando, se preparou para avançar novamente. Foi quando Briana percebeu que deveria tentar fazer alguma coisa, ao invés de ficar parada em choque apenas observando seu pai e Damon brigar.
— Pai, olha pra mim. — Seus olhos verdes estavam inundados de lágrimas não derramadas. Se encontrava apavorada, sem nem mesmo conseguir fazer suas mãos pararem de tremer, mas era seu pai. — Por favor, esse não é você.
A voz suave pareceu chegar até a humanidade dele, e os olhos vermelhos do vampiro sanguinário aos poucos deram lugar ao verde floresta tão familiar. Ele pareceu confuso por alguns instantes, contudo, logo ficou horrorizado. Poderia ter machucado Briana, e ela tinha visto ele naquele estado. Como um monstro.
Sem dizer nada, apenas usou sua velocidade sobrenatural para se afastar o mais rápido que pôde dali.
— Pai! — Ela não podia deixar seu pai sozinho naquele estado, precisava encontrá-lo e dizer que tudo ficaria bem, que estava ao lado dele. Porém Damon não parecia pensar daquela forma, já que assim que ela tentou ir atrás de seu pai, ele a segurou no lugar. — Damon, me solta. Eu preciso ir atrás dele.
— Não, nem pensar, ele precisa de um tempo sozinho. Nem a pau que você chega perto daquele Stefan.
— Meu pai nunca me machucaria.
— Seu pai está descontrolado e é um vampiro, Briana. Você não vai atrás dele sozinha. Vou ligar pra xerife e depois te levo pra casa.
●●○
A primeira coisa que fez ao chegar em casa, foi correr em direção ao quarto de seu pai. Damon até tentou convecê-la de esperar mais um pouco, mas não continuou impedindo quando reconheceu o carro da Gilbert parado em frente a pensão. Stefan provavelmente já estava melhor.
A voz familiar fez a garota parar no corredor perto da porta entreaberta. Seu pai deveria ter escutado ela chegando, entretanto, no calor da discussão com a namorada, não conseguiu fazer Elena interromper a frase que trouxe grande indignação à Ana.
— Porque fui eu que provoquei isso. A culpa é minha. Foi eu quem fez você beber sangue.
— O quê? — Questionou entrando no quarto, ganhando a atenção dos dois. — Você fez o quê?
Elena engoliu em seco e fechou os olhos com força antes de abri-los novamente e suspirar. Isso não ajudaria em nada a possível aproximação com a filha do homem que amava, seu peito estava apertado com a culpa.
— Eu sinto muito. Eu só...
— Sai — A morena franziu o cenho para a palavra que a interrompeu. A expressão de Briana não era nada como o que estava acostumada vindo da garota. Seu semblante estava tão sério que a fazia parecer bem mais velha do que geralmente mostrava. — Eu mandei você sair!
Até mesmo Damon, que se encontrava no andar de baixo sem intenção alguma de se meter na discussão, escutou a frase gritada da garota. As coisas não estavam nada bem para a namoradinha de seu irmão, pra fazer sua Coelhinha chegar àquele ponto... Elena estava em maus lençóis.
A Gilbert sobressaltou com o ataque repentino da loira. Seu coração acelerado e o bolo na sua garganta trouxeram lágrimas aos seus olhos.
— Eu sinto muito. — Sentiu-se envergonhada por conta da voz embargada.
— Eu não me importo com nada do que você sente, apenas saia da minha casa antes que eu me torne o que não quero e te obrigue.
Não gostava nada do que tinha se tornado, mas a mulher à sua frente, intencionada ou não, havia feito mal à sua família. E ela estava cheia dos dedos daquela pessoa estragando tudo de bom que ela tinha.
Com os olhos vermelhos a morena passou por ela saindo do quarto de Stefan, que tinha um semblante pesaroso, fez menção de segui-la, todavia, Briana entrou na frente.
— Não é culpa dela, Briana.
— É tudo culpa dela, será que não vê?
— Ela só estava tentando me ajudar. — Aquela era a verdade, e ver Ana expulsando Elena daquela forma tinha o deixado sem reação, sem palavras.
— Vamos embora. — A fala pegou Stefan de surpresa, fazendo ele perder a fala novamente. — Você estava certo. Vamos embora. Éramos felizes pai. — Seus olhos verdes tornaram-se úmidos e sua voz embargou. O vampiro engoliu em seco a vendo tão abalada. — Tínhamos tudo o que precisávamos e éramos felizes, mas agora tem sempre um problema, sempre uma batalha pra lutar. Vamos apenas voltar. Eu te amo e se tiver que deixar tudo para trás para salvá-lo, eu vou.
— Aninha. — Quando uma lágrima pesada e solitária deslizou pelo rosto delicado, Stefan exalou forte puxando a filha para dentro da proteção de seus braços.
Ana fungou afundando o rosto na camiseta branca de seu pai o apertando o mais forte que pôde, como se a qualquer instante ele pudesse desaparecer dali. Contudo, logo o corpo masculino pesou contra o seu e Stefan foi ao chão desacordado. Sem entender, Ana levantou a vista e deu de cara com Damon a encarando de maxilar travado.
— O que você fez? — Se recuperando da surpresa, ela abaixou-se ao lado do pai preocupada.
— Ele vai ficar bem. Mas enquanto estiver assim, não vou deixá-lo perto de você.
— O que vai fazer? — Questionou franzindo o cenho em direção ao vampiro de pé à sua frente.
— Tem uma forma para trazer seu pai de volta ao normal. Mas talvez não funcione.
— Qualquer coisa para ajudá-lo. — O moreno dono do olhar decidido, assentiu com a resposta.
— Tudo bem. Então vamos fazer isso.
A verdade era que tinha garras venenosas arranhando o peito de Damon, tentavam chegar ao seu coração. Briana abandonaria tudo por seu pai, até mesmo ele. Sabia que se eles fossem embora, Stefan nunca o aceitaria atrás deles como um cachorrinho seguindo a dona. Tinha que resolver aquela situação o quanto antes se ainda a queria por perto.
Droga, se importar era uma grande merda.
OiOiOi, tudo bem com vocês?
Eita, estou cansada demais pra demorar por aqui. Kkk
See u guys!